Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 104|08 de abril de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Polícia descobre no Paraná entrada ilegal de 5,7 mil bois da Argentina
11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em cidades do Paraná e Santa Catarina, na quinta-feira (7); contrabando de gado pode ameaçar à pecuária por conta do risco de doença
A Polícia Federal deflagrou na manhã da quinta-feira (7) a “Operação Boi Viajando” para conter o contrabando de gado vindo da Argentina. Estima-se que, por meio de propriedades na divisa entre os dois países, cinco criadores de gado tenham introduzidos ilegalmente no mercado do Brasil cerca de 5,7 mil bovinos, avaliados em R$ 14,2 milhões, para cidade do Paraná. Cerca de 50 policiais federais cumpriram 11 mandados de busca e apreensão nas cidades de Dionísio Cerqueira (SC), Barracão (PR), Bom Jesus do Sul (PR) e Santo Antônio do Sudoeste (PR). As medidas judiciais foram expedidas pela Justiça Federal de Foz do Iguaçu (PR). Apesar do cumprimento na cidade do Estremo-Oeste catarinense, os bovinos foram encontrados apenas no Paraná. “Hoje apreendemos documentos e encontramos uma grande quantidade de vinhos em um dos locais. Agora vamos analisar esses documentos para dar continuidade na investigação que tramita na Justiça Federal de Foz do Iguaçu”, relatou o delegado da Polícia Federal, Márcio Anater. Segundo a investigação, que durou quase dois anos, os contrabandistas trabalhavam em áreas na fronteira entre o Brasil e a Argentina, o que teria dificultado descoberta dos crimes por parte da polícia. O grupo criou um sistema que simulava a aquisição de gado de outras regiões do Paraná, como se viessem para as suas propriedades e com isso, poderiam expedir o Guia de Trânsito Animal para a mesma quantidade de animais que importavam ilegalmente. “Aquele que acreditamos ser o chefe desse grupo que visitamos hoje movimentou 4,5 mil cabeças de bovinos neste período”, revelou o delegado. Outra situação constatada pela Polícia Federal era a simulação de nascimentos. Em uma das propriedades o criador chegou a declarar que em apenas dois meses nasceram 50 bezerros, porém nenhum deles era fêmea, enquanto nos quatro anos anteriores, embora o rebanho ter aproximadamente 50% de vacas, não havia ocorrido nenhum nascimento. Os crimes investigados são de contrabando, associação criminosa, falsidade ideológica e infração de medida sanitária preventiva, com penas máximas que somam 18 anos de reclusão. A entrada clandestina de bovinos no país causa grave risco de introdução de doenças como a febre aftosa, já que o Paraná e Santa Catarina são Estados “livres de aftosa sem vacinação”, enquanto a Argentina é considerada “livre de aftosa com vacinação”. Como a febre aftosa é uma doença com alto risco sanitário e gera um enorme impacto econômico, alguns países só compram carnes de áreas livres da doença sem vacinação — onde não existe circulação do vírus e, consequentemente, o controle sanitário é mais rígido. Um dos investigados pelo contrabando de gado também é suspeito do crime de descaminho de vinhos na Operação Formiga III. Nesta quarta-feira, aproveitando a ação, os policiais também cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do homem. O suspeito, segundo a polícia, construiu uma “empresa fantasma” em Salgado Filho (PR) para emissão de notas fiscais ideologicamente falsas, com o objetivo de acobertar remessas de vinhos argentinos descaminhados. Ele já possui diversas condenações por contrabando e descaminho praticados na região. “Os prejuízos causados à Fazenda Nacional com a sonegação de impostos são imensuráveis, uma vez que eram feitas falsas declarações nas notas fiscais emitidas. Nos documentos fiscais constava se tratar de vinho colonial, mas que, em verdade, eram remessas de vinhos argentinos, objeto de descaminho”, afirmou a Polícia Federal em nota.
“A pressão de baixa perdura e novas quedas não estão descartadas para os próximos dias”, diz a Scot consultoria
Na quinta-feira, a consultoria IHS Markit apurou forte queda de R$ 10/@ nos preços dos animais terminados negociados na região de Cacoal, em Rondônia – a arroba do boi gordo recuou de R$ 285/@ para R$ 275/@, enquanto a cotação da vaca gorda atingiu R$ 265/@, ante os R$ 275/@ apurados no dia anterior
A IHS Markit também observou recuo nos preços da vaca gorda na região de Colíder/Sinop, no Mato Grosso, que caíram de R$ 280/@ para R$ 275/@. “Essas reduções seguem fundamentadas no surgimento de maiores ofertas de boiada gorda”, justifica a IHS. Depois de registrar quedas diárias consecutivas, os preços do boi gordo no mercado paulista ficaram estáveis na quinta-feira, 7 de abril. Pelo levantamento da Scot Consultoria, o macho terminado permanece valendo R$322/@ em São Paulo, enquanto a novilha gorda está cotada em R$ 317/@ (valores brutos, a prazo). Por sua vez, a cotação da vaca gorda sofreu queda de R$ 3/@ nesta quinta-feira, no mercado paulista, fechando o dia valendo R$ 282/@ (preço bruto e a prazo). Para o macho com padrão exportação, o ágio atual é de até R$ 8/@ (em relação ao animal comum), de acordo com a Scot. Segundo a consultoria, as escalas de abate seguem confortáveis das indústrias de carne presentes no Estado de São Paulo, o que abre caminho para novas tentativas de redução nos preços da arroba. “A apesar dos recuos registrados ao longo dos últimos dias, os frigoríficos continuam pressionando os preços da arroba, com ofertas de compra abaixo das máximas vigentes”, reforça a IHS. Nas outras diversas praças brasileiras, os preços da boiada gorda permaneceram estáveis na quinta-feira. No mercado atacado, a lentidão na comercialização ainda prevalece, uma vez que distribuidores e varejistas tentam especular valores mais baixos pelos cortes de carne bovina, informa a IHS. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 310/@ (à vista) vaca a R$ 285/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 340/@ (prazo) vaca a R$ 300/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 300/@ (à vista) vaca a R$ 280/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 305/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 300/@ (prazo) vaca a R$ 285/@ (prazo); MT-Tangará: boi a R$ 301/@ (prazo) vaca a R$ 286/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 300/@ (à vista) vaca a R$ 285/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 295/@ (à vista) vaca a R$ 275/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 300/@ (prazo) vaca R$ 280/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 340/@ (à vista) vaca a R$ 310/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 291/@ (prazo) vaca a R$ 275/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 296/@ (prazo) vaca a R$ 287/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 287/@ (prazo) vaca a R$ 270/@ (prazo); TO-Gurupi:
boi a R$ 285/@ (à vista) vaca a R$ 270/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 275/@ (à vista) vaca a R$ 2765/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 283/@ (à vista) vaca a R$ 264/@ (à vista).
PORTAL DBO
Boi/Cepea: Boa performance de exportações mantém preço interno elevado
Os embarques de carne bovina in natura registraram desempenho recorde para o mês de março, cenário que seguiu sustentando as cotações do animal para abate
Em março, foram exportadas 169,41 mil toneladas do produto in natura, um recorde para o mês, com avanços de 6,48% frente ao mês anterior e de 26,6% em relação ao mesmo mês de 2021, segundo dados da Secex. Quanto ao Indicador CEPEA/B3 (mercado paulista), atingiu, no dia 24 de março, a máxima nominal da série histórica do Cepea, iniciada em 1994, de R$ 352,05. Neste início de abril, os valores seguem firmes: a elevação do Indicador CEPEA/B3 entre 31 de março e 6 de abril foi de 4,16%, a R$ 336,70.
Cepea
SUÍNOS
Suínos: pequenas variações nos preços
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 93,00/R$ 105,00, assim como a carcaça especial, custando R$ 7,70 o quilo/R$ 8,10 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (6), houve aumento somente em São Paulo, na ordem de 0,56%, chegando em R$ 5,37/kg. Foi registrada queda de 0,63% no Rio Grande do Sul, alcançando R$ 4,73/kg, e de 0,22% em Santa Catarina, atingindo R$ 4,73/kg. Os preços ficaram estáveis em Minas Gerais e no Paraná, custando, respectivamente, R$ 5,27/kg e R$ 4,55/kg. Na quinta-feira (7) o mercado da suinocultura independente registrou preços em diferentes direções, com destaque para altas nos preços em São Paulo e Santa Catarina.
Cepea/Esalq
Suinocultura independente: preços sobem em SP e SC e caem no Paraná
O enxugamento da produção tem mexido com o mercado. Na quinta-feira (7) o mercado da suinocultura independente registrou altas nos preços em São Paulo e Santa Catarina
No Paraná, considerando a média semanal (entre os dias 31/03/2022 a 06/04/2022), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 3,79%, fechando a semana em R$ 4,99/kg. "Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente queda, podendo ser cotado a R$ 4,65/kg", informou o Lapesui. Em São Paulo, de acordo com informações da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), houve alta, com o preço do animal vivo passando de R$ 5,97/kg vivo para R$ 6,13/kg vivo. Os suinocultores catarinenses também viram o preço avançar na quinta-feira (7), saindo de R$ 5,15/kg vivo para R$ 5,27/kg. O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio de Lorenzi, pontua que haja uma especulação por parte de grandes empresas voltando a procurar suínos para comprar, mexendo com o mercado e traz uma perspectiva um pouco melhor. No mercado mineiro, o preço ficou estável em R$ 5,80/kg vivo para R$ 5,50/kg, com acordo entre suinocultores e frigoríficos, conforme com informações da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg).
AGROLINK
Suínos/Cepea: Apesar de queda no fim do mês, média de março avança
Em março, os valores médios mensais do suíno vivo e da carne superaram os de fevereiro, de acordo com dados do Cepea. Esse cenário foi observado apesar das baixas registradas na segunda metade do período
Dentre as regiões acompanhadas pelo Cepea, as valorizações mais intensas de fevereiro para março foram registradas em Rondonópolis (MT) e em São José do Rio Preto (SP). Na praça paulista, o animal foi negociado à média de R$ 5,94/kg em março, 10,9% acima da observada em fevereiro. Na região mato-grossense, o valor pago ao produtor independente pelo animal teve média de R$ 4,81/kg, alta de 11,3% no mesmo comparativo. Pesquisadores do Cepea afirmam que, no início do mês, a menor oferta de animais em peso ideal para abate e o aquecimento na procura elevaram os valores pagos por novos lotes e também pela proteína. Já na segunda parte do mês, os preços do vivo e da carne recuaram de forma intensa, influenciados pela menor demanda doméstica.
Cepea
FRANGOS
Frango: ave congelada e a resfriada sobem
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave no atacado subiu 0,39%, chegando em R$ 7,70/kg, enquanto o frango na granja ficou estável, valendo R$ 6,50/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço, enquanto Santa Catarina ficou estável em R$ 4,03/kg, assim como no Paraná, valendo R$5,71/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (6), a ave congelada teve ganho de 1,19%, alcançando R$ 7,65/kg, enquanto o frango resfriado aumentou 1,25%, fechando em R$ 8,11/kg.
Cepea/Esalq
ABPA: Exportações de carne de frango crescem 5,7% em março
Volume exportado neste ano no primeiro tri é 10,2% maior que em 2021
As exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 418,8 mil toneladas em março, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número é 5,7% superior ao volume embarcado no terceiro mês de 2021, com 396 mil toneladas. A receita das exportações de março alcançou US$ 771,1 milhões, número 27,8% maior que o resultado registrado no mesmo período do ano passado, de US$ 603,6 milhões. No trimestre, as exportações de carne de frango alcançaram 1,142 milhão de toneladas, número 10,2% maior que o registrado nos três primeiros meses de 2021, com 1,036 milhão de toneladas. Em receita, as vendas do trimestre acumularam US$ 2,051 bilhões no período, número 31,5% maior que o *mesmo período de 2021, com US$ 1,559 bilhão. “O setor brasileiro está reforçando a presença internacional este ano, frente ao quadro favorável às importações no mercado global, que sofre os efeitos dos diversos focos de Influenza Aviária entre os grandes produtores e exportadores. Neste contexto, o fato de nunca ter registrado a enfermidade em seu território se transforma em vantagem competitiva para o Brasil, que tem utilizado o bom fluxo das exportações para compensar as perdas geradas pelas altas históricas nos custos de produção”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin. Entre os destinos de importação, a China volta à liderança das vendas mensais do setor, com importações de 60,3 mil toneladas em março, volume 8,4% superior ao registrado no terceiro mês de 2021, com 55,6 mil toneladas. Na sequência dos principais destinos estão o Japão (2° lugar) com 39,1 mil toneladas (+10,6%); Emirados Árabes Unidos (3° lugar), com 36,1 mil toneladas (+59,6%), África do Sul (4° lugar), com 33,3 mil toneladas (+11,3%) e México (5° lugar), com 29,2 mil toneladas (+301,9%).
ABPA
CARNES
China suspende embarques por uma semana de três frigoríficos Brasileiros
A Administração Geral da Alfândega da China (GACC em Inglês), suspendeu os embarques de três plantas frigoríficas do Brasil, sendo duas delas de carne bovina e uma de frango, conforme divulgado no comunicado na quinta-feira (07)
A suspensão deve durar por uma semana e entra em vigor a partir desta sexta-feira (08), mas a China não informou o motivo dessa suspensão. Conforme as informações da Reuters, uma unidade suspensa pertence a JBS (SIF 4507), que está localizada em Mozarlândia no estado de Goiás e atua na produção de carne bovina. A segunda é a unidade frigorífica de carne bovina da Marfrig (SIF 1751) em Tangará da Serrá, que fica em Mato Grosso e a terceira é a indústria Zanchetta Alimentos (SIF 2758) responsável pela produção de frango, que está situada em Boituva no estado de São Paulo. Em março, a China anunciou a suspensão por tempo indeterminado das importações de carne bovina da unidade da JBS em Mozarlândia, em Goiás. Com o aumento dos casos de covid-19 no país asiático, as restrições às importações estão mais rigorosas e o país segue testando todas as cargas para ver se têm traços do coronavírus.
REUTERS
INTERNACIONAL
Carne bovina: EUA elevam em 5% as exportações no mês de fevereiro
Os dados do USDA/USMEF também apontam crescimento na receita com as vendas externas de carne vermelha norte-americana no primeiro bimestre de 2022
As exportações norte-americanas de carne bovina continuaram em ritmo acelerado em fevereiro/22, enquanto os embarques de carne suína registraram queda em relação ao mês anterior, conforme relatório divulgado na quinta-feira (7/4) pelo portal porkbusiness.com, com base em dados computados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e compilados pela Federação de Exportação de Carne dos Estados Unidos (USMEF, na sigla em inglês). Segundo a entidade representante das indústrias exportadoras dos EUA, os números do primeiro bimestre deste ano mostram um crescimento no valor das exportações de carne bovina nos principais mercados asiáticos e também latino-americanos, enquanto os embarques de carne suína tiveram um declínio contínuo nos mercados da China/Hong Kong. “Raramente vimos tantas forças externas criando obstáculos para as exportações de carne dos EUA e tanta incerteza no mercado global”, disse o presidente e CEO da USMEF, Dan Halstrom, que acrescentou. “No entanto, a demanda do consumidor por carne bovina, suína e ovina de alta qualidade provou ser resiliente, e a USMEF vê oportunidades de crescimento adicional em mercados estabelecidos e emergentes”. Em fevereiro/22, as exportações de carne bovina dos EUA totalizaram 108.501 toneladas, um avanço de 5% sobre igual mês de 2021. No acumulado dos dois primeiros meses de 2002, os embarques norte-americanos da proteína vermelha cresceram 9% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto a receita aumentou 46%, para US$ 1,93 bilhão. “O crescimento amplo tornou-se um tema recorrente para as exportações de carne bovina dos EUA, já que a demanda internacional nunca foi tão alta e a oferta global continua apertada”, justificou Halstrom. As exportações norte-americanas de carne suína sofreram revés nos primeiros dois meses de 2022, devido aos desafios logísticos e às ofertas de preços mais baixos dos concorrentes, disse a USMEF. Assim como os EUA, outros fornecedores estão enviando volumes significativamente menores de carne suína para a China/Hong Kong, o que empurrou mais produtos para outros mercados a preços reduzidos, disse a entidade. O valor das exportações de carne suína caiu 14% em fevereiro, para US$ 541,3 milhões, enquanto o volume teve baixa de 17%, para 198.539 toneladas. No acumulado do primeiro bimestre, os embarques de carne suína caíram 17% em volume (407.347 mil toneladas) e 14% em valor (US$ 1,1 bilhão). “Os preços do suíno europeu subiram acentuadamente em março/22, com alta de 35% em relação a fevereiro/22”, explicou Halstrom. “Embora isso tenha chegado tarde demais para impactar nossos resultados de exportação de fevereiro, pode levar a condições de mercado mais favoráveis no futuro”, acrescentou.
USDA/USMEF
Americanos enfrentam gripe aviária de 'proporções catastróficas'
Surto da doença é o maior nos EUA em sete anos; disseminação do vírus tem aumentado preços de frango, peru e ovos
Os preços de frango, peru e ovos têm subido nos supermercados dos Estados Unidos, e as altas podem ser ainda mais fortes por causa de um novo vírus. A doença da vez não é a covid-19, mas uma gripe aviária altamente contagiosa que está se espalhando pelas fazendas de aves, principalmente no Meio-Oeste. “Um surto de gripe aviária nos EUA está elevando os preços dos ovos e ameaça aumentar o preço de outros produtos de aves nos próximos meses" , diz reportagem do jornal “The Wall Street Journal” , que informa que a mortalidade das aves alcança "proporções catastróficas”. Segundo o Departamento de Agricultura do país (USDA, o vírus é transmitido por aves aquáticas selvagens, como patos, gansos e cisnes. A propagação da gripe aviária forçou grandes empresas avícolas a destruírem mais de 11 milhões de galinhas poedeiras e 2 milhões de perus, o que aumentou em 52% o preço dos ovos. O surto da doença, o pior registrado nos EUA em sete anos, está afetando granjas avícolas da Tyson Foods e Hormel Foods. As autoridades já identificaram focos em 24 estados americanos. A situação é mais preocupante em Minnesota, Maryland, Dakota do Sul, Wisconsin, Nebraska e Iowa. Autoridades já encontraram focos da doença em 24 Estados americanos.
VALOR ECONÔMICO
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
PF cumpre mandados no Paraná contra contrabando de gado da Argentina
Estima-se que tenham sido introduzidos ilegalmente no país mais de 5 mil bovinos
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (7) a Operação Boi Viajante, com foco no contrabando de gado proveniente da Argentina. Estima-se que, por meio de propriedades na divisa entre Brasil e Argentina, tenham sido introduzidos ilegalmente no Brasil cerca de 5,7 mil bovinos, com valor comercial avaliado em mais de R$ 14 milhões. Com apoio da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), cerca de 50 policiais federais cumprem 11 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal em Foz do Iguaçu, no município de Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina, e nas cidades paranaenses de Barracão, Bom Jesus do Sul e Santo Antônio do Sudoeste. As investigações da PF duraram 20 meses. Os delitos investigados, previstos no Código Penal, são de contrabando, associação criminosa, falsidade ideológica e infração de medida sanitária preventiva, cujas penas máximas somam 18 anos de reclusão. A PF lembra que a introdução clandestina de bovinos no país gera grave risco da chegada de doenças como a febre aftosa, já que o Paraná e Santa Catarina são estados “livres de aftosa sem vacinação”, enquanto a Argentina é considerada “livre de aftosa com vacinação”.
GAZETA DO POVO
PGR diz que ICMS de energia e comunicação está abusivo e vai ao STF contra leis paranaenses
Uma das principais fontes de arrecadação dos estados brasileiros, o ICMS sobre energia elétrica e serviços de comunicação entrou na mira da Procuradoria Geral da República (PGR)
A PGR protocolou 25 ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs) no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar derrubar leis estaduais no país que definiram “alíquotas abusivas”, no argumento do procurador-geral da República, Augusto Aras. Entre elas, está a ADI 7110, protocolada no último dia 25, e que questiona alíquotas praticadas no Paraná. Aras alega que o Paraná fixou a alíquota do ICMS incidente sobre energia e serviços de comunicação em percentual acima da “alíquota geral”, o que contraria o chamado “princípio da seletividade”, previsto na Constituição Federal, e que determina “a incidência de alíquotas mais baixas sobre os produtos/serviços considerados essenciais à subsistência digna dos cidadãos”. A alíquota geral do ICMS no Paraná foi fixada em 18%, mas a legislação estadual (lei 11.580/1996, com a redação dada pelas leis 16.016/2008 e 20.554/2021), fixou a alíquota do ICMS incidente sobre energia elétrica e sobre serviços de comunicação em 29%. A alíquota do tributo incidente sobre energia elétrica destinada à eletrificação rural foi definida no patamar de 25%. E, para operações internas destinadas a consumidor final com energia elétrica e com serviços de comunicação, a alíquota do imposto ficou estabelecida em 27%. Na petição inicial levada por Aras ao STF, ele escreve que “sendo a energia elétrica e serviços de telecomunicações produtos essenciais e indispensáveis, não podem ser tributados com alíquota equivalente aos produtos supérfluos”. “Tem sido muito comentada nos meios de comunicação a crise de energia elétrica que fez com que o preço da tarifa aumentasse em todo o país. A incidência do ICMS sobre serviços de energia elétrica em percentual elevado agrava sobremaneira tal situação, principalmente para os consumidores mais pobres”, diz o procurador-geral da República.
GAZETA DO POVO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar segue em alta e fecha a R$4,7407 com força global da moeda
O dólar subiu pelo terceiro pregão consecutivo na quinta-feira, o que não acontecia há três semanas, e a moeda chegou a superar 4,77 reais na cotação máxima do pregão, à medida que operadores repercutiram novo dia de fortalecimento global da divisa norte-americana por expectativas de aperto mais intenso dos juros nos EUA
O dólar à vista avançou 0,55%, a 4,7407 reais na venda. Assim, renovou a máxima de fechamento desde 31 de março (4,7628 reais). No rali de três dias, a cotação acumulou ganho de 2,89%. É a maior alta considerando uma série de três sessões desde 19 de julho de 2021 (+3,22%). O real amargou o terceiro pior desempenho entre as principais moedas na quinta. Desde segunda-feira --quando o dólar caiu ao menor valor em dois anos no Brasil--, a divisa está entre os destaques negativos no mundo emergente, junto com peso chileno. O rublo russo lidera a outra ponta, com ganho em torno de 5%. A demanda mais forte por dólares nesta semana está relacionada sobretudo à reprecificação para os rumos da política monetária nos EUA. Após falas de algumas autoridades do Fed e de o banco central norte-americano divulgar a ata de sua última reunião de política monetária, operadores passaram a ver chances maiores de aumentos mais agressivos nos juros por lá. Com juros mais altos e ostentando o título de mercado mais seguro do mundo, os EUA, assim, atraem mais recursos, o que valoriza o dólar. Os fatores que asseguraram a queda de 17% do dólar no acumulado do ano até a última segunda-feira --quando a moeda fechou em 4,6075 reais-- prosseguem, sobretudo expectativa de fluxos e elevado diferencial de juros a favor da moeda brasileira, mas o caminho à frente parece mais instável. Em evento nesta quinta, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o recente movimento de valorização cambial foi influenciado por uma reação rápida da política monetária à elevação de preços, uma surpresa fiscal positiva no curto prazo, ganhos com o comércio de commodities e investimentos em empresas.
REUTERS
Ibovespa avança impulsionado por Petrobras
O principal índice da bolsa brasileira reverteu queda do início da sessão e subiu na quinta-feira, com ajuda de Wall Street e de Petrobras, após nova indicação para a presidir a estatal. O Ibovespa fechou em alta de 0,54%, a 118.862,12 pontos, após três baixas seguidas. O volume financeiro da sessão foi de 27,2 bilhões de reais
O Ibovespa está "muito ligado ao que está acontecendo nos Estados Unidos. Nesses dias houve uma discussão muito grande do que vai acontecer com juros e inflação", disse o Diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos. Ele segue vendo tendência positiva para o índice doméstico no curto prazo, com perspectiva de alta das commodities em meio a cenário ainda inflacionário. Economistas do Bank of America elevaram, de 125 mil para 135 mil pontos, a projeção do Ibovespa no final de 2022, citando alta das commodities, que afetam ações de peso relevante no índice, e performance positiva de bancos. Os principais índices de Wall Street subiram entre 0,1% e 0,4%, após reação negativa do mercado na véspera com a ata da última reunião de política monetária do banco central norte-americano. Mais membros da instituição se manifestaram nesta quinta-feira. Na Europa, a maioria dos índices recuou, em dia de ata da reunião do Banco Central Europeu. A guerra também seguiu monitorada pelo mercado, após um representante russo dizer que a Ucrânia apresentou esboço "inaceitável" de acordo de paz. Em outra frente, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que a calibragem da política monetária no Brasil dependerá da extensão de choques sobre a inflação. O mercado aguarda o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) de março a ser divulgado na sexta-feira, após anúncio na véspera pelo presidente Jair Bolsonaro de redução na tarifa de energia a partir de meados de abril.
REUTERS
Citi mantém estimativa de inflação em 7,6%
O Citi manteve sua expectativa de inflação para 2022 em 7,6%, apesar do anúncio pelo presidente Jair Bolsonaro na véspera de que consumidores teriam bandeira verde de energia a partir de 16 de abril
Embora reconheça que a mudança gerará impacto líquido negativo adicional de 13 pontos-base no IPCA --uma vez que esperava alívio mais brando na bandeira tarifária--, o Citi já projetava deflação na energia pela expectativa de mudança na bandeira de vermelha para amarela. Com a redução para bandeira verde, os preços da energia devem cair 19,2%, nas contas dos economistas da instituição --o que, considerando o peso do componente no IPCA, implicaria um IPCA cheio 1 ponto percentual menor, com cerca de metade dessa queda devendo ser percebida em abril e a outra metade, em maio. "Como a premissa anterior era de que o governo abrandaria a bandeira apenas em maio, há uma antecipação de parte da deflação esperada", disse o banco em relatório. E o Citi seguiu fazendo ponderação. "Vale ressaltar que estamos entrando na época da seca e o que realmente conta para a inflação de fim de ano seria a bandeira de dezembro, que vai depender do quanto a seca será severa e do quanto o início da época de chuvas, a partir de outubro, será saudável", afirmou o banco. "Continuamos confortáveis com a previsão de inflação anual de 7,6% para o fim de 2022", completou a instituição em nota. As projeções do banco para o IPCA para abril são de 0,47% (ante o mês anterior) e 11,1% (12 meses). Para maio, os prognósticos estão em 0,12% e 10,3%, respectivamente.
REUTERS
Governo vê contas no azul só em 2025
Déficit pode ir a R$ 66 bi no próximo ano, prevê Economia
O governo Jair Bolsonaro (PL) deve propor uma meta fiscal que autoriza um déficit de cerca de R$ 66 bilhões em 2023, o primeiro ano de mandato do próximo presidente da República. As projeções do governo federal serão enviadas na proposta de LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para o ano que vem. O documento é encaminhado todos os anos até o dia 15 de abril e precisa ser analisado pelo Congresso Nacional. O resultado primário é obtido a partir da diferença entre receitas e despesas do governo. Apesar do aumento recente na arrecadação, o cenário traçado mostra que as contas permanecerão no negativo em 2024 e só voltarão ao azul em 2025, segundo fontes da equipe econômica. Caso esse quadro se confirme, o Brasil terá acumulado 11 anos de sucessivos rombos nas contas. Ainda durante a transição de governo, em 2018, o ministro Paulo Guedes (Economia) chegou a dizer que era factível zerar o déficit no primeiro ano da gestão Bolsonaro. Para este ano, a Economia prevê um rombo de R$ 66,9 bilhões. A meta fiscal estipulada na LDO considera as contas do chamado governo central, que reúne Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central. Para 2024, a projeção do governo indica um resultado negativo de aproximadamente R$ 28 bilhões. Já em 2025, o país teria um superávit próximo a R$ 33 bilhões, o primeiro desde 2013. Os números foram discutidos em reunião da JEO (Junta de Execução Orçamentária) nesta quarta-feira (6). O colegiado é integrado por Guedes e pelo ministro Ciro Nogueira (Casa Civil).
Os resultados para os próximos anos são melhores que os indicados na LDO de 2022, aprovada no ano passado. As estimativas na ocasião apontavam rombos de R$ 145 bilhões no ano que vem e de R$ 102,2 bilhões em 2024.
Folha de SP
Colheita de grãos deverá bater recorde em 2022, diz IBGE
Segundo o instituto, volume total chegará a 258,9 milhões de toneladas
A colheita brasileira de grãos deverá atingir o recorde de 258,9 milhões de toneladas em 2022, 2,3% acima de 2021 (5,7 milhões de toneladas), segundo novo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Até agora, nas contas do órgão, o maior volume produzido foi em 2020 (255,4 milhões de toneladas). Na comparação com a previsão divulgada no mês passado, a de hoje é 1% menor (recuo de 2,7 milhões de toneladas). O IBGE informou que é esperada queda de 13,9% na produção de soja ante 2021, para 116,2 milhões de toneladas, e alta de 27,4% para o milho, para 111,9 milhões de toneladas. Para o arroz, a estimativa é de 10,7 milhões de toneladas, retração de 8% ante safra anterior. Somados, soja, milho e arroz representam 92,2% da estimativa da produção e respondem por 87,7% da área a ser colhida. A nova LSPA aponta que a área total a ser colhida chegará a 71,8 milhões de hectares, com alta de 4,7% frente 2021 (mais 3,2 milhões de hectares) e 555,6 mil hectares a mais ante projeção anterior (+ 0,8%). Na comparação dos resultados da pesquisa divulgada hoje e a do mês anterior, o instituto destacou variações positivas nas seguintes estimativas de produção: cevada (11,4%, ou 46,4 mil toneladas), trigo (9,6%, ou 697,6 mil toneladas), milho 2ª safra (4,9%, ou 4,1 milhões de toneladas), feijão 2ª safra (4,5%, ou 58,8 mil toneladas), algodão herbáceo em caroço (3,7%, ou 231,7 mil toneladas), aveia (3,3%, ou 32,4 mil toneladas), feijão 1ª safra (2%, ou 23,7 mil toneladas), feijão 3ª safra (1,7%, ou 9,9 mil toneladas), café canephora (1,7%, ou 17,1 mil toneladas) e café arábica (0,6%, ou 14,3 mil toneladas). Em contrapartida, houve quedas nas estimativas de produção de uva (9,5%, ou 155,6 mil toneladas), soja (5,6%, ou 6,8 milhões de toneladas), milho 1ª safra (3,8%, ou 965,6 mil toneladas) e tomate (1,9%, ou 69,5 mil toneladas).
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