Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 61| 04 de fevereiro de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: arroba se mantém estável há mais de 20 dias nas praças de São Paulo
O macho terminado sai a R$ 337/@ em SP, enquanto a vaca e a novilha seguem valendo, respectivamente, R$ 303/@ e R$ 325/@, informa a Scot Consultoria
Nas praças do interior de São Paulo, segundo dados apurados pela Scot Consultoria, os preços da arroba do boi gordo ficaram estáveis na quinta-feira (3/2), refletindo o alongamento das escalas de abate dos frigoríficos locais e o ritmo acelerado das exportações da carne bovina, além da oferta restrita de animais terminados (o que dificulta as negociações entre as indústrias e os pecuaristas). O macho pronto para abater é negociado a R$ 337/@ no mercado paulista, enquanto a vaca e a novilha seguem valendo, respectivamente, R$ 303/@ e R$ 325/@ (preços brutos e a prazo), de acordo com dados da Scot. Segundo apurou a zootecnista Thayná Drugowick, o período de estabilidade nas cotações do boi gordo nas praças de São Paulo já dura 23 dias corridos. De acordo com levantamento feito pela IHS Markit, as regiões Sudeste e Sul do País, bem como algumas partes dos Estados do Centro-Oeste (MT, MS e GO), seguem com limitações severas na oferta de animais terminados. Na praça de Dourados-MS, a arroba da vaca recuou de R$ 300 para R$ 290 na quinta-feira, informa a IHS. Em Campo Grande-MS, o preço da fêmea terminada também caiu, de R$ 300/@ para R$ 295/@. Na região Norte do País, a oferta de animais para abate é um pouco melhor, observam os analistas da IHS. Com isso, em algumas praças, os preços do boi gordo recuaram na quinta-feira. Na região de Tocantins, na praça de Araguaína, os preços da arroba tiveram queda de R$ 3/@ ontem, para R$ 290, segundo a IHS. Em Gurupi, o recuo do animal terminado foi de R$ 2/@, ficando em R$ 289/@. No mercado atacadista, os preços dos cortes de carne bovina também seguem estáveis, e a demanda interna continua desaquecida. Cotações: PR-Maringá: foi a R$ 310/@ (à vista) vaca a R$ 290/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 340/@ (prazo) vaca a R$ 305/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 315/@ (prazo) vaca a R$ 295/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 318/@ (à vista) vaca a R$ 305/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 320/@ (prazo) vaca R$ 307/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 330/@ (à vista) vaca a R$ 315/@ (à vista); PA- Paragominas: boi a R$ 294/@ (prazo) vaca a R$ 284/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 291/@ (prazo) vaca a R$ 281/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 292/@ (à vista) vaca a R$ 278/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 283/@ (à vista) vaca a R$ 266/@ (à vista).
PORTAL DBO
Boi/Cepea: Exportações iniciam o ano em forte ritmo
Segundo dados da Secex, o volume de carne bovina escoado pelo Brasil ficou acima de 140 mil toneladas, um recorde para o mês e com avanços de 10,7% sobre a quantidade de dezembro/21 e de 31% sobre a de janeiro/21
Quanto aos preços da arroba no mercado interno (Indicador CEPEA/B3, mercado paulista), a média de janeiro atingiu R$ 338,46, um recorde, em termos reais, considerando-se a série completa de médias mensais deflacionadas (IGP-DI), aumentos de 5,5% na comparação mensal e de 2,36% na anual.
Cepea
Aberta consulta pública para procedimentos de abate e inspeção de bovídeos
A proposta busca harmonizar e regulamentar os procedimentos, alinhados com o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem Animal
Está disponível no portal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) o processo de consulta pública, pelo prazo de 75 dias, para os procedimentos de abate e de inspeção ante e post mortem de bovídeos em abatedouros frigoríficos sob inspeção federal no Brasil. A proposta busca harmonizar e regulamentar os procedimentos, alinhados com o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem Animal (Riispoa).
O documento aborda o processo de abate como um todo, bem como os procedimentos a serem realizados para a inspeção de bovídeos, referentes à recepção, avaliação e segregação dos animais, ao abate de emergência, à avaliação clínica dos animais antes do abate, à necropsia, à preparação para a execução das técnicas de exame nas linhas de inspeção e técnicas de exame, destinação de carcaças e vísceras pelo serviço de inspeção e respectivos registros e documentos relacionados. A inspeção ante mortem é um componente primário da higiene da carne antes do abate, e a inspeção post mortem é um componente primário do controle do processo na higiene da carne pós-abate. As sugestões tecnicamente fundamentadas deverão ser encaminhadas por meio do Sistema de Monitoramento de Atos Normativos (Sisman), da Secretaria de Defesa Agropecuária, por meio do link: https://sistemasweb.agricultura.gov.br/sisman/. Para ter acesso ao Sisman, o usuário deverá efetuar cadastro prévio no Sistema de Solicitação de Acesso (SOLICITA), por meio do link: https://sistemasweb.agricultura.gov.br/solicita/.
MAPA
Recorde de embarques de carne em janeiro elevou preço do boi
Segundo o Cepea, cotação média em São Paulo alcançou no mês passado o patamar inédito de R$ 338,46 por arroba
O volume recorde de exportações brasileiras de carne bovina em janeiro elevou as cotações da arroba do boi no mercado interno. No mês passado, o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, com base no Estado de São Paulo, alcançou média de R$ 338,46 por arroba, um patamar inédito em termos reais. Em comparação com o mês anterior, o preço da arroba aumentou 5,5%, de acordo com o Cepea. O aumento em relação a janeiro do ano passado foi de 2,36%. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), no mês passado, o país embarcou mais de 140 mil toneladas de carne bovina, maior volume já registrado em um mês de janeiro. O volume cresceu 31% em relação a janeiro de 2021.
VALOR ECONÔMICO
Rebanho bovino de MT quebra recorde e atinge 32,7 milhões de cabeças
Dez municípios concentram 25% da produção pecuária e 20% das fazendas de gado; Cáceres é o maior produtor com mais de 1 milhão de cabeças e 3 mil propriedades
Em um ano, o rebanho bovino de Mato Grosso teve aumento em 1,624 milhão de animais e agora totaliza 32.788.192 de cabeças. Este é um novo recorde para o Mato Grosso, campeão da atividade pecuária no país. Levando em conta a estimativa populacional do IBGE para Mato Grosso em 2021, são 9 bois a cada um habitante. Conforme os dados do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), o rebanho cresceu 5,2% no Estado de novembro de 2021 em relação a novembro de 2020, e em praticamente todas as 14 regionais do Estado, com exceção da de Barra do Garças, onde houve um pequeno decréscimo de 0,6%. Ficaram com crescimento acima da média estadual as Regionais de Cáceres, Alta Floresta, Barra do Bugres, São Felix do Araguaia, Pontes e Lacerda e Juína, sendo esta última com maior incremento (10,4%). Os 10 maiores municípios em número de rebanho concentram 25% ou um quarto de toda produção pecuária e um quinto dos estabelecimentos rurais de Mato Grosso. Ao todo Mato Grosso tem 108.315 propriedades que criam gado no Estado. Os destaques são Cáceres e Vila Bela da Santíssima Trindade, que juntos detêm mais de 2 milhões de cabeças. Cáceres é o maior produtor do Estado e possui rebanho de 1.168.663, distribuídos em 3.133 propriedades. Em seguida vem Vila Bela com 1.067.739; depois Juara, Juína, Alta Floresta, Colniza, Vila Rica, Pontes e Lacerda, Nova Bandeirantes e Aripuanã. Conforme o fiscal do Indea, o médico veterinário João Marcelo Néspoli, “nos anos de 2020 e 2021, houve redução expressiva na quantidade de fêmeas abatidas, um montante de 713.757 cabeças, quando se compara 2019 com 2021”, explicou João Marcelo.
INDEA
SUÍNOS
Suínos: quinta-feira com preços estáveis NO PR E SC
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 88,00/R$ 100,00, assim como a carcaça especial, valendo R$ 7,20 o quilo/R$ 7,50 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (2), houve queda somente em São Paulo, na ordem de 0,79%, chegando a R$ 5,03/kg. Ficaram estáveis os preços em Minas Gerais, custando R$ 5,18/kg, R$ 4,19/kg no Paraná, R$ 4,40/kg no Rio Grande do Sul e R$ 4,34/kg em Santa Catarina. O início de cada mês, com a entrada da massa salarial, costuma dar fôlego para as vendas das proteínas animais de maneira geral, refletindo em preços melhores pagos ao suinocultor, mas não é o que se vê neste início de fevereiro. De acordo com lideranças do setor, ainda há um excedente de produção que dificulta a curva ascendente dos valores.
Cepea/Esalq
Suinocultura independente: mesmo com a virada do mês, preços seguem em retração
No Paraná, considerando a média semanal (entre os dias 27/01/2022 a 02/02/2022), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 5,62%, fechando a semana em R$ 4,41/kg. "Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente nova queda, podendo ser cotado a R$ 4,38/kg", informou o Lapesui
O mercado mineiro foi o único em que houve aumento, saindo de R$ 5,20/kg vivo para R$ 5,40/kg, de acordo com informações da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), o encerramento do mês de janeiro retirou os compradores da sua inércia e eles vieram para o mercado como era de se esperar com o início de fevereiro. De acordo com informações da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), a Bolsa de Suínos, conforme apontam os criadores, tem fundamentos para uma pequena alta, motivada pela melhora nas vendas, tanto por parte dos criadores quanto pelos frigoríficos, além da redução do peso dos animais nas granjas. Diante disso, os produtores solicitaram o valor de R$ 105,00 a arroba (R$ 5,69/kg), o que não foi aceito pelos frigoríficos. O valor de referência na semana anterior era de R$ 5,33/kg. Santa Catarina registrou mais uma queda, saindo de R$ 4,81/kg vivo para R$ 4,76/kg, de acordo com dados da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS). Losivanio de Lorenzi, Presidente da instituição, afirma que "não está se conseguindo manter os preços, e a situação ficando cada vez mais preocupante, com preço pago ao produtor e custos de produção indo em direção contrária. É um desarranjo de produção muito grande, as indústrias e cooperativas cresceram demais e agora todos os produtores pagam a conta".
AGROLINK
Suínos/Cepea: Janeiro é marcado por fracas vendas externas e internas
As vendas externas e internas de carne suína registraram baixo ritmo ao longo de janeiro
Segundo pesquisadores do Cepea, no front externo, portos de importantes parceiros comerciais, como a Rússia, congelam por conta do inverno, limitando a entrada de cargas. No caso da China, o país costuma adquirir maiores volumes no encerramento do ano em detrimento de janeiro, visando ter maior estoques para a comemoração do Ano Novo Chinês. No mercado brasileiro, as vendas fracas estiveram atreladas especialmente ao menor poder de compra da população, contexto que pressionou as cotações do animal vivo e da carne ao longo do mês. Além disso, a oferta elevada reforçou o movimento de baixa nos preços internos.
Cepea
Demanda por carne suína perde força e derruba preço do animal vivo
No mês passado, indicador do Cepea para Santa Catarina caiu 21%, para R$ 4,32 por quilo; segundo associação de criadores, cenário é 'desesperador'
As exportações de carne suína perderam tração em janeiro, o que derrubou os preços do animal vivo, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. O aumento da oferta do produto no mercado interno também pressionou as cotações. No mês passado, o preço do animal vivo em Santa Catarina caiu 21% em relação a dezembro, para R$ 4,32 por quilo, de acordo com o indicador do Cepea. Já a cotação da carcaça suína especial recuou 0,13% no atacado paulista, para R$ 7,58. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil embarcou 67,8 mil toneladas da proteína em janeiro, bem abaixo do desempenho registrado ao longo de 2021, quando as exportações passaram de 100 mil toneladas em diversos meses. O volume dos embarques no mês passado cresceu 15,7% em relação a janeiro de 2021, mas, com a queda de 9,8% no preço médio da tonelada, a receita das vendas ao mercado externo aumentou apenas 4,3% no mesmo comparativo, para US$ 150,3 milhões. Segundo o Cepea, portos de importantes destinos da proteína, como a Rússia, congelaram neste inverno do hemisfério norte, o que limitou a entrada de cargas. Já a China, como de costume, adiantou suas compras no fim do ano para se preparar para o feriado do Ano Novo Chinês e, agora, reduziu o ritmo de aquisições.
VALOR ECONÔMICO
FRANGOS
Frango: preços estáveis na quinta-feira
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,90/kg, enquanto a ave no atacado cedeu 0,55%, valendo R$ 5,47/kg.
No caso do animal vivo, o Paraná ficou estável em R$ 5,08/kg, assim como em Santa Catarina, com preço de R$ 4,41/kg, enquanto São Paulo ficou sem referência de preço na quinta-feira (3). Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (2), houve recuo de 0,68% para a ave congelada, atingindo R$ 5,85/kg, enquanto o frango resfriado valorizou 0,34%, fechando em R$ 5,87/kg.
Cepea/Esalq
Preço do frango apenas acompanhou a evolução do custo
Os dados do IBGE, por exemplo, apontam que, frente a uma inflação anual de 10,06%, o preço do frango inteiro evoluiu quase 20% (19,89%) e dos cortes de frango perto de 30% (29,85%).
Mas isso não representou ganho para o segmento produtor de frangos que, mesmo obtendo retorno aparentemente elevado em alguns momentos do ano, apenas tentaram acompanhar a evolução dos custos
Na prática (e considerando também os novos custos impostos com o surgimento da pandemia), não conseguiram. Demonstração objetiva dessa afirmação é obtida comparando-se a evolução dos custos de produção do frango (levantados mensalmente pela Embrapa Suínos e Aves) com a remuneração obtida pelo produtor paulista na venda da ave viva. Os ganhos em relação ao custo têm sido mínimos, situando-se em pouco mais de 9% na média dos 11 anos analisados. Porém, esse “ganho” apresentou diferenças significativas no último biênio. Ou seja: entre 2011 e 2019 a margem entre custo de produção e preço recebido foi de 10,5%. Já no biênio 2020/2021 esse índice caiu para menos de 3%. Caso mantivesse a média anterior, o preço do frango nos últimos dois anos teria sido ainda maior. Não foi porque o setor produtivo absorveu parte do aumento de custos, submetendo-se, assim, a significativos prejuízos.
AVESITE
CARNES
Preço das carnes voltam a subir no Brasil
Festas de final de ano e retomada das exportações para China pressionam produto, dizem analistas
Após sinais de trégua, os preços das carnes voltaram a subir para os consumidores brasileiros entre o final de 2021 e o começo de 2022, apontam dados do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15). Conforme o indicador de inflação, os produtos tiveram altas em dezembro e janeiro de 0,90% e 1,15%, respectivamente. O IPCA-15 é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) entre a segunda parte do mês anterior e a primeira metade do mês de referência da divulgação. Para o índice de janeiro, por exemplo, os dados foram coletados entre 14 de dezembro de 2021 e 13 de janeiro de 2022. Os dois últimos avanços das carnes vieram após duas quedas em outubro e novembro (-0,31% e -1,15%). Essas duas verificadas entre junho de 2020 e setembro de 2021. No IPCA-15, os preços das carnes refletem a variação de 18 cortes, a maior parte bovinos, além das carnes de porco e de carneiro. Para analistas, as altas entre o final de 2021 e o começo de 2022 refletem uma combinação de fatores. Em parte, há efeitos sazonais, porque a demanda no mercado interno costuma ser aquecida com as festas de fim de ano. Além disso, também há reflexos do fim do embargo das exportações de carne bovina brasileira para a China, anunciado em 15 de dezembro. A medida estava em vigor desde o início de setembro, após o registro de dois casos atípicos de vaca louca. Foi justamente o embargo que, segundo analistas, havia feito os preços darem sinais de trégua para o consumidor brasileiro, já que a oferta de produtos ficou mais concentrada no mercado interno antes das festas de final de ano. Com o fim da restrição, o cenário começa a mudar, e a demanda maior do país asiático pressiona os preços no Brasil. "O embargo foi algo inesperado. Como não tinha mais saída de carne bovina para a China, a oferta ficou maior aqui, aliviando o consumidor. Neste momento, com o fim do embargo, os preços vêm subindo", aponta o economista Matheus Peçanha, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas). No começo de 2022, o patamar da carne bovina deve continuar elevado para os brasileiros, projetam analistas. Não estão descartadas novas pressões a partir da demanda chinesa pelos produtos. Em janeiro, as exportações de carne bovina do Brasil avançaram 31% no comparativo anual, com o impacto dos negócios para o país asiático. Outra questão no radar de analistas é a seca na região Sul, que castigou culturas como milho, soja e pastagens. A escassez hídrica dificulta a alimentação do gado. Por outro lado, o que pode frear os aumentos para o consumidor é o fato de grande parte da população estar com a renda menor, ponderam analistas. No trimestre até novembro de 2021, período mais recente com dados disponíveis, o rendimento médio do trabalho voltou a recuar no Brasil, atingindo o menor nível desde 2012, segundo o IBGE.
FOLHA DE SÃO PAULO
EMPRESAS
C. Vale bate R$ 17 bilhões de faturamento e aumenta repasse a produtores
Assim como outras cooperativas paranaenses, a C. Vale, com sede em Palotina, no Oeste do Paraná, viu seu faturamento crescer em 2021: foram arrecadados R$ 17,44 bilhões, valor 42,21% acima do registrado no ano anterior, um dos mais altos entre as cooperativas paranaenses.
Conforme a cooperativa, o bom desempenho está atrelado à valorização dos alimentos e à alta do dólar. Também contribuiu a elevação de 15,67% no recebimento de soja, que acabou compensando a redução do volume de milho recebido devido à estiagem e às geadas registradas no ano passado. Reultado vai permitir que a C. Vale repasse R$ 129,5 milhões em sobras, juros e devolução de capital aos cooperados. O valor, 40% maior do que o distribuído no início de 2021, já começou a ser repassado e deve ajudar os produtores que tiveram plantações afetadas pela seca a cobrir despesas na colheita e na implantação de milho safrinha. Embora a C. Vale olhe para 2022 com cautela, já que a quebra da safra de verão provocada pela estiagem e o alto custo dos insumos vão afetar os associados - e, consequentemente, os resultados da cooperativa -, a expectativa para o ano ainda é de crescimento. De acordo com o relatório anual, a projeção é de que o faturamento chegue a R$ 20,7 bilhões. Isso será possível devido à diversificação de atividades, que contribui para que ela enfrente momentos de adversidade. A C. Vale prevê investimentos ao longo do ano para adquirir máquinas e equipamentos, implantar melhorias em suas unidades e aumentar sua rede de supermercados. Além disso, considera arrendar, adquirir ou construir novas unidades de recebimento e armazenamento de grãos, produtos agrícolas e máquinas, assim como novas plantas industriais. Um dos investimentos previstos é a construção de uma central de distribuição de insumos no município de Sorriso, no estado do Mato Grosso.
GAZETA DO POVO
MEIO AMBIENTE
Desmatamento sob Bolsonaro chegou a nível alarmante, aponta Ipam
Destruição da Amazônia cresceu em relação a anos anteriores à gestão atual
Uma nota técnica do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) aponta a explosão do desmatamento em terras públicas federais na Amazônia desde o início do governo Jair Bolsonaro (PL), destruição que atingiu um alarmante patamar, dizem os pesquisadores. Os cientistas do instituto, uma organização não governamental, mostraram que a média anual de perda de floresta amazônica foi 56,6% maior, de 2019 a 2021, em relação ao período anterior ao governo Bolsonaro, de 2016 a 2018 —já era observada uma tendência de crescimento do desmate, em períodos eleitorais, como 2018, tendem a registrar maiores taxas de destruição. De 2019 até 2021, mais de 32 mil km² de floresta foram ao chão, o equivalente a cerca de 21 vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Os dados utilizados pelos cientistas são provenientes do Prodes, programa do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que aponta anualmente o desmate. "A desestruturação do aparato de governança ambiental, ocorrido a partir de 2019, tem influenciado no aumento do desmatamento como um todo, tanto em terras de uso privado (imóveis rurais e lotes em assentamentos rurais), como em terras públicas, especialmente em categorias fundiárias de proteção menos restritiva (APAs) e naquelas sem qualquer destinação." Pouco mais da metade (51%) do desmatamento desde 2019 ocorreu em terras públicas, a maior parte delas (83%) federais. A nota técnica cita, como fatores que favorecem o crescimento do desmate, os cortes orçamentários nas entidades que fazem fiscalização. Um documento do Observatório do Clima, divulgado no início desta semana, mostrou que, em meio ao aumento do desmate em 2021, houve o menor número de multas em décadas e uso de somente 41% do orçamento disponível para fiscalização. Segundo a nota do Ipam, também contribuem para o aumento do desmatamento a substituição de diretores e chefes de operação do Ibama, mudanças no processo de autuação, flexibilização de penalidades e a desarticulação institucional nas operações, "decorrentes do empoderamento do Exército Brasileiro para realizar a fiscalização". Desde o primeiro ano sob Bolsonaro, em que houve uma explosão de queimadas na Amazônia e uma grande atenção internacional mirada no assunto, o governo tem se apoiado no Exército para combater crimes ambientais na floresta. A atuação militar, porém, não tem apresentado resultados sólidos, com aumentos anuais e históricos na destruição do bioma. A atuação do Exército também tem sido criticada por especialistas, que afirmam, como aponta a nota do Ipam, que há ineficiência militar nas ações. Segundo ambientalistas e pesquisadores da área, o mais lógico seria que as Forças Armadas apenas dessem auxílio aos agentes ambientais de Ibama e ICMBio, que são especializados no combate a ilícitos ambientais. De acordo com os pesquisadores do Ipam, o desmatamento na Amazônia é, em geral, especulativo e mira a apropriação de ilegal de terras, em especial, de áreas em florestas públicas não destinadas, que concentram cerca de um terço do que foi desmatado de 2019 a 2021. Também é possível observar um aumento de desmatamento, sempre em relação ao triênio anterior ao governo Bolsonaro, nas unidades de conservação. Segundo a nota técnica, apesar de os dados de desmate em terras indígenas estar em um patamar também mais alto em comparação a antes, tem ocorrido uma redução anual desses dados. Ainda falando sobre áreas protegidas, o Pará foi o estado que mais contribuiu, de 2020 a 2021, para o desmatamento desse conjunto. O ente concentrou 72% do desmate nessa categoria fundiária. As principais vítimas foram unidades de conservação e terras indígenas na região da Terra do Meio e nos arredores da BR-163. O Amazonas vem apresentando aumentos anuais de desmate, o que preocupa pesquisadores, considerando que o estado tem vastas áreas de florestas bem conservadas e fora de áreas protegidas. Segundo o estudo do Ipam, o aumento do desmate no Amazonas se concentra principalmente em florestas públicas não destinadas, na divisa Amazonas-Acre-Rondônia, região conhecida como Amacro. Os pesquisadores do instituto também apontaram as áreas críticas em cada estado. Além dos locais já citados no Pará, merecem atenção os municípios de Altamira, São Félix do Xingu e Novo Progresso.
FOLHA DE SÃO PAULO
INTERNACIONAL
Rabobank: Mudanças previstas para a indústria de carne bovina
A demanda por carne bovina está alta e espera-se que continue assim por vários anos – no entanto, há mudanças à frente para o setor. É isso que um novo relatório do Rabobank tem a dizer: nenhuma indústria é a mesma ou será a mesma que era antes do COVID-19 no mundo pós-COVID-19
A pandemia levou a alguns aspectos positivos no mundo da carne bovina, um dos quais foi o aumento da demanda. A pandemia alterou significativamente a vida das pessoas – menos comer fora e mais refeições em casa. E devido ao estímulo do governo e mudanças em muitos locais de trabalho, indivíduos e famílias tiveram mais renda disponível e tempo para cozinhar em casa. No entanto, o COVID-19 também mostrou problemas na cadeia de suprimentos quando se trata de carne bovina. Embora possa haver carne bovina suficiente sendo produzida, chegar ao público se tornou problemático e caro. O relatório do Rabobank diz: “A transição de um sistema de entrega just-in-time para um sistema de entrega just-in-case parece ótimo. Mas como essa resiliência pode ser incorporada ao sistema sem que os custos crescentes se tornem proibitivos?” Não é realista ou economicamente viável pensar que os produtores podem construir e manter um maior estoque de gado com a elasticidade disponível quando as condições de mercado exigem contração ou aumento da oferta de gado ao mercado, observa o relatório. “Uma cadeia de suprimentos mais durável e flexível dependerá em grande parte de mudanças e adaptações.” Os produtores de gado têm pouco ou nenhum controle sobre o que acontece na cadeia de fornecimento de carne bovina depois que o animal é abatido. No entanto, os produtores terão que estar atentos às mudanças na cadeia de suprimentos. Por exemplo, desde o início do COVID, os salários de entrada na fábrica de carne bovina aumentaram 33%. Caixas e materiais de transporte aumentaram 25%. Os aumentos de custos são constantes em toda a cadeia produtiva e terão impacto direto nos preços da carne no varejo ao consumidor. A questão para os consumidores agora é se eles poderão comprar carne bovina nos níveis vistos nos últimos dois anos, à medida que a economia desacelera e a inflação afeta os bolsos. Existem quatro questões principais que impulsionam as mudanças do sistema na cadeia de fornecimento de carne bovina nos Estados Unidos. Eles incluem mão de obra versus automação; alteração dos requisitos de embalagem; sustentabilidade e transporte. Os custos atingiram um ponto crítico, trazendo alta tecnologia e robótica para as plantas de processamento em um ritmo acelerado. A introdução da automação nos frigoríficos provavelmente se concentrará na rastreabilidade, transferência em caixa, rotulagem e armazenamento de carne bovina, preenchimento de pedidos e empilhadeiras sem motorista. Os avanços de software para rastreamento de produtos, rastreabilidade e preenchimento de pedidos adicionarão uma grande eficiência. A automação também será aplicada na eficiência da planta e no monitoramento da planta para uso de energia e água. As plantas usarão a equipe de manutenção para verificar os indicadores de alerta antecipado de quebras do sistema. Sensores e câmeras serão usados para monitoramento para criar dados para ajudar a microgerenciar fluxos e operações de produtos. Os dias da carne coberta de celofane com bandeja de espuma estão chegando ao fim. Ele foi projetado para manter a carne com boa aparência por algumas horas e não para uma longa vida útil. O problema é que os prazos de validade mais longos estão se tornando necessários, especialmente devido às diferentes formas de compra da carne. Isso inclui serviços de refeições, serviços de entrega e quando os consumidores fazem uma compra de carne bovina – uma vez por semana ou algumas vezes por semana. Com as mudanças na forma como os consumidores obtêm seus mantimentos, os preços aumentam para manter a carne segura e saudável. A sustentabilidade vai se tornar mais importante com o passar do tempo. As empresas estão sendo solicitadas a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, capturar carbono e reduzir as emissões. As empresas do setor de carne bovina estão sendo pressionadas a fornecer documentação das práticas de produção e mais auditorias e verificações de terceiros. Todos os custos de documentação somam-se a custos de produção mais elevados. De acordo com o relatório do Rabobank, os especialistas concordam em uma coisa no setor de transporte. Há muitas peças quebradas sem conserto fácil. Toda a rede de frete marítimo, ferroviário e rodoviário precisa ser consertada para modernizar o sistema. O setor de caminhões foi reduzido em 30% devido à pandemia. Há uma escassez de 61.500 motoristas de longa distância. Mas os problemas não param por aí. O Rabobank diz que existem três questões críticas na indústria de carne bovina em um mundo pós-COVID. O maior deles é que cada um dos desafios significa aumento de custos. A segunda questão é que o sistema deve permanecer operacional. Se não houver comida no supermercado, não haverá lucros. O terceiro desafio é que os custos crescentes dentro da cadeia de fornecimento de carne bovina reduzem o spread de preços entre carne bovina e os produtos alternativos, aumentando o risco de competição de proteínas alternativas.
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Com alta de 17% nas exportações, balança comercial do Paraná fecha positiva em 2021
Nas exportações, a liderança dos produtos foi de soja em grãos (US$ 4,6 bilhões), seguida de carne de frango in natura (US$ 2,7 bilhões), farelo de soja (US$ 1,3 bilhões), açúcar (US$ 842 milhões), madeira compensada (US$ 803 milhões), celulose (US$ 610 milhões), papel (US$ 591 milhões) e automóveis (US$ 549 milhões)
As exportações cresceram 17% em 2021 no Paraná. Foram transportados US$ 19 bilhões em produtos para o mercado externo, contra US$ 16,2 bilhões em 2020. No caminho inverso, as importações aumentaram 42% (de US$ 11,8 bilhões para US$ 16,9 bilhões). Com isso, a balança comercial fechou o ano passado de maneira positiva, com saldo de US$ 3,1 bilhões. Os dados constam em um levantamento do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), construído a partir da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia. Nas exportações, a liderança dos produtos foi de soja em grãos (US$ 4,6 bilhões), seguida de carne de frango in natura (US$ 2,7 bilhões), farelo de soja (US$ 1,3 bilhões), açúcar (US$ 842 milhões), madeira compensada (US$ 803 milhões), celulose (US$ 610 milhões), papel (US$ 591 milhões) e automóveis (US$ 549 milhões). Soja representa 24% da pauta estadual e o mercado de frango, 14,6%, com crescimento de 0,7 pontos percentuais em relação a 2020. Os maiores ganhos proporcionais na exportação em relação ao ano da chegada da pandemia foram em derivados de petróleo (186%), máquinas e aparelhos de terraplanagem (108%), madeira compensada (86%), móveis e mobiliário médico-cirúrgico (79,9%), painéis de fibras ou de partículas de madeira (79,2%) e autopeças (60,9%). A única variação negativa foi no comércio de café solúvel (-11%). No caminho da importação, adubos e fertilizantes (US$ 1,9 bilhão), produtos químicos e orgânicos (US$ 1,2 bilhão), óleos e combustíveis (US$ 1,1 bilhão) e autopeças (US$ 1,09 bilhão) lideraram os indicadores absolutos. Proporcionalmente, os maiores aumentos entre 2020 e 2021 foram em veículos de carga (161%), cereais (112%), materiais eletrônicos (83%) e adubos e fertilizantes (64%) – esse último agora representa 11% do total importado. Ao longo de 2021 o Paraná negociou seus produtos com mais de 200 países. O principal parceiro comercial segue sendo a China, com US$ 5,4 bilhões no sentido exportação. Na sequência estão Estados Unidos (US$ 1,5 bilhão), Argentina (US$ 964 milhões), México (US$ 612 milhões), Holanda (US$ 580 milhões) e Paraguai (US$ 549 milhões). A maiores evoluções proporcionais ocorreram no comércio bilateral com Vietnã (96%), Peru (95%), Chile (85,7%) e México (80,1%) – esse último foi o principal comprador de automóveis do Paraná.
AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS
Colheita da primeira safra de milho avança no Paraná e já chega a mais de 60 mil hectares
Dados são do Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária, da Secretaria da Agricultura e Abastecimento. Documento também aborda fruticultura, soja e trigo e pecuária leiteira e avicultura
Nesta semana, a colheita do milho no Paraná atingiu a mais de 60 mil hectares – 14% da área estimada para a primeira safra 2021/2022, de 437 mil hectares. A expectativa, até o momento, é de que sejam produzidas 2,7 milhões de toneladas. Esse é um dos temas abordados no Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária, divulgado na quinta-feira (03). O documento é preparado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Segundo o boletim, até agora, 39% da área de milho a colher registra boas condições, enquanto 37% das lavouras apresentam condições medianas e 24% têm condições ruins. Quanto à segunda safra de milho 21/2022, já foram plantados 257 mil hectares – 10% dos 2,6 milhões previstos para esta safra. O documento do Deral também traz informações sobre o mercado atual de milho, e os dados mostram que o cenário comercial é favorável para o produto. Em janeiro de 2022, o preço recebido pelo produtor pela saca de 60 kg foi de R$ 88,35. Esse valor representa uma alta de 22% quando comparado a janeiro do ano passado. No mercado internacional, a variação neste mesmo período foi de 14%. O preço aquecido internamente tem influência cambial, que variou positivamente entre janeiro de 2021 e janeiro de 2022, além de uma demanda maior pelas cadeias que consomem o cereal no Estado. A safra de soja paranaense teve um avanço na colheita nesta semana e chegou a 11% da área total, estimada em 5,6 milhões de hectares. A produção obtida no campo até agora está abaixo da expectativa inicial e, em algumas regiões, as perdas superam 50%. Das lavouras a colher, 36% têm condição boa, 33% condição mediana e 31% ruim. A análise do Deral mostra que 2022 começou com desafios para a atividade leiteira. Alta nos custos de produção e a estiagem têm sido os maiores gargalos da atividade. O aumento nos preços da soja e do milho, produtos bases da ração para os animais, é uma das razões para a alta nos custos. As exportações brasileiras de carne de frango cresceram 25% em faturamento em 2021. Na quantidade exportada, o aumento chegou a 8,3%. Maior produtor e exportador nacional de carne de frango, o Paraná registrou crescimento de 8,31% no volume exportado e de 21,8% no faturamento. O Estado é responsável por 40,4% do volume total exportado pelo Brasil e 38,3% da receita cambial.
SEAB-PR
Chuvas elevam reservatórios e governo decide reduzir uso de termelétricas
Durante o período seco do ano passado o Brasil chegou a utilizar recursos com custo superior a R$ 2.000/MWh para enfrentar a crise hídrica
Com o aumento do nível dos reservatórios em diversas regiões do país, o governo federal limitou a geração de energia a partir das termelétricas para 10 giga-watts médios (GWmed), incluindo o montante importado. Antes o limite era de 15 GWmed diários. A decisão foi tomada durante reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) na quarta-feira (2). “Diante dos resultados apresentados, considerando a continuidade da recuperação dos armazenamentos de relevantes reservatórios de usinas hidrelétricas, o atendimento aos usos múltiplos da água e as incertezas intrínsecas associadas à evolução da estação chuvosa em 2022, o CMSE manifestou-se pela redução da intensidade das medidas excepcionais para o atendimento à carga e a garantia do atendimento em 2022, cuja aplicação continuará a ser reavaliada periodicamente, em reuniões técnicas”, afirma o Ministério de Minas e Energia em nota. No mesmo encontro, o grupo de trabalho também reduziu o teto de custo de operação do Sistema Interligado Nacional (SNI) dos atuais R$ 1.000/MWh para R$ 600/MWh para os despachos termelétricos e para importação de energia elétrica dos países vizinhos. Durante o período seco do ano passado o Brasil chegou a utilizar recursos com custo superior a R$ 2.000/MWh para enfrentar a crise hídrica. Em nota, a pasta diz que a mudança na política operativa deverá se traduzir em redução dos custos percebidos pelos consumidores de energia elétrica. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste – o principal do país – ocupavam 19,8% da capacidade máxima no início de dezembro. O índice subiu para 26,1% no início de janeiro e alcanço 42,2% no início deste mês.
GAZETA DO POVO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar sobe 0,41%, com exterior negativo e após Copom, mas fica abaixo de R$5,30
O dólar fechou em alta na quinta-feira, com investidores tomando como argumento o cenário externo mais arisco para recomprar a moeda norte-americana depois de a cotação tocar mínimas em mais de quatro meses
O mercado analisou ainda a sinalização do Banco Central emitida na véspera sobre reduzir a velocidade de alta dos juros, o que poderia levar o ciclo de aperto a terminar em patamar mais baixo que o previsto por parte dos analistas --o que, dessa forma, reduziria o retorno potencial oferecido pela divisa brasileira. A taxa de juros embutida em contratos a termo de taxa de câmbio dólar/real com vencimento em um ano caiu a 11,49% ao ano nesta quinta. Ainda que seja um patamar bastante mais elevado que a maioria dos pares emergentes, está abaixo da máxima recente de quase 11,9%. A volatilidade implícita em opções de real de um ano estava em 17,08%, a uma distância da mínima de meados de janeiro, quando ficou aquém de 16%, indicando aumento de percepção de risco em relação ao real. O dólar à vista subiu 0,41%, a 5,2977 reais. A forte queda nas bolsas de valores em Nova York tirou apetite do mercado por risco. Na véspera, foi o Bacen que concentrou as atenções no Brasil, surpreendendo parte do mercado ao telegrafar uma redução no ritmo de altas da Selic em março. A Santander Asset espera que o dólar feche 2022 em 5,60 reais. Mas uma postura do BC contra a inflação poderia abrir espaço para que um esperado ajuste no desalinhamento da taxa de câmbio ocorresse via taxa nominal, o que significaria queda do dólar. "Se as coisas aqui ficarem menos conturbadas, ambiente político mais calmo, e o novo governo mantiver a racionalidade em termos de política econômica, então o câmbio de equilíbrio vai ficar abaixo de 5 reais", disse Emerson Marçal, coordenador do Centro de Macroeconomia Aplicada da Escola de Economia de São Paulo da FGV (FGV-EESP). Em relatório global sobre estratégias de investimento, o UBS BB, demonstrou ainda alguma cautela com o câmbio. "Recomendamos que as classes globais de ativos não sejam protegidas pela moeda, pois a exposição à divisa estrangeira aumenta a diversificação e protege o investidor contra um enfraquecimento do real brasileiro", disseram Ronaldo Patah e Alejo Czerwonko no documento.
Reuters
Ibovespa tem queda contida após Meta derrubar bolsas em NY
O principal índice da bolsa brasileira registrou um leve recuo nesta quinta-feira, resistindo parcialmente à liquidação das ações de tecnologia e ao consequente tombo das bolsas norte-americanas causado por projeções abaixo do esperado divulgadas pela Meta, dona do Facebook
A alta de ações de setores mais defensivos, como financeiro e de energia, e o efeito positivo da indicação de desaceleração no ritmo de alta de juros pelo Banco Central em alguns papéis ajudaram o índice local a limitar as perdas. De acordo com dados preliminares, o Ibovespa caiu 0,26%, a 111.598,24 pontos. O volume financeiro da sessão foi de 22,1 bilhões de reais.
Reuters
Expansão de serviços no Brasil perde força em janeiro
O setor de serviços do Brasil iniciou 2022 em crescimento, mas a escalada da pandemia com a variante Ômicron do coronavírus afetou a atividade, que em janeiro registrou a expansão mais fraca em oito meses, segundo a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada na quinta-feira
O PMI de serviços brasileiro recuou a 52,8, de 53,6 em dezembro. Mesmo em queda, o índice seguiu pelo oitavo mês acima da marca de 50, que separa crescimento de contração, de acordo com a IHS Markit. Embora os ganhos tenham sido associados à retomada de eventos que haviam sido adiados, à maior procura de clientes e à melhora do turismo, os empresários citaram a falta de investimentos e a piora da pandemia como fatores negativos. "É encorajador ver que o crescimento do setor de serviços no Brasil se sustentou no início do ano, apesar da intensificação da pandemia", disse a Diretora Associada de Economia da IHS Markit, Pollyanna De Lima. Houve melhora da demanda no primeiro mês do ano, com o nono aumento mensal seguido nos novos negócios, mas a taxa de expansão recuou a uma mínima em oito meses. Os preços de insumos aumentaram em janeiro, com as empresas destacando custos mais elevados de energia, alimentos, combustíveis, remédios, metais, transporte e trabalhistas. Esses aumentos foram associados a escassez de oferta, crise do transporte e depreciação cambial, e os custos adicionais foram repassados aos clientes. A taxa de preços cobrados acelerou em relação a dezembro. O aumento das vendas e projeções de crescimento mantiveram em alta as contratações em serviços, mas no ritmo mais fraco nos oito meses de expansão, compensados por demissões e dificuldades em encontrar mão de obra adequada. Mas ainda assim os fornecedores de serviços esperam que a pandemia recue nos próximos meses, levando a uma retomada da demanda e, consequentemente, da produção. As expectativas de estabilidade de preços e a oferta de novos serviços ajudaram ainda o otimismo a melhorar em relação a dezembro. O setor industrial brasileiro também mostrou perda de força em janeiro e, junto com o desempenho mais fraco de serviços, levou o PMI Composto do Brasil à mínima em oito meses de 50,9 em janeiro, de 52,0 em dezembro.
principais exportadores Índia e Tailândia, disse a FAO.
Reuters
Preços de alimentos sobem em janeiro puxados por óleos vegetais, diz FAO
Os preços mundiais dos alimentos subiram em janeiro e permaneceram perto das máximas de 10 anos, liderados por um salto no índice de óleos vegetais, disse à agência de alimentos da ONU na quinta-feira
O indicador de preços de alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que acompanha as commodities alimentares mais comercializadas globalmente, teve uma média de 135,7 pontos no mês passado, contra 134,1 revisados para cima em dezembro. Esse número foi dado anteriormente como 133,7. Os preços mais altos dos alimentos contribuíram para um aumento mais amplo da inflação à medida que as economias se recuperam da crise do coronavírus, e a FAO alertou que os custos mais altos estão colocando em risco as populações mais pobres em países dependentes de importações. A FAO, com sede em Roma, também elevou sua projeção de produção global de cereais em 2021 para 2,793 bilhões de toneladas, versus estimativa anterior de 2,791 bilhões de toneladas, de acordo com suas perspectivas de oferta e demanda de cereais. A FAO disse que seu índice de óleos vegetais subiu 4,2% mês a mês em janeiro para atingir níveis recordes, devido à redução das disponibilidades de exportação e outras restrições do lado da oferta, especialmente escassez de mão de obra e clima desfavorável. "Há uma preocupação de que os impactos dessas restrições não diminuam rapidamente", disse Boubaker Ben-Belhassen, Chefe da Divisão de Mercados e Comércio da FAO, em comunicado. O índice de preços de lácteos da FAO aumentou 2,4%, seu quinto aumento mensal consecutivo, com os ganhos mais acentuados registrados pelo leite em pó desnatado e manteiga. O índice de preços dos cereais subiu apenas 0,1%, com o milho registrando um ganho de 3,8% no mês, estimulado por preocupações com as condições persistentes de seca na América do Sul, disse a FAO. Por outro lado, os preços mundiais do trigo caíram 3,1% devido às grandes colheitas na Austrália e na Argentina. Os preços da carne subiram em janeiro, enquanto o açúcar teve queda de 3,1% em relação ao mês anterior devido, em parte, às perspectivas favoráveis de produção nos principais exportadores Índia e Tailândia, disse a FAO.
Reuters
Desvalorizações de grãos e pecuária pressionam IPPA/Cepea no último trimestre de 2021
No último trimestre de 2021 o IPPA/Cepea (Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários) recuou 1,1%, em termos reais, frente ao trimestre imediatamente anterior
Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, esse cenário esteve atrelado às quedas observadas para o IPPA-Grãos e para o IPPA-Pecuária, de 2,9% e de 5,6%, respectivamente. No caso do IPPA-Grãos/Cepea, a baixa se deve às desvalorizações registradas para o arroz (-11,5%), milho (-9,8%) e soja (-1,4%), também entre o terceiro e o quarto trimestres de 2021. Quanto ao IPPA-Pecuária/Cepea, as quedas nos preços da arroba bovina (-5,8%), do frango (-7,2%), do leite (-6,6%) e dos ovos (-6,4%) que influenciaram o resultado. Por outro lado, o IPPA-Hortifrutícolas/Cepea avançou 8,8% entre o terceiro e o quarto trimestres de 2021, reflexo das fortes altas registradas para a batata (21,7%), tomate (19,4%), banana (7,9%) e uva (35,6%). O IPPA-Cana e Café/Cepea, por sua vez, avançou 13,3%, impulsionado sobretudo pela valorização do café (31,3%), já que o aumento na cana ocorreu em menor intensidade (7,0%). 2021 x 2020 – De janeiro a dezembro de 2021, o IPPA/Cepea avançou 4,5% em comparação a 2020. Neste caso, o resultado esteve atrelado aos aumentos observados para o IPPA-Grãos/Cepea, de expressivos 10,0%, e para o IPPA-Cana e Café/Cepea, de fortes 14,1%. Ressalta-se que, no grupo de grãos, o Índice foi impulsionado pelas significativas valorizações do algodão (27,2%), do milho (16,9%) e da soja (8,0%) no ano passado. No caso do segundo grupo, o café foi o maior responsável pelo avanço do índice, já que o preço do produto subiu mais de 30% em 2021 frente a 2020. Já o IPPA-Pecuária/Cepea recuou 3% de 2020 para 2021 e o IPPA-Hortifrutícolas/Cepea, fortes 18%.
Cepea
Geração de empregos na agropecuária em 2021 foi a maior em dez anos
Saldo foi de 140,9 mil novos postos de trabalho, segundo cálculos da CNA feitos com base em informações do Caged. O campo respondeu por 5,2% do total de vagas abertas no Brasil (2,7 milhões) no ano passado
A agropecuária gerou 140,9 mil novos postos de trabalho no país em 2021, o maior saldo de vagas do setor desde 2011, segundo cálculos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) feitos com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Naquele ano, haviam sido criados 85,6 mil empregos com carteira assinada no setor. O saldo de 2021 é quatro vezes superior ao registrado no ano anterior, quando a agropecuária criou 36,6 mil vagas formais de emprego. Com o resultado, o campo respondeu por 5,2% do total de vagas abertas no Brasil (2,7 milhões) no ano passado. A região Sudeste, com 79 mil vagas, liderou a abertura de novos postos de trabalho no setor agropecuário. Depois, pela ordem, ficaram Nordeste (20,7 mil empregos) Centro-Oeste (17,8 mil) Sul (8,8 mil) e Norte (8,1 mil vagas). Entre as atividades agropecuárias, as que mais contribuíram para a geração de novos empregos ao longo de 2021 foram o cultivo de soja (22,2 mil), bovinos para corte (21,6 mil) e a plantação de cana-de-açúcar (8,9 mil). Para a CNA, os resultados poderiam ter sido melhores, mas foram limitados pela pandemia e a lenta recuperação da economia brasileira. "Para 2022, poderemos esperar a criação de mais vagas de emprego, mas talvez em um ritmo um pouco mais lento do que o observado em 2021, que contou com o retorno ao mercado de trabalho de muitas pessoas que perderam seus postos em 2020", diz comunicado técnico da entidade.
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