Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 171 |15 de julho de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Cotação do boi gordo continua em queda
Segundo os analistas da IHS Markit, apesar das escalas de abate não registrarem avanços significativos, a pressão de baixa nas cotações da arroba do boi gordo se manteve nas principais praças brasileiras
Atualmente, as programações de abate ainda registram volumes suficientes para 7 a 10 dias na maior parte das praças pecuárias. No Centro-Sul, as escalas de abate dos frigoríficos variam entre 5 a 7 dias e as operações de compra seguem envolvendo lotes pequenos de animais, reflexo da baixa disponibilidade de ofertas nas praças do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, relata a IHS. Nas regiões Norte e Nordeste, a oferta de boiadas gordas é maior, porém o atual período de estiagem retirou a condição de retenção do gado nas propriedades. “Os pecuaristas cedem às pressões de baixa, liquidando animais de modo a evitar perda de peso e qualidade”, informa a IHS. De modo geral, a consultoria observa que o ambiente ainda é de estabilidade de preços nas praças pecuárias, refletindo a queda de braço entre indústrias e pecuaristas. Segundo a Scot Consultoria, o preço do macho terminado direcionado ao mercado interno paulista recuou R$ 2/@, ficando em R$ 313/@, enquanto o boi-China sofreu baixa diária de R$ 5/@, cotado em R$ 320/@. Com escalas de abate bem posicionadas, a pressão de baixa perdura nas praças do interior de São Paulo, informou. O mercado abriu o dia com queda de R$ 2/@ de boi gordo paulista direcionado ao mercado doméstico, agora negociado a R$ 313/@ (preço bruto e a prazo). Os preços dos bovinos com padrão para exportação ao mercado da China (com até quatro dentes) também recuaram em São Paulo, com queda diária de R$ 5/@, ficando em R$ 320/@, de acordo com a Scot. As cotações das fêmeas prontas para abate permaneceram estáveis nesta quarta-feira, no mercado paulista, em R$ 282/@ (vaca) e R$ 304/@ (novilha). Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 310/@ (à vista) vaca a R$ 290/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 325/@ (prazo) vaca a R$ 285/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 300/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 295/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 295/@ (prazo)vaca a R$ 280/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 297/@ (prazo) vaca a R$ 277/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 295/@ (à vista) vaca a R$ 277/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 290/@ (à vista) vaca a R$ 275/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 305/@ (prazo) vaca R$ 285/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 330/@ (à vista) vaca a R$ 300/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 292/@ (prazo) vaca a R$ 282/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 295/@ (prazo) vaca a R$ 287/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 280/@ (à vista) vaca a R$ 275/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 270/@ (à vista) vaca a R$ 260/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 285/@ (à vista) vaca a R$ 270/@ (à vista).
PORTAL DBO
USDA eleva estimativa para exportação de carne bovina brasileira em 2022
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) elevou sua estimativa para as exportações totais de carne bovina do Brasil em 2022, segundo relatório divulgado nesta semana
O Brasil deverá exportar 2,72 milhões de toneladas de carne bovina em 2022, cerca de 125 mil toneladas a mais que o estimado pelo USDA em junho. Já as exportações globais de carne bovina devem somar 11,9 milhões de toneladas em 2022, acima dos 11,76 milhões estimados em junho. “O crescimento (das exportações) do Brasil, Canadá e México deverá mais do que compensar a redução na Austrália”, disse o USDA. “O Brasil deverá exportar uma parcela maior de sua produção com base na demanda firme da China, Egito e EUA.” O USDA estima que o Brasil produzirá 9,85 milhões de toneladas de carne bovina em 2022, mantendo a previsão já divulgada em junho.
CARNETEC
SUÍNOS
Mercado de suínos estável
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 129,00/R$ 138,00, assim como a carcaça especial, custando R$ 9,40 o quilo/R$ 9,80 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (13), os preços ficaram estáveis em Minas Gerais e São Paulo, valendo em ambos estados R$ 7,26/kg. Houve leve alta de 0,16% no restante dos Estados produtores, com preço de R$ 6,37/kg no Paraná, R$ 6,28/kg no Rio Grande do Sul e R$ 6,38/kg em Santa Catarina. Na quinta-feira (14), quando são realizadas as comercializações dos suínos independentes nas principais praças produtoras do país, o que se viu foi a maioria dos preços estáveis, com exceção do Paraná, que teve recuo na cotação.
Cepea/Esalq
Suinocultura independente: queda no Paraná, e estabilidade nas demais praças
No Paraná, considerando a média semanal (entre os dias 06/07/2022 a 13/07/2022), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 3,69%, fechando a semana em R$ 6,27/kg. "Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente queda, podendo ser cotado a R$ 6,25/kg", informou
Em São Paulo, pela terceira semana consecutiva, o preço do suíno vivo ficou cotado em R$ 7,47/kg, segundo o presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira. No mercado mineiro preço segue estável pela quinta semana consecutiva em R$ 7,30, com acordo entre suinocultores e frigoríficos, conforme dados da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Santa Catarina manteve o preço em R$ 6,74/kg pela terceira semana consecutiva, de acordo com informações do presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, Losivanio de Lorenzi.
AGROLINK
Suínos/Cepea: Demanda se aquece e eleva preço médio mensal
A demanda por carne suína está um pouco maior nesta primeira quinzena de julho
Segundo pesquisadores do Cepea, além do típico aquecimento da procura em começo de mês, as temperaturas mais baixas e eventos festivos desta época do ano favoreceram o consumo da proteína. Diante disso, a carcaça especial suína registra média de R$ 9,90/kg (até o dia 12 de julho), elevação de 5,6% frente à de junho. Quanto aos preços das carnes concorrentes, de frango e bovina, o movimento também foi de alta, mas de forma menos intensa, contexto que reduziu a competitividade da carne suína. Ressalta-se que o aumento na distância entre o preço médio da carne suína em relação à de frango e a diminuição da diferença frente à proteína bovina evidenciam a perda de competitividade do produto suinícola.
Cepea
FRANGOS
Frango congelado ou resfriado têm queda de 2% em SP
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 6,10/kg, enquanto o frango no atacado cedeu 0,39%, chegando a R$ 7,70/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. No Paraná, não houve mudança de preço, com a ave custando R$ 5,55/kg, assim como em Santa Catarina, fixado R$ 4,25/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (13), a ave congelada sofreu recuo de 2,79%, atingindo R$ 8,01/kg, enquanto a resfriada baixou 2,56%, fechando em R$ 7,99/kg.
Cepea/Esalq
EMPRESAS
Minerva fecha acordo de fornecimento exclusivo com britânica Hilton Food
Empresa ampliará a atuação em food service, indústria de alimentos processados e varejo no Reino Unido
A Minerva, maior exportadora de carne bovina da América do Sul, fechou um acordo de fornecimento mutuamente exclusivo com a britânica Hilton Food Solutions, trading de proteínas da Hilton Food PLC. Segundo a nota divulgada pela companhia brasileira, o acordo permitirá ampliar a atuação em food service, indústria de alimentos processados e varejo no Reino Unido. “É uma grande oportunidade para entender melhor a dinâmica do mercado, o perfil dos clientes locais, e ampliarmos a presença naquele país”, disse Fernando Queiroz, CEO da Minerva Foods, na nota.
bilhões).
VALOR ECONÔMICO
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Paraná fecha primeiro semestre com alta de 15% nas exportações
O resultado, no acumulado dos primeiros seis meses, é um déficit de US$ 123 milhões. O Paraná exportou US$ 2,1 bilhões em junho. Os valores exportados superam em 27% o resultado obtido no mesmo mês do ano passado e, em quase 7%, o registrado em maio, que foi de US$ 1,959 bilhão. Só no primeiro semestre deste ano, o estado acumula US$ 10,6 bilhões em vendas para o exterior, uma alta de 15% na comparação com 2021
Os dados foram divulgados esta semana, pela Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Economia (Secex). As importações também tiveram incremento significativo, de 40%, em relação a junho do ano passado. Porém, em relação a maio, houve queda de 11%. De janeiro até agora, as compras do exterior somam US$ 10,7 bilhões, um crescimento de 35% na comparação com o primeiro semestre de 2021. Dessa forma, o saldo da balança comercial do Paraná em junho ficou positivo em US$ 94,5 milhões, mas o resultado no acumulado dos primeiros seis meses é um déficit de US$ 123 milhões. Com os resultados de junho, o Paraná é o sexto estado que mais exportou no Brasil, representando 6,4% do total de mercadorias comercializadas para fora do país. O estado responde ainda por 41% do que é vendido pelos três estados do Sul no exterior, sendo o principal exportador da região. Nas importações, o Paraná fica em quarto lugar no ranking nacional, responsável por 8,4% de tudo que foi adquirido do exterior, além de representar 37% do total comprado pela região Sul, na segunda colocação, superado por Santa Catarina, com 40%. A ativa relação do estado nessa área é justamente o que mede a corrente de comércio, que é a soma das exportações com as importações. Em junho, foram US$ 4,1 bilhões, valor 33% acima do registrado em junho de 2021. Só este ano, são 21,3 bilhões negociados, montante que eleva em 25% o total registrado no primeiro semestre do ano passado. Dessa forma, o Paraná é o quinto estado do país mais ativo nessa área, representando 39% da corrente de comércio da região sul. A China continua sendo o principal destino das exportações paranaenses, levando quase 20% do total de mercadorias vendidas no primeiro semestre, somando US$ 2,053 bilhões. Chama a atenção o fato de que embora seja o principal mercado consumidor dos produtos do estado, as vendas para o país asiático este ano estão 31% abaixo dos US$ 2,967 bilhões registrados no primeiro semestre de 2021. Depois vêm os Estados Unidos, com 8,4% de representatividade, seguidos por Argentina (6%), Índia (3,6%), México (3,5%), Holanda (3,2%) e Chile (3,1%). Nas importações, quase 50% da pauta está concentrada em cinco países principais. China, com 24% do total e alta de 51% nas compras neste primeiro semestre. Estados Unidos, 12%, também com elevação de 60% nas importações. Em seguida, vem a Rússia, que representa 4,4% do total adquirido pelo estado, mas que registrou o maior aumento percentual no período, 124% a mais este ano na comparação com os primeiros seis meses do ano passado. Depois vem Alemanha e Paraguai, ambos com 4,3% da pauta. Os produtos do complexo soja são o principal item vendido pelo Paraná para fora do país no acumulado deste ano. Eles respondem por 29% da pauta total do estado, seguido por carnes (18,4%), madeira (9,7%), material de transporte (7,7%) e celulose e papel (4,2%). Já entre os mais comprados pelo estado estão produtos químicos (40%), petróleo (11%), material de transporte (9,8%), materiais elétricos e eletrônicos e produtos mecânicos (8,8%). O setor alimentício foi o maior responsável pelas exportações do estado em junho, 42% do total comercializado. Madeira (8,9%), automotivo (8,3%) e celulose e papel (7,6%) completam a lista das atividades que mais venderam para fora do país. Já os setores: químico (44%), automotivo (11,2%), petrolífero (7,2%) e máquinas e equipamentos (7,1%) foram os que mais adquiriram produtos no mês. No primeiro semestre, a lista não muda muito, só a participação de cada setor na pauta se altera. O ranking segue liderado por alimentos (39%), madeira (10%), automotivo (7,9%) e celulose e papel (7,7%). E nas importações de janeiro a junho, a mesma lógica com diferentes percentuais. Produtos químicos (38%), automotivo (9,6%), além de petróleo e máquinas e equipamentos (ambos com 9,1%), e produtos elétricos, eletrônicos e de informática (7,5%).
FIEP
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar à vista fecha em alta de 0,53%, a R$5,4327
O dólar voltou a subir na quinta-feira, aproximando-se das máximas de fechamento desde janeiro, ao fim de mais um pregão dominado pelo fortalecimento global da divisa norte-americana e por temores de recessão, o que ditou nova onda de vendas em ativos de risco como moedas emergentes
O dólar à vista fechou em alta de 0,53%, a 5,4327 reais, devolvendo boa parte da queda de 0,65% da véspera. A cotação, porém, fechou longe da máxima do dia, quando saltou 1,62%, a 5,4913 reais --pico intradiário desde janeiro. Na mínima, ainda subiu 0,19%, a 5,4144 reais.
REUTERS
Ibovespa fecha em queda com commodities e vai a mínimas desde 2020
O Ibovespa fechou em queda na quinta-feira, renovando mínimas desde novembro de 2020, pressionado pelo declínio de ações atreladas a commodities e diante da perspectiva de altas mais rápidas de juros nas principais economias do mundo
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,7%, a 96.212,83 pontos, de acordo com dados preliminares, tendo atingido 95.430,74 pontos no pior momento, menor patamar intradia desde 3 de novembro de 2020. O volume financeiro somava 22,3 bilhões de reais, em pregão também marcado por ajustes visando o vencimento dos contratos de opções sobre ações na bolsa paulista. As ações da Vale desabaram mais de 6%, conforme o preço do minério de ferro recuou na Ásia, com o contrato de referência em Cingapura negociado abaixo de 100 dólares, mínima em oito meses. Petrobras PN caiu 2,5%, na esteira do declínio de 0,47% do petróleo Brent. Na ponta positiva, ações relacionadas a consumo avançaram com a aprovação da PEC dos Benefícios na Câmara dos Deputados, que deve injetar dinheiro na economia, apesar do seu nocivo efeito nas contas públicas, com um impacto fiscal estimado em 41,25 bilhões de reais.
REUTERS
Risco Brasil continua a subir e chega à máxima desde maio de 2020
Indicador reflete ambiente de cautela nos mercados e acompanha a depreciação de ativos brasileiros, como o real e ações
O ambiente avesso a risco tanto no exterior quanto no mercado doméstico fez o risco Brasil medido pelos contratos de cinco anos de CDS voltar a atingir as máximas desde maio de 2020. De acordo com a IHS Markit, neste início de tarde, o risco Brasil subia para 332 pontos. A piora no risco país é observada ao mesmo tempo em que outros ativos brasileiros são penalizados. Os juros futuros continuam a operar pressionados ao longo de toda a estrutura a termo da curva; o dólar, mais cedo, chegou a encostar em R$ 5,49; e o Ibovespa exibe queda firme. O principal índice de ações brasileiras operava pouco abaixo da marca de 96 mil pontos. “Os números da inflação americana continuaram muito altos. Isso gera um desconforto e uma sensação de que o Fed vai ter que subir mais os juros do que ele pensava inicialmente. Quando os juros americanos sobem, isso fortalece o dólar e torna as bolsas mais vulneráveis”, aponta José Tovar, sócio-fundador da Truxt Investimentos. “O mercado tinha dado uma acalmada, mas, com a inflação de ontem, tivemos uma nova pernada [na aversão a risco]”, afirma. Tovar revela que a Truxt, em seus fundos multimercado, tem posições tomadas [aposta na alta] em juros americanos e canadenses e compradas em dólar contra o real e contra o euro. “São posições na direção de mais juros nos mercados desenvolvidos e nos emergentes”, diz.
VALOR ECONÔMICO
Atividade econômica do Brasil contrai em maio pelo 2º mês seguido
A atividade econômica brasileira seguiu em declínio em meados do segundo trimestre, embora a um ritmo mais fraco de contração em maio em relação ao mês anterior, de acordo com dados do Banco Central divulgados na quinta-feira.
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) teve em maio recuo de 0,11% em relação a abril, segundo dado dessazonalizado do indicador, que é um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado na quinta-feira. O resultado é o segundo seguido no vermelho, mas mostra uma contração mais fraca do que a de 0,64% de abril. A autoridade monetária revisou com força para baixo a leitura de abril, depois de informar anteriormente contração de 0,44%.
O BC retomou a divulgação de indicadores com o fim da greve de servidores, e na semana passada informou os dados de março e abril do IBC-Br. Na comparação com maio do ano anterior, o IBC-Br registrou avanço de 3,74%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a uma alta de 2,66%, de acordo com números observados. A indústria do Brasil cresceu em maio pelo quarto mês seguido, porém a taxa de 0,3% ficou abaixo do esperado. Outro desempenho que ficou bem abaixo da expectativa no mês foi o de vendas varejistas, que cresceram apenas 0,1%. Em contraste, o setor de serviços voltou a registrar ganhos em maio e acima do esperado, com aumento do volume de 0,9%. O cenário econômico no Brasil engloba inflação alta, agravada pela guerra na Ucrânia, com taxa de juros elevada e incertezas relacionadas à eleição presidencial no país em outubro. O ambiente internacional também traz desafios, já que o aumento de juros nas economias avançadas tende a retrair a atividade no mundo e afastar investimentos de países emergentes. A taxa básica de juros Selic está em 13,25%, nível elevado que tende a restringir a atividade e o consumo, e o BC já indicou que antevê um novo ajuste na reunião de agosto. O diagnóstico apresentado recentemente pelo Banco Central prevê que, diante da defasagem dos efeitos da política monetária, o aperto nos juros deve provocar uma desaceleração da atividade econômica no segundo semestre deste ano. A pesquisa Focus realizada semanalmente pelo BC com uma centena de economistas --que também voltou a ser divulgada após a greve-- aponta que a expectativa é de que o PIB cresça 1,59% neste ano, desacelerando a uma expansão de 0,50% em 2023.
Reuters
Exportações do agronegócio cresceram 31,2% na receita em junho, para US$ 15,7 bi
Segundo o Ministério da Agricultura, trata-se de um novo recorde, puxado pelas vendas de soja à China
As exportações do agronegócio brasileiro continuaram aquecidas e renderam US$ 15,7 bilhões em junho, 31,2% mais que no mesmo mês do ano passado, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo Ministério da Agricultura. Segundo a Pasta, foi um novo recorde, mais uma vez influenciado pelos elevados preços das commodities em geral no mercado internacional. Em comunicado, o ministério realçou que, embora tenha recuado 4,7% entre os meses de maio e junho, o índice de preços de alimentos do Banco Mundial subiu 22,8% em junho ante o mesmo mês de 2021, e que mais ou menos o mesmo movimento foi observado no índice de preços de alimentos da FAO, o braço das Nações Unidas para agricultura e alimentação. “Ou seja, apesar de um aparente arrefecimento na inflação de alimentos, captada por ambos os índices, os preços internacionais permanecem em patamares bastante elevados”. No caso das exportações brasileiras do agro, os preços subiram, em média, 28,5% na comparação interanual — muito mais do que o volume médio embarcado (2,1%) —, o que garantiu o resultado divulgado. Como as importações cresceram 19,8% nessa mesma comparação, para US$ 1,5 bilhão, o superávit setorial registrou alta de 32,6% e atingiu US$ 14,2 bilhões no mês passado. Nas importações, o destaque foi o aumento de 187% das compras de fertilizantes, para US$ 3,3 bilhões, derivada de incrementos de 17,5% dos volumes e 144,4% do preço médio. Os embarques de soja e derivados (farelo e óleo) permaneceram na liderança da pauta exportadora. Os embarques registraram aumento de 31,9% em junho, para US$ 8,1 bilhões. “Diante de uma safra menor em 2022, as exportações de soja em grão recuaram de 11,1 milhões de toneladas, em junho de 2021, para 10,1 milhões (-9,2%). O incremento de 34,4% do preço da oleaginosa, porém, possibilitou uma expansão de 22,1% no valor exportado do grão, que chegou ao recorde de US$ 6,32 bilhões para meses de junho”, informou o ministério. A China foi o destino de 64,5% das exportações da matéria-prima, mesmo com uma queda de 8,2% nas compras em relação a junho do ano passado. Já os embarques brasileiros de carnes (bovina, de frango e suína) somaram US$ 2,4 bilhões em junho, 32% mais que um ano antes. Os embarques de carne bovina cresceram 36,9%, para US$ 1,1 bilhão, e a China também foi o principal país comprador, respondendo por 65,9% do valor total. As vendas de carne de frango, também puxadas pelo país asiático, aumentaram 46,7%, para o recorde em meses de junho de US$ 932,1 milhões, e as de carne suína foram 19,1% menores (US$ 216,6 milhões). Entre os demais grupos de produtos mais exportados pelo agro brasileiro, o de produtos florestais registrou aumento de 23,1%, para US$ 1,5 bilhão, açúcar e etanol avançaram 0,3%, para US$ 1,1 bilhão, e café subiu 73,6%, para US$ 788,7 milhões. No total, a China foi o destino de 36,3% da receita dos embarques do agronegócio brasileiro em junho, ou US$ 5,7 bilhões. Assim, no primeiro semestre do ano as exportações brasileiras do agro chegaram a US$ 79,3 bilhões, 29,4% mais que em igual intervalo do ano passado. As importações cresceram 8,5% na comparação, para US$ 8,1 bilhões, e o superávit foi 32,3% maior (US$ 71,2 bilhões). De janeiro a junho os embarques de soja e derivados aumentaram 30,1%, para US$ 37,8 bilhões, os de carnes cresceram 35,3%, para US$ 12,2 bilhões, os de produtos florestais subiram 29,1%, para US$ 8,3 bilhões, os de açúcar e etanol registraram queda de 6,9%, para US$ 4,3 bilhões, e os de café foram 55,5% maiores (US$ 4,6 bilhões). No semestre, a China foi o destino de 35,6% das exportações totais do agro brasileiro (US$ 28,3 bilhões).
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