Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 147 |10 de junho de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: preços estáveis na maior parte das praças pecuárias brasileiras
Em algumas regiões, como no Norte e Nordeste, além de áreas do Centro-Oeste, a pressão pela queda da arroba é mais acentuada. Com poucos negócios reportados na quinta-feira, 9 de junho, os preços do boi gordo se mantiveram estáveis na maioria das praças brasileiras
Segundo a IHS, no Centro-Oeste há relatos de que, diante da estiagem que avança na região, muitos pecuaristas ainda continuam ofertando com maior intensidade os seus animais terminados a pasto, desova típica do início da temporada fria e seca. Dessa maneira, muitas indústrias frigoríficas do Brasil seguem alongando as suas escalas de abate diante da oferta positiva, porém os preços da arroba registram certa estabilidade, influenciados, em parte, pela retomada às compras por parte de algumas unidades frigoríficas que estavam ausentes do mercado devido às suspensões recentes de exportação à China. Num ambiente de diferentes condições de mercado, o destaque fica para as regiões Norte e Nordeste, onde muitos frigoríficos ainda optam por permanecer ausentes dos negócios, devido às escalas de abate alongadas (há registros de programações que já avançam operações para julho), diz a IHS. Nas regiões Norte e Nordeste há atualmente uma fraca (quase nula) demanda por vacas, o que justifica os recuos de preços observados pela IHS Markit em Rondônia, na quinta-feira, com a fêmea negociada em Cacoal saindo de R$ 240/@ para R$ 235/@. No mercado atacadista, os preços dos principais cortes bovinos registraram avanços nesta quinta-feira, 9 de junho. Segundo dados da Scot Consultoria, nas praças de São Paulo, a referência para o boi, vaca e novilha levados ao abate segue em R$ 297/@, R$ 272/@ e R$ 292/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 295/@ (à vista) vaca a R$ 270/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 310/@ (prazo) vaca a R$ 270/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 280/@ (prazo) vaca a R$ 260/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 285/@ (prazo) vaca a R$ 265/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 272/@ (prazo) vaca a R$ 255/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 270/@ (prazo) vaca a R$ 255/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 270/@ (à vista) vaca a R$ 255/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 270/@ (à vista) vaca a R$ 255/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 270/@ (prazo) vaca R$ 265/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 330/@ (à vista) vaca a R$ 300/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 262/@ (prazo) vaca a R$ 252/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 275/@ (prazo) vaca a R$ 260/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 265/@ (à vista) vaca a R$ 255/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 250/@ (à vista) vaca a R$ 240/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 263/@ (à vista) vaca a R$ 255/@ (à vista).
PORTAL DBO
Comissão do Senado adia votação do projeto de autocontrole agropecuário
Análise da proposta deverá ocorrer na próxima sessão da Comissão da Agricultura
Após um pedido de vista coletivo feito nesta quinta-feira, a Comissão de Agricultura do Senado adiou a votação do projeto de lei que implementa o autocontrole da fiscalização agropecuária no país (PL 1.293 de 2021). A proposta deverá entrar em análise na próxima sessão do colegiado. O Poder Executivo apresentou o projeto no ano passado. A principal novidade da proposta é a criação de sistemas de autocontrole nas empresas para que elas próprias avaliem a qualidade de rebanhos, lavouras e produtos. As informações serão enviadas digitalmente para os sistemas do governo, que fará a auditoria dos processos. A fiscalização continuará a ser feita pelo Estado, segundo o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), relator da proposta. O projeto tem sido alvo de críticas de parlamentares da oposição e dos auditores fiscais federais agropecuários, que temem perder funções e também que a mudança coloque em risco a segurança alimentar dos brasileiros e dos consumidores de países que compram alimentos do Brasil. A categoria e também os senadores que se opõem ao projeto querem ainda levá-lo para ser debatido nas comissões de Defesa do Consumidor e de Constituição e Justiça para que, caso aprovado, ele não siga diretamente para a sanção presidencial. O governo alega que as atribuições dos servidores serão mantidas e que não haverá terceirização ou privatização dos serviços.
VALOR ECONÔMICO
SUÍNOS
Suínos: preços seguem aumentando
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 108,00/R$ 115,00, enquanto a carcaça especial que aumentou 2,35%/3,41%, custando R$ 8,70 o quilo/R$ 9,10 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (8) houve alta de 0,38% em Santa Catarina, chegando em R$ 5,26/kg, e de 0,17% em São Paulo, fechando em R$ 6,00/kg. Ficaram estáveis os preços em Minas Gerais (R$ 6,66/kg), Paraná (R$ 5,11/kg), e Rio Grande do Sul (R$ 5,23/kg). Na quinta-feira (9) os preços na suinocultura independente voltaram a subir nas principais praças produtoras. As lideranças do setor apontam várias razões para o aumento, como reajuste no preço do animal abatido, o "efeito chicote" após semanas em queda, diminuição no peso dos animais e sazonalidade do período mais frio do ano.
Cepea/Esalq
Suínos/Cepea: Preços do vivo e da carne têm recuperação
Os preços do suíno vivo e da carne reagiram neste início de junho, conforme apontam dados do Cepea
O aquecimento da demanda pela carne, como típico neste período de começo de mês, e a menor oferta de animais em peso ideal para abate justificam esse cenário de aumento das cotações. Nesta parcial de junho (entre 31 de maio e 8 de junho), o preço do suíno vivo colocado na indústria no Oeste Catarinense avançou 17,3%, a R$ 5,38/kg na quarta-feira, 8. Quanto às carcaças comum e especial, ambas negociadas no atacado da Grande São Paulo, foram negociadas, em média, a R$ 8,53 e a R$ 8,88/kg, respectivamente, no dia 8, valores 11,7% e 12% acima dos registrados em 31 de maio.
Cepea
Suinocultura independente: preços sobem novamente com acordo entre frigoríficos e criadores
No Paraná, considerando a média semanal (entre os dias 02/06/2022 a 08/06/2022), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve alta de 18,41%, fechando a semana em R$ 5,46/kg vivo.
Na quinta-feira (9) os preços na suinocultura independente voltaram a subir nas principais praças produtoras. Em São Paulo, segundo informações da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), o preço saiu de R$ 6,13/kg vivo para R$ 6,67/kg vivo. O presidente da instituição, Valdomiro Ferreira, explica que a evolução foi de R$ 10,00 por arroba, um aumento de 8,7%. A base para essa mudança foi que os frigoríficos alteraram a tabela de preços da carcaça, propondo uma média de R$ 10,00 a R$ 10,20 o quilo. No mercado mineiro, o valor subiu de R$ 6,70/kg para R$ 7,30/kg vivo com acordo entre suinocultores e frigoríficos, conforme com informações da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Santa Catarina também viu os preços aumentarem, passando de R$ 5,34/kg vivo 5,88/kg vivo.
AGROLINK
FRANGOS
Preços do frango estáveis no PR e SC
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave no atacado teve alta de 0,42%, chegando em R$ 7,20/kg, enquanto o frango na granja ficou estável, valendo R$ 6,00/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço, em Santa Catarina, a ave não mudou de preço, valendo R$ 4,18/kg, assim como no Paraná, custando R$ 5,55/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (8), tanto a ave congelada quanto a resfriada cederam 0,13%, custando, respectivamente, R$ 7,67/kg e R$ 7,68/kg.
Cepea/Esalq
Exportações catarinenses de carne de frango atingem os melhores resultados do ano
O estado exportou 89,41 mil toneladas do produto, com receitas que ultrapassaram os US$188 milhões. Os números são divulgados pelo Ministério da Economia e analisados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa)
Em comparação com abril de 2021, a alta é de 35,6% no faturamento e 6,3% na quantidade exportada. Em relação a março de 2022, as altas são de 9,1% nas receitas e 0,6% na quantidade. Os principais destinos neste ano são: Japão, Países Baixos, China, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Juntos, os países respondem por 53,5% das receitas do Estado com o produto. Santa Catarina foi responsável por 23,6% das receitas geradas pelas exportações brasileiras de carne de frango nos quatro meses iniciais do ano. O estado exportou 336,47 mil toneladas, com um faturamento de US$ 660,14 milhões, altas de 8,5% e 30,2%, respectivamente, na comparação com os quatro primeiros meses de 2021. No primeiro quadrimestre, os 10 principais destinos do produto catarinense apresentaram altas nas receitas, com destaque para os Países Baixos (39,0%), a Arábia Saudita (32,6%) e os Emirados Árabes Unidos (46,4%). Outro destaque do período foi a ampliação do México em 342,3% nas compras de carne de frango catarinense. Conforme o analista da Epagri/Cepa Alexandre Giehl, “a perspectiva é que os embarques para o México cresçam ainda mais nos próximos meses, já que recentemente o país anunciou a suspensão de tarifas para a importação de carne de frango de nações que tenham estabelecimentos habilitados a exportar o produto para lá, como é o caso do Brasil.” Nos primeiros quatro meses do ano, Santa Catarina exportou 10,9 mil toneladas de carne de frango para o México.
Sec. de Agricultura – SC
INTERNACIONAL
Nova Zelândia quer taxar arroto de gado para combater aquecimento global
Isso tornaria a Nova Zelândia o primeiro país a cobrar dos agricultores pelas emissões de metano de seus animais
A Nova Zelândia divulgou um plano para taxar arrotos de ovelhas e gado em uma tentativa de combater uma das maiores fontes de emissões de gases de feito estufa do país. Caso o plano seja concretizado, a Nova Zelândia seria o primeiro país a cobrar dos agricultores pelas emissões de metano dos seus animais. A Nova Zelândia abriga pouco mais de cinco milhões de pessoas. E o país tem cerca de 10 milhões de bovinos e 26 milhões de ovelhas. Quase metade das emissões totais de gases de efeito estufa do país vem da agricultura —principalmente o metano. No entanto, as emissões agrícolas não haviam sido incluídas anteriormente no esquema de comércio de carbono da Nova Zelândia. Isso foi criticado por aqueles que pedem que o governo faça mais para combater o aquecimento global. "Não há dúvida de que precisamos reduzir a quantidade de metano que estamos colocando na atmosfera, e um sistema eficaz de precificação de emissões para a agricultura desempenhará um papel fundamental em como conseguiremos isso", disse o ministro de mudanças climáticas da Nova Zelândia, James Shaw. De acordo com a proposta, os agricultores terão que pagar por suas emissões a partir de 2025. O plano também inclui incentivos para agricultores que reduzam as emissões por meio de aditivos alimentares, e o plantio de árvores nas fazendas pode ser usado para compensar as emissões. Andrew Hoggard, que é produtor de leite e presidente nacional da Federação de Agricultores da Nova Zelândia, disse à BBC que aprova as propostas. "Estamos trabalhando com o governo e outras organizações nisso há anos para chegar a um plano que não prejudique a agricultura na Nova Zelândia." "Mas você sabe, como todos esses tipos de acordos com muitas partes envolvidas, sempre haverá alguns sapos que você precisa engolir", acrescentou. Hoggard diz que os detalhes da implementação do plano ainda não foram acordados. O dinheiro arrecadado com a taxação será investido em pesquisa, desenvolvimento e serviços de consultoria para agricultores, diz o Ministério do Meio Ambiente do país. No mês passado, o ministro das Finanças da Nova Zelândia anunciou R$ 10 bilhões para iniciativas contra mudanças climáticas, que seriam financiadas por um sistema de comércio de emissões de carbono que taxa poluidores. Investidores que administram US$ 14 trilhões (R$ 70 trilhões) em ativos instaram as Nações Unidas a criar um plano global para tornar o setor agrícola sustentável. Em carta ao diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, que foi divulgada pela Reuters, a Iniciativa FAIRR afirma que a agência da ONU está bem posicionada para liderar a criação de um plano para conter uma das maiores fontes de emissões prejudiciais ao clima. Na conferência ambiental COP26 do ano passado em Glasgow, os EUA e a União Europeia concordaram em reduzir as emissões do gás em 30% até 2030. Mais de 100 países, incluindo a Nova Zelândia, também aderiram à iniciativa. Cerca de 40% do metano vem de fontes naturais, como pântanos, mas a maior parte vem de uma série de atividades humanas, como agricultura, pecuária e até lixões.
BBC NEWS BRASIL
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Exportação de carne do PR pode ter baixa com greve de auditores fiscais
A exportação de carnes do Brasil e, em especial, do Paraná, pode ser prejudicada a partir da próxima semana. Os auditores fiscais federais agropecuários do Ministério da Agricultura, responsáveis pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF), aprovaram uma greve de 48 horas a partir da terça-feira, dia 14. O movimento é nacional e os servidores lotados no Paraná já confirmaram que vão aderir
Eles pedem a reestruturação da carreira e a realização de concurso público para contratação de novos auditores. Alegam que estão sobrecarregados com a carência de profissionais. O movimento pede também a não aprovação do Projeto de Lei 1293/21, do Poder Executivo, conhecido como PL do Autocontrole. O projeto propõe que a fiscalização passe a ser feita por meio de programas de autocontrole executados pelos próprios produtores agropecuários e indústria. Ou seja, o que hoje é de atribuição dos auditores passaria a ser feito pelos próprios frigoríficos, o que, segundo os fiscais, poderia ser uma ameaça à saúde pública. Os auditores já vinham trabalhando em operação padrão para chamar a atenção do governo federal e tentar negociar. Essa situação já causava transtornos para o setor de carnes, com a demora na liberação dos certificados de exportação. Com a paralisação, a situação tende a se agravar. Não apenas a exportação, mas a comercialização interna de carnes também pode ser afetada. “Exportamos 20% de toda a nossa produção. Precisamos esperar os fiscais liberarem nossas cargas para exportar”, diz Elias Zydek, diretor executivo da Frimesa, uma das principais exportadoras de carne suína do Paraná, com sede em Medianeira, no Oeste do estado, onde também está localizado o complexo de processamento de carnes. Segundo Zydek, com a operação padrão os auditores estão demorando cinco dias para liberar o certificado, necessário para a exportação. “Isso antes era feito em um ou, no máximo, dois dias”, diz. O executivo conta que a operação padrão vem demandando uma estocagem maior dentro da indústria e uma demanda maior por contêineres, que estão extremamente caros, além de um atraso nas exportações. “Tudo isso nos prejudica e aumenta os nossos custos”, observa. “Estamos pedindo, por meio da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), entidade que nos representa nacionalmente, que o governo federal supra essa necessidade. Se tiver faltando auditores, eles têm razão em reclamar e o governo tem que resolver”, opina o diretor da Frimesa. A ABPA, por meio de nota, informou que “manifesta preocupação quanto à possibilidade de greve temporária anunciada pelo Anffa Sindical (que representa os auditores)". Na nota, a associação destaca que "apoia a carreira dos auditores fiscais federais agropecuários e tem articulado junto à representação sindical da categoria, buscando o restabelecimento do fluxo normal de trabalho, bem como tratativas para que a paralisação de dois dias não aconteça". Ainda segundo a ABPA, "é importante lembrar o momento desafiador que estamos vivendo, com aumento dos custos de produção, dos preços dos alimentos e da crise com ampliação do número de pessoas em situação de insegurança alimentar. Neste contexto, a retomada do ritmo regular de produção contribuiria em muito para a redução dos efeitos especulativos que possam gerar diminuição da oferta de alimentos para a população". O Paraná, maior exportador de carne de frango e segundo maior de carne suína do país, será um dos mais prejudicados pela greve dos auditores fiscais. No estado, são 55 estabelecimentos de abate fiscalizados de forma permanente e 210 avaliados periodicamente. A delegacia estadual do Sindicato dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários estima que no Paraná seriam necessários pelo menos mais 30 servidores para atender à demanda.
GAZETA DO POVO
Indústria do Paraná desacelera em abril, aponta IBGE
Ritmo de produção vem caindo, mas nos últimos 12 meses o resultado ainda é de crescimento de 2,1% no estado. A retomada mais lenta à normalidade de setores como comércio e serviços, a previsão de menor crescimento na economia mundial, custos de produção cada vez mais caros e fatores macroeconômicos podem explicar o desempenho da indústria do Paraná abaixo do esperado em abril
Dados divulgados na quinta-feira (9/6), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam queda de 4,3% na produção em relação a março. O Brasil teve discreta alta de 0,1%, enquanto os vizinhos Santa Catarina e Rio Grande do Sul terminaram o mês com altas de 3,3% e 0,5%, respectivamente. Já quando se comparam os dados de agora com o mesmo mês de 2021, a indústria estadual encolheu 6,6%, recuo maior do que o resultado nacional (-0,5%) e de Santa Catarina (-5,6%). Rio Grande do Sul cresceu 0,5%. De janeiro a abril deste ano, a indústria da região Sul está em baixa. O Paraná registra retração de 3,6%, muito parecida com os 3,4% de queda do indicador geral do país. Os dois estados vizinhos também acumulam desempenho negativo, de 8,1% (SC) e de 1,5% (RS) no período. O cenário no Paraná só melhora quando se avalia a performance dos últimos 12 meses. A produção industrial do estado registra elevação de 2,1%, entre maio de 2021 e abril deste ano. Santa Catarina tem leve alta de 0,1%, assim como Rio Grande do Sul, com 2%. A produção nacional encolheu 0,3% nesse período. Para o economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe, os resultados estão sendo influenciados por fatores macroeconômicos no Brasil e no exterior, pela alta no preço de insumos e matérias-primas no mercado internacional e pela guerra no Leste europeu. Outro fator relevante no mercado interno é fraca demanda. “Os estímulos de consumo não estão sendo suficientes para gerar aumento da produção industrial no estado. Pelo contrário. Os dados divulgados recentemente sobre o comércio varejista apontam um recuo forte no volume de vendas do setor, o que ajuda a explicar essa desaceleração no ritmo de produção nas fábricas”, argumenta o economista. A perda de fôlego do setor industrial é visível quando comparada com o ritmo do primeiro quadrimestre de 2021. Na época, o setor crescia vigorosos 18,9%, enquanto agora cai 3,6% este ano. No Paraná, segundo dados do IBGE, o volume de vendas do comércio varejista retraiu 2,2% este ano. Os combustíveis acumulam queda de 6,7% no estado, assim como automóveis (-5,2%); móveis e eletrodomésticos (-14,1%); e hipermercados (-1,2%). Das 13 atividades avaliadas pelo IBGE, apenas quatro estão com resultado positivo neste primeiro quadrimestre de 2022. Bebidas, com alta de 32,4%; papel e celulose (2%), produtos químicos (1,2%); e máquinas e equipamentos (1,1%). Entre as nove que ficaram negativas, o mais prejudicado é o setor moveleiro, com queda de 22,4%. Em seguida vêm máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-21,5%), fabricação de produtos de metal (-9,8%), minerais não-metálicos e madeira, ambos em queda de 8,4%.
FIEP
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar encerra sessão no maior patamar em três semanas
O dólar fechou em alta contra o real na quinta-feira, em seu maior patamar em três semanas, após trocar de sinal várias vezes ao longo do pregão
A moeda norte-americana à vista subiu 0,53%, a 4,9166 reais na venda, seu maior patamar para encerramento desde o último dia 19 (4,9194). Na B3, às 17:12 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,34%, a 4,9485 reais. Os maiores patamares do pregão foram alcançados com impulso do exterior, à medida que o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes avançava 0,7% nesta tarde, beneficiando-se do enfraquecimento do euro em meio a temores sobre o impacto do aperto monetário do Banco Central Europeu (BCE) no crescimento econômico. Na quinta-feira, a autoridade monetária da zona do euro sinalizou que começará a aumentar os juros no mês que vem, buscando enfrentar a inflação, mas arriscando minar a atividade num momento já desafiador para a economia, em meio à guerra na Ucrânia. Além do BCE, disse à Reuters Fernando Bergallo, diretor de operações da assessoria de câmbio FB Capital, investidores seguem atentos aos próximos passos de política monetária do Federal Reserve, que se reúne na semana que vem para nova deliberação sobre a taxa de juros. Caso uma importante leitura de inflação norte-americana a ser divulgada na sexta-feira mostre aceleração da alta dos preços na maior economia do mundo, podem crescer as apostas num posicionamento mais agressivo por parte do Fed --o que é amplamente visto como benéfico para o dólar. O banco central dos EUA já aumentou os juros em 0,75 ponto percentual desde março deste ano. A visão predominante nos mercados é de que os juros altos foram os principais responsáveis pela desvalorização de 11,8% do dólar contra o real até agora em 2022.
REUTERS
Ibovespa fecha em queda com NY e Vale
O Ibovespa fechou em queda pelo quinto pregão seguido nesta quinta-feira, contaminado por Wall Street e com mineração e siderurgia entre os destaques negativos
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,18%, a 107.093,71 pontos. No mês, já acumula queda de 3,82%. O volume financeiro somou 24,9 bilhões de reais. Em Nova York, o S&P 500 encerrou com declínio de 2,38%, refletindo cautela de agentes financeiros antes da divulgação na sexta-feira do índice de preços ao consumidor (CPI) norte-americano de maio. O indicador ajudará a calibrar apostas para os próximos passos da política monetária do banco central dos Estados Unidos. Na visão do especialista em renda variável do escritório de investimentos Blue3 Dennis Esteves, o mercado está no aguardo dos dados de inflação dos EUA para fazer qualquer movimento em direção a ativos de risco. O dia ainda foi marcado por sinalização do Banco Central Europeu de promoção de sua primeira alta de juros desde 2011 no mês que vem. A autoridade monetária também elevou projeções de inflação, mas cortou de crescimento. Em paralelo, persistem as preocupações com propostas de medidas para desoneração de combustíveis, que devem provocar um aumento importante nos gastos federais, adicionando preocupações com o quadro fiscal do país, o que, por sua vez, pode afetar apetite dos investidores estrangeiros por ativos brasileiros. Nem a desaceleração mais forte do que o esperado do IPCA em maio foi suficiente para animar o mercado. Economistas do Itaú Unibanco destacaram que o IPCA ficou abaixo do esperado, mas que os núcleos seguem pressionados. Além disso, Julia Passabom e Luciana Rabelo pontuaram, em relatório enviado a clientes, que as projeções de curto prazo contam com elevada incerteza.
REUTERS
IPCA sobe 0,47% em maio, diz IBGE
A alta dos preços no Brasil ficou abaixo das expectativas em maio, com alívio na inflação de alimentos e de combustíveis e queda nas contas de energia, voltando a ficar abaixo de 12% em 12 meses, embora ainda esteja mais de duas vezes acima da meta
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou a alta a 0,47% em maio, de 1,06% em abril, marcando a taxa mensal mais baixa desde abril de 2021 (+0,31%). A leitura divulgada na quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,60%. Esse resultado levou a inflação em 12 meses a acumular alta de 11,73%, contra 12,13% no mês anterior e projeção de 11,84%. Ainda assim, isso representa mais de duas vezes o teto da meta oficial para a inflação este ano, que é de 3,5%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Na busca pelo controle da inflação, o Banco Central vem apertando a política monetária enquanto o governo vem buscando medidas para aliviar os preços, como cortes de tributos. No entanto, ainda há pressões inflacionárias derivadas do cenário internacional, com lockdowns na China e sanções contra a Rússia devido à guerra na Ucrânia. Em maio, os preços de alimentos e bebidas tiveram alta de 0,48% depois de subirem 2,06% em abril. Houve quedas expressivas em produtos como tomate (-23,72%), cenoura (-24,07%) e batata-inglesa (-3,94%). "No primeiro trimestre tivemos muita chuva que atrapalha a oferta de alimentos. Com o tempo mais seco há uma melhora de oferta e redução de preços", explicou o gerente do IPCA, Pedro Kislanov. A pressão dos combustíveis também foi menor, com os preços subindo 1,0% no mês depois de dispararem 3,20% em abril, após altas expressivas nos preços das refinarias em março que foram repassadas ao consumidor. O destaque foi a gasolina, que subiu 0,92% em maio depois de alta de 2,48% no mês anterior. Apesar disso, o grupo Transportes ainda subiu 1,34% em maio, pressionado principalmente pelo aumento de 18,33% nos custos das passagens aéreas. O único grupo que registrou queda de preços em maio foi Habitação, de 1,70%, devido à redução de 7,95% nas contas de energia com a mudança de bandeira tarifária. No entanto, para junho as contas de energia podem não cair tanto, já que não haverá mais o efeito da troca de bandeira, de acordo com Kislanov. Além disso, para o mês que vem entrará na conta o reajuste dos planos de saúde. O grupo com maior variação em maio foi o de Vestuário, com alta de 2,11%, enquanto os preços de serviços aceleraram a alta a 0,85% em maio, ante 0,66% em abril. Os dados do IBGE mostraram ainda que o índice de difusão dos preços permaneceu elevado em maio, embora tenha caído a 72% de 78% em abril, destacando como a inflação está espalhada entre os produtos.
REUTERS
Ministério diz que valor da produção agropecuária subirá para R$ 1,2 trilhão em 2022
O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária do país deverá somar R$ 1,243 trilhão em 2022, segundo novas estimativas divulgada na quinta-feira pelo Ministério da Agricultura. Para as cinco principais cadeias da pecuária, a previsão do ministério para 2022 aponta para R$ 362,6 bilhões, queda de 6,4% ante 2021
O montante é levemente superior ao projetado no mês passado (R$ 1,236 trilhão) e, se confirmado, representará um novo recorde histórico, 2,4% superior ao batido em 2021 (R$ 1,214 trilhão). Para os 17 produtos agrícolas que fazem parte do levantamento, a previsão é que o VBP some R$ 880,4 bilhões, menos que o estimado em maio (R$ 881,2 bilhões) mas ainda com incremento ainda de 6,5% em relação ao ano passado. Mesmo com queda de 10% na comparação interanual, por causa da seca na região Sul e em parte de Mato Grosso do Sul, a soja lidera esse grupo, com VBP previsto em R$ 353,1 bilhões. Em seguida vêm milho, com R$ 162,5 bilhões, 20,2% mais que em 2021, e cana, com R$ 120 bilhões, alta de 28,1%. Para as cinco principais cadeias da pecuária, a previsão do ministério para 2022 aponta para R$ 362,6 bilhões, queda de 6,4% ante 2021. Os bovinos lideram o grupo (R$ 154,5 bilhões, baixa de 4,2%), seguidos por frango (R$ 105,6 bilhões, retração de 10,4%).
VALOR ECONÔMICO
Indústria: produção avança em oito dos 15 locais pesquisados em abril
A produção industrial avançou em oito dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional) em abril, quando o índice nacional cresceu 0,1%
Os destaques do mês foram Rio de Janeiro (5,9%), Santa Catarina (3,3%) e Bahia (3,0%), com as maiores expansões na produção. Pernambuco (2,0%), Pará (1,9%), Região Nordeste (1,5%) e Rio Grande do Sul (0,5%) também registraram avanços mais intensos que a média nacional, com o estado do Amazonas (0,1%) completando o conjunto de locais com índices positivos em abril de 2022. Os dados foram divulgados na quarta-feira (09/06), pelo IBGE. “Esse crescimento tímido em abril se deve a fatores como a inflação elevada, a baixa massa de rendimento, que reduz o consumo das famílias, o encarecimento das matérias-primas e o desabastecimento de insumos. Tudo isso recai diretamente sobre a cadeia produtiva, diminuindo o ritmo da produção industrial”, explica o analista da pesquisa, Bernardo Almeida. A principal influência positiva veio do Rio de Janeiro, com crescimento de 5,9%, a segunda taxa positiva consecutiva para a indústria fluminense. O setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis foi o grande responsável por esse avanço, tendo contribuído secundariamente o setor de metalurgia. “Foi a taxa mais intensa para o Rio desde julho de 2020, quando a indústria fluminense atingiu 8,0% de crescimento”, lembra Almeida. Em segundo lugar, também em termos absolutos e de influência no índice, aparece Santa Catarina, com alta de 3,3%, influenciada em grande parte pela indústria do vestuário. Com esse resultado, o estado eliminou parte da sua queda do mês anterior, que foi de 3,5%. Já a queda de 2,8% de São Paulo foi a principal influência negativa no índice nacional. O estado concentra aproximadamente 34% da produção industrial nacional. “O baixo desempenho do setor de veículos automotores e o de máquinas e equipamentos tiveram o maior peso nesse resultado”, comenta o técnico. No mês de abril, cinco dos 15 locais pesquisados obtiveram índices acima do patamar pré-pandemia de Covid-19, registrada em fevereiro de 2020. Foram eles: Minas Gerais e Rio de Janeiro (ambos com 5,8%), Mato Grosso (5,0%), Rio Grande do Sul (3,0%) e Santa Catarina (2,9%). Na comparação com abril de 2021, o setor industrial mostrou recuo de 0,5% em abril de 2022, com taxas negativas em sete dos 15 locais pesquisados. Vale citar que abril de 2022 (19 dias) teve um dia útil a menos do que igual mês do ano anterior (20). Nesse mês, Espírito Santo (-7,3%), Paraná (-6,6%) e Santa Catarina (-5,6%) assinalaram as reduções mais intensas. No acumulado de 12 meses, a indústria nacional teve redução de 0,3%, com sete dos 15 locais pesquisados registrando taxas negativas em abril de 2022. Amazonas (de 6,5% para 1,5%), Paraná (de 5,8% para 2,1%), Santa Catarina (de 3,5% para 0,1%), Rio Grande do Sul (de 5,2% para 2,0%), Ceará (de -0,9% para -3,7%), Espírito Santo (de 6,4% para 3,8%), São Paulo (de 1,6% para -0,7%) e Minas Gerais (de 7,0% para 4,8%) mostraram as principais perdas entre março e abril de 2022, enquanto Bahia (de -8,8% para -6,9%) e Mato Grosso (de 7,1% para 8,4%) assinalaram os maiores ganhos entre os dois períodos. No acumulado no ano, houve redução na produção em 11 dos 15 locais pesquisados, com destaque para Pará (-10,2%), Ceará (-9,0%) e Santa Catarina (-8,1%). Pernambuco (-4,3%), São Paulo (-4,0%) e Paraná (-3,6%) registraram taxas negativas mais acentuadas do que a média nacional (-3,4%), enquanto Região Nordeste (-2,1%), Minas Gerais (-2,1%), Rio de Grande do Sul (-1,5%), Espírito Santo (-0,9%) e Goiás (-0,7%) completaram o conjunto de locais com recuo na produção no índice acumulado no ano.
Agência IBGE de Notícias
FAO: produção global de grãos cairá em 2022 pela primeira vez em quatro anos
A produção de grãos para ração animal deve cair 0,6%, para 1,51 bilhão de toneladas este ano, liderada por uma queda de 1,6% na produção de milho
A produção global de grãos deve cair em 2022 pela primeira vez em quatro anos e os preços podem subir com as preocupações com a oferta, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). A produção deve ser de 2,78 bilhões de toneladas este ano, 16 milhões de toneladas menor ante o recorde de 2021. Milho, trigo e arroz devem ser as culturas que mais apresentarão reduções, disse a organização. A produção de trigo está no foco, pois a guerra na Ucrânia e a proibição de exportações na Índia dificultam o comércio. A produção global do cereal deve cair 0,8%, para 771 milhões de toneladas em 2022, com declínios de produção na Austrália, Índia, Marrocos e Ucrânia superando os aumentos esperados no Canadá, Irã e Rússia. A produção de grãos para ração animal deve cair 0,6%, para 1,51 bilhão de toneladas este ano, liderada por uma queda de 1,6% na produção de milho, fruto de uma colheita menor nos Estados Unidos e da menor produção provocada pela guerra na Ucrânia. Embora se espere que o consumo global de grãos para alimentos aumente, a demanda geral deve cair 0,1%, para 2,79 bilhões de toneladas, à medida que a utilização de ração animal diminui.
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