Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 115 |27 de abril de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: negócios lentos
Na terça-feira, 26 de abril, o mercado do boi gordo seguiu com pouca movimentação, segundo informações apuradas pelas consultorias que cobrem diariamente o setor pecuário. Com isso, os preços do boi gordo e demais categorias prontas para abater (vacas e novilhas) seguem estáveis nas principais praças do País
“As referências de preços parecem ter encontrado um ponto de estagnação, pelo menos até o início de maio”, observam os analistas da IHS Markit. O ritmo fraco dos negócios deve-se principalmente ao comportamento de cautela das indústrias frigoríficas brasileiras, que seguem atentas sobretudo ao desempenho da demanda externa, principalmente por parte da China. A decisão recente do governo chinês em suspender, temporariamente, as compras de carne bovina em cinco unidades brasileiras de abate acendeu um sinal de alerta nas indústrias exportadoras. A paralisação das operações portuárias em Shangai (devido às medidas de isolamento ocasionadas pelo avanço da Covid-19) também preocupa o setor exportador – o terminal é a maior via de entrada de carne bovina brasileira no país asiático. Diante do quadro de cautela dos compradores, muitas indústrias tentam reduzir os preços da arroba do boi gordo nas principais praças pecuárias. “Como as indústrias cadenciam as suas compras de gado, as escalas de abate nos frigoríficos do País, que em sua média giravam entre 8 e 10 dias, neste momento já apresentam programações para no máximo 6 dias”, relata a IHS Markit. Levantamento desta segunda-feira da Scot Consultoria mostra estabilidade nas cotações dos animais terminados negociados nas praças do interior de São Paulo, Estado que serve de referência para as demais regiões de negociação de boiada gorda. Com isso, o valor do boi gordo nas praças paulistas segue em R$ 315/@, enquanto a vaca e novilha estão valendo, respectivamente, R$ 279/@ e R$ 312/@ (preços brutos e a prazo). Segundo a IHS Markit, nas regiões onde o período de estiagem já eleva o risco de manutenção dos animais gordos nas fazendas, a oferta cresceu, reduzindo os preços da arroba. Esse movimento de baixa foi observado em Rondônia, segundo dados apurados pela IHS. Na praça de Cacoal, a cotação da arroba do boi e da vaca registraram recuo diário de R$ 2/@, para R$ 263 e R$ 253, respectivamente. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 305/@ (à vista) vaca a R$ 280/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 327/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 270/@ à vista) vaca a R$ 280/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 275/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 287/@ (prazo) vaca a R$ 275/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 285/@ (à vista) vaca a R$ 275/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 287/@ (à vista) vaca a R$ 270/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 300/@ (prazo) vaca R$ 275/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 340/@ (à vista) vaca a R$ 310/@ (à vista);PA-Marabá: boi a R$ 282/@ (prazo) vaca a R$ 272/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 285/@ (prazo); TO- Araguaína: boi a R$ 280/@ (prazo) vaca a R$ 270/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 285/@ (à vista) vaca a R$ 265/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 263/@ (à vista) vaca a R$ 253/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 280/@ (à vista) vaca a R$ 260/@ (à vista).
PORTAL DBO
SUÍNOS
Terça-feira com altas no mercado de suínos
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF subiu 2,50%/2,31%, chegando a R$ 123,00/R$ 133,00, enquanto a carcaça especial aumentou 3,26%/3,13%, custando R$ 9,20 o quilo/R$ 9,60 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (25), o preço ficou estável somente em Minas Gerais, valendo R$ 6,67/kg. Houve aumento de 3,71% em São Paulo, chegando em R$ 6,71/kg, avanço de 3,70%, chegando em R$ 5,60/kg, crescimento de 2,74%, alcançando R$ 2,74/kg, e de 1,46% no Rio Grande do Sul, fechando em R$ 5,56/kg.
Cepea/Esalq
Rabobank vê queda de 3-5% na produção de carne suína brasileira em 2022
O Rabobank alterou a sua previsão para o volume de produção brasileira de carne suína em 2022 para uma queda de 3% a 5% em relação a 2021, interrompendo fortes altas dos últimos dois anos, segundo informações divulgadas em podcast do banco Foco no Agronegócio
A estimativa anterior do banco era de um aumento de 1% a 2% na produção de carne suína brasileira neste ano. Em 2021, houve uma alta de 9% na produção nacional de carne suína. As exportações de carne suína do Brasil deverão cair entre 2% e 3%, impactadas pela redução nas compras da China. Os embarques totais de carne suína brasileira tiveram queda de 6,3% em volume no primeiro trimestre deste ano e de 16,1% em receita. A China reduziu as importações num cenário de menor demanda doméstica, diante das restrições relacionadas à covid-19, e de aumento no descarte de matrizes no país asiático. “A nossa perspectiva é que neste segundo trimestre do ano a demanda chinesa continue realmente baixa, continue pressionada por esse cenário interno bastante desafiador em termos de produção”, disse o analista do Rabobank Wagner Yanaguizawa. “Passando este segundo trimestre um pouco mais desafiador, a gente acredita que o cenário de consumo, de demanda da população chinesa, deva retornar a partir do segundo semestre.” Apesar da queda nas compras chinesas, o país deverá continuar sendo o principal importador de carne suína do Brasil.
CARNETEC
FRANGOS
Frango: cotações estáveis
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave no atacado ficou estável em R$ 7,70/kg, assim como o frango na granja, valendo R$ 6,50/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço, enquanto Santa Catarina ficou estável em R$ 4,07/kg, assim como no Paraná, custando R$ 5,64/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (25), tanto a ave congelada quanto a resfriada ficaram estáveis, ambas custando R$ 8,09/kg.
Cepea/Esalq
França: surtos contínuos de gripe aviária ameaçam o futuro da indústria local de ovos e aves, diz USDA
Conforme informações divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os surtos de Influenza Aviária Altamente Patogênica (HPAI, na sigla em inglês) já levaram ao abate de 15 milhões aves na França (aproximadamente 5% do bando total de aves)
Dezenas de novos casos são sendo descobertos a cada dia. A nova variante do vírus HPAI H5N1 parece ser altamente transmissível e está se espalhando rapidamente através de bandos reprodutivos de frangos, patos e galinhas poedeiras. Os avicultores franceses já estão sob estresse significativo devido à crise Rússia-Ucrânia. Os custos de produção crescentes, principalmente para grãos de ração e energia, estão ameaçando a competitividade futura d indústria avícola francesa de maneira geral. As importações agora representam mais de 50% do total de carne de frango consumido no país. Em 19 de abril de 2022, 1.300 granjas francesas foram infectadas. Atualmente, são 27 casos registrados em produção de quintal e 46 casos em populações selvagens estão que sob investigação. Dezenas de novos casos são descoberto todos os dias. Semelhante a surtos anteriores, novos casos de HPAI foram descobertos pela primeira vez no sudoeste da França, onde os patos são criados soltos para a produção de foie gras. Em janeiro e fevereiro de 2022, o vírus HPAI chegou ao oeste da França, notadamente no distrito de Vendée e na região de Pays de Loire, afetando as maiores produções comerciais de aves domésticas, incluindo frangos de corte, perus e galinhas poedeiras criadas em ambientes fechados.Desde o início do inverno de 2021, a França sacrificou mais de 15 milhões de aves (ou cerca de 5% do tot6al do plantel). Estima-se que 300 milhões de aves que compõem a população total de aves domésticas, incluindo produção doméstica. No distrito de Vendée (com 836 casos registrados até 19 de abril de 2022), os agricultores relatam que agências governamentais estão tão sobrecarregadas com o problema, que muitas fazendas estão abatendo e enterrando as aves no local com cal virgem. A variante do vírus H5N1 parece ser altamente transmissível e pode rapidamente se espalhar também para espécies de aves ameaçadas de extinção em zoológicos.
USDA
INTERNACIONAL
‘Não definimos preço do boi nem da carne', diz Tyson Foods
Empresa é a segunda maior da indústria de proteínas animais dos EUA
Vários fatores estão impulsionando os preços da carne bovina, incluindo forte demanda, escassez de mão de obra e aumento de custos, segundo o presidente da Tyson Foods, Donnie King. “A Tyson não define os preços do gado que compra ou da carne que nossos clientes compram. Esses preços são estabelecidos por forças de mercado diretas, ou seja, a oferta e a demanda disponíveis”, afirmou ele ontem em depoimento - escrito previamente - ao Comitê de Agricultura da Congresso dos Estados Unidos. Segundo o executivo, a Tyson, segunda maior empresa de carnes dos EUA, tem enfrentado uma escassez contínua de mão de obra, em grande parte em decorrência da pandemia de covid-19. Em paralelo, a demanda por carne bovina continuou a aumentar. Embora o preço do gado tenha caído, o da carne bovina acabada, que os consumidores compram nos supermercados, continuou a subir, impulsionado pelo forte crescimento da demanda. “O aumento dramático nos custos dos insumos tem reflexos sobre os preços que as famílias americanas pagam no supermercado”, disse King. Segundo ele, desde março de 2020, o custo do milho aumentou 127% e o soja, 90%. As despesas com transporte de carga também estão subindo, disse ele. Os custos internacionais dos contêineres avançaram 68% e o diesel aumentou 104% de um ano a outro. “Especialistas, formuladores de políticas públicas e reguladores governamentais entendem que a causa do atual ambiente inflacionário é uma combinação de oferta restrita, alta demanda do consumidor e de interrupções excepcionais nas cadeias de suprimentos globais causadas pelo covid-19 e exacerbadas por distúrbios geopolíticos”, disse.
Dow Jones Newswires
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Apesar de preços altos, Paraná reduz área de trigo e retoma aposta no milho
Dados recentes indicam uma queda de 4% do cereal ante 2021, para 1,17 milhão de hectares
Os produtores paranaenses colocam as máquinas no campo para o início do plantio de trigo. Pouco mais de 0,5% da área que será destinada ao cereal já foi semeada. Apesar do cenário internacional de preços elevados e de oferta incerta, o que deveria favorecer o plantio, os agricultores do Paraná não estão apostando muito nessa cultura. O Deral (Departamento de Economia Rural) do Paraná mantém expectativas de uma redução de área neste ano. Os dados mais recentes indicam uma queda de 4% ante 2021, para 1,17 milhão de hectares. É uma queda esperada desde a safra anterior, diz Carlos Hugo Godinho, analista de trigo da entidade. Na safra 2020/21, o atraso no plantio da soja retardou o de milho, favorecendo o trigo. O resultado foi um aumento de área de trigo devido à perda do período ideal para a semeadura do milho. Neste ano, o ritmo de plantio voltou ao normal, e prevaleceu a opção pelo milho onde há um histórico de plantio da safrinha, diz Godinho. O preço da saca de trigo, a R$ 93, está elevado, mas os custos não deixam muita margem para o agricultor, principalmente para os que deixaram para comprar os insumos nos últimos meses. Essa opção do produtor paranaense pelo milho safrinha fez a Safras & Mercado refazer seus cálculos para o trigo. Élcio Bento, analista da empresa, prevê uma área total, agora, de 3 milhões de hectares no país, com produção recorde de 9,5 milhões de toneladas. A estimativa anterior era de 3,6 milhões de hectares. O potencial de produção deste ano é bom, devido ao clima mais frio, e o cenário de preços é favorável, diz o analista. Com isso, a produção do Rio Grande do Sul deverá superar a do Paraná novamente. A guerra da Rússia com a Ucrânia não é o único fator de alta dos preços do trigo, mas apenas mais um deles, segundo Bento. O tamanho da próxima safra mundial está indefinido. O clima afeta EUA e China, dois dos grandes produtores mundiais. Os EUA exportam, e a China, se entrar no mercado mundial comprando, altera os preços.
AGÊNCIA SAFRAS
Milho: Paraná terá supersafra de 16 milhões de toneladas na safrinha, diz Deral
Tempestade que atingiu 16 municípios do oeste do estado no último fim de semana não deve afetar as estatísticas
O Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura do Paraná estima uma supersafra de milho no estado, com 16 milhões de toneladas neste ciclo de inverno. Grande parte das lavouras de milho segunda safra estão em bom andamento no estado. A área plantada é de 2,7 milhões de hectares, a maior extensão da história, de acordo com o Deral. Do relatório anterior do departamento para o atual, as lavouras em condições médias registram aumento de apenas 1 ponto percentual, enquanto que 96% das lavouras estão com desempenho bom. O relatório semanal mostra que 1% das lavouras do grão já entraram na fase de maturação, 23% estão frutificando, 39% estão na fase de floração e 37% já avançaram para o desenvolvimento vegetativo. O boletim ainda destaca o início da semeadura do trigo, com 3% da área plantada, o que representa aproximadamente 35 mil hectares. No total, 89% do cereal está germinando e 11% já apresenta desenvolvimento vegetativo. A avaliação da qualidade das plantas é boa. De acordo com o Deral, o volume de chuvas no estado está favorável e bem distribuído para o bom desenvolvimento do milho e a estimativa de recorde de 16 milhões de toneladas desta segunda safra está mantida no estado. “Num primeiro momento, a chuva não deve impactar em termos de número geral do estado. A gente vai ter uma produção acima do que era inicialmente esperado para o Paraná e na região oeste especificamente também. Confirmando essa supersafra, realmente vai ser um alento geral para abastecimento do estado”, afirma o analista de Milho do Deral, Edmar Gervásio. Segundo ele, a previsão de produzir 16 milhões de toneladas agora leva a crer que os estoques do cereal no estado devem ser recompostos. O Deral também informou que as geadas previstas para os próximos dias devem ocorrer apenas na região sul do Paraná, onde não há plantações de milho safrinha, apenas de trigo, que pode ser favorecido com a ocorrência.
SEAB-PR
Fundo do setor elétrico pode fazer conta de energia elétrica subir até 4,65%
Alta no orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético deve ter impacto médio de 3,3% nas tarifas de energia
A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou na terça-feira (26) o orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) com valor total de R$ 32,09 bilhões para o ano de 2022. Desse total, R$ 30,21 bilhões serão pagos diretamente pelo consumidor, por meio de encargos incluídos nas tarifas de uso dos sistemas de distribuição e transmissão da eletricidade, que entram mensalmente na conta de luz. De acordo com a Aneel, o reajuste definido foi de 34,2% em relação a 2021 (quando a CDE foi de R$ 23,9 bilhões) e pode significar aumento de 3,39% em média na conta do brasileiro. As estimativas da reguladora apontam que, isoladamente, o impacto tarifário nas regiões Norte e Nordeste será de 2,41% e de 4,65% para Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A Conta de Desenvolvimento Energético é um fundo bancado por encargos setoriais destinado à universalização do acesso à energia por meio da concessão de tarifa social para famílias de baixa renda, subsídios para a geração, indenizações de concessões, entre outros. Ela é um dos itens que entram no cálculo dos reajustes anuais das tarifas das distribuidoras de energia.
GAZETA DO POVO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar emenda 3ª alta e fecha perto de R$5 após intervenção do BC; volatilidade dispara
A terça-feira ficou marcada pelo retorno do dólar ao patamar de 5 reais, em mais uma sessão de fortes ganhos da moeda norte-americana que exigiram nova intervenção do Banco Central, o que ajudou a aplacar a alta e levar a moeda a 4,9899 reais no fechamento
A percepção de incerteza sobre a taxa de câmbio disparou. Uma medida de volatilidade implícita para um mês saltou a 20,64%, maior valor desde março de 2021. O exterior tem ditado a escalada das cotações, mas operadores citam ainda percepção de parada de fluxo ao Brasil, com exportadores e empresas de forma geral preferindo deixar recursos lá fora de olho no aumento dos juros nos EUA e na perspectiva forte para o dólar em termos globais. O dólar à vista saltou 2,32% na terça-feira e terminou no maior valor desde 18 de março (5,017 reais), última vez que encerrou acima de 5 reais. O dólar marcou três sessões de alta nas quais acumulou valorização de 8,04%. O real, de longe, é a moeda com pior desempenho no período. O Banco Central anunciou oferta líquida de 500 milhões de dólares em swap cambial tradicional. Considerando operações de swap anunciadas no meio do pregão, a da terça foi a primeira desde outubro do ano passado. O BC já havia atuado na sexta-feira, mas com venda de 571 milhões de dólares no mercado à vista de câmbio, dia em que o dólar chegou a subir 4,78% na máxima. Alguns analistas chamaram atenção para o fato de o Bacen ter atuado com o dólar a 5 reais nesta terça e lembraram que o cenário de referência do colegiado do Banco Central que decide os juros (Copom) considera taxa de câmbio partindo de 5,052 reais por dólar. "Vemos o real revertendo parte dos ganhos nos próximos meses", disse em nota Bertrand Delgado, estrategista do Société Générale. "Condições financeiras e de liquidez mais apertadas juntamente com riscos geopolíticos em curso e o risco crescente de crescimento global mais brando provavelmente prejudicarão o real", completou.
REUTERS
Ibovespa tem maior sequência de baixas em 6 anos
O índice Ibovespa, principal indicador do mercado acionário brasileiro, caiu para o menor patamar desde janeiro na terça-feira, acumulando a maior sequência negativa desde 2016, diante de novo tombo em Wall Street com manutenção de temores sobre desaceleração econômica global, em meio à inflação elevada e avanço da Covid-19 na China
O Ibovespa caiu 2,23%, a 108.212,86 pontos, o menor nível de fechamento desde 24 de janeiro. A última vez que o índice havia acumulado sete quedas consecutivas foi entre 13 e 23 de maio de 2016. O volume financeiro da sessão foi de 27,7 bilhões de reais. Para Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, a perspectiva de um banco central norte-americano mais agressivo na elevação da taxa de juros e o fato de governo chinês não estar conseguindo estimular a economia chinesa como esperado, aliado a uma recente imposição de medidas de restrição contra Covid-19 em partes do país, mantêm a "tendência de baixa" para o índice. A China é peça-chave na demanda global por commodities, de modo que restrições à economia afetam os preços de matérias-primas globais e, por consequência, das empresas produtoras, que no Ibovespa têm peso relevante à exemplo da Vale e da Petrobras. No caso da política monetária norte-americana, a alta dos juros torna investimentos arriscados menos atrativos. Analistas da Guide Investimentos disseram que a chance de repique no curto prazo é cada vez mais provável, ainda que uma melhora mais duradoura dependa de sinais claros de desaceleração da inflação.
REUTERS
Mercado financeiro aumenta pela 15ª vez projeção para inflação em 2022
Para 2023, a previsão é de crescimento de 1% no PIB
O mercado financeiro aumentou pela 15ª semana seguida a previsão de inflação de 2022. De acordo com projeção do Boletim Focus, divulgada ontem pelo Banco Central, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar o ano com alta de 7,65%. Há uma semana, a projeção para o índice estava em 7,46%, e há quatro semanas, em 6,86%. Para 2023, o mercado mantém, também, a expectativa de alta da inflação. A projeção da variação do IPCA passou dos 3,91% projetados há uma semana, para 4%, conforme o boletim publicado pela autoridade monetária. Há quatro semanas, a projeção estava em 3,80% para a inflação do próximo ano. Alta também para a previsão inflacionária de 2024. De acordo com o mercado financeiro, a inflação ficará em 3,20%, ante aos 3,16% projetados na semana passada. Há quatro semanas, a previsão era de que 2024 terá uma inflação de 3,20%. Para 2025, a projeção se mantém estável há 41 semanas, em 3%. O Boletim Focus desta semana aumentou a projeção do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país) de 0,56% (previsão há uma semana) para 0,65%. Há quatro semanas, a previsão era de um PIB de 0,50%. Para 2023, a previsão é de crescimento de 1% no PIB. Há uma semana, o percentual estava em 1,12%; e há quatro semanas, em 1,30%. Já para 2024 e 2025, a previsão se manteve estável em 2%. O mercado financeiro prevê aumento da taxa básica de juros (Selic) para 2022. Há quatro semanas, a previsão era de 13%, passando para 13,05% ao ano, há uma semana. No boletim divulgado hoje, a previsão é de que a taxa feche o ano em 13,25% ao ano. Para 2023, a expectativa se mantém estável em 9% ao ano. Também há previsão de estabilidade da taxa em 2024 (7,50% ao ano) e em 2025 (7% ao ano).
Agência Brasil
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