Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 446 |25 de agosto de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: desarranjo entre oferta e demanda pressiona cotações
"Mercado pecuário não encontra fundamentos concretos para estabelecer um piso mínimo de suporte aos preços dos animais prontos para abate", observou a S&P Global
“Tanto no mercado físico quanto no futuro, os preços do boi permanecem refletindo a fraca demanda dos frigoríficos, gerando impactos negativos nas margens operacionais dos pecuaristas e fomentando a manutenção da instabilidade no mercado”, ressaltaram os analistas. Na quinta-feira, 24 de agosto, recuos foram observados na maior parte das praças pecuárias monitoradas pela S&P Global, com destaque para o preço da arroba paulista. “Há relatos de indústrias que já possuem operações escaladas para a terceira semana de setembro, retirando integralmente a necessidade em efetivar compras no mercado spot”, informou a S&P Global. Segundo a consultoria, há grande dificuldade em dar maior vazão aos estoques dos cortes bovinos destinados ao mercado doméstico. Com isso, continua a consultoria, regiões onde a maior parte das indústrias atendem exclusivamente ao mercado doméstico enfrentam grandes dificuldades operacionais, prejudicadas pelos estoques elevados de carne bovina. Pelo lado da produção, observa a S&P Global, os pecuaristas seguem pressionados em manter liquidação de suas ofertas atuais diante de um cenário de preços enfraquecidos e maiores riscos da rentabilidade operacional com a manutenção das atuais condições. Pelos dados apurados pela Scot consultoria, neste momento, em São Paulo, o boi está sendo negociado em R$ 205/@, a vaca em R$ 190/@ e a novilha em R$ 202/@ (preços brutos e a prazo). O “boi-China” paulista (destinado ao abate com idade até 30 meses) está sendo negociado em R$ 210/@, bruto, no prazo – um ágio de R$ 5/@ sobre o animal “comum”. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 207/@ (à vista) vaca a R$ 187/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 212/@ (prazo) vaca a R$ 202/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 207/@ (à vista) vaca a R$ 187/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 209/@ (prazo) vaca a R$ 189/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 189/@ (prazo) vaca a R$ 172/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 187/@ (à vista) vaca a R$ 172/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 187/@ (à vista) vaca a R$ 170/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 190/@ (prazo) vaca R$ 180/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 225/@ (à vista) vaca a R$ 204/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 197/@ (prazo) vaca a R$ 177/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 204/@ (prazo) vaca a R$ 192/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 187/@ (prazo) vaca a R$ 172/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 185/@ (à vista) vaca a R$ 165/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 182/@ (à vista) vaca a R$ 165/@ (à vista).
S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO
Fávaro diz que China pediu lista menor de frigoríficos a serem habilitados para exportação
O Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse na quinta-feira que o governo da China pediu ao Brasil que envie uma lista reduzida de frigoríficos a serem habilitados para exportação de proteína animal ao país asiático, como forma de agilizar o processo de autorização
Fávaro afirmou, durante reunião interministerial preparatória para sessão plenária da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban) em Brasília, que o governo vai dialogar com entidades do setor de frigoríficos para apresentar uma lista reduzida de plantas a serem habilitadas para que as autorizações saiam ainda neste ano. "Nós democraticamente apresentamos uma lista de 62 plantas brasileiras prontas para serem habilitadas, (e) uma segunda lista de mais 15 plantas. Eles (a China) manifestaram em maio e reafirmaram a manifestação na semana passada ao nosso embaixador Marcos Galvão que, para facilitar a habilitação de novas plantas, que a lista fosse menor", disse Fávaro. "Então estamos nessa fase de avaliação, vamos chamar as entidades representativas de classe dos frigoríficos para então reduzirmos essa lista para que possamos sair desse compromisso e termos novas plantas habilitadas ainda neste ano", afirmou o Ministro. A China, maior parceiro comercial do Brasil, é o principal destino para as exportações brasileiras de proteína animal, o que inclui carnes bovina, suína e de frango.
REUTERS
SUÍNOS
Quinta-feira com estabilidade no mercado de suínos
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 112,00/R$ 115,00, assim como a carcaça especial, custando R$ 8,70/kg/R$ 9,00/kg
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quarta-feira (23), houve tímida queda de 0,16% em Minas Gerais, chegando a R$ 6,41/kg, e de 1,28% em São Paulo, atingindo R$ 6,16/kg. Ficaram estáveis os valores no Paraná (R$ 6,04/kg), Rio Grande do Sul (R$ 5,91/kg), e Santa Catarina (R$ 5,87/kg).
Cepea/Esalq
Suinocultura Independente: preços do animal vivo cedem
No Paraná, considerando a média semanal (entre os dias 17/08/2023 a 23/08/2023), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 4,10%, fechando a semana em R$ 5,82/kg vivo. "Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente alta, podendo ser cotado a R$ 6,03/kg vivo", informa o Lapesui
Em São Paulo, o preço ficou definido na quinta-feira (24) em R$ 6,13/kg vivo, após uma semana em que os preços haviam ficado em aberto devido à falta de consenso entre suinocultores e frigoríficos, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS). No mercado mineiro, houve queda de R$ 6,50/kg vivo para R$ 6,30/kg vivo, com acordo entre suinocultores e frigoríficos, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal teve queda, saindo de R$ 6,12/kg vivo para R$ 5,70/kg vivo nesta semana.
AGROLINK
FRANGOS
Frango: cotações estáveis no PR e SC
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,00/kg, enquanto o frango no atacado teve recuo de 0,83%, valendo R$ 6,00/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. No Paraná, o preço ficou estável em R$ 4,50/kg, assim como em Santa Catarina, com preço de R$ 4,42/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (23), o preço da ave congelada teve queda de 0,31%, chegando a R$ 6,48/kg, e o do frango resfriado baixou 0,78%, fechando em R$ 6,32/kg.
Cepea/Esalq
Paraná elimina aves caseiras no litoral e municípios com gripe aviária serão barrados para exportação
Depois de a proposta sobre criação de região autônoma para prevenção de riscos econômicos contra a gripe aviária não ter prosperado nas tratativas com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), os três estados do Sul do país definiram, em conjunto com o governo federal, que todos terão condições autônomas ou interdição de forma municipalizada. Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul respondem por 60% da avicultura comercial do Brasil.
Segundo o presidente do Fórum de Sanidade do Brasil (Fonesa) e da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Cesar Martins, no caso de casos de influenza aviária (H5N1) de alta patogenicidade (IAAP) serem detectados em criações domésticas ou comerciais, o município onde houve o registro ficará impedido de realizar exportações. Segundo Martins, a posição clara adotada por países que são grandes compradores da carne de frango brasileira, como Japão e Coreia do Sul, reforçaram a tomada desta decisão, que já está valendo. “O Japão nos sinalizou que, no caso de registro de influenza em aviculturas comerciais, que se interdite o município e o restante do estado está livre (para vender)". Cerca de 70% do frango consumido no Japão têm origem no Brasil, diz Martins. "A Coreia também aceitou (essa metodologia) e isso nos deixa um pouco mais aliviados do ponto de vista comercial, mas o alerta em biosseguridade segue”, reiterou ele, ao lembrar que, com isso, estados inteiros não ficariam impedidos de enviar seus produtos a países que aderiram ou possam compartilhar dessa posição. O Paraná, maior produtor avícola do Brasil. tem registro de 12 casos de gripe aviária, todos em animais silvestres e em municípios litorâneos. O estado concentra 27% de todos os plantéis (450 milhões de cabeças), de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), e responde por 39% das exportações desta carne brasileira. Por lá, o primeiro registro de gripe aviária foi em maio. Como medida preventiva, o estado iniciou uma força-tarefa em parceria com o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) para remoção de todas as aves caseiras em municípios litorâneos. A ação, chamada de despopulação, está ativa 24 horas por dia e todas as famílias estão sendo indenizadas. “As famílias estão sendo indenizadas para que, por seis meses, não se tenha avicultura caseira nessa região por onde chegaram os animais infectados”, esclareceu Martins. Segundo o presidente do Fórum de Sanidade, assim, só permanecerão no litoral as aves silvestres migratórias, que não há como controlar. No caso de chegarem doentes, a não existência de plantéis caseiros diminui o risco de proliferação a aves domésticas, com perigo potencial às granjas comerciais. “Quando se pensa em aves migratórias, o fluxo é sempre pelo litoral. Acreditamos que os casos sigam então nesta região, como na maioria dos estados, e com medidas que possam conter o avanço das aves e da doença”, reforçou. Uma portaria do estado do Paraná também proíbe a entrada e saída de aves desta na região. Para Martins, um dos aspectos positivos é o fato de a maior concentração as granjas comerciais paranaenses estar muito longe de cidades banhadas pelo mar, o que segundo ele dificulta o avanço de espécies migratórias. Praticamente toda avicultura comercial do estado está concentrada entre as regiões sudoeste e oeste, que têm distância média de 600 quilômetros do litoral. No Paraná, as mais de 60 empresas comerciais da avicultura, dentre elas pouco mais de 30 que exportam, estão com protocolos intensos e adequações constantes, reforçando as necessidades de adoção rigorosa das boas práticas preventivas, em toda a cadeia. Em todo o Brasil, há a confirmação de 85 focos de gripe aviária. O Espírito Santo segue sendo o estado com mais casos: 29. No Sul são 12 focos no Paraná, nove em Santa Catarina e um no Rio Grande do Sul.
GAZETA DO POVO
GOVERNO
Fazenda antecipará recursos a bancos para linhas do Plano Safra 2023/24
A medida visa atender as instituições que já usaram todo o montante programado para o primeiro trimestre do ciclo
O Ministério da Fazenda deverá autorizar a antecipação do repasse de recursos equalizados às instituições financeiras que operam linhas do Plano Safra 2023/24. A medida visa a atender bancos e cooperativas de crédito que já usaram todo o montante programado para o primeiro trimestre do ciclo, de julho a setembro, e que ficariam com programas suspensos até o novo aporte, previsto inicialmente para outubro. Nesta safra, o governo aplicou um controle trimestral dos R$ 138,2 bilhões de recursos equalizados distribuídos às 21 instituições contempladas com limites subvencionados. O Tesouro libera a verba para a equalização conforme a programação informada pelas instituições previamente para controlar o ritmo de aplicações. Ainda no início de agosto, no entanto, o recurso do primeiro trimestre da safra já havia se esgotado em sete linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Outras instituições também apresentaram demandas pela antecipação dos limites ao Ministério da Agricultura e à equipe econômica. A preocupação principal era com o Moderfrota, linha destinada à aquisição de maquinário agrícola. O pedido foi reforçado pela Abimaq. O subsecretário de Política Agrícola e Negócios Agroambientais do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, disse que o controle trimestral não vai ser extinto e que a antecipação é uma excepcionalidade para deixar as instituições mais ativas. “Devemos definir nos próximos dias a possibilidade de a instituição antecipar as aplicações trimestrais, mas não acabar com a trimestralidade. Quem aplicar menos de 80% da programação vai ser penalizado”, afirmou. A ação pretende ajudar quem não fez o planejamento de “forma adequada” para os primeiros três meses, disse Bittencourt. Antes do início da safra, as instituições financeiras informaram ao governo os valores que pretendiam operacionalizar em cada linha equalizada por trimestre. Segundo ele, 38% do volume total dos valores equalizados foram indicados para aplicação de julho a setembro, 28% de outubro a dezembro, 18% de janeiro a março e 16% de abril a junho de 2024. Com a autorização, os bancos poderão indicar quais linhas pretendem incrementar o caixa e antecipar os valores para desembolsar nas áreas com demanda mais alta. O subsecretário disse também que as instituições financeiras terão até o fim de agosto para informar os montantes equalizados que desejam devolver ao Tesouro, que não conseguirão operacionalizar, sem penalidades. O recurso será redistribuído. Bancos que não cumprirem a aplicação mínima de 80% podem ter os limites reduzidos nesta safra e na próxima. Bittencourt afirmou também que o Tesouro Nacional deverá publicar até o próximo mês uma portaria informando a disponibilização e a distribuição de novos recursos equalizados que serão destinados ao custeio de médios produtores que têm o Cadastro Ambiental Rural (CAR) analisado. O desconto nas taxas de juros para quem se enquadrar nessa regra valerá a partir de outubro e deverá demandar cerca de R$ 5 bilhões a mais de limites equalizáveis, estimou o subsecretário. A medida foi criada nesta safra como forma de estimular a regularidade ambiental e premiar produtores que atendem aos requisitos sustentáveis. Ao invés de pagar 12% ao ano nas operações de custeio, eles acessarão financiamentos com juros de 11,5% ao ano.
VALOR ECONÔMICO
EMPRESAS
Investimentos da Capal para expansão e melhoria de unidades chegam a R$ 300 milhões
A Capal Cooperativa Agroindustrial está realizando importantes investimentos que irão ampliar a capacidade de armazenagem e recebimento de grãos nas unidades da cooperativa. O pacote de obras soma um aporte de aproximadamente R$ 300 milhões. Além de modernizar as estruturas existentes, vai expandir em até 30% a capacidade de armazenamento
Até junho deste ano, foram destinados pouco mais de R$ 72,7 milhões para obras que estão em andamento. Na unidade de Itararé/SP, por exemplo, estão sendo investidos R$ 26 milhões para a construção de silos armazenadores, ampliação da balança rodoviária, expedição e coletor de amostra. A previsão para conclusão das obras é outubro deste ano. Já em Curiúva/PR, as reformas e novas estruturas incluem construção de silos pulmão, adequação de moega para segundo tombador, passarela de interligação silos/expedição, subestação elétrica e sala de transformadores. O valor repassado para subsidiar as obras foi de R$ 14 milhões. Ainda para o segundo semestre de 2023 estão previstas obras de ampliação e construção de novas unidades da cooperativa que, juntas, somam R$ 182 milhões. O município de Avaré/SP irá receber uma unidade operacional. A estrutura conta com setor administrativo, armazém de insumos, silos pulmão e silos armazenadores – ambos somam capacidade de 50 mil toneladas. Em Santo Antônio da Platina/PR está prevista a construção de uma nova loja agropecuária. O novo espaço, que terá de 3 mil m² de dimensão, inclui ainda um armazém de defensivos e um armazém de insumos com doca. O investimento total foi de R$ 9 milhões. No primeiro semestre de 2023, a Capal finalizou as ampliações na matriz em Arapoti/PR, com a construção de silos para a matéria-prima da ração, silos para armazenagem de grãos, construção e instalação de um conjunto de secagem de grãos com trocador de calor, além da construção de um novo prédio para os setores de engenharia, manutenção e oficina. O capital para subsidiar as obras foi de R$ 31 milhões. Na Unidade de Beneficiamento de Sementes, em Wenceslau Braz/PR, a cooperativa concluiu a construção de um armazém para sementes, instalação de sistema de transporte de big bag automatizado, instalação de uma nova unidade de tratamento de grãos, adequação de fosso de elevador para secador e ampliação da capacidade de recepção e secagem de sementes com a construção de dois novos secadores. Fundada em 1960, a Capal conta atualmente com mais de 3,6 mil associados, distribuídos em 21 unidades de negócios, nos estados do Paraná e São Paulo. A cadeia agrícola responde por cerca de 65% das operações da cooperativa, produzindo mais de 862 mil toneladas de grãos por ano, com destaque para soja, trigo, milho e café. A área agrícola assistida ultrapassa os 173 mil hectares. A cooperativa comercializa 31 mil toneladas de suínos vivos ao ano.
Assessoria de Imprensa Capal
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Concessão de 473 km no Paraná: Governo Lula faz hoje 1º leilão de rodovias
O Ministério dos Transportes e a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) realizam nesta sexta-feira (25) o leilão do primeiro lote de rodovias do Paraná
O certame, que acontece a partir das 14h na Bolsa de Valores brasileira (B3), é o primeiro do governo Lula (PT) no setor de estradas. Rodovias ligam o Porto de Paranaguá (PR) à Ponte da Amizade, na fronteira com o Paraguai. Lote tem 473 quilômetros de rodovias, sendo quatro federais e três estaduais. O leilão compreende as BR-277, 373, 376 e 476, além das PR-418, 423 e 427. O contrato de concessão dura 30 anos. É o primeiro leilão de rodovias feito pelo governo Lula (PT). É também o primeiro certame a incluir rodovias estaduais e federais, o primeiro da nova modelagem proposta pelo Ministério dos Transportes e o primeiro do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Rodovias ligam o Porto de Paranaguá (PR) à Ponte da Amizade, na fronteira com o Paraguai. Também há trechos na região metropolitana de Curitiba. As concessões foram entregues pelo estado há cerca de um ano e meio e, no momento, não há nenhuma empresa responsável pelas vias. Vencerá a disputa quem garantir o menor valor da tarifa de pedágio. Nos trechos do lote, já existem 5 praças que deverão ser restauradas e modernizadas. O governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), disse na quarta-feira (23) que duas grandes empresas se habilitaram para o leilão. Concessão prevê investimento de R$ 13,1 bilhões neste lote. Deste valor, R$ 7,9 bilhões serão destinados às despesas de capital, relacionadas principalmente a expansão e melhoria de capacidade das vias. Já os custos operacionais, referentes a serviços como pontos de descanso para caminhoneiros e balanças de pesagem, por exemplo, devem somar cerca de R$ 5,2 bilhões. Benefícios incluem 344 km de obras de duplicação e 81 km de faixas adicionais, segundo o governo. Também estão previstos 38 km de terceiras faixas e 41 km de vias marginais, além de 11 passarelas e 60 paradas de ônibus. “Acreditamos na parceria com os estados e com o setor privado para melhorar a qualidade das estradas e o nível dos serviços prestados nas rodovias brasileiras, com tarifas justas e mais segurança. Com os investimentos, a economia do Paraná será ainda mais competitiva, trazendo desenvolvimento e gerando empregos. É um marco”, disse Renan Filho, Ministro dos Transportes.
UOL ECONOMIA
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar tem leve alta ante real em dia de ajustes antes de Powell
Após o forte recuo da véspera, o dólar à vista passou na quinta-feira por ajustes de alta ante o real, ainda que o impulso fosse limitado e os investidores permanecessem posicionados para o grande evento da semana, na sexta-feira, quando o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, discursará no simpósio de Jackson Hole
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8795 reais na venda, com alta de 0,47%. Na B3, às 17:12 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,48%, a 4,8880 reais. Na quarta-feira, a moeda norte-americana havia despencado 1,63%, na esteira da aprovação, na Câmara dos Deputados, do novo arcabouço fiscal e com a melhora da percepção sobre a economia no exterior, que colocou o dólar em baixa firme ante boa parte das demais divisas. Na quinta-feira, uma parcela dos investidores aproveitou para realizar lucros e recompor posições compradas (no sentido de alta para a moeda norte-americana). Além disso, o dólar também subia no exterior ante moedas fortes e em relação a boa parte das divisas de países emergentes e exportadores de commodities. O avanço firme do dólar no exterior, ante uma cesta de moedas fortes, era um dos motivos para que as cotações no Brasil seguissem em alta durante a tarde. Operador ouvido pela Reuters, no entanto, afirmou que a expectativa em torno do discurso de Powell na sexta-feira mantinha as cotações travadas. Segundo ele, o dólar estava em um “bom preço” para que agentes do mercado de câmbio aguardassem a fala do chair do Fed. Os mercados estarão atentos à fala de Powell em busca de novas pistas sobre o futuro da política monetária nos EUA. Juros mais altos são, em tese, um fator de impulso para as cotações do dólar ante outras divisas.
REUTERS
Ibovespa fecha em queda com cautela antes de discurso de Powell
O Ibovespa fechou em queda na quinta-feira, após subir mais de 3% nos dois pregões anteriores, com trajetória negativa em Wall Street endossando ajustes na bolsa paulista antes de um muito aguardado discurso do titular do banco central dos Estados Unidos, Jerome Powell, na sexta-feira
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,02%, a 116.927,48 pontos, de acordo com dados preliminares, com as ações de Vale e B3 entre as maiores pressões de baixa. No pior momento, chegou a 116.847,66 pontos. Na máxima, a 118.135,57 pontos. O volume financeiro somava 16,9 bilhões de reais.
REUTERS
Maior volume escoado garante novo avanço no faturamento com as exportações do agro, diz Cepea
As exportações brasileiras de produtos agropecuários seguiram avançando no volume no primeiro semestre de 2023. Preços caíram 8%
Conforme mostram pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, realizadas com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Secretaria de Comércio Exterior – sistema Siscomex, o faturamento em dólar do setor cresceu 4,5% no primeiro semestre, sendo puxado pelo maior volume embarcado – que aumentou 14% –, já que os preços médios em dólar caíram pouco mais de 8%. Segundo pesquisadores do Cepea, o milho foi o produto que registrou a maior taxa de crescimento no volume embarcado (de expressivos 86%), enquanto a soja em grão apresentou o maior volume exportado (representou 49% de todo o volume escoado pelo agronegócio brasileiro e 40% do valor gerado pela receita em dólar). Assim, o ano tem sido muito favorável aos produtos do complexo da soja e aos setores sucroalcooleiro e florestal.
Em relação aos preços, pesquisadores do Cepea ressaltam que, desde meados de 2022, os valores dos alimentos têm apresentado tendência de queda, conforme indicação do índice das Nações Unidas (FAO). Essa redução dos preços médios de alimentos e energia no mercado internacional se deve ao arrefecimento na taxa de crescimento da demanda global em 2023, com destaque aos problemas enfrentados pela China mais recentemente, e ao aumento da produção mundial. Para o segundo semestre do ano, o comportamento dos preços internacionais das commodities vai depender do tamanho da safra no Hemisfério Norte e da ocorrência de eventos inesperados ao longo do período. Para o câmbio, a expectativa dos agentes do mercado financeiro é de que se mantenha ao redor de 5 Reais/US$ neste segundo semestre; no entanto, a continuidade da elevação dos juros no mercado norte-americano deve atrair mais capital para esse país, pressionando o valor do dólar ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Além disso, já se vislumbra que a inflação no Brasil deve aumentar um pouco nos próximos meses, mas fechar em torno de 4% no acumulado do ano. Com isso, o efeito combinado de ambos sobre a rentabilidade em Reais do setor não deve resultar em grandes oscilações nos próximos meses. Com colheita finalizada e moeda mais estável, resta ao setor agroexportador esperar que os preços não sejam demasiadamente depreciados no mercado internacional para que se possa superar o montante de US$ 160 bilhões, e marcar mais um recorde de faturamento neste ano.
Cepea
Clima econômico no Brasil é o melhor em 11 anos, diz FGV
Para Lia Valls, pesquisadora da fundação responsável pela sondagem, o Brasil impulsionou a melhora do indicador referente à América Latina
O clima econômico brasileiro, apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) por meio de entrevistas com especialistas e analistas de mercado, registrou o mais elevado patamar em 11 anos no terceiro trimestre de 2023. É o que informou na quinta-feira a FGV ao divulgar a Sondagem da América Latina referente ao terceiro trimestre. Na pesquisa, a fundação informou que o ICE do continente latino-americano saltou de 65,8 pontos para 99,6 pontos entre segundo e terceiro trimestre. Para Lia Valls, pesquisadora da fundação responsável pela sondagem, o Brasil impulsionou a melhora do indicador referente à América Latina. O ICE no país subiu de 58,8 pontos para 121,4 pontos, no mesmo período, melhor pontuação desde quarto trimestre de 2012 (125,3 pontos). A aprovação da reforma tributária e informações mais detalhadas sobre arcabouço fiscal levaram à melhora do clima brasileiro, explicou ela. Com isso, o clima brasileiro vai para quadrante favorável do índice, acima de 100 pontos, notou ela. “Ocorreu uma mudança de patamar [no ICE do Brasil]” disse. Ao detalhar a melhora no clima econômico brasileiro, a especialista ponderou que houve nítida melhora na conjuntura macroeconômica do país, nos últimos meses. Ela lembrou que houve divulgação do PIB do primeiro trimestre, com alta de 1,9% ante quarto trimestre, acima das projeções de mercado. Ao mesmo tempo, os indicadores inflacionários mostraram desaceleração continua, e até mesmo queda, ao longo de 2023. “A questão da reforma tributária, a percepção de controle mesmo da inflação e a questão do arcabouço fiscal foram fatores positivos [para a melhora do ICE no Brasil” enumerou. Ao ser questionada se há possibilidade de o ICE brasileiro continuar a subir, a especialista respondeu que isso dependerá da conjuntura macroeconômica, nos próximos meses. Ela observou que, caso as condições continuem as mesmas, como as atuais, favoráveis, nada impede que o clima brasileiro apurado pela pesquisa continue a crescer. “Não se espera grandes melhoras no segundo semestre [na economia brasileira]”, disse a técnica, a lembrar que as projeções para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, por exemplo, a ser anunciado na próxima semana, são de economia mais fraca. “Dependerá de como vierem os dados [macroeconômicos do país]”, afirmou.
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