Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 227 |04 de outubro de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Preços da arroba seguem estabilizados na maioria absoluta das praças; queda no Paraná
No Noroeste do Paraná, na comparação com a última sexta-feira, queda de R$1,00/@ na cotação do boi e novilha gordos. Para a vaca gorda, queda de R$2,00/@. Em SP, macho terminado é negociado por R$ 280/@, no prazo, segundo a Scot Consultoria, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas, respectivamente, por R$ 267/@ e R$ 278/@ (preços brutos e a prazo)
O mercado físico do boi gordo abriu outubro em tom de cautela, com ambas as pontas (comprador e vendedor) na defensiva, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. “A segunda-feira foi de muita morosidade em relação ao fluxo de negócios efetivados, pois boa parte das unidades de abate busca avaliar o resultado das vendas de carne bovina no última final de semana antes de efetivar novas compras de gado”, relatou a IHS Markit. Na B3, os preços futuros do boi gordo voltaram a sinalizar firmeza, sobretudo para as posições a partir de novembro/22. Na avaliação da IHS, o movimento positivo nos preços dos contratos futuros de curto prazo mostra que o setor pecuário ainda acredita em uma melhoria na demanda doméstica pela proteína bovina brasileira, que deve esboçar uma recuperação mais consistente durante o último trimestre de 2022. No atacado, as vendas dos principais cortes bovinos vêm evoluindo de forma regular, o que manteve estável os preços dos cortes neste começo de semana. As expectativas se voltam para a etapa final desta primeira semana, quando a reposição de mercadoria nos entrepostos de distribuidores e varejistas devem ganhar fôlego com a entrada da massa salarial, observa a IHS. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 280/@ (à vista) vaca a R$ 260/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 292/@ prazo) vaca a R$ 272/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 270/@ (prazo) vaca a R$ 252/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 270/@ (prazo) vaca a R$ 252/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 256/@ (prazo) vaca a R$ 245/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 255/@ (prazo) vaca a R$ 245/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 255/@ (à vista) vaca a R$ 243/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 254/@ (à vista) vaca a R$ 243/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 263/@ (prazo) vaca R$ 250/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 300/@ (à vista) vaca a R$ 267/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 257/@ (prazo) vaca a R$ 247/@ (prazo; PA-Paragominas: boi a R$ 265/@ (prazo) vaca a R$ 256/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 266/@ (prazo) vaca a R$ 255/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 265/@ (à vista) vaca a R$ 255/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 255/@ (à vista) vaca a R$ 235/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 265/@ (à vista) vaca a R$ 250/@ (à vista).
Volume exportado de carne bovina in natura ultrapassa as 200 mil toneladas em setembro
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, os embarques de carne bovina in natura finalizaram o mês com 203 mil toneladas em 21 dias úteis. No ano passado, o mês de setembro havia batido recorde com 186,9 mil toneladas embarcadas
No comparativo mensal, o volume ficou próximo ao de agosto deste ano, com 203,2 mil toneladas em 23 dias úteis. A média diária movimentada ficou em 9,6 mil toneladas alta de 8,6%, frente a setembro do ano anterior, com 8,9 mil toneladas. Para o analista de mercado da Safras & Mercados, Fernando Henrique Iglesias, “agora temos que ter atenção para a queda dos preços internacionais da carne bovina e ao processo de desvalorização da moeda chinesa que enfraquece as importações”, explicou. Há ainda o feriado prolongado na China, a Golden Week ou Semana Dourada, quando acontecem comemorações durante os dias 1º e 7 de outubro, para celebrar a fundação da República Popular da China. O analista estima que isso pode impactar as exportações em outubro. Os preços médios em setembro ficaram próximos de US$ 6.001 por tonelada, alta de 3,7% frente a setembro de 2021, com preços médios de US$ 5.788 por tonelada. O valor das exportações foi US $1,218 bilhão e em setembro do ano anterior foi de US $1,082 bilhão. A média diária ficou em US$ 58 milhões, alta de 12,6%, frente a setembro do ano passado, com US$ 51,543 milhões.
AGÊNCIA SAFRAS
SUÍNOS
Suínos: mercado estável. Única alta foi de 2,19% para o vivo em MG
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 120,00/R$ 125,00, assim como a carcaça especial, custando R$ 9,00/kg/R$ 9,40/kg
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (30), houve aumento de 2,19% em Minas Gerais, chegando a R$ 6,53/kg, e queda de 0,49% no Paraná, atingindo R$ 6,12/kg. Ficaram inalteradas as cotações no Rio Grande do Sul (R$ 6,37/kg), Santa Catarina (R$ 6,23/kg), e em São Paulo (R$ 6,69/kg).
Cepea/Esalq
Exportação de carne suína com aumento no preço médio em setembro
O volume embarcado passou das 94 mil toneladas, resultado positivo para o setor
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, as exportações de carne suína in natura em setembro ultrapassaram 94 mil toneladas embarcadas. Para o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, "o que importa é a alta do preço médio, que torna a situação mais interessante. Na China, os preços caíram localmente e internacionalmente no primeiro semestre deste ano, e quando subiu novamente na China, globalmente os preços da proteína subiram também. Isso porque a China é dona de metade dessa produção, e ainda assim são dependentes de importação, então eles têm a capacidade de interferir no mercado global", disse ele. A receita, US$ 231 milhões, representa 95,4% do montante obtido em setembro de 2021, que foi de US$ 242 milhões No volume embarcado, as 94.276 toneladas são 92,6% do total registrado em setembro do ano passado, com 101.792 toneladas. Na comparação com mês anterior, a receita representa 91,03% do total registrado em agosto, com US$ 253,8 milhões. No volume, as 94.276 toneladas representam 88,7% do que foi computado em agosto, com 106.373 toneladas. A receita por média diária foi de US$ 11 milhões, valor 4,6% menor do que setembro de 2021. No comparativo com a semana anterior, houve baixa de 8,6%. Em toneladas por média diária, foram 4.489 toneladas, recuo de 7,4% no comparativo com o mesmo mês de 2021. Em relação à semana anterior, retração de 8,3%. No preço pago por tonelada, US$ 2.450, ele é 3,1% superior ao praticado em setembro passado. Frente a semana anterior, a ligeira queda de 0,27%.
AGÊNCIA SAFRAS
Ministério apresenta plano para controle da peste suína africana no Brasil
Em novembro, Pasta fará exercício de combate a foco da doença em Santa Catarina
O Ministério da Agricultura apresentou na segunda-feira o Plano de Contingência para Peste Suína Africana, que estabelece os princípios, estratégias e medidas para contenção e a erradicação de focos da doença. Em caso de ocorrência de peste suína africana no país, o ministério vai declarar estado de emergência zoossanitária e adotar uma série de medidas descritas no plano. Com status de país livre da PSA, o Brasil registrou o último foco em 1981. No mês que vem, a Pasta fará um exercício simulado em Santa Catarina, que terá apoio do governo estadual e da iniciativa privada. Como parte do trabalho, o ministério vai instalar um Centro de Operações de Emergência Zoossanitária, no qual os participantes vão treinar organização e procedimentos técnicos como vigilância, investigação clínica e epidemiológica e colheita e envio de amostras para diagnóstico laboratorial.
VALOR ECONÔMICO
FRANGOS
Mercado do frango com leves quedas para a ave congelada ou resfriada em SP
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,50/kg, assim como o frango no atacado ficou estável em R$ 7,30/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina não houve mudança de preço, custando R$ 4,23/kg, da mesma forma que no Paraná, valendo R$ 5,31/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (30), a ave congelada cedeu 0,25%, atingindo R$ 8,08/kg, enquanto o frango resfriado baixou 0,37%, fechando em R$ 8,02/kg.
Cepea/Esalq
Receita com as exportações de carne de frango em setembro é 12,4% maior
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, a exportação de carne de aves in natura até o final de setembro (21 dias úteis) superou em 12,4% a receita obtida em setembro do ano passado
A receita, US$ 753,9 milhões, superou em 12,4% o montante obtido em setembro de 2021, que foi de US$ 670,6 milhões. No volume embarcado, as 364.238 toneladas são 93,7% do total registrado em setembro do ano passado, com 388.534 toneladas. Em comparação com o mês anterior, a receita representa 90,7% do total registrado em agosto, US$ 830,7 milhões. No volume, as exportações representam 91,4% do total computado em agosto, 398.599. A receita por média diária foi de US$ 35.9 milhões, valor 12,4% maior que o registrado setembro de 2021. No comparativo com a semana anterior, houve baixa de 9,6%. Em toneladas por média diária, 17.344 toneladas, houve recuo de 6,3% no comparativo com o mesmo mês de 2021. Em relação à semana anterior, retração de 5,8%. No preço pago por tonelada, US$ 2.450, ele é 19,9% superior ao praticado em setembro do ano passado. O resultado, frente ao valor atingido na semana anterior, representa ligeiro aumento de 17,8%.
AGÊNCIA SAFRAS
França eleva nível de alerta de gripe aviária após ressurgimento do vírus
A França reforçará as medidas para conter a gripe aviária após um ressurgimento do vírus que varreu os rebanhos de aves no inverno passado, disse o Ministério da Agricultura, acrescentando que o nível de alerta nacional sobre a gripe aviária foi elevado para "moderado"
A França experimentou sua pior crise de gripe aviária entre novembro e maio, com mais de 19 milhões de animais sendo abatidos para conter uma grave cepa da doença que se espalhou nas principais regiões de criação de aves no oeste da França. O governo reduziu as restrições em junho após uma pausa nos surtos, antes de um aumento incomum nos casos durante o verão que afetou um grande número de aves selvagens nas áreas costeiras, bem como alguns rebanhos agrícolas no interior. Outros países europeus também relataram novos surtos de gripe aviária desde o verão.
REUTERS
EMPRESAS
Frísia amplia atuação e inicia atividades com bovinos de corte
Segundo nota da cooperativa Frísia, que tem sede em Carambeí, no Paraná, a atividade permitirá diversificação aos cooperados
A cooperativa Frísia, que tem sede em Carambeí, no Paraná, anunciou que vai começar a atuar em bovinocultura de corte. Segundo nota da cooperativa, a atividade permitirá diversificação aos cooperados. O Conselho de Administração da Frísia aprovou em julho a atividade de bovinocultura de corte na área de atuação da cooperativa. A expectativa é de se ter uma promissora alternativa de melhor aproveitamento de área na propriedade e aumento de renda aos cooperados. No Paraná, a Frísia vai trabalhar das duas formas: pecuária de corte tradicional e engorda de machos da raça holandesa. “Além disso, temos cooperados da área agrícola no Paraná com áreas marginais não agricultáveis e que já têm gado de corte. Durante o inverno, eles usam algumas áreas que são de produção de grãos e formam uma pastagem para colocar os animais”, disse em nota.
ESTADÃO CONTEÚDO
Cooperativa Cocamar incorpora a estrutura da Coanorp
É o terceiro grupo paranaense incorporado nos últimos cinco anos
A paranaense Cocamar Cooperativa Agroindustrial informou que, em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada na sexta-feira, seus associados aprovaram a incorporação da estrutura da Cooperativa Agropecuária Norte Paranaense (Coanorp). Com mais de 16,5 mil cooperados e faturamento previsto em R$ 11 bilhões neste ano, ante R$ 9,6 bilhões em 2021, a Cocamar, com sede em Maringá, atua no Paraná, em São Paulo e em Mato Grosso do Sul. Cerca de 550 de seus associados já são atendidos pelas oito instalações da Coanorp, em uma parceria que teve início em 2008 — em 2017, ambas construíram uma unidade conjunta para o recebimento de grãos na cidade de Pitangueiras. Nas oito unidades que detém, a Coanorp tem capacidade para armazenar 104 mil toneladas de grãos, e o grupo também tem uma loja de insumos em Santo Inácio. “A logística é favorável à incorporação e a área de atuação da Coanorp é muito parecida com a nossa”, afirma Divanir Higino, Presidente da Cocamar, em comunicado. O potencial de faturamento dessa região chega a R$ 860 milhões, segundo a Cocamar. No comunicado, a Cocamar informa que a Coanorp não tem dívidas e que, com sua estrutura, passa a contar com 110 unidades de atendimento. Nos últimos cinco anos, o grupo incorporou também a Cofercatu, no norte do Paraná, e a Copagra, no noroeste do Estado.
VALOR ECONÔMICO
LEGISLAÇÃO
Divergências travam debate de regras para proteínas alternativas
Ministro Marcos Montes sugere proibição de termos como carne e leite para produtos de base vegetal
As divergências sobre a nomenclatura das proteínas alternativas travaram o andamento da proposta de regulamentação do mercado de produtos plant-based no país. A minuta de normativa, que estava prestes a entrar em consulta pública, deverá ser reestruturada após o ministro da Agricultura, Marcos Montes, defender a proibição do uso de termos como “carne”, “leite”, “hambúrguer” e “queijo” para designar itens que não sejam de origem animal. Em agosto, Montes enviou ofícios aos ministérios da Saúde e da Justiça solicitando a “urgente restrição dos rótulos e marcas comerciais que usam indevidamente o nome de produtos tradicionais de origem animal em produtos de origem vegetal”. O texto diz que “utilizar os mesmos nomes para designar produtos vegetais, que têm diferentes características e distintos valores nutricionais, induz o consumidor a erro”. Para o ministro, o consumidor pode “achar que está adquirindo produto conhecido e com as mesmas características, o que não é verdade”. Uma nota técnica do ministério foi mais enfática e pediu que se coíba o uso dos termos tradicionais nos produtos plant-based, mesmo que acompanhados das expressões “vegetal” ou “vegano”. O documento critica, por exemplo, as designações de itens como “creme de leite de arroz”, “queijo vegano” e “manteiga de coco”. Documento critica designações como “creme de leite de arroz”,“queijo vegano” e “manteiga de coco” O ofício e a nota técnica não levaram em consideração o trabalho da equipe do próprio ministério, que desde 2019 discute o tema com diversos agentes das cadeias de produção vegetal e animal para buscar consensos sobre as normas. O teor enfático dos documentos foi recebido como um balde de água fria, apurou o Valor. A proposta inicial era criar uma regulamentação com informações claras e conceitos básicos, mas sem proibições contundentes. O trabalho estava estruturado e havia possibilidade, mesmo que remota, de a assinatura ocorrer ainda em 2022. Agora, vai se tentar definir um texto que possa entrar em consulta pública até o fim do ano. Pequenos e médios frigoríficos - que, ao contrário das grandes empresas de carne, não investem em proteínas alternativas - e também laticínios temem perder mercado para os produtos plant-based que usam a nomenclatura “tradicional”. Esses segmentos comemoraram a posição que o ministério adotou no ofício e na nota técnica. “O vácuo legal abre a possibilidade de abusos e de uso indevido da nomenclatura, além de aumentar a chance de pedidos de fiscalização e apreensão de produtos já amplamente comercializados”, afirmou ao Valor uma pessoa a par das discussões. Há críticas de que a discussão teria ficado mais “política” do que “técnica”. “A tentativa de regulação deu dois passos para trás”, disse. O ministro Marcos Montes pediu posicionamentos técnicos à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), vinculada ao Ministério da Saúde, e à Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça, que ainda não responderam oficialmente. Ele também sugeriu a criação de uma norma conjunta para regular o setor de plantbased que preveja “novos termos para esses produtos distintos”, citando o exemplo da “diferenciação bem-estabelecida na sociedade brasileira” entre a manteiga, de origem animal, e a margarina, de base vegetal.
VALOR ECONÔMICO
INTERNACIONAL
JBS encerra operação de proteína vegetal nos EUA
A maior processadora de carnes do mundo disse que pretende concentrar esforços em suas operações de produtos à base de plantas no Brasil e na Europa
A JBS anunciou que está encerrando seu negócio de proteína vegetal nos Estados Unidos, Planterra, três anos após o seu lançamento. A maior processadora de carnes do mundo disse que pretende concentrar esforços em suas operações de produtos à base de plantas no Brasil e na Europa, que estão ganhando participação de mercado. A Planterra fabrica uma linha de produtos sob a marca Ozo. O encerramento das operações afeta 121 trabalhadores no Colorado, de acordo com o departamento do trabalho do Estado. A JBS disse que está conversando com os trabalhadores da Planterra para tentar realocá-los em outras unidades da companhia.
ESTADÃO CONTEÚDO
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
La Niña pode voltar a afetar safra no Sul
Há boas chances de que as chuvas fiquem abaixo da média na região nas próximas semanas
Mesmo mais fraco, o La Niña continua a influenciar o clima. Esta é a terceira safra de verão no Brasil sob influência de um oceano Pacífico equatorial mais frio. Os problemas que o fenômeno pode carretar, entretanto, ainda gera muitas dúvidas. “O que se sabe é que, na maior parte das vezes, o La Niña reduz as chuvas no Sul e gera aumento no Norte. Mas já houve ano em que choveu acima da média no Sul, apesar do fenômeno”, diz Felipe Gustavo Pilau, professor da Escola Superior de Agricultura ‘Luiz de Queiroz’ (Esalq) e sócio da startup de meteorologia Weather Service. “Teremos que esperar chegar outubro para ter um panorama mais assertivo”, afirma. É fato que a primavera começou mais favorável às culturas agrícolas do que foi nos últimos dois anos. “A região Sul está mais chuvosa que o normal. No Sudeste e na região central, que estavam com pouca chuva, a situação está se regularizando”, diz Pilau. A chegada das precipitações deve colaborar para o plantio de grãos dentro da janela ideal. Para as lavouras mineiras e paulistas de café, que sofreram com períodos de estiagem severa por dois anos, a umidade também é um alívio. Apesar de a primavera ter começado gelada no Centro-Sul, o risco de geadas em áreas agrícolas é baixo. “Podemos ter esse fenômeno em regiões serranas, na Campanha gaúcha e em regiões de planalto do Paraná e Santa Catarina. E, é claro, teremos uma oscilação grande de temperatura, que é um dos efeitos do La Niña”, observa Nadiara Pereira, meteorologista da Climatempo. Ela alerta, contudo, que as chuvas no Centro-Sul devem se tornar mais espaçadas ao longo da primavera. Assim, é possível que o verão apresente condições clássicas de La Niña, com precipitações concentradas mais na metade norte do país. “Áreas ao sul do Brasil, além da Argentina e do Paraguai, devem sentir esses efeitos”, afirma a meteorologista. Segundo o sócio da WS, simulações do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), ligado ao Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), indicam boas chances de chuva abaixo da média histórica no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e boa parte de Mato Grosso do Sul e São Paulo. “Isso pode atrapalhar as culturas de verão, principalmente a soja, levando a uma nova quebra no Sul”, diz Pilau. O sócio-diretor da Rural Clima, Marco Antônio dos Santos, reforça a importância de se olhar para além do La Niña. “O Atlântico, por exemplo, está esquentando”, disse, em evento organizado pela Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé). Ele lembrou que esse aquecimento do Atlântico influencia significativamente o clima no Brasil. Pilau concorda com o olhar mais amplo, até porque não existe uma relação direta entre a intensidade do La Niña e a quantidade de chuvas. “Se pegarmos séries históricas com vários anos e compararmos com a intensidade do La Niña, não existe uma correlação muito boa”, frisa.
VALOR ECONÔMICO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar à vista fecha em queda de 4,02%, a R$5,177 na venda
O dólar desabou 4% e marcou sua maior baixa percentual diária em mais de quatro anos nesta segunda-feira, depois que um resultado mais apertado do que o esperado no primeiro turno das eleições presidenciais melhorou a perspectiva de investidores sobre a agenda econômica e fiscal do próximo governo do país
A moeda norte-americana à vista despencou 4,02%, a 5,1770 reais, em sua maior queda percentual diária desde o recuo de 5,6% visto em 8 de junho de 2018. Na ocasião, a divisa norte-americana foi abatida por intervenção do Banco Central no câmbio e teve seu tombo mais expressivo desde outubro de 2008. Na B3, às 17:05 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 4,10%, a 5,2075 reais.
REUTERS
Governo corta projeção de superávit comercial em 2022 para US$55,4 bi, ante US$81,5 bi
O Ministério da Economia revisou para baixo a projeção para o resultado da balança comercial brasileira no encerramento de 2022, diante de um recuo na expectativa para exportações e uma alta na estimativa das importações
De acordo com a nova previsão da pasta, apresentada na segunda-feira, o saldo comercial do ano deve ficar positivo em 55,4 bilhões de dólares, ante projeção de 81,5 bilhões de dólares feita em julho. Com a revisão, se confirmado, o saldo do ano será 9,7% menor do que o observado em 2021, quando ficou positivo em 61,4 bilhões de dólares, resultado anual recorde. A mudança no cálculo foi impulsionada por um corte na projeção para as exportações, estimadas agora pelo governo em 330,3 bilhões de dólares, ante previsão de 349,4 bilhões de dólares previstos em julho. Pelo lado das importações, a projeção passou de 268,0 bilhões de dólares para 274,9 bilhões de dólares no ano. No mês de setembro, a balança comercial brasileira registrou superávit de 3,994 bilhões de dólares em setembro, informou a pasta. O dado veio abaixo da expectativa de mercado, que apontava saldo positivo de 4,750 bilhões de dólares para o período, segundo pesquisa Reuters. O número do mês passado é resultado de 28,950 bilhões de dólares em exportações e 24,957 bilhões de dólares em importações.
REUTERS
Demanda esfria e indústria do Brasil perde força em setembro, mostra PMI
A indústria brasileira perdeu força em setembro diante de sinais de estagnação da demanda, com os novos trabalhos expandindo ao ritmo mais fraco em sete meses, ainda que a inflação tenha dado sinais de alívio, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da S&P Global
Os dados divulgados na segunda-feira mostraram que o PMI de indústria do Brasil recuou a 51,1 em setembro, de 51,9 em agosto, permanecendo em território de expansão pelo sétimo mês seguido, mas no patamar mais fraco nesse período. Ainda que o aumento das vendas e esforços para recompor estoques tenham dando sustentação ao setor no mês, os dados indicam queda do índice no terceiro trimestre a 52,3, de 53,4 entre abril e junho, de acordo com o levantamento. O aumento das novas encomendas, maior subcomponente do PMI, foi bem menos intenso em setembro, no ritmo mais fraco da atual sequência de sete meses de expansão. De acordo com a S&P Global, a expansão foi contida pela redução do poder de compra de clientes, fraqueza no setor automotivo e vendas fracas no varejo. A demanda global mais fraca restringiu a entrada de novas encomendas de exportação em setembro, que recuaram pelo sétimo mês seguido e tiveram a maior contração desde meados de 2020. "Existem sinais claros e preocupantes de que a demanda está vacilando, em paralelo com o aumento de velocidade da contração de vendas internacionais, em meio a condições econômicas globais desafiadoras", destacou a diretora associada de economia da S&P Markit, Pollyanna De Lima. Os dados de setembro ainda mostraram considerável recuo nas pressões de custos, com os preços dos insumos subindo à taxa mais fraca em quase oito anos. Preços mais baixos de commodities, metais e plásticos colaboraram para esse resultado. Diante das pressões de custos mais baixas, condições competitivas e vendas fracas, a inflação de venda também esfriou em setembro, com os preços subindo no ritmo mais lento desde dezembro de 2019.
REUTERS
IPC-S passa a subir 0,02% em setembro após dois meses de quedas, mostra FGV
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) registrou variação positiva de 0,02% em setembro, deixando para trás uma queda de 0,57% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na segunda-feira
Com isso, o índice passou a acumular avanço de 5,13% nos 12 meses até setembro, de uma alta de 6,62% em agosto. Após dois meses de deflação do IPC-S, dados da FGV mostram que, no mês, a queda nos custos de Transportes perdeu força, com recuo de 2,63% ante deflação de 3,56% em agosto. A maior taxa em setembro foi registrada por Educação, Leitura e Recreação, de 4,36%, acelerando com força ante alta de 0,46% no mês anterior. Os custos de Habitação, por sua vez, avançaram 0,40%, depois de recuo de 0,09% em agosto. Por outro lado, Alimentação teve queda de 0,29% nos preços, de um aumento de 0,07% em agosto.
REUTERS
Analistas melhoram cenário para inflação e PIB este ano no Focus
O mercado voltou a melhorar suas perspectivas tanto para a inflação quanto para a atividade econômica neste ano, mantendo o cenário para a política monetária de acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central na segunda-feira
O Focus mostrou que a conta para a inflação este ano caiu pela 14ª vez seguida e foi a 5,74%, de 5,88% na semana anterior. Para 2023 e 2024 não houve alterações, com a alta do IPCA calculada respectivamente em 5,00% e 3,5%. O centro da meta oficial para a inflação em 2022 é de 3,5%, para 2023 é de 3,25% e para 2024 é de 3,0%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou ainda melhora no cenário para o Produto Interno Bruto (PIB). As estimativas de crescimento são agora de 2,70% em 2022 e 0,53% em 2023, de 2,67% e 0,50% calculados antes. A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda manutenção das expectativas para a taxa básica de juros, com a Selic calculada em 13,75% e 11,25% para este ano e o próximo, após o BC ter interrompido seu ciclo de aperto monetário no mês passado. A autoridade monetária avaliou que uma elevação adicional da Selic na última reunião teria reforçado postura de vigilância e refletiria uma atividade econômica mais forte do que esperada, mas a decisão final de manter a taxa em 13,75% considerou cautela e necessidade de avaliar os impactos do aperto feito até agora nos juros.
REUTERS
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