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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 617 DE 13 DE MAIO DE 2024


Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 4 | nº 617 | 13 de maio de 2024


NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL

 

BOVINOS

 

Oferta maior de boiadas consolida tendência de baixa na arroba

O mercado brasileiro do boi gordo segue enfrentando um momento de instabilidade, influenciada pelo excesso de oferta de animais terminados, intensificada pela falta de chuvas nas regiões produtoras do Centro-Oeste e Sudeste, relatam analistas da S&P Global Commodity Insight. No Paraná, o boi vale R$220,00 por arroba. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de dez dias

 

Em linha com a apuração da S&P Global, os analistas da Agrifatto dizem que, puxado pela maior disponibilidade de boiadas gordas, o mercado começa a sentir com maior ênfase a pressão baixista sobre a arroba. “A tendência atual de preços negativos é uma resposta à volumosa oferta que chega ao mercado, e os números divulgados pelo IBGE validam tal comportamento”, afirma a Agrifatto. Segundo dados preliminares do IBGE referentes ao primeiro trimestre de 2024, 9,24 milhões de cabeças foram encaminhadas para a linha de abate, atingindo o maior volume da história e um aumento de 0,91% em comparação com o último trimestre de 2023. No entanto, diz a Agrifatto, os denominados “cortes da roda”, como coxão mole, coxão duro, patinho e lagarto, seguiram enfrentando queda na liquidez e terminaram encalhando, mesmo a preços mais baixos que nas semanas anteriores.

“Apesar dos estoques altos para carne de primeira linha, os frigoríficos e as unidades processadoras de carne desossada optaram por manter os preços nas tabelas”, afirma a consultoria. No entanto, diz a Agrifatto, os denominados “cortes da roda”, como coxão mole, coxão duro, patinho e lagarto, seguiram enfrentando queda na liquidez e terminaram encalhando, mesmo a preços mais baixos que nas semanas anteriores. Em uma semana de fortes movimentações na B3, o número de contratos futuros em aberto do boi gordo (futuros + opções) avançou 21,25% e atingiu 87,08 mil contratos, o maior volume de 2024, informou a Agrifatto. A expansão foi mais intensa nas opções, que avançaram 24,82% no comparativo semanal, indicando que os players estão se utilizando da B3 para realizar operações que buscam reduzir risco e/ou especular de maneira menos arriscada, diz a consultoria. A expansão no volume de contratos em aberto veio com futuro o boi gordo para maio/24 recuando 1,52% no comparativo semanal e fechando a quinta-feira a R$ 226,30/@, o menor valor desde o dia 25/03/24, relatou a Agrifatto. Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na sexta-feira (10/5): São Paulo — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abates de doze dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de doze dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de dez dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de dez dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de onze dias; Pará — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de doze dias; Goiás — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de dez dias; Rondônia — O boi vale R$190,00 a arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de doze dias; Maranhão — O boi vale R$205,00 por arroba. Vaca a R$180,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de doze dias;

Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/AGRIFATTO 

 

SUÍNOS

 

Suínos: sexta-feira (10) de preços estáveis ou em alta para o setor

De acordo com a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 125,00, assim como a carcaça especial, fechando em R$ 10,30/kg, em média

 

Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quinta-feira (9), os calores ficaram estáveis no Rio Grande do Sul (R$ 5,88/kg), e em São Paulo (R$ 6,57/kg). Houve alta de 0,58% em Minas Gerais, chegando a R$ 6,91/kg, avanço de 0,82% no Paraná, com valor de R$ 6,14/kg, e de 0,34% em Santa Catarina, fechando em R$ R$ 5,99/kg.

Cepea/Esalq

 

Embarques de carne suína crescem 7,8% em abril, aponta ABPA

No ano, a alta acumulada é de 6%

 

As exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 112,7 mil toneladas em abril, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 7,8% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 104,5 mil toneladas. A receita obtida com as exportações do mês chegou a US$ 241,8 milhões, saldo 3,8% menor em relação ao mesmo período de 2023, com US$ 251,3 milhões. Considerando o primeiro quadrimestre deste ano, as exportações de carne suína totalizaram 402,1 mil toneladas, número 6% maior em relação ao acumulado entre janeiro e abril do ano passado, com 379,4 mil toneladas. Com estes embarques, a receita registrada no mesmo período comparativo chegou a U$ 839,6 milhões, número 6,5% menor em relação ao mesmo período do ano passado, com US$ 897,7 milhões. No ranking dos maiores destinos, a China segue na liderança, com 21,5 mil toneladas importadas em abril (-35,9%), seguida por Filipinas, com 16,7 mil toneladas (+66,5%), Hong Kong, com 9,1 mil toneladas (-34,7%), Singapura, com 8,1 mil toneladas (+3%), Chile, com 7,3 mil toneladas (+22,7%), Japão, com 7 mil toneladas (+82,4%) e Vietnã, com 5,3 mil toneladas (+99,1%). “A demanda internacional tem influenciado positivamente os preços ao longo deste ano, que apresenta uma recuperação significativa entre janeiro e abril. Ao mesmo tempo, o bom ritmo das exportações deverá se manter, estabelecendo patamar de embarques acima das 100 mil toneladas”, destaca o presidente da ABPA, Ricardo Santin. Santa Catarina segue como maior exportador brasileiro de carne suína, com 62 mil toneladas embarcadas em abril (+9,1%), seguida pelo Rio Grande do Sul, com 21,6 mil toneladas (-7,5%), Paraná, com 17,1 mil toneladas (+15,4%), Mato Grosso, com 4 mil toneladas (+62,5%), e Mato Grosso do Sul, com 2,3 mil toneladas (+2,2%). “Há um aumento na capilaridade das exportações de carne suína do Brasil, que agora alcançam com maior expressividade outros mercados de alto valor agregado, como é o caso do Japão e outras nações da Ásia. Destaque também para os crescentes volumes embarcados para as Américas, em especial Estados Unidos, Porto Rico e Chile, em certa medida fruto de novas habilitações conquistadas pelo setor. Por sua vez, expectativas ainda mais positivas nos próximos meses nas Filipinas, que recentemente aceitou o sistema de pre-listing do Brasil. Este movimento de diversificação dos destinos deve se manter ao longo deste ano”, analisa o diretor de mercados, Luís Rua.

ABPA

 

Abertura do mercado de suínos vivos na Rússia e demais membros da União Econômica Eurasiática (UEEA)

Trata-se da segunda grande abertura comercial na UEEA para produtos agrícolas brasileiros em menos de 10 meses

 

O governo brasileiro recebeu, com satisfação, a notícia da abertura dos mercados dos cinco países integrantes da União Econômica Eurasiática (UEEA) - Rússia, Belarus, Armênia, Cazaquistão e Quirguistão - para a exportação brasileira de suínos vivos. Trata-se da segunda grande abertura comercial na UEEA para produtos agrícolas brasileiros em menos de 10 meses. Em setembro de 2023, foram autorizadas as exportações de bovinos vivos para os membros da União. As aberturas decorrem de missões de representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com o apoio da Embaixada do Brasil na Rússia. Em 2023, o Brasil exportou pouco mais de US$ 1,2 bilhão em produtos do agronegócio para a UEEA, com destaque para soja em grãos, carne bovina, café verde e açúcar bruto. Com esse anúncio, o agronegócio brasileiro alcançou sua 39ª abertura de mercado, em 24 países, neste ano, e 117 aberturas em 50 países desde o início do mandato do Presidente Lula. Tais resultados são fruto do trabalho conjunto do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

MAPA 

 

FRANGOS

 

Mercado do frango com poucas mudanças nas cotações

De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 4,80/kg, assim como a ave no atacado, fechando em R$ 6,50/kg, em média

 

Na cotação do animal vivo, o valor não mudou em Santa Catarina, com preço de R$ 4,40/kg, enquanto no Paraná, houve recuo de 0,90%, com preço de R$ 4,40/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à quinta-feira (9), a ave congelada teve tímida alta de 0,14%, custando R$ 7,15/kg, enquanto o frango resfriado aumentou 0,27%, fechando em R$ 7,32/kg.

Cepea/Esalq

 

Mapa destaca vocação brasileira na exportação de carne de frango

O Brasil exporta carne de frango para 172 países, é o maior exportador e terceiro maior produtor. A carne de frango é uma das proteínas mais consumidas pelo Brasil à fora, e para destacar este setor, o Conselho Mundial da Avicultura criou o Dia Mundial do Frango, celebrado na sexta-feira (10).

 

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) trabalha no fomento e incentivo da produção e exportação de produtos provenientes da avicultura. Para o ministro Carlos Fávaro, o setor é uma das molas propulsoras da economia brasileira. “É indiscutível a importância da avicultura para o Brasil. Além de alimentar a população brasileira, gera oportunidades, gera empregos e renda para dentro do país. Merece o reconhecimento e incentivo para crescer cada vez mais”, destacou. De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI), o Brasil exporta carne de frango para 172 países, sendo o maior exportador e terceiro maior produtor. Em 2023, foram exportados mais de US$ 9,61 bilhões, representando 5 milhões de toneladas. Até março deste ano, foram exportados mais de 1,1 milhão de toneladas, US$ 2,10 bilhões. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em abril a venda de produtos in natura e processados de frango foi de aproximadamente 480 mil toneladas, sendo o segundo melhor resultado da série histórica do setor. O secretário da SCRI, Roberto Perosa, salientou que o Brasil destina cerca de 33% da sua produção ao mercado externo, “isso é resultado da eficiência da cadeia produtiva e o rigoroso sistema sanitário que garante a alta qualidade e segurança dos produtos que oferecemos internacionalmente”, disse. O Brasil é também o maior exportador de carne halal do mundo, em que incluem a avicultura. O frango halal é aquele que atende todos os requisitos religiosos do abate Halal e as especificações de cada país importador. O Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) apresenta que o abate em preceitos religiosos, na maioria das vezes, prescinde da insensibilização dos animais antes da sangria, que é um procedimento tecnológico estabelecido pelo Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa) e pela Portaria 365/2021. A insensibilização dos animais visa resguardar o abate dos animais de forma humanitária. Em abril, o Mapa publicou a Portaria 676 que aprova os procedimentos para solicitação, avaliação, concessão e revogação da autorização excepcional para abate e processamento de produtos de origem animal de espécies de açougue, de acordo com preceitos religiosos. A norma determina que os estabelecimentos com registro junto ao Serviço de Inspeção Federal (SIF) poderão requerer a realização de abate e processamento de produtos de origem animal de espécies de açougue de acordo com preceitos religiosos, com permissão para dispensa de atendimento de regras previstas em atos normativos específicos. O Brasil vende carne de frango halal para mais de 30 países. Em 2023 foram exportados mais de 2.2 milhões de toneladas e mais de US$3.9 bilhões. No último mês, foram habilitados novos quatro frigoríficos para a exportação para a Malásia.

MAPA

 

EMPRESAS

 

Frigorífico gaúcho tem prejuízo de R$ 40 milhões

O Frigorífico Boi Gaúcho, um dos dez maiores negócios de Venâncio Aires, Rio Grande do Sul, localizado em Vila Mariante, enfrenta sérios prejuízos devido às enchentes

 

A empresa, que emprega 230 pessoas e realiza o abate diário de 350 cabeças de gado, foi significativamente impactada pelas cheias do rio Taquari e necessitará de mais de 20 dias para retomar suas operações. Neri Nascimento, o proprietário, estima que os danos financeiros alcancem R$ 40 milhões. O prefeito Jarbas da Rosa e o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Marcos Huttmann, visitaram o local nesta quinta-feira e encontraram uma cena de devastação, com móveis, documentos e equipamentos destruídos. "Aqui vamos levar mais uns 15 dias limpando, reconstruindo as estruturas estragadas e reformando as máquinas", afirma Jaison Nascimento, diretor do frigorífico. Os prejuízos contabilizados pela empresa incluem R$ 30 milhões em maquinário, móveis e estruturas de refrigeração, além de R$ 10 milhões em perdas comerciais devido à paralisação das atividades. "Vai demorar de cinco a seis anos para retomar o que nós éramos aqui. Mas nós estamos vivos, prefeito. Vamos nos reerguer. Venâncio e todos nós", declarou Neri Nascimento. Em resposta à situação, Neri Nascimento concedeu férias coletivas aos funcionários para que possam se reorganizar e encontrar moradias seguras. Ele reafirmou o compromisso da empresa com a comunidade local, destacando a necessidade de reconstruir em um local seguro. O prefeito Jarbas da Rosa reforçou essa visão, enfatizando a urgência de adotar medidas preventivas e planejar uma reconstrução segura para a vila, longe das margens do rio.

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ

 

Conjuntura agropecuária

O Boletim de Conjuntura Agropecuária elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, traz informações sobre a safra de grãos, proteínas animais e as perspectivas para o arroz

 

As exportações de carne bovina atingiram 189,9 mil toneladas em março, com preço médio de US$ 4,43 o quilo. As altas exportações ajudam na liquidez e não movimentaram significativamente os preços no mercado interno, que se mantêm moderados desde o início do ano. Em carne suína, os principais parceiros comerciais do Paraná nos últimos dez anos foram Hong Kong, Uruguai, Cingapura e Argentina. No primeiro trimestre deste ano esses países também lideraram as importações das 32.973 toneladas enviadas para o exterior pelo Estado. O preço nominal médio do frango vivo ao produtor no Paraná alcançou R$ 4,46 o quilo em abril de 2024. O valor representa redução de 2,8% em relação a março, quando ficou em R$ 4,59 o quilo. Se o comparativo for com abril do ano passado, a diminuição é de 8,2%, com o quilo vendido a R$ 4,86 na época. O boletim do Deral destaca ainda a exportação de ovos no período de janeiro a março de 2024. O Paraná foi o segundo maior exportador com 2.906 toneladas e faturamento de US$ 11,6 milhões, no ranking que tem São Paulo como líder. O Brasil exportou 11.937 toneladas e arrecadou US$ 39,8 milhões. A produção brasileira de arroz para a safra 2023/24 está estimada em 10,5 milhões de toneladas. O Paraná deve contribuir com cerca de 120 mil toneladas. O maior produtor do cereal é o Rio Grande do Sul, com estimadas 7,5 milhões de toneladas. Diante da tragédia climática que o estado passa, é esperada redução nessa estimativa. No entanto, até a última semana de abril já tinham sido colhidos mais de 80% da área semeada, o que significa que aproximadamente 1,5 milhão de toneladas ainda estavam expostos ao risco. Mesmo que se configure perda significativa, não deve haver desabastecimento nacional. O Brasil já é um importador do cereal e pode ampliar as compras. Nos últimos três anos entraram no País 1,2 milhão de toneladas, em média, e foram exportados 1,8 milhão de toneladas. Sobre o feijão, o documento do Deral registra avanço na colheita, que chegou a 34% da área estimada de 402 mil hectares. Com excesso de chuva registrado no Sudoeste, maior região produtora e onde se concentra a maior parte da colheita, observou-se brotamento de grãos ainda na vagem, o que reduz a qualidade do produto. A análise de campo em relação ao milho de segunda safra no Paraná apresenta uma piora. Dos 2,4 milhões de hectares plantados, 64% estão em condição boa nesta semana. Na anterior, esse porcentual estava em 67%. Apesar de chuvas de forma mais uniforme na segunda quinzena de abril, o calor intenso ainda é fator que afeta negativamente na cultura. O plantio de trigo atingiu 27% da área projetada de 1,14 milhão de hectares. As lavouras apresentam condições boas em 94% da área. O restante ainda não alcançou o pleno desenvolvimento em razão do déficit hídrico e temperaturas acima da média, particularmente no Norte do Estado, que é uma das primeiras regiões a plantar.

Agência Estadual de Notícias

 

ECONOMIA/INDICADORES

 

IPCA sobe 0,38% em abril, acima do esperado pelo mercado, mas a menor taxa para o mês desde 2021

O resultado acumulado nos últimos 12 meses foi de 3,69% 

 

A inflação oficial brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acelerou para 0,38% em abril, após ficar em 0,16% em março. Em abril de 2023, houve alta de 0,61%. A taxa, no entanto, é a menor para um mês de abril desde 2021, quando foi de 0,31%. As informações foram divulgadas na sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de 0,38% em abril ficou acima da mediana das projeções de 40 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, de alta de 0,35%. O resultado ficou dentro do intervalo das projeções, que ia de 0,21% a 0,40%. Com a taxa de abril, o resultado acumulado nos últimos 12 meses foi de 3,69%, ante 3,93% até março. Para esse resultado, a mediana das estimativas do Valor Data era de 3,65%, com projeções entre 3,51% e 3,71%. O resultado do IPCA em 12 meses ficou acima do centro da meta inflacionária estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e perseguida pelo Banco Central (BC), que é de 3% para 2024. A taxa, no entanto, ficou dentro da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos. O preço da gasolina subiu 1,50% e foi a principal pressão individual para a alta do IPCA, com impacto de 0,08 ponto percentual. Isso significa que, se o preço da gasolina tivesse ficado estável, o IPCA teria subido 0,30%, e não 0,38%. No resultado acumulado nos 12 meses até abril, o preço da gasolina avança 6,43%, quase o dobro do ritmo de alta do IPCA como um todo, que é de 3,69% no período. Das nove classes de despesas usadas para cálculo do índice, foram observadas aceleração em alimentação e bebidas (de 0,53% para 0,70%); vestuário (de 0,03% para 0,55%); e saúde e cuidados pessoais (de 0,43% para 1,16%). Mudaram de rumo transportes (de -0,33% para 0,14%), comunicação (de -0,13% para 0,48%) e habitação (de 0,19% para -0,01%). Artigos de residência tiveram queda mais acentuada (de -0,04% para -0,26%) enquanto subiram menos despesas pessoais (de 0,33% para 0,10%) e educação (de 0,14% para 0,05%). O chamado Índice de Difusão, que mede a proporção de bens e atividades que tiveram aumento de preços, subiu de 55,7% em março para 57% no mês seguinte, segundo cálculos do Valor Data considerando todos os itens da cesta. Assim, voltou aos níveis de fevereiro e é o maior percentual desde janeiro deste ano (65%). Excluindo alimentos, grupo considerado um dos mais voláteis, o indicador também mostrou uma maior abrangência das altas de preços, subindo de 51,7% para 60,3%, o maior desde janeiro deste ano, quando a inflação havia se espalhado por 65,1% da cesta do IPCA por esses parâmetros, segundo o Valor Data. A média dos cinco núcleos do IPCA monitorados pelo Banco Central (BC) subiu para 0,26% em abril, de 0,15% em março, segundo cálculos da MCM Consultores. No IPCA acumulado em 12 meses, a média dos cinco núcleos desacelerou de 3,79% para 3,53%. A meta de inflação anual perseguida pelo BC é de 3% em 2024, 2025 e 2026, sempre com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual, para cima ou para baixo.

Valor Econômico

 

Ibovespa fecha em queda apesar de NY após semana marcada por balanços e Copom

O Ibovespa encerrou em queda na sexta-feira, apesar de uma retomada nas bolsas em Nova York após rondarem no campo negativo, depois de semana marcada por uma bateria de balanços corporativos e redução no ritmo do corte de juros no Brasil

 

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,46%, a 127.599,57 pontos, acumulando na semana uma perda de 0,71%. Na máxima do dia, chegou a 129.021,93 pontos. Na mínima, a 127.466,58 pontos. O volume financeiro somou 22,9 bilhões de reais. Nos Estados Unidos, os principais índices acionários abriram em alta, mas perderam força com queda na confiança do consumidor em maio. "O Ibovespa acabou sendo um pouco contaminado por isso", afirmou Luan Alves, analista chefe da VG Research. As bolsas em Wall Street, contudo, retomaram fôlego mais à tarde, com Dow Jones em alta de 0,32%, S&P subindo 0,16% e Nasdaq praticamente estável (-0,03%), enquanto investidores digeriam falas de autoridades do Federal Reserve. O Ibovespa não conseguiu seguir a mesma trajetória. Na agenda doméstica, repercutiu ainda o IPCA de abril, que subiu 0,38%, depois de uma alta de 0,16% em março. Nos 12 meses até abril, o indicador avançou 3,69%, de 3,93% em março. Para Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, o dado apresentou "inflação ligeiramente acima das projeções, mas mostrou desaceleração em serviços subjacentes, não alterando as expectativas para o ano". Na semana, as atenções também estiveram voltadas para uma bateria de balanços corporativos, decisão de juros pelo Banco Central, e as consequências relacionadas às inundações no Rio Grande do Sul. "O Ibovespa ainda está lateralizado", disse Alves, da VG Research. "Já tem alguns meses (que) ele fica nessa faixa entre 125 mil e 130 mil pontos."

Reuters

 

Dados dos EUA e declarações de "Fed-boys" impulsionam dólar, que acumula alta de 1,75% na semana

O dólar à vista subiu pela terceira sessão consecutiva no Brasil na sexta-feira, em sintonia com o avanço da moeda norte-americana no exterior, após dados mostrarem uma piora da expectativa de inflação nos Estados Unidos e depois de comentários cautelosos de dirigentes do Federal Reserve sobre a política monetária no país

 

O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1578 reais na venda, em alta de 0,28%. Na semana, a moeda norte-americana acumulou ganho de 1,75%. Às 17h22, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,33%, a 5,1650 reais na venda. A divulgação do índice de confiança do consumidor dos EUA, medido pela Universidade de Michigan, mudou o cenário. A leitura preliminar ficou em 67,4 em maio, em comparação com uma leitura final de 77,2 em abril. Economistas consultados pela Reuters previam uma leitura preliminar de 76,0. Já a leitura sobre as expectativas de inflação para um ano subiu para 3,5% em maio, de 3,2% em abril. A perspectiva de inflação para cinco anos aumentou para 3,1%, de 3,0% no mês anterior. Comentários de autoridades do Fed sobre a política monetária e a inflação ajudaram a completar o cenário de maior cautela no exterior, o que fez o dólar ganhar força ante outras divisas. O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse em uma entrevista à Reuters que a economia deve estar desacelerando, mas que o momento de corte de juros nos EUA segue incerto. Já a presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan, disse haver "incertezas" sobre se a política monetária está suficientemente restritiva para reduzir a inflação para a meta de 2%. Segundo ela, é "muito cedo" para cortar as taxas de juros. “As declarações dos ‘Fed-boys’ e a divulgação do sentimento do consumidor, com a inflação ainda forte, deram força ao dólar, que subiu lá fora e aqui também”, comentou durante a tarde Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora. Além da influência vinda dos EUA, profissionais do mercado ponderaram que as notícias no Brasil também não favoreciam uma queda do dólar ante o real. Ainda permeavam os negócios -- em especial no mercado de juros futuros -- receios em torno do Banco Central e a expectativa antes da divulgação, na próxima terça-feira, da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom). Os possíveis efeitos sobre a economia da tragédia provocada pelas chuvas no Rio Grande do Sul eram outro fator de cautela entre os investidores.

Reuters

 

Folha de pagamento de 17 setores será reonerada a partir de 2025

Após um acordo entre o governo, o Congresso Nacional e representantes de 17 setores da economia, a folha de pagamento para essas atividades continuará desonerada neste ano, mas haverá alíquotas gradualmente recompostas entre 2025 e 2028

 

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, detalhou o fechamento do acordo após reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o líder do Governo do Senado, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). “Isso é importante porque vamos dar respaldo a uma receita da Previdência, e é da lógica da reforma da Previdência o equilíbrio das contas. Quando a gente pega o sacrifício de um trabalhador que tem de, às vezes, trabalhar um ano, dois anos, três anos a mais, como aconteceu com a reforma da Previdência, temos que compreender que, da parte da receita, tem que haver uma correspondência do mesmo esforço”, disse Haddad no Senado. A reoneração começa no próximo ano, com a contribuição patronal dos 17 setores à Previdência Social sendo feita da seguinte forma: •     2024: desoneração total; •     2025: alíquota de 5% sobre a folha de pagamento; •     2026: alíquota de 10% sobre a folha de pagamento; •     2027: alíquota de 15% sobre a folha de pagamento; •     2028: alíquota de 20% sobre a folha de pagamento e fim da desoneração. Antes de anunciar o acordo no Senado, Haddad se encontrou com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça e Luiz Fux. O Ministro da Fazenda afirmou que o governo pedirá ao Supremo a modulação da liminar concedida pelo ministro do STF, Cristiano Zanin, que barrou a desoneração da folha salarial de setores da economia. Por meio da modulação, o Judiciário pode dar aval ao acordo para o encerramento gradual do benefício. Prorrogada até o fim de 2027, após a aprovação de um projeto de lei que cinco ministros do Supremo consideraram inconstitucional, a desoneração da folha de pagamento permite que empresas de 17 setores substituam a contribuição previdenciária, de 20% sobre a folha de pagamento dos empregados, por uma alíquota de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. Em vigor desde 2012, a desoneração permite que as empresas dos setores beneficiados contribuam menos para a Previdência Social e, em tese, contratem mais trabalhadores. No fim do ano passado, o Congresso aprovou o projeto de lei que também reduziu de 20% para 8% da folha a contribuição para a Previdência Social de pequenos municípios. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou o texto, mas o Congresso derrubou o veto no fim do ano passado. Nos últimos dias de 2023, o governo editou uma medida provisória revogando a lei aprovada. Por falta de acordo no Congresso para aprovar o texto, o governo concordou em transferir a reoneração para projetos de lei. No entanto, no fim de abril, a Advocacia-Geral da União recorreu ao Supremo. O Ministro Cristiano Zanin, do STF, acatou o pedido de suspensão imediata da desoneração da folha e da ajuda aos pequenos municípios. Desde então, o governo vem tentando chegar a um acordo com os 17 setores da economia.

Agência Brasil

 

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