Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 403 |27 de junho de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: mercado em ritmo lento; arroba fica estável
No interior de SP, o animal macho continua valendo R$ 245/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 210/@ e R$ 230/@, apurou a Scot Consultoria
Na segunda-feira, 26 de junho, poucos negócios foram registrados no mercado do boi gordo e os preços da arroba ficaram estáveis na maior parte das praças brasileiras, informaram as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. No interior de São Paulo, o boi gordo direcionado ao mercado interno continua valendo R$ 245/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 210/@ e R$ 230/@ (preços brutos e a prazo), apurou a Scot Consultoria. A cotação do “boi-China” está em R$ 250/@ (preço bruto e a prazo), acrescenta a Scot. Segundo a S&P Global Commodity Insights, nos últimos dias, as escalas de abate de muitos frigoríficos brasileiros não avançaram. “Há unidades que ainda têm espaço em suas programações para aquisição de lotes para a semana em curso”, relata a S&P Global. De acordo com os analistas da Agrifatto, com a redução de oferta de animais terminados (fim do movimento de desova da safra), a pressão baixista sobre o boi gordo perdeu força, abrindo espaço para leves valorizações nos preços da arroba. No mercado varejista/atacadista, as vendas seguem em ritmo lento, refletindo o menor poder aquisitivo da população neste período final de mês. A carcaça casada do boi castrado, porém, se mantém em R$ 16/kg no atacado de São Paulo, informa a Agrifatto. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 241/@ (à vista) vaca a R$ 212/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 258/@ (prazo) vaca a R$ 219/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 234/@ (à vista) vaca a R$ 210/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 236/@ (prazo) vaca a R$ 212/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 212/@ (prazo) vaca a R$ 187/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 210/@ (à vista) vaca a R$ 182/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 207/@ (à vista) vaca a R$ 177/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 217/@ (prazo) vaca R$ 190/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 261/@ (à vista) vaca a R$ 234/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 197/@ (prazo) vaca a R$ 179/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 217/@ (prazo) vaca a R$ 207/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 197/@ (prazo) vaca a R$ 177/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 190/@ (à vista) vaca a R$ 175/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 195/@ (à vista) vaca a R$ 177/@ (à vista).
S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO
Exportação de carne bovina in natura já supera o total embarcado em junho/22. Receita continua abaixo
Volume chegou em 154,63 mil toneladas até a 4ª semana. No ano anterior foram exportadas 152,43 mil toneladas
O preço médio do produto na quarta semana de junho ficou em US$ 5.080 por tonelada, queda de 25,6% frente aos dados divulgados em junho de 2022, com preços médios de US$ 6.826 por tonelada. As informações são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). A média diária exportada na quarta semana de junho/23 ficou em 9,6 mil toneladas e teve um avanço de 33,1%, frente ao observado no mês de junho do ano anterior, que ficou em 7,2 mil toneladas. No acumulado do ano já são 844,5 mil toneladas exportadas até agora, equivalente a 91% do que foi exportado em todo o período de janeiro/junho de 2022, com 928 mil toneladas. O valor negociado para o produto ficou em US$ 785,557 milhões. A média diária ficou em US$ 49 milhões, queda de 0,9%, frente a junho do ano passado, com US$ 49,5 milhões.
AGÊNCIA SAFRAS
SUÍNOS
Cotações no mercado de suínos estáveis no PR e SC
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF teve aumento de 1,75%/1,72%, chegando a R$ 116,00/R$ 118,00, enquanto a carcaça especial ficou estável, custando R$ 8,70/kg/R$ 9,00/kg
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à sexta-feira (23), os preços ficaram estáveis no Paraná (R$ 5,57/kg) e em Santa Catarina (R$ 5,50/kg). Houve aumento de 1,61% em Minas Gerais, alcançando R$ 6,33/kg, incremento de 0,91% no Rio Grande do Sul, subindo para R$ 5,56/kg, e de 0,99% em São Paulo, fechando em R$ 6,14/kg.
Cepea/Esalq
Valor da tonelada da carne suína exportada na 4ª semana de junho dobra em relação à anterior
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações de carne suína in natura nos 16 dias úteis de junho atingiram o total de todo mês de junho de 2022. O preço por tonelada, praticamente dobrou em relação ao valor pago na semana anterior
Para o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, No ano passado tínhamos uma correlação em que a carne de frango ia muito bem, a carne bovina também, e o 'patinho feio' era a carne suína. Este ano, o 'patinho feio' está sendo a carne bovina, até por questões que envolveram o embargo. O preço médio da carne suína no exterior foi muito importante para o setor que, mais do que volume, precisa de preço alto e dinheiro em caixa por causa da crise na suinocultura". Iglesias acrescenta o fato de que a suinocultura está em crise na China, com quase meio milhão de toneladas de carne suína em estoques da reserva estatal. "É um momento complicado para a suinocultura chinesa, e que pode gerar transtornos para a suinocultura global". A receita US$ 202.6 milhões, representou 99,99% do total arrecadado em todo o mês de junho de 2022. No volume embarcado, as 79.144 toneladas são 94,92% do total registrado em junho do ano passado, com 83.371,448 toneladas. A receita por média diária, US$ 12.664, é 31,2% maior do que junho de 2022. No comparativo com a semana anterior, houve diminuição de 4,6%. Em toneladas por média diária, foram 4.946 toneladas, houve alta de 24,6% no comparativo com o mesmo mês de 2022. Em relação à semana anterior, baixa de 3,9%. No preço pago por tonelada, US$ 5.149, ele é 5,3% superior ao praticado em junho passado. Frente a semana anterior, elevação de 99,6% em relação aos US$ 2.579 anteriores.
AGÊNCIA SAFRAS
FRANGOS
Segunda-feira com preços estáveis para o mercado do frango do PR E SC
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,50/kg, enquanto o frango no atacado teve queda de 0,93%, valendo R$ 5,30/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, o preço não mudou, valendo R$ 4,89/kg, assim como no Paraná, com preço de R$ 4,53/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (23), a ave congelada teve baixa de 0,83%, atingindo R$ 5,94/kg, enquanto o frango resfriado desvalorizou 0,82%, fechando em R$ 6,07/kg.
Cepea/Esalq
Avança volume de carne de frango exportada em junho
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações de carne de aves in natura nos 16 dias úteis de junho estão mais avançadas no volume exportado em relação ao mesmo mês do ano anterior do que no faturamento.
Para o analista da SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias o volume que o Brasil vem exportando ao longo deste ano é 'fantástico', e é preciso colocar este produto para fora do país, já que o Brasil está com um nível de produção de carne de frango considerado alto. “Por conta disso, vale sempre aquele alerta de que é preciso redobrar os cuidados em relação à influenza aviária. Isso pode dar uma dor de cabeça enorme em relação a alguns acordos bilaterais que o Brasil tem firmado. Monitorar o avanço da influenza aviária no Brasil é fundamental, e mais do que isso, manter a doença longe das granjas comerciais, já que qualquer sobressalto das exportações, que fique 15 a 20 dias sem exportar, já pode virar o mercado interno de ponta-cabeça, fazendo os preços derreterem", afirma Iglesias. A receita, US$ 687,6 milhões, representou 78,49% do total de todo o mês de junho de 2022, com US$ 876 milhões. No volume, as 344.201 toneladas são 86,53% do total registrado em junho do ano passado, com 397.746 toneladas. A receita por média diária até a esta semana de junho foi de US$ 42,9 milhões, valor 3 maior% a mais do que o registrado em junho de 2022. No comparativo com a semana anterior, houve retração de 5,9%. Em toneladas por média diária, 21.512 toneladas, alta de 13,6% no comparativo com o mesmo mês de 2022. Em relação à semana anterior, recuo de 5,2%. No preço pago por tonelada, US$ 1.997, ele é 9,3% inferior ao praticado em junho do ano passado. O resultado, a semana anterior, diminuição de 0,75%.
AGÊNCIA SAFRAS
Mais um caso confirmado de gripe aviária no Paraná e outro na Bahia; Brasil chega a 48 ocorrências
Adapar informa litoral do Paraná não tem produção avícola comercial expressiva, ficando distante de locais com produção intensiva
Segundo atualização da plataforma do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) na noite de domingo (25), mais dois casos de gripe aviária de alta patogenicidade foram confirmados no Brasil, que agora soma 48 casos, todos em aves silvestres. O segundo caso no Paraná foi confirmado em um Trinta-réis-real no Município de Pontal do Paraná, e a outra ocorrência foi registrada em um Trinta-réis-real em Alcobaça, na Bahia. Segundo nota divulgada pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), ainda no sábado, quando havia sido confirmado o primeiro caso no Estado, no Município de Antonina, as ações de vigilância em populações de aves domésticas e silvestres em todo Estado foram intensificadas, em especial nas regiões relacionadas a este caso em específico. "A depender da evolução das investigações e do cenário epidemiológico, novas medidas poderão ser adotadas pela Adapar para evitar a disseminação da doença e proteger a avicultura paranaense". A Adapar ainda complementa que "não há propriedades de produção comercial no raio de 10 quilômetros do foco localizado em Antonina. O litoral do Paraná não possui uma produção avícola comercial expressiva, ficando distante de locais com produção intensiva. Outras investigações em aves silvestres estão em curso no Paraná". Importante lembrar que todos os casos registrados no Brasil até o momento são em aves silvestres, desde o dia 15 de maio, quando houve a primeira confirmação de influenza aviária de alta patogenicidade no país. No total, 48 casos foram confirmados de influenza aviária altamente patogênica até a noite de 25 de junho. Espírito Santo: 26. Rio de Janeiro: 13. Rio Grande do Sul: 01. São Paulo: 03. Bahia: 03. Paraná: 02.
Ainda há nove investigações de casos suspeitos em andamento até o momento.
MAPA
GOVERNO
Agro não deve esperar taxas menores no Plano Safra 2023/24, diz ministro
Carlos Fávaro voltou a criticar o Banco Central pela manutenção da taxa básica de juros da economia em 13,75% ao ano
O Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse na segunda-feira (26/6) que o setor produtivo não deve esperar juros menores no anúncio do Plano Safra 2023/24. Em meio às negociações com a equipe econômica para aumentar o volume da verba destinada a equalização dos juros do crédito rural para médios e grandes produtores, ele voltou a criticar a postura do Banco Central com a manutenção da taxa Selic. "O Banco Central precisa tomar a atitude de decidir se o Brasil vai crescer ou não vai crescer", disse Fávaro após reunião no Ministério da Fazenda. Questionado por jornalistas se poderia haver "taxas melhores" para o agronegócio no anúncio do Plano Safra 2023/24 hoje, o ministro disse que não. "Não, não pode esperar [taxa melhor para o agro]. Ele [BC] não sinaliza com baixar a taxa de juros", completou. Fávaro se limitou a dizer que o Plano Safra será "muito bom". O Valor apurou que o montante de recursos disponíveis para médios e grandes produtores deverá ficar próximo de R$ 370 bilhões, com incrementos na linha para a construção e ampliação de armazéns, por exemplo. Os incentivos ambientais ainda seguem indefinidos na véspera do anúncio. Por enquanto, o desconto na taxa final de juros será de até 1 ponto porcentual para produtores que tiveram Cadastro Ambiental Rural (CAR) analisado e comprovarem o uso de alguma técnica de baixa emissão de carbono, como a utilização de bioinsumos na produção agrícola. Os assessores de Fávaro ainda tentam uma ampliação do orçamento da equalização para ampliar o benefício, considerado baixo por eles. Inicialmente, a proposta era chegar à redução de até 3 pontos porcentuais para grandes produtores e até 2 pontos porcentuais para médios produtores. "Os quatro ministérios assinaram um termo para que o Plano Safra 2023/24 fosse sustentável e queremos que isso seja cumprido, queremos que as condições sejam um pouco melhor", disse um interlocutor da Pasta de Fávaro. Na segunda-feira, houve uma nova reunião dos Ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, da Fazenda, Fernando Haddad, do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e do Meio Ambiente, Marina Silva. Eles receberam representantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), que reforçaram as demandas por volumes maiores para o seguro rural, ampliação dos recursos para a construção de estruturas de armazenagem, a disponibilização de verba para ações de comercialização, ante à queda dos preços das commodities.
GLOBO RURAL
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Gripe aviária: com casos confirmados, líder na produção avícola teme reação do mercado externo
No Paraná, reunião tratou da intensificação das ações de combate e controle da gripe aviária. Setor produtivo teme avanço da doença para plantéis comerciais
O Paraná, maior produtor brasileiro de frango, é o sexto estado brasileiro a registrar focos de influenza aviária H5N1. O território paranaense é responsável por um plantel de 428,5 milhões de cabeças de frango, o equivalente a 27% da produção comercial nacional. Os dois primeiros diagnósticos da chamada gripe aviária em aves silvestres foram confirmados pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), nos últimos dias, nos municípios litorâneos de Antonina e de Pontal do Paraná. Um caso suspeito, com indicações de também ser positivo, está sob análise na Ilha do Mel, também no litoral, segundo o órgão estadual. Na manhã da segunda-feira (26), o Conselho Estadual de Sanidade Animal (Conesa) fez uma reunião extraordinária. O secretário de Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, afirmou que os registros não afetam as condições nem o status sanitário, mas alertou que os cuidados precisam ser redobrados para que as contaminações não atinjam planteis comerciais. “A situação preocupa e coloca todo mundo em alerta. Precisamos redobrar a atenção, o monitoramento, fazer com que o menor número possível de pessoas entre em aviários. É preciso fechar frestas por onde animais silvestres possam entrar nas granjas e, no caso de qualquer sintoma minimamente suspeito, comunicar imediatamente as autoridades sanitárias”, afirmou. O secretário ponderou que os casos no Paraná, até o momento, estão na região leste do estado, em áreas distantes às plantas comerciais – mais concentradas no oeste, sudoeste e noroeste paranaenses. “Os planteis precisam ficar protegidos, por isso em reunião tratamos justamente dessa intensificação do monitoramento e possíveis ressarcimentos, compensações financeiras no caso de precisarmos sacrificar animais. Nesta terça-feira, vou a Brasília para tratar desses temas com o ministro (Carlos Fávaro)”, informou. Os três estados do Sul (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) respondem por 60% da avicultura comercial brasileira. Em fevereiro, iniciaram tratativas com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para que o Sul do Brasil alcançasse uma condição de unidade autônoma como medida protetiva às exportações no caso de a doença ser registrada em regiões mais distantes. A unidade foi descartada pelo Mapa naquele momento e segue suspensa, mas Ortigara reforçou a necessidade de retomar o debate. “As aves comerciais, de corte e produção de ovos, estão protegidas neste momento e não há por que mercados fecharem as portas para os nossos produtos. Nossos plantéis estão protegidos. Nossa condição sanitária segue a mesma, mas precisamos proteger e trazer segurança às comercializações”, defendeu. No Paraná, a cadeia produtiva do complexo aves responde por mais de R$ 33 bilhões por ano de Valor Bruto da Produção Agropecuária, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral). O estado concentra metade das cooperativas brasileiras do agro que focam nas exportações da carne e ovos para mais de 100 países. Com o possível registro da doença nas granjas, o setor produtivo teme retaliações do mercado externo. “A nossa economia está focada na avicultura. Boa parte dos negócios do Paraná está pautado no segmento proteína avícola. A situação nos preocupa e chama a atenção para o comportamento do mercado externo com o aparecimento dos casos. Estamos fazendo nossa parte para a prevenção e temos tomado todos os cuidados necessários”, destacou o coordenador da Câmara Técnica de Sanidade do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD), Paulo Vallin. O POD reúne as principais indústrias do segmento no oeste paranaense. A partir da reunião desta segunda-feira, as regionais da Agência de Defesa Agropecuária intensificam fiscalizações, monitoramento e realização dos exames. Em todo o Brasil, há 283 investigações em coletas de amostras. Segundo o Mapa, essas investigações são classificadas por médicos veterinários como casos prováveis de síndrome respiratória e nervosa das aves. Nesses casos, são obrigatoriamente coletadas amostras para diagnóstico laboratorial. Diante de resultados negativos para a doença, eles são descartados e a investigação é encerrada.
GAZETA DO POVO
Crise tira pequenos produtores independentes da suinocultura
Alta dos custos e taxas de juros elevadas fizeram com que suinocultores migrassem para o sistema de integração ou abandonassem a produção
A crise na suinocultura vem provocando uma reconfiguração da atividade no Paraná. Apesar de o preço dos grãos apresentar queda desde o início deste ano, as cotações permaneceram em patamares recordes nos últimos dois anos, impulsionando os custos de produção. Os produtores independentes – aqueles que normalmente se dedicam ao ciclo completo – foram os que mais sentiram o impacto. Em razão disso, muitos suinocultores de pequeno porte se viram obrigados a migrar para outros modelos de produção ou mesmo abandonar a atividade. A tendência é que apenas suinocultores de grande escala continuem na produção independente. Uma estimativa do Sistema FAEP/SENAR-PR aponta que, no início de 2022, a suinocultura do Paraná contava com 35% de produtores independentes. Hoje, essa fatia encolheu para 20%. Os levantamentos dos custos de produção, realizados semestralmente pela entidade junto aos polos produtivos do Estado, mostram que a produção independente de suínos entrou no vermelho a partir do início de 2021 e permaneceu no prejuízo por quase dois anos. O setor só voltou a ter um respiro no fim de 2022, mas que não foi suficiente para que muitos produtores se mantivessem na atividade. Diferentemente dos produtores integrados, que recebem os insumos da agroindústria e produzem os suínos em suas instalações, os independentes se responsabilizam por todas as etapas: da compra ou produção da ração à comercialização do animal terminado. Em razão de ser uma atividade com mais riscos, em cenários positivos, a suinocultura independente tende a obter margens de lucro maiores que os integrados. Em momentos de crise, no entanto, a integradora acaba por absorver parte do impacto, minimizando o peso sobre os integrados. Nessas ocasiões, os independentes, por sua vez, têm que arcar com o prejuízo sozinhos. “São particularidades dos dois modos produtivos. Quando os ventos estão favoráveis, o suinocultor independente tem melhores resultados financeiros, em comparação com o integrado. Mas, em compensação, nos tempos de crise, o independente não tem nenhum respaldo. É ele por si”, resume Nicolle Wilsek, técnica do Departamento Técnico e Econômico (Detec) do Sistema FAEP/SENAR-PR. “Como a crise se prolongou, muitos produtores não resistiram”, acrescenta. “A produção independente está se desenhando para a quantidade, para o volume de produção. A tendência é que tenhamos produtores muito maiores, alojando até 10 mil fêmeas. A produção precisará se dar em larga escala, para diluir custos”, projeta Nicolle. “Já temos casos de produtores independentes que construíram mini integrações, fazendo parcerias com pequenos produtores”, destaca.
FAEP/SENAR-PR
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar à vista cai com visão favorável do real
O dólar à vista fechou a segunda-feira em queda no Brasil, depois de ter oscilado em margens bastante estreitas durante a sessão, com investidores repercutindo o noticiário externo e em meio a uma visão ainda favorável ao real, que vem segurando as cotações
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,7662 reais na venda, com baixa de 0,24%. Na B3, às 17:23 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,51%, a 4,7700 reais. A S&P cortou a previsão de alta para o Produto Interno Bruto (PIB) da China em 2023, de 5,5% para 5,2%, ressaltando a natureza desigual da recuperação pós-reabertura do país. Foi o primeiro corte desse tipo feito por uma agência global de risco este ano e segue revisões feitas pelo Goldman Sachs e outros grandes bancos de investimento. A ação da S&P elevou temores quanto à recuperação da economia do gigante asiático, o que em alguns momentos pressionou moedas de países exportadores de commodities, como o real brasileiro. Com a moeda norte-americana sem força também no exterior, o dólar à vista migrou para o terreno negativo no Brasil ainda pela manhã, em meio à visão otimista sobre a economia brasileira, trazida por uma perspectiva fiscal positiva e pela projeção de maior crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) apontada pelo relatório Focus, entre outros fatores. No exterior, durante a tarde, o dólar seguia perto da estabilidade ante uma cesta de moedas fortes e tinha sinais mistos ante moedas de países exportadores de commodities. Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de agosto.
REUTERS
Ibovespa fecha em queda em mais uma sessão de ajustes, mas Petrobras atenua perda
O Ibovespa fechou em baixa na segunda-feira, ainda refletindo movimentos de correção principalmente em papéis cíclicos domésticos, enquanto Petrobras ofereceu contrapeso, fechando em alta de cerca de 2%
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,63 %, a 118.228,71 pontos, de acordo com dados preliminares. O volume financeiro somava 17,4 bilhões de reais. A queda vem após o Ibovespa acumular até a última sexta-feira um ganho de quase 10% em junho, em boa parte apoiado no fluxo de capital externo para as ações brasileiras, que está positivo em 6,87 bilhões de reais no mês até o dia 22. Os movimentos de realização de lucros no pregão também ocorreram diante de divulgações relevantes na cena brasileira previstas para a última semana do semestre, que devem ajudar a balizar apostas para os próximos passos do Banco Central.
REUTERS
Brasil tem superávit em conta corrente de US$649 mi em maio
O Brasil teve superávit em transações correntes de 649 milhões de dólares em maio, com o déficit acumulado em 12 meses totalizando o equivalente a 2,45% do Produto Interno Bruto, informou o Banco Central na segunda-feira
O resultado veio abaixo da expectativa do mercado, conforme pesquisa da Reuters com especialistas, que apontava para um saldo positivo de 1,5 bilhão de dólares em maio. No entanto foi melhor do que o déficit de 4,632 bilhões de dólares visto em maio de 2022. No mês, os investimentos diretos no país alcançaram 5,380 bilhões de dólares, ante 3,969 bilhões em maio do ano passado. Em maio, a conta de renda primária ficou negativa em 5,984 bilhões de dólares, ante rombo de 4,933 bilhões de dólares no mesmo período do ano anterior. A balança comercial teve superávit de 9,719 bilhões de dólares, melhor resultado da série histórica, contra 3,368 bilhões de dólares no mesmo mês de 2022. Já o saldo negativo na conta de serviços ficou em 3,123 bilhões de dólares, contra déficit de 3,413 bilhões de dólares em maio do ano anterior.
REUTERS
Economistas voltam a reduzir projeções de inflação no Focus e seguem vendo corte da Selic em agosto
Economistas continuaram reduzindo suas projeções para a inflação brasileira deste ano e do próximo, mostrou o boletim semanal Focus, e mantiveram expectativa de que o Banco Central começará a cortar juros já em agosto, apesar de a autarquia não ter sinalizado essa possibilidade em seu último comunicado de política monetária
Agora, as expectativas compiladas pelo Focus, divulgado pelo BC, apontam alta de 5,06% do IPCA em 2023, ante taxa de 5,12% estimada antes, na sexta semana seguida de declínio. Para 2024, a conta caiu pelo quarto boletim consecutivo, a 3,98%, de 4,00% antes. O prognóstico de inflação para 2025 foi mantido em 3,80%, enquanto o de 2026 caiu pela terceira semana seguida, a 3,72%, contra 3,80% na sondagem anterior. O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024 e 2025 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. O Conselho Monetário Nacional (CMN) tem reunião marcada para esta semana, em que deve estabelecer a meta de inflação para 2026, e o mercado tem especulado sobre a possibilidade de o colegiado determinar que o BC siga objetivo de inflação sem um prazo determinado. Para a Selic, o Focus manteve projeções de que a taxa encerrará este ano em 12,25%, com o início de um ciclo de corte de juros já em agosto, em ritmo de 0,25 ponto percentual, mesmo depois de o BC não ter sinalizado intenção de afrouxar a política monetária tão cedo em sua reunião de política monetária da semana passada. Na ocasião, a autarquia deixou a Selic inalterada em 13,75%. Investidores devem ficar atentos na terça-feira à ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), em busca de esclarecimentos sobre o possível início das reduções de juros. O mais recente Focus também manteve intacta a projeção para a Selic ao fim de 2024, atualmente em 9,50%. Para o Produto Interno Bruto (PIB), houve uma sétima melhora seguida na estimativa do Focus para este ano. A perspectiva de crescimento econômico em 2023 é agora de 2,18%, de 2,14% antes. Para 2024 a expansão do PIB passou a ser estimada em 1,22%, de 1,20% antes.
REUTERS
Confiança do consumidor no Brasil vai a pico em mais de 4 anos em junho, diz FGV
A confiança do consumidor brasileiro subiu em junho para o maior patamar em mais de quatro anos, provavelmente refletindo o arrefecimento da inflação e a expectativa de queda dos juros no futuro, disse a Fundação Getulio Vargas (FGV) na segunda-feira
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da FGV Ibre avançou 4,1 pontos em junho, para 92,3 pontos, maior nível desde fevereiro de 2019 (94,5). A leitura foi resultado tanto da melhora do Índice de Expectativas (IE) --que subiu 3,6 pontos, para 104,0 pontos-- quanto do Índice de Situação Atual (ISA) --que ganhou 4,4 pontos, a 75,7 pontos, pico desde março de 2020 (76,1). "O indicador que mede a intenção de consumo de bens duráveis nos próximos meses foi o principal impulsionador do resultado no mês, sugerindo uma redução do pessimismo na intenção de gastos, frente ao alívio da inflação e a expectativa de queda dos juros no futuro", disse em nota Anna Carolina Gouveia, economista da FGV Ibre. No entanto, "ainda é cedo para confirmar uma melhora sustentada da confiança dos consumidores, principalmente porque a situação financeira das famílias ainda registra nível bastante insatisfatório, sendo um dos principais problemas do consumidor o alto endividamento", alertou Gouveia. A leitura do ICC veio após uma série de dados mostrando sinais de arrefecimento da inflação no Brasil, além de perspectivas crescentes no boletim Focus, compilado pelo Banco Central, de antecipação do ciclo de corte de juros. A taxa Selic está atualmente em 13,75% ao ano, nível elevado que tende a restringir o consumo.
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