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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 474 DE 05 DE OUTUBRO DE 2023


Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 3 | nº 474|05 de outubro de 2023


NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL


BOVINOS


Escalas de abate encurtadas mexem nas cotações do boi gordo

Nas praças de São Paulo, os preços do boi gordo renovaram os seus patamares e a tendência de novas altas permanece ativa, estimulada pelo avanço da entressafra e pela estratégia dos produtores em segurar os lotes no campo, à espera de melhores condições de preços


Em Mato Grosso, apesar dos grandes frigoríficos locais relatarem que suas operações já se encontram programadas com boiada própria e contratos estabelecidos anteriormente, algumas indústrias mato-grossenses necessitaram elevar preços para efetivar novos negócios no mercado spot, observou a S&P Global. Pelos dados da Scot Consultoria, nas praças paulistas, o boi “comum” (destinado ao mercado interno) está sendo negociado em R$ 230/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são vendidas por R$ 205/@ e R$ 220@, respectivamente (preços brutos e a prazo). O “boi-China” está cotado em R$ 240/@ no mercado paulista, no prazo, valor bruto – um ágio de R$ 10/@ sobre o animal “comum”, acrescentou a Scot. Atacado/varejo – Os movimentos de altas da arroba verificados nas últimas semanas também já começam a refletir nos preços dos principais cortes da proteína bovina. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 227/@ (à vista) vaca a R$ 212/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 239/@ (prazo) vaca a R$ 219/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 231/@ (à vista) vaca a R$ 215/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 233/@ (prazo) vaca a R$ 217/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 204/@ (prazo) vaca a R$ 184/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 202/@ (à vista) vaca a R$ 182/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 197/@ (à vista) vaca a R$ 187/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 212/@ (prazo) vaca R$ 187/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 201/@ (à vista) vaca a R$ 180/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 202/@ (prazo) vaca a R$ 187/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 212/@ (prazo) vaca a R$ 187/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 182/@ (prazo) vaca a R$ 182/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 202/@ (à vista) vaca a R$ 187/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 190/@ (à vista) vaca a R$ 185/@ (à vista).

S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO


Alta no preço do boi gordo aquece mercado de reposição

Em São Paulo, bezerro teve alta de R$ 100 a cabeça em um mês. Para a Scot Consultoria, alta no preço do boi estimula pecuarista a investir, valorizando também a reposição


A alta nos preços do boi gordo vistas nas últimas semanas ajudaram a melhorar o cenário no mercado de reposição. A avaliação é da Scot Consultoria, que vê elevação das cotações em todas as categorias. Em São Paulo, o bezerro de desmama vem sendo negociado a R$ 1,8 mil a cabeça, uma valorização de R$ 100 em um mês. “As expectativas para o médio prazo são positivas, já que o mercado de reposição deve continuar acompanhando os preços no mercado de boi gordo. E com a alta nos preços do bovino terminado, o produtor fica mais estimulado a investir na atividade”, explica a analista de mercado Nicole Santos, em vídeo divulgado pela consultoria. Na terça-feira (3/10), o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para o boi gordo, com base em São Paulo, fechou a R$ 238,80 por arroba. Nos últimos cinco dias, a média é de R$ 234,76. Em boletim divulgado nesta quarta-feira (4/10), a consultoria Agrifatto pontua que os frigoríficos começaram a oferecer alguma resistência aos atuais valores do boi no mercado físico. Com isso, algumas praças pecuárias registraram estabilidade ou até mesmo algum recuo nas cotações. Em Goiás, por exemplo, a arroba foi negociada a R$ 222,10 na terça-feira, estável em relação ao dia anterior, segundo a consultoria. No mercado de carne com osso, o mês de outubro começou com bom ritmo de vendas no atacado e no varejo. O dianteiro começa a recuperar liquidez e pode firmar preço, avalia a Agrifatto. Porém, ao menos por enquanto, os preços da carcaça se mantêm estáveis, entre R$ 15,50 e R$ 16 o quilo.

GLOBO RURAL


SUÍNOS


Suínos: cotações estáveis

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, o preço médio da arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 125,00, enquanto a carcaça especial subiu 1,04%, custando R$ 9,40/kg, em média


Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à terça-feira (3), os valores ficaram estáveis em Minas Gerais (R$ 6,47/kg), Paraná (R$ 6,27/kg), Rio Grande do Sul (R$ 6,17/kg). Houve queda de 1,13% em Santa Catarina, atingindo R$ 6,13/kg, e recuo de 0,46% em São Paulo, fechando em R$ 6,51/kg. Cepea/Esalq


FRANGOS


Mercado do frango com leves altas

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,00/kg, assim como o frango no atacado, valendo R$ 7,00/kg


Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. No Paraná, o preço não mudou, valendo R$ 4,47/kg, enquanto em Santa Catarina teve alta de 0,23%, custando R$ 4,28/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (3), tanto a ave congelada quanto a resfriada tiveram aumento de 0,43%, custando, respectivamente, R$ 6,94/kg e R$ 6,96/kg.

Cepea/Esalq


Governo registra caso de gripe aviária em leões-marinhos no Rio Grande do Sul

É o primeiro registro da doença em mamíferos marinhos entre os mais de 100 focos no Brasil


Caso de influenza aviária em leão-marinho é o primeiro em mamíferos marinhos registrado no país. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou nesta quarta-feira (4/10) um caso de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em um leão-marinho-da-patagônia (Otaria flavescens), o primeiro em mamíferos marinhos. Também chamado de leão-marinho-do-sul, o animal foi encontrada na praia do Cassino, no município de Rio Grande, litoral do Rio Grande do Sul. De acordo com comunicado, é o primeiro foco da doença registrado em mamíferos marinhos no Brasil. Casos semelhantes já foram reportados nessa mesma espécie no Peru, Chile, Argentina e Uruguai. Em nota, o Ministério informou que a coleta das amostras foi feita em conjunto com o Centro de Recuperação de Animais Marinhos de Rio Grande. O material foi processado pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Campinas (LFDA-SP), referência na América do Sul para o diagnóstico do vírus, que confirmou tratar-se do H5N1, a mesma cepa já detectada em aves silvestres no país. A pasta informa ainda que a detecção deste novo caso não muda o status brasileiro de livre da gripe aviária perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Do total de focos no Brasil, 111 foram confirmados em aves silvestres, três notificados em aves de subsistência e um único — este último — em mamíferos marinhos. Até o momento, não há registros da doença em plantéis comerciais.

MAPA


EVENTOS


ApexBrasil divulga carne bovina nacional na Anuga; 19 empresas presentes

Em um dos eventos mais importantes do setor de alimentos no mundo, que tem como tema central deste ano o “Crescimento Sustentável”, empresas levam dados e informações sobre a pecuária brasileira por meio do Projeto Brazilian Beef


O evento reúne profissionais, empresas e especialistas de todo o mundo que buscam impulsionar o setor de alimentos com foco em inovação, tecnologias, novos produtos e tendências. A feira, realizada de 7 a 11 de outubro, ocorre na cidade de Colônia, na Alemanha. O estande contará com a presença de 19 empresas associadas – Agra, Astra, Barra Mansa, Cooperfrigu, Estrela, Frigol, Frigon, Frigosul, Frisa, Iguatemi, JBS, Marfrig, Masterboi, Mercúrio, Minerva, Naturafrig, Plena, Prima Foods e Rio Maria. A União Europeia é um mercado de grande importância para o Brasil. Em 2022, as exportações brasileiras somaram cerca de 85 mil toneladas, com receita de US$ 661 milhões. De janeiro a agosto deste ano, já foram embarcadas 51,8 mil toneladas de carne bovina, com faturamento de US$ 374 milhões. Para falar sobre como o setor da carne brasileira vê o futuro de sua atividade em relação a sustentabilidade, e como a normativa europeia antidesmatamento conecta-se com este tema, a ApexBrasil convidou associações de importadores europeus para uma reunião durante a feira.

ApexBrasil


GOVERNO


Com 51 novos mercados abertos, Brasil diversifica exportações do agro para o mundo

A boa relação entre países reforça a confiança internacional na qualidade e sanidade do agro brasileiro. O Brasil, desde o início de 2023, conquistou 51 novos mercados para os produtos agropecuários até setembro deste ano.


Com uma pauta diversificada das exportações, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) intermediou negociações nas Américas (Argentina, Canadá, México, República Dominicana, Uruguai, Equador, Colômbia, Chile e Panamá), totalizando 22 mercados. Na região asiática (Indonésia, Singapura, China, Índia, Malásia, Armênia, Cazaquistão e Quirguistão) foram conquistados 14 mercados. No continente africano (Egito, Argélia, Angola e África do Sul) as tratativas contabilizaram sete produtos. Já na Europa (Rússia e Belarus), temos dois. Na Oceania (Polinésia Francesa, Nova Caledônia e Vanuatu) foram quatro mercados. E no Oriente Médio (Israel e Arábia Saudita), somamos dois itens. Com 51 novos mercados abertos, Brasil diversifica exportações do agro para o mundo. As aberturas de mercados são resultado de transações bilaterais que culminam no acordo dos requisitos de sanidade a serem atestados e do certificado correspondente, sanitário, fitossanitário ou veterinário, que passará a ser aceito pelo país importador nos pontos de entrada da mercadoria. Ainda há um trabalho de preparação do produtor e do exportador para atender às demandas de cada um desses novos parceiros, além do desenvolvimento de atividades de promoção comercial e de divulgação dos produtos agropecuários brasileiros. A presença da adidância agrícola brasileira também é fundamental para identificar oportunidades para comercialização dos produtos nacionais, atrair investidores estrangeiros e na superação de barreiras às exportações brasileiras. De acordo com a análise da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI/ Mapa), entre os principais mercados alcançados destacam-se a comercialização para as carnes bovina e suína brasileiras para o México e a República Dominicana. As exportações brasileiras do agronegócio subiram 6,6% em agosto deste ano, no comparativo ao mesmo mês do ano passado, atingindo US$ 15,63 bilhões. O valor correspondeu a 50,4% do total exportado pelo Brasil, segundo a SCRI.

MAPA


MEIO AMBIENTE


Carne e leite terão preço afetado mesmo com agro fora das regras de crédito de carbono, diz estudo

Carnes e leite estão entre os produtos que ficarão mais caros, por causa de barreiras de outros países e do custo do crédito

As cadeias de produção dos setores de pecuária, cimento e alimentos e bebidas estão entre aquelas que serão mais afetadas pelo aumento de custos gerados por uma precificação do carbono. Seja ela criada dentro do próprio país ou imposta por outras economias aos produtos brasileiros, via tributos ou mesmo pelo aumento no custo de crédito pelo sistema financeiro. Estudo divulgado pelo Banco BV e pela startup Deep aponta quais os setores mais afetados pela cobrança de sobrepreços em produtos que não controlem a emissão de poluentes. Estima também um impacto de R$ 48 bilhões sobre a economia brasileira caso o custo das emissões seja de R$ 50 (cerca de US$ 10) por tonelada de carbono. Isso representaria um aumento de 1,6% para os consumidores na sua cesta de consumo. Os números, no entanto, podem ser multiplicados por quase dez caso o Brasil fique sujeito às barreiras que serão impostas, por exemplo, pela União Europeia para a entrada de produtos de países sem mercados regulados de carbono. "Não estamos dizendo que vai ser um custo ruim para o país, mas que alguns setores, aqueles que não estiverem descarbonizando, vão ter um custo maior. Outros vão ter impactos positivos e ganhar competitividade internacionalmente", afirma Arthur Covatti, CEO da Deep. "Dado que você vai ter esses mecanismos que vão criar um custo de carbono, é melhor ter um mercado interno, que o nosso governo colete esse tributo, do que não fazer nada, deixar as empresas livres para emitir, e elas começarem a pagar imposto para outros governos." O cálculo das emissões por setores econômicos considera o cruzamento de dados do inventário nacional do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e da matriz insumo produto do IBGE. O setor mais impactado é a pecuária –no estudo aparece também a pesca, por causa da classificação do IBGE, que coloca esses dois segmentos como um item só. Dos 13,85% de aumento de custos, mais da metade é efeito do desmatamento, que impacta esse setor e também se propaga por outros, como alimentos e bebidas. Nesse último, mais de 90% do custo é indireto. Como o estudo considera os custos acumulados na cadeia de produção, setores como o de álcool também aparecem entre os mais afetados, também por causa do efeito indireto. Marcelo Sarkis, superintendente de Riscos no banco BV, afirma que, mesmo se não houvesse uma taxação do carbono, as empresas com grandes emissões teriam aumento no custo de crédito diante da avaliação de risco dessas atividades feita pelas instituições financeiras. "Uma conclusão do estudo é que, se a gente combate desmatamento, a gente vira uma das economias mais limpas do mundo. Com o desmatamento, a gente ainda não é, [por isso] você ainda vê impactos grandes em alguns setores."

FOLHA DE SP


NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ


Soja vem garantindo bons resultados da balança comercial do Paraná em 2023

De cada US$ 100 negociados pelo Paraná com outros países em agosto de 2023, US$ 37 vieram da exportação da soja ou de seus derivados


A cadeia de produção da soja foi a responsável pela maioria das exportações do Paraná no último mês de agosto, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Comex Stat/Ministério da Fazenda). De cada US$ 100 negociados pelo estado com outros países, US$ 37 vieram da exportação do grão ou derivados. O bom resultado ajudou a alavancar a balança comercial do Paraná, que nos oito primeiros meses de 2023 acumulou US$ 4,5 bilhões em superávit. Os números do Ministério da Fazenda mostram que as exportações paranaenses registraram, em agosto de 2023, um saldo positivo duas vezes maior do que aquele atingido no mesmo mês do ano passado – US$ 488 milhões contra US$ 244 milhões. O maior comprador dentre os 179 mercados atendidos pelas mercadorias e serviços made in Paraná é a China, responsável por 27% de todos os valores negociados. Na sequência vêm Argentina, Estados Unidos, México e Coreia do Sul. Outro fator que colaborou para o crescimento do saldo da balança comercial foi a queda nas importações. Em agosto deste ano, o Paraná comprou 14% menos de outros países em relação ao mesmo mês em 2022, em um total de US$ 1,8 bilhão em importações. “No acumulado do ano se observa a mesma tendência de queda. Desde janeiro, as compras realizadas pelo Paraná no exterior retraíram 18%, somando US$ 12,2 bilhões”, aponta o consultor econômico da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe. O mercado chinês também lidera as negociações de compras feitas pelo Paraná no exterior, com 23% do total das vendas feitas ao estado. Na lista dos cinco maiores mercados dos quais os paranaenses importam estão Alemanha, Argentina, Estados Unidos e Rússia – este último com um aumento significativo de 68% nas negociações em 2023. Além da soja, em 2023 o Paraná exportou grandes quantidades de carnes (15% do total), material de transporte (8%), madeira (5%), produtos mecânicos (4%) e cereais (4%). Já nas importações, de janeiro a agosto deste ano, o destaque fica por conta dos produtos químicos (31% do total). “São essencialmente mercadorias do setor químico (45%) e máquinas e equipamentos (14%). Mesmo com China e Estados Unidos sendo os principais fornecedores paranaenses, de janeiro a agosto, ambos registram queda nas vendas para o estado, em 33% e 40%, respectivamente”, reforçou Felippe.

GAZETA DO POVO


ECONOMIA/INDICADORES


Dólar fecha estável sem pressão de Treasuries, mas com peso de petróleo

O dólar comercial encerrou em queda frente ao real na sessão desta quarta-feira, em dia de alívio na pressão dos Treasuries sobre ativos e risco. Apesar de os rendimentos dos títulos do Tesouro americano permanecerem em queda hoje, a moeda brasileira teve recuperação tímida, quase nula


O que inviabilizou essa retomada do real foram os preços do petróleo, que caíram mais de 5% e pesaram sobre moedas ligadas à commodity. Não à toa, os piores desempenhos do dia vieram do peso colombiano, coroa norueguesa e dólar canadense. Terminadas as negociações, o dólar comercial fechou em queda de 0,01%, a R$ 5,1524, Perto das 17h20, o contrato futuro para novembro da moeda americana exibia depreciação de 0,15%, a R$ 5,1780. O índice DXY, por sua vez, recuava 0,24%, aos 106,746 pontos. Depois da escalada recente, os rendimentos dos títulos do Tesouro americano operaram em queda ao longo do dia de hoje. Já pela manhã a pressão dos Treasuries era dissipada, mas após a divulgação de dados mais fracos da geração de empregos no setor privado nos EUA em setembro, o movimento se consolidou. Apesar desses números melhores, a economista Ariane Benedito, da Esh Capital, diz que o movimento dos yield deve ficar mais certo e determinado após a divulgação do payroll na sexta-feira. “Os dados da ADP [de emprego no setor privado] têm ficado bem descolados dos números do payroll. Ao meu ver, os números de sexta-feira devem vir mais em linha com o que vimos no Jolts”, afirma. Os números de vagas não preenchidas (Jolts) mostraram um mercado de trabalho ainda bastante aquecido na sessão de ontem. A economista da Esh não tem como cenário base mais uma alta de juros pelo Fed, mas diz que vê como provável e que pode mudar sua leitura, dependendo da força do payroll. “Se o Fed optar por uma alta, acho que poderemos ver o dólar chegar a R$ 5,20, mas depois voltar até o fim do ano para R$ 4,80, caso tudo fique mais estável, e sem essa pressão da curva de juros”, afirma. “Agora tem o elemento China e a questão local que podem pesar também”, pondera. Em relação à leve depreciação do dólar hoje, apesar da melhora do humor em relação à curva de juros americana, houve incertezas no horizonte. Os preços dos contratos do petróleo caíram com força, pesando principalmente sobre as moedas ligadas à commodity.

VALOR ECONÔMICO


Ibovespa fecha em alta com alívio nos juros, mas queda do petróleo limita ganhos

A commodity sofreu com temores de que a manutenção dos juros em patamares mais elevados por mais tempo possa afetar a economia global e a demanda pela matéria-prima


O Ibovespa avançou na quarta-feira, em linha com o alívio pontual das taxas de juros, mas teve ganhos limitados por conta da forte queda do petróleo e das ações da Petrobras. Além de dados divulgados ao longo dia mostrarem estoques de gasolina acima da média nos Estados Unidos, a commodity sofreu com temores de que a manutenção dos juros em patamares mais elevados por mais tempo possa afetar a economia global e a demanda pela matéria-prima. No fim do dia, o índice subiu 0,17%, aos 113.607 pontos. O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h30) foi de R$ 16,28 bilhões no Ibovespa e R$ 20,05 bilhões na B3. Em Nova York, o S&P 500 subiu 0,81%, aos 4.263 pontos, Dow Jones fechou em alta de 0,39%, aos 33.129 pontos e Nasdaq subiu 1,35%, aos 13.236 pontos. Dados de emprego mais fracos que o consenso nos Estados Unidos permitiram o fechamento das curvas de juros na sessão e impulsionaram ações sensíveis às taxas, ainda que analistas descrevam o movimento como técnico, e não uma mudança estrutural de cenário. "Se o mercado estabilizar, acreditamos que a bolsa pode ter recuperação importante, até porque os fundamentos dos ativos locais não estão ruins como os preços indicam. Os valuations seguem baratos mesmo com o movimento recente de abertura das taxas. Mas não queremos pagar para ver no momento, porque o juro americano vem pressionando todos os ativos de risco e não temos a completa noção do que está provocando essa dinâmica", diz Thalles Franco, sócio e gestor da RPS Capital. O executivo cita que, a casa acreditava que a pressão nos juros se dava por conta da alta do petróleo, mas tal movimento deveria ficar mais restrito aos vencimentos de curto prazo. Nota, adicionalmente, que economistas também têm apontado para fatores técnicos, como países com reservas grandes de Treasuries se desfazendo de parte dos títulos.

VALOR ECONÔMICO


1ª TRANSAÇÃO YUAN-REAL

Uma operação comercial entre o Brasil e a China foi feita pela primeira vez em circuito fechado com as moedas locais, com transações financiadas e liquidadas em yuan e convertidas diretamente para real. A notícia foi divulgada pelo Banco da China Brasil SA, subsidiária do quarto maior banco estatal chinês


O negócio: uma exportação de celulose da Eldorado Brasil, empresa de São Paulo com representação em Xangai, na China. O embarque foi feito em agosto do porto de Santos para o de Qingdao, e a finalização da transação em moeda brasileira aconteceu em 28 de setembro. O acordo aconteceu graças à criação em março de uma “Clearing House" (câmara de compensação), uma instituição bancária que permite o fechamento de negócios e a concessão de empréstimos entre os dois países sem que o dólar tenha que ser usado. Outros grandes exportadores brasileiros, como a Suzano e a Petrobras, também estudam a possibilidade de exportar para a China pulando a etapa de conversão ao dólar. Os executivos dizem que a demanda vem dos importadores chineses. Canal de notícias em chinês da CCTV informa de São Paulo sobre a exportação de celulose feita usando apenas yuan e real. Por que importa: além de a China ser o maior parceiro comercial do Brasil, o presidente Lula (PT), tem defendido alternativas ao dólar hoje a principal moeda adotada em transações entre países. A divisa americana é impactada por uma série de variáveis que às vezes fogem do controle do Brasil –ontem (3), por exemplo, o dólar superou os R$ 5,15 impulsionado por apostas de mais juros nos EUA. Apesar do incentivo chinês às transações envolvendo yuan, os economistas acham difícil que a moeda substitua a americana como a principal em transações envolvendo grandes economias. Para um economista do FMI, seria preciso alterar as estruturas que sustentam o dólar no centro do câmbio global, algo considerado muito difícil, ao menos no curto prazo.

FOLHA DE SP


Fluxo cambial fica positivo em US$ 3,123 bi na semana até 29 de setembro

A conta comercial foi responsável pela entrada líquida de US$ 3,576 milhões no período, enquanto a conta financeira anotou saída de US$ 453 milhões


O fluxo cambial anotou entrada líquida de US$ 3,123 bilhões entre os dias 25 e 29 de setembro, informou o Banco Central (BC) na quarta-feira. A conta comercial foi responsável pela entrada líquida de US$ 3,576 milhões no período, enquanto a conta financeira anotou saída de US$ 453 milhões. No acumulado do mês de setembro, o fluxo cambial ficou negativo em US$ 1,671 bilhão. Já o fluxo financeiro anotou saída líquida de US$ 5,035 bilhões, enquanto o fluxo comercial registrou entrada de US$ 3,364 bilhões. No recorte do acumulado de 2023, até setembro, o fluxo cambial anota entrada líquida de US$ 20,653 bilhões - o fluxo financeiro registra saída de US$ 22,259 bilhões e o fluxo comercial tem entrada de US$ 42,912 bilhões.

VALOR ECONÔMICO


Setor de serviços do Brasil registra contração em setembro pela 1ª vez desde fevereiro, mostra PMI

A atividade de serviços no Brasil entrou em contração em setembro pela primeira vez desde fevereiro e atingiu o nível mais baixo em pouco mais de dois anos devido à retração da demanda, apontou na quarta-feira pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês)


O PMI compilado pela S&P Global caiu em setembro para 48,7, de 50,6 em agosto, indo abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração pela primeira vez desde fevereiro. A leitura também é a mais baixa desde maio de 2021, marcando condições operacionais desafiadoras para os fornecedores de serviços, de acordo com a S&P Global. “Os dados do PMI de setembro indicaram uma ausência de crescimento no setor de serviços do Brasil pela primeira vez desde fevereiro, uma vez que a redução dos investimentos no setor privado e a retração da demanda teriam restringido a captação de novos negócios", destacou a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence. A pesquisa apontou que a retração da demanda desencadeou a primeira queda em novos negócios em sete meses, com os participantes da pesquisa citando que as vendas foram refreadas ainda pela redução dos investimentos no setor privado. Esse cenário levou aos fornecedores de serviços a reduzir os quadros de funcionários pela primeira vez desde fevereiro, embora de forma moderada. Um aumento nas despesas operacionais também pesou em setembro, com muitas menções à alta dos preços dos combustíveis. Diante disso, um em cada dez participantes da pesquisa aumentou seus preços de venda, mas 87% das empresas mantiveram seus preços inalterados desde agosto. Assim a taxa geral de inflação de preços cobrados foi modesta e a segunda mais fraca desde novembro de 2020. “Em meio a preocupações relacionadas a políticas públicas, as empresas do setor de serviços diminuíram suas expectativas de crescimento. No entanto, as expectativas de negócio permaneceram historicamente altas, à medida que as empresas esperam que taxas de juros mais baixas estimulem a demanda e, subsequentemente, aumentem o volume de novos negócios”, completou De Lima. A retração de serviços somou-se à contração da indústria em setembro, e o PMI Composto do Brasil caiu a 49,0 em setembro de 50,6 em agosto, atingindo o nível mais baixo em 29 meses.

REUTERS


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