Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 349 |06 de abril de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: alta perde fôlego nas praças brasileiras
Preço do macho terminado "comum" (direcionado ao mercado interno) ficou estável em SP, mas cotação do "boi-China recuou R$ 10/@ no mercado paulista, para R$ 290/@, disse a Scot. Na região Noroeste do Paraná, as cotações para o boi, vaca e novilha permaneceram estáveis e as escalas de abate seguem confortáveis
Na quarta-feira, 5 de abril, o volume de negócios no mercado físico do boi gordo seguiu lento, refletindo as escalas de abate mais confortáveis com grande parte dos frigoríficos compradores foram do mercado. Além disso, segundo a S&P Global Commodity Insights, a semana mais curta, devido ao feriado da Páscoa, aponta para uma baixa liquidez do mercado do boi. Segundo a S&P Global Commodity Insights, a pressão de baixa do boi gordo persiste, porém, como os negócios efetivos são enxutos, os preços da arroba permanecem estáveis na maioria das praças brasileiras. Segundo apurou a Scot Consultoria, nas regiões pecuárias de São Paulo, as escalas de abate das indústrias locais estão confortáveis e, com isso, os frigoríficos só devem voltar mais fortemente aos negócios na próxima semana. A referência para boi gordo paulista continua em R$ 285/@, enquanto a vaca e a novilha gordas foram negociadas por R$ 257/@ e R$ 275/@ (preços brutos e a prazo), respectivamente, conforme os dados da Scot. A cotação do “boi-China”, porém, recuou R$ 10/@ na quarta-feira, em São Paulo, para R$ 290/@ (preço bruto e a prazo), acrescentou a Scot. Segundo a S&P Global Commodity Insights, as indústrias exportadoras brasileiras encontram grandes dificuldades em emplacar preços a carne brasileira in natura em níveis maiores aos US$ 5.000 por tonelada. “Em março/23, registrou-se o quarto mês seguido com as cotações da proteína bovina brasileira abaixo deste patamar”, observou a consultoria. Tal comportamento nas cotações, diz a S&P Global, faz com que muitos frigoríficos optem em trabalhar com mais cautela, já que, neste momento, o consumo doméstico de carne bovina não possui fôlego suficiente para absorver a produção nacional. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 286/@ (à vista) vaca a R$ 246/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 298/@ (prazo) vaca a R$ 261/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 276/@ (prazo) vaca a R$ 251/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 256/@ (prazo) vaca a R$ 231/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 259/@ (à vista) vaca a R$ 229/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 246/@ (à vista) vaca a R$ 221/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 261/@ (prazo) vaca R$ 236/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 270/@ (à vista) vaca a R$ 240/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 240/@ (prazo) vaca a R$ 231/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 251/@ (prazo) vaca a R$ 236/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 236/@ (prazo) vaca a R$ 207/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 236/@ (à vista) vaca a R$ 217/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 256/@ (à vista) vaca a R$ 212/@ (à vista).
S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO
SUÍNOS
Suínos: alta no PR, queda em SC
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 117,00/R$ 123,00, assim como a carcaça especial, valendo R$ 9,50/R$ 9,80 o quilo.
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (4), houve leve alta somente no Paraná, na ordem de 0,31%, chegando a R$ 6,41/kg. Foi registrada queda de 1,37% em Minas Gerais, atingindo R$ 6,46/kg, e de 0,96% em Santa Catarina, alcançando R$ 6,22/kg. Ficaram estáveis os preços no Rio Grande do Sul e São Paulo, precificados, respectivamente, em R$ 6,49/kg e R$ 6,57/kg.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Frango: estabilidade no PR e SC
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,80/kg, assim como o frango no atacado, custando R$ 6,61/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, o valor ficou inalterado em R$ 4,30/kg, da mesma maneira que no Paraná, custando R$ 4,93/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (4), o frango congelado ficou estável em R$ 7,05/kg, enquanto a ave resfriada teve tímido aumento de 0,14%, fechando em R$ 7,06/kg.
Cepea/Esalq
Casos de gripe aviária na Argentina chegam a 74. em granjas comerciais 10
A Argentina atingiu a marca de 74 casos de gripe aviária no país, conforme anúncio feito pelo governo local na noite de terça-feira
Foram confirmados dois novos casos positivos de gripe aviária (IA) H5, um em aves de uma granja comercial da província de Chubut (Gaiman) e um em aves domésticas da província de Santa Fé (Capivara). Os casos confirmados são: 59 em aves domésticas, 10 em aves do setor comercial e cinco em aves silvestres, distribuídos da seguinte forma: 19 em Córdoba, 18 em Buenos Aires, 10 em Neuquén, 9 em Santa Fe, 5 em Río Black, 3 em Chubut, 2 em San Luís, 2 em Chaco, 2 em La Pampa, 1 em Jujuy, 1 em Santiago del Estero, 1 em Salta e 1 em Corrientes.
Vale lembrar que, pouco mais de um mês após a detecção da gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP) em aves (comerciais) - motivo pelo qual a Argentina perdeu temporariamente o status de país livre da doença e, portanto, auto suspendeu as exportações de produtos avícolas, cumprindo os padrões internacionais - o Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa) iniciou negociações com os países compradores para restabelecer os mercados. A Argentina tem conseguido, por meio de acordos bilaterais, dar andamento aos embarques. Foram feitos acordos para retomar os embarques para Rússia, Arábia Saudita, Hong Kong, Japão e alguns países africanos que devem comprar carne de frango fresca de áreas livres de doenças.
Senasa
Situação da gripe aviária no Japão se agrava e país está quase sem áreas para enterrar aves
O pior surto de gripe aviária de todos os tempos no Japão dizimou seus rebanhos de aves e elevou os preços dos ovos. Agora falta espaço para enterrar galinhas mortas
Mais de 17 milhões de aves foram mortas em todo o país nesta temporada. O descarte de carcaças deve ser feito adequadamente para evitar a propagação do vírus ou a contaminação do abastecimento de água. Governos locais e agricultores dizem que faltam terras adequadas para enterrá-los, informou a emissora nacional NHK. O caso do Japão destaca a necessidade de os países revisarem como lidam com a gripe aviária, especialmente porque o número recorde de mortes devido ao vírus está se tornando uma norma em todo o mundo. Embora os surtos tenham ocorrido principalmente na Europa, Estados Unidos e Ásia, a doença se espalhou ainda mais para a América do Sul nos últimos meses, com Argentina, Uruguai e Bolívia relatando seus primeiros casos. Isso está afetando a oferta global de carne e ovos em um momento de crescentes temores de inflação. O surto no Japão forçou empresas como McDonald's e 7-Eleven a suspender a venda de itens relacionados a ovos ou aumentar seus preços. Agricultores e autoridades geralmente desenvolvem planos pré-incidentes para gerenciar os resíduos gerados durante um surto de gripe aviária, incluindo carcaças, estrume e equipamentos de proteção individual. Mas o número de frangos a serem descartados aumentou além das expectativas, disse a NHK. Algumas regiões estão queimando as galinhas mortas se conseguirem instalações de incineração.
Bloomberg
EMPRESAS
Frimesa inicia abate de suínos em nova unidade
A Frimesa iniciou no último dia 27 de março os abates de suínos em sua nova unidade em Assis Chateaubriand (PR), com expectativa de abater 2.377 animais por dia em abril, segundo comunicado divulgado pela Copagril na semana passada
A Frimesa é constituída pelas cooperativas Copagril, Lar Agroindustrial, C. Vale, Copacol e Primato. Neste mês de abril, a unidade também iniciará a operação do setor de cortes e, em maio, o processamento industrial com a produção de linguiças frescais e defumados. Até dezembro, o total de abates na unidade deverá ser elevado a 7,5 mil por dia, equivalente a 50% do processamento total que deve chegar a 15 mil suínos por dia em 2028, quando a empresa gerará 8 mil empregos. A nova unidade conta com sistema de reuso de água e eficiência energética. A Frimesa disse que a unidade também será a primeira de suínos do Brasil a utilizar o biometano na flambagem dos animais. O Presidente da Frimesa, Elias José Zidek, disse que o Brasil está expandindo suas exportações e a Frimesa se destaca com o maior frigorífico da América Latina, consolidado em um momento oportuno. "Podemos expandir tanto o mercado externo quanto o mercado interno de suínos", disse ele em comunicado. A Frimesa anunciou o investimento na nova unidade de suínos, pela primeira vez, em 2015. Em agosto de 2020, a empresa reafirmou a intenção de investir no projeto. Em março de 2022 a Copacol inaugurou uma nova unidade de produção de suínos desmamados em Jesuítas (PR), com capacidade de terminação de 300 mil leitões por ano, visando atender à demanda da Frimesa. O investimento total na cadeia produtiva para viabilizar o novo frigorífico da Frimesa foi de R$ 4 bilhões, segundo a companhia.
CARNETEC
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Decisão do STF tira poder do Legislativo paranaense sobre pequenas centrais hidrelétricas
As Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e as Centrais Geradoras de Energia (CGHs), com capacidade de geração que variam de 1 a 30 megawatts por hora (MWh), não precisam mais de aprovação do Poder Legislativo para serem instaladas no Paraná
O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional o artigo 209 da Constituição do Estado do Paraná, que há 33 anos vinculava a instalação desses empreendimentos à autorização da Assembleia Legislativa (Alep). O julgamento foi encerrado em 17 de fevereiro e, no último mês, houve a certificação do trânsito em julgado. A decisão, por unanimidade, é definitiva, não cabendo mais recurso. O entendimento da Corte é que o artigo 209 da Constituição paranaense viola a Constituição Federal, segundo a qual a competência de legislar sobre matéria relativa à energia elétrica é privativa da União. O STF apreciou a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) proposta pelas entidades representativas do setor - a Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch) e a Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel). A decisão do Supremo divide opiniões. De um lado, entidades do setor comemoram por avaliarem que a medida vem para desburocratizar os processos de instalação dos empreendimentos. Na outra ponta, ambientalistas alertam que uma etapa importante de avaliação mais criteriosa sobre os impactos das centrais foi excluída. “Além do devido estudo ambiental e depois de liberada a licença prévia, o empreendimento tinha ainda que ser objeto de um Projeto de Lei de autoria do Executivo estadual para ser encaminhado à Assembleia Legislativa para a aprovação dos deputados”, explica a diretora de assuntos ambientais da Abrapch, Gleyse Gulin. Ela observa que “o processo de licenciamento ambiental já é um grande gargalo porque demora” e essa outra exigência demandava mais uma etapa a ser cumprida. “Por isso, nos juntamos à Abragel para propor a ação”, informa. De acordo com informações da Abrapch e da Abragel, o Paraná era o único estado que ainda vinculava a autorização dos empreendimentos ao Legislativo.
GAZETA DO POVO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar à vista fecha em baixa de 0,65%, a R$5,0501 na venda
O dólar retomou na quarta-feira a trajetória mais recente de baixa ante o real no Brasil, na esteira da percepção positiva em relação ao novo arcabouço fiscal do governo e da divulgação de dados fracos sobre a atividade econômica nos EUA, que reforçam a avaliação de que os juros norte-americanos podem não continuar subindo
Neste contexto, profissionais ouvidos pela Reuters afirmaram que o diferencial de juros entre Brasil e EUA segue favorável à entrada de dólares no país, o que pesa sobre as cotações do dólar. O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0501 reais na venda, em baixa de 0,65%.
Na B3, às 17:04 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,43%, a 5,0710 reais.
REUTERS
Ibovespa cai com receios de recessão nos EUA
O Ibovespa fechou em queda na quarta-feira, em meio a preocupações com o ritmo da atividade econômica norte-americana
Declarações do Presidente do Banco Central (BC), porém, ajudaram a reduzir as perdas. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,88%, a 100.977,85 pontos. O volume financeiro somou 23,5 bilhões de reais. Nos Estados Unidos, dados mostraram que o setor de serviços desacelerou mais do que o esperado em março, enquanto empregadores do setor privado contrataram muito menos trabalhadores do que as estimativas de analistas no mês passado. De acordo com Rafael Bombini, assessor de investimentos da DOM Investimentos, os dados reforçaram as preocupações com uma eventual recessão naquele país. "Isso ofuscou o contraponto positivo de um potencial interrupção do ciclo de aperto monetário norte-americano", acrescentou. Alan Dias Pimentel, especialista em renda variável da Blue3 Investimentos, acrescentou que dados mais fracos eram esperados, mas não "tão fracos", o que faz o mercado vislumbrar uma recessão no horizonte, não apenas uma desaceleração econômica. "Isso traz aversão a risco", reforçou. Além do cenário norte-americano, a bolsa brasileira também continua fragilizada pela dúvida de um eventual aumento de carga tributária, na esteira dos planos do governo para elevar receitas e melhorar o resultado fiscal do país. Há expectativa de que novas medidas sejam anunciadas nos próximos dias. Ao deixar o Ministério da Fazenda, em Brasília, o ministro Fernando Haddad desejou boa Páscoa aos jornalistas que o esperavam e disse que volta segunda-feira "com novidades". Um contraponto positivo que ajudou no fechamento da curva de juros, foram as declarações do Presidente do BC, Roberto Campos Neto, de que a avaliação sobre o novo arcabouço é "super positiva". Em evento do Bradesco BBI, Campos Neto afirmou que o que foi anunciado até o momento sobre o arcabouço fiscal ameniza preocupações com uma trajetória mais explosiva da dívida pública, mas ressaltou que é preciso acompanhar como a proposta vai caminhar no Congresso e que há "ansiedade" sobre as receitas.
REUTERS
Fluxo cambial no Brasil é positivo em US$3,580 bi em março, diz BC
O Brasil registrou fluxo cambial total positivo de 3,580 bilhões de dólares em março, favorecido pela entrada de moeda pela via comercial, após encerrar fevereiro com entradas líquidas de 4,774 bilhões de dólares, informou na quarta-feira o Banco Central
Os dados mais recentes são preliminares e fazem parte das estatísticas referentes ao câmbio contratado. Pelo canal financeiro, houve saídas de 3,462 bilhões de dólares em março. Por este canal são realizados os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, as remessas de lucro e o pagamento de juros, entre outras operações. Pelo canal comercial, o saldo de março foi positivo em 7,042 bilhões de dólares. No acumulado do ano até 31 de março, o Brasil registra fluxo cambial total positivo de 12,524 bilhões de dólares.
REUTERS
Indicador antecedente de emprego tem pico de 5 meses em março, diz FGV
O Indicador Antecedente de Emprego do Brasil subiu em março e atingiu o nível mais alto em cinco meses, embora a cautela ainda esteja presente, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV)
O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, subiu 1,7 ponto em março e atingiu 76,4 pontos, maior nível desde outubro do ano passado (79,8). "Pelo segundo mês consecutivo, o IAEmp avançou, mas ainda sem conseguir afastar a percepção de cautela. Os últimos resultados positivos são insuficientes para compensar a queda ocorrida na virada de ano", disse em nota Rodolpho Tobler, economista da FGV Ibre. Segundo ele, o patamar do indicador permanece historicamente baixo, o que sugere que altas recentes estariam mais associadas a uma acomodação do que uma reversão de tendência. "As perspectivas macroeconômicas no curto prazo continuam desafiadores e devem continuar limitando uma melhora expressiva do indicador e do mercado de trabalho", completou Tobler. Os componentes do IAEmp mostram que os destaques positivos em março foram os indicadores de Tendência dos Negócios e de Emprego Previsto da Indústria, que contribuíram com 1,4 e 1,0 ponto. Por outro lado, o indicador de Emprego Previsto de Serviços caiu 0,7 ponto, e o de Situação Atual dos Negócios da Indústria caiu 0,5 ponto.
REUTERS
Brasil emite US$2,25 bi no mercado externo em bônus de 10 anos; demanda fica em US$7,7 bi, diz fonte
O Brasil emitiu 2,25 bilhões de dólares no mercado externo nesta quarta-feira em bônus de 10 anos com vencimento em 2023, informou à Reuters uma fonte familiarizada com o assunto. O cupom do título ficou em 6,15%. A demanda pelo primeiro título ofertado pelo país no mercado externo em quase dois anos começou em 8,5 bilhões de dólares e terminou em 7,7 bilhões de dólares, acrescentou a fonte.
REUTERS
Brasil deve ter crescimento pior que o da América Latina, que já é baixo, diz Banco Mundial
Desequilíbrio fiscal permanece elevado na região, mas caiu em relação ao começo da pandemia, diz organismo
O Brasil deve manter uma taxa de crescimento abaixo da média da América Latina, que já é considerada baixa, como em anos anteriores, segundo novo relatório do Banco Mundial divulgado nesta semana. A instituição projeta que em 2023 o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá 0,8% em relação ao ano anterior. O valor é próximo do que o mercado prevê, de 0,9%, segundo o último boletim Focus do Banco Central e abaixo da estimativa do IPEA de 1,4%. A projeção do Banco Mundial é de pouco mais que a metade prevista para o crescimento da América Latina, de 1,4% em 2023, a mais baixa taxa regional no mundo. Nos dois anos seguintes, o crescimento previsto é de 2,4% ao ano. "Embora numerosos fatores globais possam explicar as taxas modestas de crescimento em 2023, as previsões para o futuro apontam para o mesmo ritmo medíocre das últimas duas décadas, que continua insuficiente para reduzir a pobreza, promover a inclusão e aliviar as tensões sociais", diz o banco. Entre os maiores obstáculos, estão os preços mais baixos das commodities, as altas taxas de juros nos países desenvolvidos e a instabilidade na recuperação chinesa. Segundo o relatório, o déficit fiscal na região em 2022 é estimado em 4,4% do PIB, considerado alto, sem reduzir em relação ao ano anterior, após chegar a 8,7% em 2020, no primeiro ano da pandemia, em meio ao aumento expressivo de gastos dos governos para lidar com a crise da Covid-19. Os esforços do Brasil e de outras grandes economias da região como Colômbia e México para registrar superávit primário em 2023 ainda é insuficiente para compensar os pagamentos crescentes de juros sobre estoques da dívida, o que provoca déficits grandes, segundo os economistas do banco, que continuarão a corroer o espaço fiscal da região. O endividamento médio em 2022 cresceu 17,9 pontos percentuais em relação ao PIB na comparação com 2010. Considerando as grandes economias, como o Brasil, a relação dívida por PIB aumentou 20 pontos na última década. Há, porém, uma série de pontos positivos no relatório, como a avaliação de que a América Latina "administrou com relativo sucesso as múltiplas crises causadas pela guerra da Rússia contra a Ucrânia e as incertezas da economia global" e conseguiu voltar os níveis de pobreza e emprego aos patamares pré-pandêmicos. Para o Banco Mundial, as economias da região "têm se mostrado relativamente resilientes diante do aumento do estresse da dívida, da inflação e do aumento da incerteza global". A inflação da região, depois de atingir média de 7,9% em 2022, deve baixar para 5% neste ano, excluindo-se a Argentina e a Venezuela da conta, que convivem com aumento desenfreado de preços. A taxa média da região fica então abaixo da média dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), de 9,4%, e do Leste Europeu, de 18,8%, ainda que maior que inflação do Leste Asiático (4,7%).
FOLHA DE SP
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