Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 102|06 de abril de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: arroba em queda refletindo escalas mais confortáveis dos frigoríficos
Na terça-feira, 5 de abril, os frigoríficos e os pecuaristas brasileiros continuaram praticamente ausentes dos balcões de negócios de boiadas gordas, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. A IHS Markit registrou, nesta terça-feira, novos recuos nos preços da arroba bovina nas praças situadas em Minas Gerais e no Mato Grosso do Sul e em São Paulo
Segundo a IHS Markit, as indústrias aproveitaram as boas ofertas de animais terminados das últimas semanas para alongar as suas programações de abate, “que avançam para além de 20 de abril”. Em algumas praças importantes, a pressão de baixa dos frigoríficos vem surtindo efeito. É o caso das regiões pecuárias do interior de São Paulo. De acordo com os analistas da IHS Markit, as quedas recentes nos preços dos animais terminados favorecem, sobretudo, os frigoríficos de menor porte. Essas indústrias menores, diz a consultoria, ainda dependem de uma compra mais efetiva de boiadas para preencher as suas programações de abate. Em Minas Gerais, a ausência de chuvas e o registro de temperaturas altas já começam a esboçar riscos de manutenção dos animais nos pastos. Na terça-feira, a IHS Markit apurou queda nos preços do boi gordo no Triângulo Mineiro (MG), de R$ 315/@ para R$ 310/@, e na região de Belo Horizonte (MG), de R$ 300/@ para R$ 290/@. A consultoria também observou quedas nas cotações da vaca gorda na praça de Campo Grande, MS (de R$ 285/@ para 280/@), e também em Belo Horizonte (de R$ 280/@ para R$ 270/@). No mercado atacadista, os preços dos cortes de carne bovina seguem estáveis, relata a IHS. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 310/@ (à vista) vaca a R$ 285/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 340/@ (prazo) vaca a R$ 300/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 300/@ (à vista) vaca a R$ 280/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 305/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 305/@ (prazo) vaca a R$ 290/@ (prazo); MT-Tangará: boi a R$ 305/@ (prazo) vaca a R$ 291/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 303/@ (à vista) vaca a R$ 290/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 300/@ (à vista) vaca a R$ 285/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 310/@ (prazo) vaca R$ 290/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 340/@ (à vista) vaca a R$ 310/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 291/@ (prazo) vaca a R$ 275/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 296/@ (prazo) vaca a R$ 287/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 270/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 290/@ (à vista) vaca a R$ 270/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 285/@ (à vista) vaca a R$ 275/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 283/@ (à vista) vaca a R$ 264/@ (à vista).
PORTAL DBO
SUÍNOS
Suínos: quedas nas cotações na terça-feira
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF baixou, no mínimo, 2,11% em R$ 93,00/R$ 105,00, enquanto a carcaça especial cedeu, ao menos, 1,28%, custando R$ 7,70 o quilo/R$ 8,10 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (4), foram registradas quedas de 2,28% no Rio Grande do Sul, chegando em R$ 4,71/kg, recuo de 1,28% em Minas Gerais, alcançando R$ 5,39/kg, baixa de 1,28% em Santa Catarina, atingindo R$ 4,61/kg, retração de 0,85% no Paraná, caindo para R$ 4,68/kg, e de 0,19% em São Paulo, fechando em R$ 5,38/kg.
Cepea/Esalq
Crise na suinocultura: produtores do RS podem descartar 15 mil matrizes, diz Acsurs
O cenário de alta no custo de produção e preços baixos pagos aos produtores também afeta setor em São Paulo
O momento ruim das exportações de carne suína no primeiro trimestre se estende à ponta produtora. No Rio Grande do Sul, muitos produtores já abandonaram a atividade e cerca de 15 mil matrizes podem ser descartadas. Em São Paulo, o cenário de crise não é diferente e o prejuízo para o produtor por animal vendido já chega a quase R$ 395. Segundo o Presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, a indústria local indica que as vendas ao consumidor estão acontecendo. O grande problema é o repasse de preços que não está sendo feito pelo produtor. “Há sim produtores saindo da atividade, pequenos e médios, que não conseguem mais suportar a crise e prejuízos. Nós estimamos que o Rio Grande do Sul deve perder em torno de 15 mil matrizes que são descartadas, pois produtores terão que sair da atividade”, diz. O presidente da Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira, também destaca o cenário ruim para o suinocultor, que vem perdendo vantagem entre o custo de produção e o preço de venda. “Entendemos que vai ocorrer um buraco na oferta de suínos, até porque nossas granjas não têm estoque de animais vivos. Assim que melhorar o consumo, com certeza irá prevalecer a lei da oferta e demanda. Com isso, o suinocultor começa a ter um fôlego”, projeta Ferreira.
CANAL RURAL
FRANGOS
Frango: alta no atacado
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave no atacado aumentou 2,95%, chegando em R$ 7,67/kg, enquanto o frango na granja ficou estável, valendo R$ 6,50/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço, enquanto Santa Catarina ficou estável em R$ 4,03/kg, assim como no Paraná, valendo R$5,71/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (4), o valor do frango congelado se manteve fixo em R$ 7,56/kg, enquanto a ave resfriada teve alta de 2,04%, chegando a R$ 8,01/kg.
Cepea/Esalq
Gripe aviária: França notifica mais 142 casos da cepa HPAI e total é de 1.164
O Ministério da Agricultura da França não informou em que região esses animais foram identificados
O Ministério da Agricultura da França confirmou, até segunda-feira, 4, mais 142 casos de uma cepa altamente patogênica de gripe aviária (HPAI), que tem sido responsável por surtos da doença no país. Até o momento são 1.164 casos em plantéis comerciais de aves, 42 casos em animais selvagens e outros 22 casos em galinhas. A pasta não informou em que região esses animais foram identificados. Segundo o ministério, 34 países da Europa são afetados com casos de HPAI que, entre 2020 e 2021, foram responsáveis por mais de 490 notificações em plantéis comerciais da França e geraram o abate de cerca de 3,5 milhões de aves no sudoeste do país. O órgão orienta, como medida de prevenção ao avanço do vírus, o abate de animais dos locais contaminados, a desinfecção da área e o controle da circulação de outras aves da propriedade em zonas definidas como proteção e vigilância.
ESTADÃO CONTEÚDO
INTERNACIONAL
EUA registra queda na produção e no consumo de carne
O declínio da produção de carne bovina e suína pode compensar o aumento da produção de frangos e levar a uma diminuição na produção total de carne em 2022 nos EUA
As últimas previsões do Centro de Informações de Marketing de Pecuária sugerem que a produção total de carne vermelha e aves totalizará 48 bilhões de quilos, uma pequena queda ano a ano. Se realizado, esta seria a primeira diminuição na produção total de carne após sete anos consecutivos de aumento da produção desde 2014. O consumo total de carne per capita em 2022 está previsto em 100 quilos, abaixo de 102 quilos no ano passado. A produção de suínos, frangos e carne bovina representa 94% da produção total de carne nos EUA. A maior parte dos 6% restantes é a produção de perus, juntamente com pequenos totais de vitela, outras aves e produção de ovinos e cordeiros. A produção de carne bovina em 2022 deverá diminuir 2,2%, para 12,4 bilhões de quilos, abaixo do nível recorde de 12,7 bilhões de quilos no ano passado. O consumo de carne bovina deve ser de 26 quilos em 2022, abaixo dos 27 quilos do ano passado. A redução dos estoques de gado de corte resultará em redução no abate de gado este ano e na redução da produção de carne bovina ao longo do ano. As exportações de carne bovina devem diminuir em relação aos níveis recordes de 2021. Os altos preços das rações afetarão todas as indústrias pecuárias e poderão moderar a produção de carne no futuro. Os custos de alimentação aumentaram significativamente em 2021 e aumentarão ainda mais nos próximos meses. A carne bovina será impactada adicionalmente pelas condições de seca e redução da produção de pastagem e feno. A seca pode afetar o momento da produção de carne bovina com a liquidação da seca potencialmente aumentando a produção de carne bovina temporariamente, mas levando a um declínio maior na oferta de carne bovina posteriormente. Os preços de varejo estão altos para todas as carnes. Os preços de varejo relatados em fevereiro aumentaram de 14% a quase 16% ano a ano para carne bovina, suína e de frango. Os preços da carne não devem continuar subindo, mas podem se estabilizar e se manter próximos dos níveis mais altos atuais.
DROVERS
Na Alemanha, consumo de carnes recua de forma contínua nos últimos 5 anos
Os alemães consumiram uma média de 55 quilos de carne no ano passado, o que representa uma queda significativa de 5,5 kg em relação aos dados coletados em 2016
Nesse período, o consumo de carne bovina caiu 0,4 kg, a carne suína teve o maior declínio – 5,7 kg per capita a menos – enquanto as aves tiveram um aumento de 0,7 quilos. A queda no consumo de carnes entre 2020 e 2021 foi de 2,1 quilos, representando uma redução de 1,2 quilos de carne suína, 600 gramas de carne bovina e 200 gramas de carne de aves, segundo o Centro Federal de Informações Agropecuárias (BZL). A queda no consumo vem sendo acompanhada pela redução das importações de carnes, derivados e conservas de suínos e bovinos (-6,8%). As importações de carne de aves permaneceram estáveis. Além disso, o volume de comércio exterior de animais vivos diminuiu novamente em 2021: as importações caíram quase um quinto (19,6%) em todas as espécies animais e as exportações caíram 1%. As tendências do comércio exterior impactam o abate de animais no país: em relação a 2020, foi produzida 2,4% menos carne suína. Para carne bovina e aves, a produção caiu 1,6%. De acordo com dados preliminares, em 2021 o grau de autossuficiência em carne foi de 121%, um aumento de 2,5%. O índice de autossuficiência para suínos foi de 132,4% e 98,2% para bovinos. No caso das aves, 96,7% da demanda interna pode ser atendida pela produção nacional, segundo dados da BZL.
Agrolink
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Arrecadação sobe mais que o PIB e país tem maior carga tributária em 12 anos
Pelos cálculos do Tesouro Nacional, vinculado ao Ministério da Economia, a carga tributária chegou a 33,9% do PIB em 2021
A arrecadação de impostos aumentou mais que a geração de riquezas no Brasil em 2021. O resultado foi um aumento da carga tributária, que chegou ao maior nível em pelo menos 12 anos, segundo dados preliminares divulgados pelo Tesouro Nacional na segunda-feira (4). De acordo com o relatório, a carga tributária brasileira correspondeu a 33,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado, 2,13 pontos porcentuais acima da registrada em 2020. Trata-se da maior proporção desde o início da série histórica do Tesouro, em 2010. Até então, o índice mais alto era de 33,05% do PIB, em 2011. "Esse comportamento foi influenciado pela reversão dos incentivos fiscais instaurados durante a crise da Covid, além de um crescimento econômico em 2021 pautado na retomada de comércio e serviços", diz o Tesouro. A estimativa foi feita a pedido da Controladoria-Geral da União (CGU) e compõe a prestação de contas da Presidência da República. A metodologia segue o Manual de Estatísticas de Finanças Públicas do Fundo Monetário Internacional (FMI). O Tesouro ressalta que os dados são preliminares e que a área responsável pelo "dado oficial" da carga tributária é Receita Federal, que ainda não divulgou seus cálculos relativos a 2021. Conforme o relatório do Tesouro, o aumento do peso dos impostos no ano passado mais que compensou a queda observada em 2020. Naquele ano, o primeiro da pandemia, a carga tributária foi de 31,77% do PIB, a menor da série. De 2010 a 2019, o índice ficou quase sempre acima de 32% do PIB, com exceção de 2014 (31,78%). O documento aponta que a receita tributária da União, estados e municípios foi de aproximadamente R$ 2,942 trilhões em 2021, o que corresponde a uma alta nominal (sem considerar a inflação) de 24% sobre o ano anterior. Enquanto isso, o PIB subiu 16,2% em termos nominais, chegando a cerca de R$ 8,679 trilhões.
Brasil (AEB), José Augusto de Castro.
GAZETA DO POVO
Como a guerra na Ucrânia e a queda do dólar afetam a indústria brasileira
A guerra na Ucrânia está tendo mais reflexos na indústria do que a valorização do real frente ao dólar. E o impacto, segundo o gerente executivo de economia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Mário Sérgio Telles, é duplo: de um lado há os efeitos econômicos causados pela alta nas commodities; do outro, há a pressão nas fábricas causadas pelo aumento dos custos industriais
As commodities aumentaram, em média 50,15%, nos últimos 12 meses, segundo a Bloomberg. “Isto tem contribuído para aumentar as expectativas de inflação aqui no Brasil e ao aumento nas taxas de juro. As consequências são o desaquecimento da atividade econômica e o aumento nos custos de financiamento”, diz Telles. Os custos industriais subiram 20,05% nos 12 meses encerrados em fevereiro, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O fornecimento de insumos, cuja expectativa de regularização era esperada para o segundo semestre, também deve ser afetada pela guerra. Dois insumos são os que mais preocupam a indústria. Os microchips tendem a continuar em falta nos próximos meses, já que a Rússia é um importante produtor de minerais usados na fabricação dos semicondutores. E segue em dúvida o fornecimento de insumos para fertilizantes, especialmente os potássicos, que têm os russos e Belarus, principal aliado deles no conflito, como principais exportadores. Com isso, a expectativa é de um crescimento menor na economia mundial. O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que, neste ano, o PIB global vai aumentar 4,9%. “Segmentos mais intensivos em energia estão entre os que mais devem ser afetados”, afirma Telles. Entre eles, estão o siderúrgico, o de máquinas e equipamentos e o de alumínio. O automobilístico deve ser impactado pelo problema dos microchips e o agronegócio, pelos fertilizantes. A valorização do real deve ter impactos mistos sobre a indústria, explica Telles. Do início do ano até esta segunda-feira (4), a taxa de câmbio caiu mais de 17%. “O movimento do real deixa as exportações menos competitivas, mas ajuda a reduzir o impacto [nos custos] causado pela alta nos preços das commodities.” Outra fonte de preocupação que vem do câmbio é a volatilidade. Neste ano, a taxa oscilou entre R$ 4,60 e R$ 5,70. “Isto dificulta muito o planejamento das empresas”, ressalta o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.
GAZETA DO POVO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar tem maior alta em 3 semanas e vai a R$4,6583
O dólar deu um salto na terça-feira, registrando alta superior a 1%, a mais forte em três semanas, com operadores recompondo parte de posições na moeda norte-americana após uma sequência de quedas que levou a cotação ao menor valor em mais de dois anos
O clima externo arisco --ditado por temores de enxugamento de liquidez mais acelerado nos Estados Unidos e por uma atmosfera ainda bélica entre Rússia, Ucrânia e Ocidente-- serviu de argumento para compras de dólares que deixaram o real entre as moedas de pior desempenho no dia. Discussões continuadas sobre eventuais aumentos de salários de servidores públicos no Brasil reforçaram o viés conservador dos negócios. O dólar à vista subiu 1,10%, a 4,6583 reais na venda. É a maior alta percentual diária desde o último 14 de março (+1,31%). A alta ocorreu depois de na véspera a divisa fechar a 4,6075 reais, menor cotação desde 4 de março de 2020. O Fed (banco central dos EUA) divulgará na quarta-feira a ata de sua última reunião de política monetária --ocorrida em março, quando elevou os juros pela primeira vez desde 2018--, o que pode impactar diretamente as cotações por aqui. O dólar cai 16,42% ante o real em 2022. Uma combinação de ajuste para cima nos juros locais, exclusão de cenários extremos para as eleições presidenciais de outubro e forte aumento dos termos de troca na esteira da guerra na Ucrânia tem impulsionado a divisa brasileira.
reuters
Ibovespa cai 2% com Fed e guerra na Ucrânia
O principal índice da bolsa brasileira caiu forte na terça-feira, acompanhando Wall Street com temores de um aperto monetário mais agressivo pelo banco central norte-americano, após falas de membro da instituição, e com a perspectivas de novas sanções à Rússia devido à guerra na Ucrânia
Ações do setor financeiro e Vale foram destaques de baixa. Telefônica Brasil e Multiplan ficaram como principais contribuições positivas. Segundo dados preliminares, o Ibovespa caiu 2,04%, a 118.800,53 a pontos, o que seria a maior queda desde 7 de março. O volume financeiro da sessão foi de 26,4 bilhões de reais.
Reuters
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