Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 674 | 01 de agosto de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Mercado da carne mais ativo em agosto/24 pode incentivar procura pelo boi gordo
Fatores como redução nos abates de fêmeas e a oferta de animais do segundo giro de confinamento serão importantes para o comportamento da arroba, observam analistas. No Paraná, o boi vale R$230,00 por arroba. Vaca a R$205,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de oito dias.
As cotações da arroba fecharam a semana com estabilidade na maioria das praças brasileiras, com perspectivas de volta do movimento de alta ao longo de agosto/24, acreditam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. Segundo a Agrifatto, para a primeira quinzena do próximo mês, que abrange o período de pagamento de salários e benefícios sociais, o retorno às aulas e o crescimento da demanda no Dia dos Pais, a expectativa é de uma movimentação comercial consistente no mercado doméstico da carne bovina. “A expectativa é que as cotações da arroba se mantenham firmes ao longo de agosto”, destaca a Agrifatto, que não descarta a retomada do viés de alta nos preços do boi no curto prazo. Para a consultoria, fatores como redução nos bates de fêmeas e a oferta de animais do segundo giro de confinamento serão importantes para o comportamento dos preços do boi gordo daqui por diante. Segundo dados apurados pela Scot Consultoria, a oferta de boiadas mais enxutas, a demanda para a exportação aquecida e o bom desempenho das vendas no atacado têm sustentado as cotações do boi em São Paulo. A arroba do animal paulista segue apregoada em R$ 227, a da vaca em R$ 202 e a da novilha em R$ 217. O “boi-China” está sendo negociado em R$ 230/@, com ágio de R$3/@ sobre o boi gordo “comum”. De acordo com a Scot, com a finalização do mês de julho, as cotações de todas as categorias subiram em comparação aos valores de junho/24, com alta de 2,9%, 2,6%, 2,2% e 1,5% para o “boi China”, boi “comum”, vaca e a novilha, respectivamente. “A expectativa de melhora no escoamento de carne com a entrada de agosto e o Dia dos Pais deve resultar em preços maiores no mercado atacadista, colaborando para incrementos na arroba bovina”, ressaltam os analistas da Scot. A consultoria faz um alerta: a uma maior atenção deve ser dada em relação “ao volume de bovinos da saída do primeiro giro de confinamento”. Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na quarta-feira (31/7): São Paulo — O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China”, R$235,00. Média de R$230,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abates de onze dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$2108,00. Escalas de abate de nove dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China”, R$235,00. Média de R$230,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de oito dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de nove dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de onze dias; Pará — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de nove dias; Goiás — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de oito dias; Rondônia — O boi vale R$185,00 a arroba. Vaca a R$170,00. Novilha a R$175,00. Escalas de abate de treze dias; Maranhão — O boi vale R$200,00 por arroba. Vaca a R$180,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de dez dias.
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/Agrifatto
SUÍNOS
Preços com poucas mudanças nos valores
O mês de julho terminou para o mercado de suínos na quarta-feira (31) com mudanças tímidas nos preços
Segundo a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 149,00, assim como a carcaça especial, fechando em R$ 11,80/kg, em média. Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à terça-feira (30), os preços ficaram estáveis em Minas Gerais (R$ 7,97/kg), e em São Paulo (R$ 7,91/kg), houve queda de 0,52% no Paraná, chegando a R$ 7,63/kg, baixa de 0,14% no Rio Grande do Sul, com preço de R$ 7,15/kg, e tímida alta de 0,13% em Santa Catarina, fechando em R$ 7,42/kg.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Frango: leve alta no atacado paulista na quarta-feira (31)
Praticamente nenhuma mudança para os preços no mercado do frango na quarta-feira (31), encerrando o mês de julho
Segundo a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo não mudou, custando, em média, R$ 5,30/kg, enquanto a ave no atacado subiu 0,81%, fechando em R$ 6,25/kg, em média, R$ 6,20/kg. Na cotação do animal vivo, o preço ficou estável em Santa Catarina, cotado a R$ 4,37/kg, da mesma forma que no Paraná, custando R$ 4,53/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à terça-feira (30), a ave congelada ficou com valor estável em R$ 7,01/kg, assim como o frango resfriado, cotado em R$ 7,25/kg.
Cepea/Esalq
CARNES
Custos de produção de frangos de corte e suínos sobem em junho
Os custos de produção de frangos de corte e suínos aumentaram significativamente em junho nos principais estados produtores e exportadores, conforme estudos da Embrapa Suínos e Aves divulgados em sua Central de Inteligência de Aves e Suínos (Cias)
No Paraná, o custo de produção do quilo do frango de corte atingiu R$ 4,58, representando uma elevação de 3,61% em relação ao mês de maio. O aumento acumulado no ano chega a 3,9%, enquanto nos últimos 12 meses houve alta de 2,57%, com o ICPFrango alcançando 354,71 pontos em junho. A ração se destacou como o principal componente de custo, com um aumento de 4,75% e uma participação de 67,32% no custo total de produção. Outros itens que contribuíram para o aumento nos custos foram os juros sobre o capital investido e de giro (+2,49%) e genética (+2,32%). Em Santa Catarina, o custo de produção do quilo de suíno vivo alcançou R$ 5,84, alta de 1,08% em comparação a maio, mas ainda com uma queda acumulada no ano (-5,87%), enquanto registra alta nos últimos 12 meses (1,36%), com o ICPSuíno atingindo 334,07 pontos. Os custos com juros sobre o capital investido e de giro e rações foram determinantes, com aumentos de +1,91% e +1,12%, respectivamente.
Carnetec
INTERNACIONAL
Carne bovina: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai faturam, juntos, US$ 8,4 bilhões com exportações
Somatório da receita obtida pelos 4 países da América do Sul no 1º semestre de 2024 foi 11% superior ao montante registrado no mesmo período de 2023
No primeiro semestre de 2024, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai exportaram 1,861 milhão de toneladas de carne bovina, somando um faturamento total de US$ 8,4 bilhões, o que significa avanço de 21% em volume e 11 % em receita em relação aos resultados obtidos em igual período de 2023, segundo dados divulgados pela Bolsa de Comércio de Rosário, da Argentina. O Brasil foi responsável pelo maior aumento anual (em percentual) dentro do bloco dos países exportadores da América do Sul. No período de janeiro a junho deste ano, as vendas externas de carne bovina brasileira atingiram 1,139 milhão de toneladas, quase um terço (+29%) acima das 883 mil toneladas embarcadas no mesmo intervalo do ano passado. Considerando a mesma base de comparação, a Argentina elevou em 13% as suas exportações, para 372 mil toneladas, ante o volume de 329 mil toneladas obtidas no primeiro semestre de 2023. Por sua vez, o Uruguai embarcou 188 mil toneladas no período semestral, um aumento anual de 9%, enquanto o Paraguai exportou 162 mil toneladas, com avanço de 3% sobre o primeiro semestre do ano passado. Segundo estimativas do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, os quatro países da América do Sul devem exportar um total de 5,17 milhões de toneladas em 2024, o que representaria uma participação de 40% do comércio mundial, projetado em 12,93 milhões de toneladas. Um dos dados mais significativos do último relatório divulgado pelo USDA (publicado em junho/24) foi a correção feita nas importações chinesas deste ano. Segundo as novas projeções, as compras de carne bovina ao exterior pelo gigante asiático devem atingir um recorde de 3,9 milhões de toneladas em 2024, o que, se confirmado, implicaria 323 mil toneladas (ou +9%) de demanda adicional. De acordo com estatísticas publicadas pela Administração Aduaneira da China (GACC), nos primeiros seis meses de 2024, as importações chinesas de carne bovina totalizaram 1,439 milhão de toneladas, 17% acima do volume o registrado no mesmo período de 2023. Desse montante, informa a Bolsa de Comércio de Rosário, o Brasil respondeu por 43% de participação no total das exportações à China, seguido pela Argentina (com 21%) e o Uruguai (com 10%). Portanto, juntos, os três países responderam por 73% do volume total importado pela China no primeiro semestre. “Se somarmos a Bolívia, com uma participação de 4% este ano, a região (da América do Sul) acaba suprindo nada menos que 77% da demanda chinesa”, destaca a Bolsa. No entanto, observam os analistas argentinos, por trás desta posição dominante da América do Sul no mercado chinês “há uma grande fraqueza, que é precisamente o grau de exposição que a região mantém às flutuações de preços que o país asiático costuma gerar nas suas compras de carne bovina”. “A China continua a comprar grandes volumes de carne bovina, mas a preços significativamente inferiores aos pagos no ano passado”, relata a Bolsa. Diante de tal comportamento, os dados do primeiro semestre de 2024 mostram importações chinesas num montante próximo de US$ 6,9 biliões, o que representa um valor médio por tonelada importada de US$ 4.780, contabilizam os analistas das Bolsa, acrescentando: “Isto é 11% inferior aos valores médios pagos no mesmo período de 2023 e 27% abaixo dos valores registados há dois anos”.
Bolsa de Comércio de Rosário
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Com meio milhão de empregos criados desde 2020, Paraná alcança 3,2 milhões de carteiras assinadas
Mesmo sendo o quinto estado mais populoso do Brasil, com 11,4 milhões de pessoas segundo o Censo de 2022, o Paraná é o quarto estado com maior população empregada com carteira assinada do Brasil e o terceiro que mais criou vagas desde 2020
Com um saldo de 505.723 novas vagas criadas em quatro anos e meio, o Paraná chegou a um estoque recorde de 3.201.314 pessoas empregadas com carteira assinada, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na terça-feira (30), pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A estatística leva em conta toda a série histórica do Caged desde que foram estabelecidos os padrões metodológicos atuais de coleta e compilação dos dados, em janeiro de 2020. Os dados são baseados nos cadastros feitos mensalmente por empregadores no sistema do Ministério do Trabalho e nos registros das plataformas eSocial e empregadorWeb. Em relação ao estoque total de pessoas com empregos formais, o Paraná fica atrás apenas de São Paulo (14.241.376), Minas Gerais (4.933.054) e Rio de Janeiro (3.829.889) que são mais populosos. Na sequência, logo atrás do Paraná, estão Rio Grande do Sul (2.809.293), Santa Catarina (2.557.424), Bahia (2.106.730) e Goiás (1.586.112). No Brasil, o estoque de empregos, segundo o Caged, é de 46.817.319. Considerando somente o saldo de vagas criadas desde o início da série histórica, em 2020, somente São Paulo (1.926.190) e Minas Gerais (794.429) criaram mais vagas. Na sequência, com menos vagas criada do que o Paraná, estão Rio de Janeiro (482.685), Santa Catarina (421.923), Bahia (368.180), Goiás (321.865) e Rio Grande do Sul (274.740). O saldo de 109.913 novas vagas entre janeiro e junho de 2024 conferem ao Paraná o segundo melhor resultado semestral desde o início de 2020. Do estoque total de pessoas empregadas com carteira assinada, 1.388.411 trabalham no setor de serviços, 784.227 estão na indústria, 736.162 trabalham formalmente no comércio, 173.687 são empregadas na construção e 118.829 estão trabalhando na agropecuária. Levando em conta apenas o saldo de mais de 500 mil de novos empregados desde 2020, quando começou a série histórica do Caged, 242.208 novas vagas foram abertas no setor de serviços, 104.671 foram criadas na indústria, 97.155 estão no setor de comércio, 46.435 são ligadas à construção e 15.251 são novas vagas na agropecuária. O recorde no estoque total de empregos foi alcançado após um saldo de 13.572 novas vagas abertas em junho, saldo de 161.305 admissões e 147.733 desligamentos que aconteceram ao longo do mês no Estado. O saldo mensal paranaense foi responsável por 88,8% de todos os empregos gerados na região Sul do País, que teve um saldo de 15.287 postos de trabalho, e por 6,7% do total nacional, com 201.705 novas vagas.
Agência Estadual de Notícias
Faturamento das cooperativas agropecuárias recuou em 2023
Queda dos preços das commodities agrícolas e dos insumos pressionou resultados no país. Faturamento das cooperativas agro chegou a R$ 423,1 bilhões em 2023, após dois anos de fortes altas
O faturamento das cooperativas agropecuárias brasileiras recuou levemente em 2023, para R$ 423,1 bilhões, após dois anos de fortes altas. A retração é explicada pela acomodação dos preços das principais commodities agrícolas e dos insumos. Em 2021 e 2022, os ingressos — como são chamadas as receitas no segmento — haviam atingido R$ 358,4 bilhões e R$ 429,9 bilhões, respectivamente, no embalo dos recordes de safra e de cotações dos grãos durante a pandemia. Com isso, os lucros (ou as sobras, no jargão cooperativista) caíram de R$ 22,5 bilhões em 2022 para R$ 20,4 bilhões em 2023. Os dados fazem parte do Anuário do Cooperativismo 2024, que será divulgado na quarta-feira (31) pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). “A leve redução [do faturamento] não significa que o cooperativismo agropecuário teve um desempenho negativo em 2023, já que o importante de ser observado são as margens e sobras da atividade das cooperativas, assim como a capacidade de potencializar os negócios dos cooperados, gerar renda e prosperidade”, afirmou a OCB. O anuário mostra que o país tinha, até dezembro de 2023, 4.509 cooperativas. Dessas, 1.179 eram do setor agropecuário, com mais de 1 milhão de cooperados e 257,1 mil empregos diretos gerados. Minas Gerais é o Estado com o maior número de cooperativas agropecuárias (186). A região Sudeste concentra a maior parte das cooperativas do ramo (330) e o Sul tem mais cooperados (558,5 mil) e mais pessoas empregadas (201,5 mil). Foram quase R$ 11,7 bilhões aplicados em salários e benefícios aos empregados em todo o Brasil. A maior parte das cooperativas atua no ramo de produtos não industrializados de origem vegetal, como a produção de grãos. São 684, ou 58% do total. Na sequência, estão as cooperativas de insumos (510), de produtos de origem animal não industrializados (395), de serviços (387), de produtos industrializados de origem vegetal (323), de bens de fornecimento (275), de produtos industrializados de origem animal (205) e de escolas técnicas de produção rural (26). O anuário também mostra a intercooperação, ou seja, os negócios feitos entre diferentes segmentos do cooperativismo. As cooperativas agropecuárias negociaram, principalmente, com as cooperativas de crédito. O documento também mostra a relevância do segmento nas exportações. Só no agronegócio, que exportou US$ 166,4 bilhões em 2023, a fatia das cooperativas chega a 7,1%. O presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, disse que os resultados exigem do cooperativismo agropecuário gestão e governança em 2024, principalmente em relação às decisões financeiras e comerciais dos negócios, em meio ao ambiente de volatilidade dos preços e às adversidades climáticas e sanitárias. “São variáveis que forçam o corpo diretivo das cooperativas agropecuárias a realizarem uma gestão ainda mais ativa e com tomada de decisão cada vez mais assertiva, fazendo diferença não somente no resultado do negócio coletivo, mas também na vida dos cooperados”, afirmou Freitas à reportagem. Ele prega a necessidade de um olhar para as demandas dos produtores cooperados “antes da porteira” e “depois da porteira”, como a agregação de valor aos produtos e serviços. “Esses são diferenciais do cooperativismo que devem ser potencializados para que os riscos das atividades produtivas do agronegócio sejam diluídos entre os elos da cadeia e possibilitem um escudo aos riscos e rentabilidade aos negócios”, completou. Em 2023, o cooperativismo brasileiro em geral gerou R$ 692 bilhões em faturamento. O valor representa um crescimento de 5,5% em relação aos R$ 655,8 bilhões de 2022. O resultado é o somatório dos setores agropecuário, de transportes, crédito, saúde, infraestrutura, trabalho, produção de bens e serviços e consumo. A distribuição de sobras chegou a R$ 38,9 bilhões aos cooperados, que já somam 23,45 milhões de pessoas, mais de 11,5% da população.
Globo Rural
ECONOMIA/INDICADORES
BC mantém Selic em 10,50% ao ano; decisão foi unânime
A decisão do Comitê de Política Monetária veio em linha com a expectativa de instituições financeiras e consultorias
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu manter a Selic em 10,50% ao ano. A decisão veio em linha com a expectativa das 123 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor e foi unânime. Na reunião anterior, em junho, a decisão foi por interromper o ciclo de redução de juros iniciado em agosto de 2023. Além disso, o colegiado não havia sinalizado quais seriam os próximos passos. Na ocasião, o comitê afirmou que se manteria vigilante e que “eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”. Mais cedo, o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, manteve os juros inalterados pela oitava vez consecutiva no patamar entre 5,25% e 5,50%. O presidente do Fed, Jerome Powell, disse que os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) não tomaram decisão sobre a reunião de setembro, mas que uma redução “pode estar na mesa” se a inflação continuar desaquecendo, crescimento continuar forte e o mercado de trabalho permanecer como está. A ata do Copom será divulgada na próxima terça-feira às 8h. O colegiado se reúne novamente em 17 e 18 de setembro.
Valor Econômico
Disputa por taxa de fim de mês impulsiona dólar ante real em dia de Fed e Copom
A disputa entre investidores pela formação da Ptax de fim de mês deu impulso às cotações nesta quarta-feira e fez o dólar fechar com alta firme ante o real, na contramão do que era visto no exterior, onde a moeda norte-americana cedeu ante a maior parte das demais divisas, em dia de decisão do Federal Reserve sobre juros
O dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,6558 reais na venda, em alta de 0,64%. No mês a divisa acumulou alta de 1,16%. Às 17h03, o dólar para setembro -- que nesta sessão passou a ser o mais líquido -- subia 0,81%, aos 5,6740 reais. A “superquarta” para os investidores trouxe na agenda as decisões sobre juros do Banco do Japão, do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil, além da formação da taxa Ptax de fim de mês no mercado de câmbio brasileiro. Taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. “O último dia do mês é em geral de muita volatilidade. Hoje a pressão pela Ptax foi compradora e tivemos um volume alto, o que não é tão esperado para dias de ‘superquarta’, quando investidores ficam aguardando as decisões (dos bancos centrais)”, comentou Matheus Massote, especialista em câmbio da Manchester Investimentos. De fato, o volume no câmbio foi mais elevado que em dias normais. No fim da tarde os negócios com dólar para setembro somavam mais de 430 mil contratos. Com a Ptax formada no início da tarde (5,6621 reais na venda), o dólar à vista se acomodou em patamares mais baixos, mas ainda assim se manteve em alta ante o real. Como esperado, o Fed anunciou às 15h a manutenção de sua taxa de juros na faixa de 5,25% a 5,50%, mas passou indicações de que os cortes podem começar em setembro. No Brasil, o dólar reduziu um pouco sua força logo após o comunicado do Fed, mas não o suficiente para sair do território positivo. À tarde o BC informou que o Brasil teve fluxo cambial total positivo de 937 milhões de dólares em julho até o dia 26, com saídas líquidas de 2,009 bilhões de dólares pela via financeira e entradas de 2,946 bilhões de dólares pelo canal comercial.
Reuters
Ibovespa fecha em alta com sinalização do Fed sobre possível corte de juros
O Ibovespa fechou em alta de cerca de 1% nesta quarta-feira, com o Federal Reserve avalizando o desempenho positivo no acumulado do mês ao sinalizar a possibilidade de começar a cortar os juros nos Estados Unidos em setembro
A performance do dia ainda teve como alicerce a disparada da WEG, após resultado trimestral acima das previsões, e o avanço de Vale e Petrobras, seguindo os preços de petróleo e minério de ferro no exterior. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,06%, a 127.471,61 pontos, acumulando um ganho de 2,88% em julho, de acordo com dados preliminares, tendo marcado 127.852,69 pontos na máxima e 126.139,21 pontos na mínima da sessão. O volume financeiro somava 19,2 bilhões de reais antes dos ajustes finais.
Reuters
Brasil é 3º lugar em ranking de juros reais, com Selic a 10,5%
Taxa está em 7,36% ao ano, inferior às de Turquia e Rússia
O Brasil caiu da segunda para a terceira posição no ranking mundial de juros reais, após a manutenção da taxa básica em 10,5% ao ano na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central da quarta-feira (31). O juro real no Brasil está em 7,36% ao ano, valor inferior ao da Turquia (12,13%) e da Rússia (7,55%), segundo ranking elaborado pelo Portal MoneYou. Apesar da queda, o país segue distante da taxa média entre as 40 economias mais relevantes, que é de 0,67% ao ano. A taxa real é uma combinação da inflação projetada para os próximos 12 meses, de 3,67%, considerando dados do relatório Focus do BC, e dos juros de mercado de 12 meses à frente —utilizando o contrato de Depósito Interbancário. Entre as grandes economias, os EUA estão com juro real de 1,75% ao ano, e a China com 1,15%. Dez países possuem juro real negativo, entre eles, Japão (-1,88%) e Argentina (-34,83%). Em termos nominais, o Brasil está na sexta colocação, abaixo de Turquia (50%), Argentina (40%), Rússia (16%), Colômbia (11,75%) e México (11%), considerando as 40 economias mais representativas. De acordo com o portal, o movimento global de aperto monetário perdeu força. O contexto majoritário entre os bancos centrais é de manutenção das taxas, porém, cortes ganharam força recentemente. Entre 166 países, 80% mantiveram os juros, 5% elevaram e 15% cortaram as taxas recentemente.
Folha de SP
Desemprego cai para 6,9%, menor patamar desde 2014
País tinha 7,5 milhões de desempregados no 2º trimestre, e a população ocupada subiu 1,6%, para 101,8 milhões, novo recorde da série histórica iniciada em 2012
A taxa de desemprego no país caiu para 6,9% no segundo trimestre, vindo de 8% um ano antes, 7,9% nos primeiros três meses do ano e 7,1% no trimestre móvel encerrado em maio, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada na quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi idêntico à mediana das expectativas de 24 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, com intervalo de projeções indo de 6,7% a 7,4%. Trata-se da menor taxa para um trimestre encerrado em junho desde 2014, quando marcou iguais 6,9%. “Essa taxa traz a ideia de que retornamos ao ano de 2014”, disse a coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy. O ponto mais baixo da série foi observado no trimestre móvel finalizado em dezembro de 2013, de 6,3%. No segundo trimestre, o país tinha 7,5 milhões de desempregados – pessoas de 14 anos ou mais que buscaram emprego, mas não conseguiram encontrar. Trata-se do menor número desempregados desde o trimestre móvel encerrado em fevereiro de 2015, segundo o IBGE. O número aponta retração de 12,5% frente ao trimestre móvel anterior, encerrado em março (menos 1,1 milhão de pessoas) e queda de 12,8% frente a igual período de 2023 (menos 1,1 milhão de pessoas). Beringuy destaca o elevado número de pessoas ocupadas no trimestre – que se refletiu em recuo na taxa de desemprego –, processo que ela considera contínuo, vindo de trimestres anteriores. “Observa-se a manutenção de resultados positivos e sucessivos. Esses recordes de população ocupada não foram impulsionados apenas nesse trimestre, mas são consequência do efeito cumulativo de uma melhoria do mercado de trabalho em geral nos últimos trimestres.” O contingente de trabalhadores ocupados no país cresceu 1,6% no segundo trimestre ante o primeiro, acréscimo de 1,6 milhão de pessoas empregadas, totalizando 101,8 milhões de indivíduos ocupados, novo recorde da Pnad Contínua, com série histórica iniciada em 2012. Frente ao segundo trimestre de 2023, o aumento de pessoal ocupado foi de 3%, ou mais 2,9 milhões de pessoas. Os empregados com carteira de trabalho assinada do setor privado, excluindo trabalhadores domésticos, também bateram recorde, com aumento de 1% ante o primeiro trimestre, para 38,380 milhões de pessoas (397 mil pessoas a mais). Frente ao segundo trimestre de 2023, a alta foi de 4,4% (1,6 milhão de pessoas a mais). Outro a atingir marca histórica foi o número de empregados sem carteira no setor privado: cresceu 3,1% ante o primeiro trimestre (mais 410 mil pessoas), para 13,797 milhões, e 5,2% ante o segundo de 2023 (mais 688 mil pessoas). A massa de rendimentos dos trabalhadores brasileiros atingiu novo recorde e alcançou R$ 322,6 bilhões no segundo trimestre, mostrou a Pnad Contínua. O aumento foi de 3,5% frente ao primeiro trimestre (mais R$ 10,8 bilhões) e de 9,2% ante o segundo de 2023 (mais R$ 27,3 bilhões). O valor considera a massa de rendimentos real habitualmente recebida pelas pessoas ocupadas (em todos os trabalhos). Já a renda média dos trabalhadores avançou 1,8% no segundo trimestre ante o primeiro, para R$ 3.214. Na comparação com o segundo trimestre de 2023, houve alta de 5,8%. Beringuy destaca que o mercado de trabalho brasileiro vive, no momento, movimentos de expansão tanto no número de trabalhadores formais como no de trabalhadores informais. O contingente de trabalhadores formais ficou em 62,506 milhões ao término do segundo trimestre. Esse volume é 2% acima do observado no primeiro trimestre. Já o volume de trabalhadores informais ficou em 39,324 milhões de pessoas, no segundo trimestre. Esse contingente foi 1% acima do registrado no primeiro trimestre. “Podemos dizer que o ritmo de crescimento dos trabalhadores formais no mercado de trabalho é o dobro do observado no ritmo de crescimento dos informais”, disse a pesquisadora.
Valor Econômico
Brasil tem fluxo cambial positivo de US$937 milhões em julho até dia 26, diz BC
O Brasil registrou fluxo cambial total positivo de 937 milhões de dólares em julho até o dia 26, em movimento puxado pela via comercial, informou nesta quarta-feira o Banco Central
Os dados mais recentes são preliminares e fazem parte das estatísticas referentes ao câmbio contratado. Pelo canal financeiro, houve saídas líquidas de 2,009 bilhões de dólares em julho até o dia 26. Por este canal são realizados os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, as remessas de lucro e o pagamento de juros, entre outras operações. Pelo canal comercial, o saldo de julho até o dia 26 foi positivo em 2,946 bilhões de dólares. Na semana passada, de 22 a 26 de julho, o fluxo cambial total foi positivo em 1,771 bilhão de dólares. No acumulado do ano até 26 de julho, o Brasil registra fluxo cambial total positivo de 12,375 bilhões de dólares.
Reuters
Desembolsos do Plano Safra superam R$400 bi pela 1ª vez, mas ficam abaixo do ofertado
Os desembolsos do crédito rural no Plano Safra superaram 400 bilhões de reais pela primeira vez em 2023/24, mas ficaram abaixo do ofertado, informou o Ministério de Agricultura nesta quarta-feira
Na safra 23/24, encerrada em junho, os desembolsos somaram 400,7 bilhões de reais, aumento de 12% em relação a igual período da temporada passada --o valor considera o crédito concedido para a agricultura empresarial e familiar do Brasil. Contudo, na programação original, o plano safra governamental havia ofertado 435,8 bilhões de reais para a temporada 23/24. O ministério não detalhou a razão de toda a oferta de crédito não ter sido tomada. A oferta de crédito no plano anterior havia avançado 27% para a agricultura empresarial e 34% para a familiar, em relação ao plano passado. No novo Plano Safra, para 2024/25, o governo reduziu o ritmo da oferta de crédito, com aumento de 9,36%, para 476,6 bilhões de reais, ante o programa anterior. Na nota, o ministério informou ainda que os financiamentos de custeio em 23/24 tiveram aplicação de 219,8 bilhões de reais, enquanto as contratações das linhas de investimentos totalizaram 98 bilhões de reais. As operações de comercialização atingiram 51,7 bilhões de reais e, as de industrialização, 31,2 bilhões de reais. O ministério informou ainda que foram realizados 2.210.030 contratos no período de 12 meses do ano agrícola, sendo 1.681.064 no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e 187.212 Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (no Pronamp). Os valores concedidos aos pequenos e médios produtores em todas as finalidades (custeio, investimento, comercialização e industrialização) foram, respectivamente, de 59,6 bilhões no Pronaf e de 49,6 bilhões de reais no Pronamp. Os demais produtores formalizaram 341.754 contratos, correspondendo a 291 bilhões de reais de financiamentos liberados pelas instituições financeiras.
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