Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 481|17 de outubro de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo inicia a semana em ritmo lento
O mercado brasileiro do boi gordo apresentou baixa liquidez na segunda-feira (16/10), relataram as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. Segundo apurou a S&P Global Commodity Insights, os frigoríficos brasileiros ficaram ausentes dos negócios, visando limitar novos avanços nos preços da arroba dos animais terminados
Nas praças paulistas, conforme levantamento da Scot Consultoria, boa parte das indústrias aguarda o resultado das vendas da carne bovina durante o final de semana para retornar ao mercado. Com isso, o animal terminado segue valendo R$ 235/@ em São Paulo, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 210/@ e R$ 225/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). O “boi-China” (animal com padrão-exportação – abatido mais jovem, com até 30 meses de idade) está cotado em R$ 240/@ (no prazo, valor bruto) – um ágio de R$ 5/@ sobre o animal “comum” (direcionado ao mercado interno). No mercado futuro, as cotações também registraram estabilidade, girando em torno de R$ 240/@ nos contratos do B3 estabelecidos para os próximos meses deste ano. “Há grande cautela por parte das indústrias, que temem o acúmulo dos estoques de carne bovina nas câmaras frias, diante da baixa procura no mercado doméstico”, reforçam os analistas da S&P Global. De acordo com a consultoria, as vendas dos cortes bovinos no mercado atacadista foram relativamente estáveis ao longo do feriado prolongado. No entanto, dizem os analistas, os negócios no mercado varejista sinalizaram alguma evolução, conforme o previsto pelos agentes do setor. “Os preços dos cortes tendem a registrar novas correções positivas ao longo desta semana, estimulados pela maior procura por parte da cadeia de distribuição”, acreditam os analistas. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 236/@ (à vista) vaca a R$ 212/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 246/@ (prazo) vaca a R$ 227/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 236/@ (à vista) vaca a R$ 215/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 233/@ (prazo) vaca a R$ 217/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 209/@ (prazo) vaca a R$ 187/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 207/@ (à vista) vaca a R$ 192/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 207/@ (à vista) vaca a R$ 187/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 212/@ (prazo) vaca R$ 187/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 219/@ (à vista) vaca a R$ 186/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 217/@ (prazo) vaca a R$ 207/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 222/@ (prazo) vaca a R$ 209/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 222/@ (prazo) vaca a R$ 207/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 205/@ (à vista) vaca a R$ 190/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 215/@ (à vista) vaca a R$ 200/@ (à vista).
S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO
Embarques de carne bovina in natura alcançam 91,2 mil toneladas em outubro. Queda de 21,10% nos preços
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações de carne bovina in natura alcançaram 91,2 mil toneladas exportadas na segunda semana de outubro/23
A média diária embarcada ficou em 10,1 mil toneladas, avanço de 2,30%, frente ao mês de outubro do ano anterior, com 9,9 mil toneladas. No comparativo semanal, a média diária aumentou 32,89% frente a média da primeira semana de outubro, que estava em 7,6 mil toneladas. O preço médio, US$ 4.610 mil por tonelada representou uma queda de 21,10% frente a outubro de 2022, com valor médio de US$ 5.846 por tonelada. O valor negociado para o produto ficou em US $ 420,8 milhões. A média diária ficou em US$ 46,7 milhões, queda de 19,40%, frente a outubro do ano passado, com US$ 57,9 milhões.
AGÊNCIA SAFRAS
SUÍNOS
Leves altas para o suíno vivo no PR E SP
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, o preço médio da arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 128,00, assim como a carcaça especial, valendo R$ 10,00/kg, em média
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à sexta-feira (13), houve alta de 0,15% em Minas Gerais, chegando a R$ 6,71/kg, avanço de 0,16% no Paraná, atingindo R$ 6,33/kg, e de 0,30% em São Paulo, alcançando R$ 6,73/kg. Ficaram estáveis os preços no Rio Grande do Sul (R$ 6,22/kg), e Santa Catarina (R$ 6,17/kg).
Cepea/Esalq
Exportações de carne suína na segunda semana de outubro estão abaixo de outubro/22
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações de carne suína in natura nos nove dias úteis de outubro seguem com quedas relação a outubro do ano passado
A receita, US$ 92,2 milhões, representa 41,38% do total de todo o mês de outubro de 2022, com US$ 222,8 milhões. No volume embarcado, as 39.718 toneladas são 44,09% do total registrado em outubro do ano passado, com 90.082 toneladas. A receita por média diária foi de US$ 10,2 milhões, valor 12,6% menor do que o de outubro de 2022. No comparativo com a semana anterior, aumento de 6,67%. Em toneladas por média diária, 4.413 toneladas, houve diminuição de 6,9% no comparativo com o mesmo mês de 2022. Em relação à semana anterior, incremento de 5,73%. No preço pago por tonelada, US$ 2.321, ele é 6,1% inferior ao praticado em outubro passado. Em relação à semana anterior, alta de 0,88% em comparação aos US$ 2.301 anteriores.
AGÊNCIA SAFRAS
FRANGOS
Preços se sustentam no mercado do frango
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,00/kg, assim como o frango no atacado, valendo R$ 7,10/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, o preço ficou inalterado em R$ 4,28/kg, assim como no Paraná, custando R$ 4,47/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (13), houve alta de 0,14% para a ave congelada, chegando a R$ 7,23/kg, e incremento de 0,27% para o frango resfriado, fechando em R$ 7,31/kg.
Cepea/Esalq
Exportação de carne de frango de outubro segue com preços mais baixos que os de 2022
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações de carne de aves in natura nos nove dias úteis de outubro seguem com preço menor do que o registrado no mesmo mês do ano passado
A receita, US$ 336.9 milhões, representa 44,88% do total de todo o mês de outubro de 2022, que foi de US$ 750 milhões. No volume embarcado, as 187.963 toneladas são 51,81% do total registrado em outubro do ano passado, quantidade de 362.760 toneladas. A receita por média diária foi de US$ 37.434,612, valor 5,2% menor do que o registrado em outubro de 2022. No comparativo com a semana anterior, houve elevação de 3,19%. Em toneladas por média diária, 20.884 toneladas, houve alta de 9,4% no comparativo com o mesmo mês de 2022. Em relação à semana anterior, incremento de 2,29%. No preço pago por tonelada, US$ 1.792, ele é 13,4% inferior ao praticado em outubro do ano passado. Frente ao valor da semana anterior, alta de 0,88%.
AGÊNCIA SAFRAS
EMPRESAS
Marfrig eleva participação na BRF para 45%
Em setembro, empresa já havia aumentado sua parcela no capital da BRF para cerca de 40%. Segundo casas de análise de investimentos, a compra da BRF pela Marfrig seria uma questão de tempo
A Marfrig elevou novamente sua participação na BRF. Em comunicado, a companhia afirmou que agora tem 45% sua participação acionária na BRF na comparação com 40% anteriormente. “A BRF comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que recebeu, em 13 de outubro de 2023, após o fechamento do mercado, notificação da Marfrig, informando que passou a deter direta e indiretamente 757.225.906 entre ações ordinárias e American Depositary Receipts (ADRs), representando 45,0067% do total das ações de emissão da companhia”, destacou a BRF em comunicado. Em setembro, a Marfrig já havia aumentado sua participação no capital da dona da Sadia de 33,2% para cerca de 40%.
VALOR ECONÔMICO
FEIRAS & EVENTOS
Após Anuga, exportadores da ABPA projetam US$ 1,8 bilhão em exportações para os próximos 12 meses
Apenas nos cinco dias de evento, foram mais de US$ 570 milhões em negócios concretizados
Terminou bem-sucedida a ação organizada pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), durante a Anuga, maior feira de alimentos do mundo, realizada entre os dias 07 e 11 de outubro, em Colônia (Alemanha). Apenas nos cinco dias do evento, as 22 agroindústrias participantes da ação no espaço da ABPA concretizaram negócios que superam US$ 570 milhões em exportações para mercados dos cinco continentes, que estiveram presentes no evento. A partir das tratativas realizadas no evento com os mais de 2 mil encontros de negócios realizados na feira, as empresas participantes da ação projetam exportações que deverão superar US$ 1,8 bilhão nos próximos 12 meses, contemplando os setores de aves, suínos e ovos. Os grandes números do evento não se resumem aos resultados em exportações. A ação também foi marcada pelo fortalecimento das ações de imagem internacional do setor produtivo brasileiro. Foi o momento do lançamento da campanha internacional “Good Food - Sustainable Protein”, segunda fase da campanha iniciada em 2021 que destaca os atributos que diferenciam a sustentabilidade da avicultura e da suinocultura do Brasil. O lançamento contou com a presença de diversas autoridades - entre eles, o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana. A ação marca uma nova frente estratégica de ação setorial, desta vez, marcada pela apresentação de cases de sustentabilidade das empresas produtoras e exportadoras da avicultura e da suinocultura do Brasil. Também serão realizadas ações em redes sociais, além da difusão de um vídeo da campanha. Ao todo, 22 empresas confirmaram presença na ação da ABPA & ApexBrasil: Alibem, Avenorte, Bello Alimentos, C.Vale, Coasul, Copacol, Dália Alimentos, Ecofrigo, Frangos Pioneiro, Friato, Frigoestrela, Frimesa, Jaguafrangos, GTFoods, Lar Agroindustrial, Netto Alimentos, Rudolph, Somave, SSA, Vibra, Villa Germânia, Zanchetta Alimentos. Outras associadas da ABPA estiveram com espaço próprio no evento, como Aurora Alimentos, BRF, Pamplona Alimentos, Seara Alimentos e Vossko.
ABPA
GOVERNO
Ministério busca crédito suplementar para o seguro rural
O Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, por meio de Nota Técnica, solicitou a abertura de crédito suplementar ao Orçamento Geral da União (OGU) no total de R$ 500 milhões para a concessão de subvenção econômica ao Prêmio do Seguro Rural
“Sabemos da importância de ampliar os recursos para o Seguro Rural. Desde maio estamos pleiteando a ampliação desses recursos”, ponderou o Ministro. Conforme a análise técnica, os sinistros ocorridos nas últimas safras (2020 e 2022) - que resultaram em cerca de R$ 16 bilhões pagos em indenizações - fez com que as seguradoras ajustassem as taxas de prêmio. Além disso, houve crescimento significativo do valor médio das apólices de seguro rural em consequência da elevação dos preços das principais atividades que impactam no Programa de Segura Rural (PSR). Vale ressaltar, que o recente remanejamento de recursos do orçamento do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), remanescente da Lei Orçamentária aprovada no governo passado, assim como ocorreu nos anos anteriores, foi necessária, porém, o PSR nunca deixou de ser prioridade. “Por isso estamos reforçando o pedido agora aos ministérios da Fazenda, do Planejamento e Orçamento e à Casa Civil na possibilidade de que, ao início do 4º trimestre, esta prioridade possa ser atendida”, explicou Fávaro. O PSR contempla 106 mil apólices, beneficiando mais de 74 mil produtores em uma área de aproximadamente 5,5 milhões de hectares. A avaliação técnica do Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola do Mapa aponta ainda que há grandes chances de impacto do fenômeno El Niño na safra 2023/2024, com maior risco de estiagem nas regiões Norte e Nordeste, especialmente no “Matopiba” e chuvas excessivas na Região Sul. “Esses recursos são fundamentais para que os nossos produtores, em momentos de crise climática, sofrendo com as intempéries e adversidades, seja uma hora com muita chuva, outra com seca, como vimos neste ano, possam plantar e colher com a segurança de que a sua lavoura está coberta pelo seguro”, detalhou o Ministro.
MAPA
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Aurora Coop assume operação de indústria de suínos da Unium no PR
Transação envolve as marcas Alegra, Alegra Black Pork e Alegra Porco & Brasa. Com área total construída de 40 mil m², a capacidade de abate da planta industrial é de 3,5 mil suínos por dia
A Aurora Coop assumiu, a partir da segunda-feira (16/10), a operação da Alegra, planta industrial de suínos que pertencia à Unium - formada pelas cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal -, localizada em Castro, no Paraná. O comunicado foi feito na manhã da segunda, pelo presidente da Aurora Coop, Neivor Canton, e pelo vice-presidente Marcos Antonio Zordan. Com a transação, tornam-se de propriedade da Aurora Coop as marcas Alegra, Alegra Black Pork e Alegra Porco & Brasa. Segundo a Aurora Coop, o departamento comercial da cooperativa já assumiu o atendimento dos clientes dessas marcas. O acordo de intercooperação para a aquisição da unidade industrial de carnes da Unium foi firmado em junho passado. Em setembro a negociação foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o que permite que, a partir deste mês de outubro, a Aurora Coop assuma efetivamente o controle operacional da indústria de processamento de carne suína. O valor da negociação não foi informado, em razão de uma cláusula de confidencialidade pactuada entre as partes. “A negociação ocorre no âmbito da intercooperação e é vantajosa para todo o sistema cooperativista, pois preserva os empregos, assegura a manutenção da atividade pecuária e projeta um horizonte de crescimento para os produtores”, comentam os dirigentes. Desde setembro, as cooperativas paranaenses Frísia, Castrolanda e Capal passaram a integrar o quadro de associadas da Aurora Coop. Assim, na condição de cooperativa central, a Aurora Coop passa a contar com 14 cooperativas singulares agropecuárias filiadas. A Alegra - unidade de abate e processamento de suínos de Castro - foi inaugurada em 2015. Com área total construída de 40 mil m², a capacidade de abate da planta industrial é de 3,5 mil suínos por dia. A indústria emprega diretamente 1,7 mil trabalhadores, os quais, de acordo com a Aurora Coop, serão em sua maioria transferidos para a nova proprietária. Com a aquisição, a Aurora Coop passa a operar oito plantas industriais de suínos e eleva sua capacidade de abate de 28,5 mil para 32 mil suínos/dia - aumento de 12%. O número de empregados diretos cresce 4%, passando para cerca de 44 mil. A base produtiva a campo que abastece a indústria é composta por 156 produtores que administram 195 empresas rurais. Em 2022, o abate total de suínos atingiu 843.821 animais, o que representa uma média de 70,3 mil cabeças/mês. Fazem parte do mix de produtos gerados pela planta industrial da Alegra cortes in natura, miúdos, defumados, salgados, temperados, linguiças frescais, linguiças cozidas, salame, copa e fatiados, além de presuntaria. São produzidas anualmente 38,6 mil toneladas de produtos industrializados, com 47,1 mil toneladas de produção de cortes/ano. A planta está habilitada para exportação aos mercados da África do Sukl, Argentina, Hong Kong, Líbano, Paraguai, Singapura, Ucrânia, Uruguai e Vietnã. Em 2022, a Aurora Coop movimentou uma receita operacional bruta de R$ 22 bilhões. O mercado interno respondeu por 64,3%, com R$ 14,1 bilhões, e absorveu 65,6% da produção. O mercado externo contribuiu com 35,7%, gerando R$ 7,9 bilhões das receitas, com despache de produtos para mais de 80 países, representando 34,4% da produção. A Aurora Coop é a maior exportadora de carne suína do país, respondendo por 25,5% das exportações brasileiras de carnes suínas em 2022. O abate de suínos da cooperativa chegou a 7,1 milhões de cabeças no ano passado.
GLOBO RURAL
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar cai 1% ante real com investidores em busca de ativos de risco
O dólar à vista fechou em queda firme ante o real na segunda-feira, perto de 1%, em sintonia com o exterior, onde a tendência foi de maior busca por ativos de risco, embora o conflito entre Israel e Hamas ainda inspire certa cautela nos investidores
O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0370 reais na venda, em baixa de 1,02%. Em outubro, no entanto, a moeda norte-americana ainda acumula alta de 0,19%. Na B3, às 17:13 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,02%, a 5,0450 reais. O dólar cedeu ante o real durante toda a segunda-feira, acompanhado a queda da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior. Por trás do movimento estava a busca dos investidores por ativos de maior risco, ainda que o conflito entre Israel e Hamas no Oriente Médio esteja longe do fim. “Temos a percepção de que está começando a haver uma organização geopolítica para evitar uma deterioração na guerra, que poderia ocorrer com o envolvimento de outros países. Isso está aliviando os mercados hoje (segunda-feira)”, pontuou Cleber Alessie Machado, gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM. “O dólar lá fora passou por um dia de procura por risco, depois da aversão pesada na semana passada. Além disso, exportadores aproveitaram para vender um pouco de moeda no Brasil”, afirmou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik, ao justificar a queda nas cotações. Na semana passada, os receios em torno do conflito deram suporte aos preços do petróleo, o que também favorece moedas de países exportadores da commodity, lembrou pela manhã um profissional ouvido pela Reuters, ainda que a segunda-feira tenha sido de queda do valor dos barris.
REUTERS
Ibovespa fecha em alta puxada por Vale
O Ibovespa fechou em alta na segunda-feira, com o avanço do minério de ferro na China beneficiando as ações da Vale, enquanto os papéis do GPA dispararam com a perspectiva de a varejista embolsar 790 milhões de reais
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,67%, a 116.533,85 pontos. O volume financeiro somou 17,1 bilhões de reais. Na visão do responsável pela mesa de ações do BTG Pactual, Jerson Zanlorenzi, o mercado brasileiro refletiu uma descompressão de risco, após uma semana complexa, com alguns eventos específicos ditando a direção da sessão. Entre esses eventos ele citou a injeção de liquidez realizada pela autoridade monetária da China, que ajudou o minério de ferro e favoreceu os papéis da Vale, bem como o anúncio do GPA envolvendo venda da participação no Éxito. Zanlorenzi ainda apontou o alívio recente na curva de juros norte-americana, que foi acompanhando pelas taxas dos contratos de DI, como mais um componente positivo para a bolsa paulista. Nesta sessão, porém, os retornos dos Treasuries subiram. Ele, entretanto, ressaltou que o cenário permanece de cautela, com as atenções ainda voltadas para os desdobramentos do conflito entre Israel e o Hamas, mesmo que a probabilidade de alguma piora drástica da situação venha se reduzindo. "É muito mais uma redução de risco hoje do que algum otimismo", acrescentou ele. O S&P 500, uma das referências sobre o comportamento das ações de empresas nos Estados Unidos, avançou 1,06%, em meio a expectativas para os resultados corporativos. Vários bancos norte-americanos reportam seus balanços nesta semana. Investidores também continuam atentos a dados da economia dos EUA, em busca de mais pistas sobre os próximos passos do Federal Reserve.
REUTERS
Projeção do mercado para IPCA cai para 4,75% em 2023, no limite da meta, diz Focus
Para o dólar, a mediana das expectativas subiu de R$ 5,02 para R$ 5,05 no fim de 2024
A mediana das projeções dos economistas do mercado para a inflação oficial brasileira de 2023 caiu de 4,86% para 4,75% — topo da banda de tolerância da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) —, segundo o Relatório Focus, do Banco Central (BC), divulgado na segunda-feira (16) com estimativas coletadas até o fim da semana passada. Para 2024, a mediana das expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) manteve-se em 3,88%. Para 2025, permaneceu em 3,50%. Para a taxa básica de juros (Selic), a mediana das estimativas manteve-se em 11,75% no fim de 2023, 9,00% no de 2024 e 8,50% em 2025. A meta de inflação perseguida pelo BC é de 3,25% em 2023, e 3,00% em 2024 e 2025, sempre com margem de 1,5 p.p. para cima ou para baixo. A mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2023 permaneceu em 2,92%, segundo o Focus. Para 2024, a mediana das expectativas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) manteve-se em 1,50%. Para 2025, ficou parada em 1,90%. A economia brasileira cresceu 0,9% no segundo trimestre, informou o IBGE no começo de setembro, acima da mediana das
estimativas de 74 consultorias e bancos ouvidos pela reportagem do Valor, de +0,3%, com intervalo de projeções de -0,8% a +1,1%. A mediana das estimativas para o dólar no fim deste ano foi mantida em R$ 5,00. Para 2024, a mediana das estimativas para a moeda americana subiu de R$ 5,02 para R$ 5,05 entre uma semana e outra. Para 2025, permaneceu em R$ 5,10. A mediana das estimativas para o IPCA no fim de 2023 caiu de 4,75% para 4,69% entre os economistas que mais acertam as previsões compiladas pelo BC para o Focus, os chamados Top 5, de médio prazo. Para 2024, a mediana das expectativas para a inflação oficial brasileira recuou de 3,70% para 3,49%, entre eles. Para 2025, subiu de 3,25% para 3,40%. A meta de inflação perseguida pelo BC é de 3,25% em 2023, e 3,00% em 2024 e 2025, sempre com margem de 1,5 p.p. para cima ou para baixo. Para o dólar, os campeões de acertos reduziram as estimativas de R$ 5,00 para R$ 4,90 no fim de 2023, de R$ 5,05 para R$ 4,85 em 2024, e de R$ 5,18 para R$ 4,85 em 2025.
VALOR ECONÔMICO
FMI passa a projetar Brasil como 9ª economia mundial
Ao elevar estimativas, órgão apontou dinamismo da agricultura e resiliência dos serviços no primeiro semestre como explicação
O Brasil poderá voltar a ocupar o nono lugar entre as maiores economias do mundo em 2023, de acordo com as mais recentes projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional). Em relatório divulgado no último dia 10, o Fundo passou a estimar que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro será de US$ 2,13 trilhões em 2023, ultrapassando o Canadá (US$ 2,117 trilhões). Em abril, as estimativas eram de US$ 2,090 trilhões para o Canadá e de US$ 2,081 trilhões para o Brasil, em valores correntes. Ao divulgar seu relatório Perspectiva Econômica Global, o FMI apontou "uma agricultura dinâmica e serviços resilientes no primeiro semestre de 2023" como os principais motivos para elevar a projeção de expansão do Produto Interno Bruto do Brasil neste ano a 3,1%, vindo de 2,1% em julho e de 0,9% em abril. A melhor projeção do Fundo Monetário Internacional para o crescimento da economia do Brasil neste ano, segundo o relatório, reflete os resultados positivos do primeiro semestre. Caso as novas estimativas se concretizem, o país voltaria a ocupar a mesma posição entre as maiores economias que tinha antes da pandemia, em 2019. Para 2024, o FMI vê um crescimento do PIB de 1,5%. Ainda no fim de julho, o Conselho Executivo do FMI elogiou a política monetária do Brasil, considerando-a "apropriada", e pediu a continuação de uma abordagem orientada para o futuro e baseada em dados. Ao elaborar as projeções, os analistas olham o passado recente da economia e tentam extrapolar para o futuro, levando em conta fatores que podem aumentar ou reduzir o crescimento dos países. Caso as novas expectativas do Fundo se mantenham para os próximos anos, o Brasil poderá alcançar o oitavo lugar do ranking em 2026. O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, avalia que a revisão do FMI faz sentido, e que o PIB brasileiro neste ano deve crescer entre 3% e 3,5%. "Houve uma mudança de cenário, ante o começo do ano, com a produção agrícola surpreendendo positivamente. Mineração e petróleo também devem ter um impacto positivo." Ainda segundo Vale, o Brasil deve contar no fim do ano com um efeito de crescimento vindo da queda de juros e da inflação de alimentos, aumentando a renda disponível da população mais pobre. "No ano que vem, o crescimento deve ser mais baixo, em torno de 2%, as commodities não devem ter a mesma força. O Brasil crescerá menos, mas esse crescimento deve ser mais distribuído, alcançando outras regiões além do Centro-Oeste."
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