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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 183 DE 02 DE AGOSTO DE 2022


Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 2 | nº 183 |02 de agosto de 2022


NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL


BOVINOS


Boi gordo: com escalas alongadas, frigoríficos se afastam dos negócios

Preços da arroba ficam estáveis na maioria absoluta das praças pecuárias; indústrias aguardam retomada da demanda doméstica


Com escalas de abate alongadas nas praças brasileiras, os compradores, em sua maioria, ficaram fora das compras de boiada gorda na segunda-feira, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor. Segundo os analistas da IHS Markit, o mercado físico do boi gordo iniciou o mês de agosto com liquidez quase nula de negócios, condição atribuída à posição de cautela entre os agentes do setor. No interior de São Paulo, os preços do boi, da vaca e da novilha gordos permaneceram estáveis, segundo apurou a Scot Consultoria. O macho anelorado, destinado ao mercado interno (sem premiação), continua valendo R$ 308/@ nas praças paulistas, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 280/@ e R$ 300/@, respectivamente (preços brutos e a prazo), de acordo com a Scot. Negócios envolvendo bovinos padrão-China, saem por R$ 320/@ em São Paulo. Para a IHS, antes da chegada de animais confinados no segundo giro, a queda de braço entre compradores e vendedores de gado deverá ganhar intensidade. No mercado futuro do boi gordo, o cenário também é de baixa liquidez, informam os analistas. Os preços futuros dos contratos com vencimento para este segundo semestre continuam operando abaixo do patamar de R$ 330/@, informa a IHS. Na última sexta-feira (29/7), o papel com vencimento em outubro/22 (pico da entressafra de boiada terminada a pasto) estava valendo R$ 323,15/@, ante o valor de R$ 334,85 apontado para este mesmo contrato em 30 de junho/22 – ou seja, no período de 30 dias, as cotações futuras para outubro recuaram 3,5%. A virada de mês e expectativa de melhora no consumo interno de carne bovina nas próximas semanas (devido sobretudo ao pagamento dos salários) deram fim ao movimento de queda nas cotações da carne bovina com osso, relata a Scot Consultoria. Os ajustes positivos vêm puxados principalmente pelo dianteiro, que apresentou alta de 5,6% no comparativo semanal. A carcaça casada de bovinos castrados está cotada em R$ 19,37/kg e a de bovinos inteiros em R$ 17,92/kg, incremento de 2,4% e 4,7%, respectivamente, na comparação feita semanalmente, informa a Scot. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 300/@ (à vista) vaca a R$ 275/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 315/@ (prazo) vaca a R$ 285/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 287/@ (prazo) vaca a R$ 270/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 265/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 287/@ (prazo) vaca a R$ 272/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 270/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 290/@ (à vista) vaca a R$ 270/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 285/@ (à vista) vaca a R$ 270/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca R$ 275/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 324/@ (à vista) vaca a R$ 272/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 280/@ (prazo) vaca a R$ 282/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 284/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 280/@ (prazo) vaca a R$ 265/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 280/@ (à vista) vaca a R$ 263/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 270/@ (à vista) vaca a R$ 255/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 275/@ (à vista) vaca a R$ 260/@ (à vista).

PORTAL DBO


Exportação de carne bovina in natura em julho é de 167,2 mil toneladas

Segundo a Secretária Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, o embarque de carne bovina in natura encerrou julho com 167,2 mil toneladas. Isso representa um aumento de 1,03%, frente ao volume total exportado no mesmo período do ano anterior, que foi de 165 mil toneladas


A média diária exportada ficou em 7,9 mil toneladas em julho, crescimento de 5,9%, frente julho do ano passado, com 7,5 mil toneladas. Os preços médios em 21 dias úteis de julho ficaram em US$ 6.548 por tonelada, alta de 20,3% frente a julho de 2021, com US$ 5.442 por tonelada. O valor da exportação fechou o mês em US$ 1,095 bilhão, contra US$ 900,8 milhões em 2021. A média diária ficou em US$ 52,1 milhões e registrou uma valorização de 27,40%, frente julho do ano passado, com US$ 40,9 milhões.

AGÊNCIA SAFRAS


SUÍNOS


Suínos: agosto inicia com preços estáveis

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 123,00/R$ 131,00, assim como a carcaça especial, custando R$ 9,20/R$ 9,50/kg


Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (29), os preços ficaram estáveis no Rio Grande do Sul e em São Paulo, valendo, respectivamente, R$ 6,27/kg e R$ 7,00/kg. Houve queda de 0,93% em Santa Catarina, chegando em R$ 6,36/kg, baixa de 0,16% no Paraná, atingindo R$ 6,21/kg, e de 0,15% em Minas Gerais, fechando em R$ 6,76/kg.

Cepea/Esalq


Preço da carne de porco cai em 12 meses, e setor prevê consumo maior

Queda nas exportações e aumento na oferta interna pressionam inflação para baixo, dizem analistas


Em um cenário de maior oferta no mercado interno, a carne de porco deu sinais de trégua na inflação para o consumidor brasileiro. No acumulado de 12 meses até junho, os preços do produto registraram queda de 5,21%, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A baixa é a maior entre os 18 cortes que compõem a variação das carnes no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o indicador oficial de inflação do país. Dentro do segmento, além da carne suína, apenas a carne de carneiro (-2,15%) e a capa de filé (-0,12%) caíram no mesmo período. A maior alta nas carnes, por outro lado, foi registrada pelo contrafilé bovino (11,12%), seguido pela picanha (9,21%). ​Na visão de analistas, a trégua nos preços suínos está associada ao recuo das exportações, o que acabou aumentando a oferta no mercado brasileiro nos últimos meses. No primeiro semestre, os embarques de carne suína fresca, refrigerada ou congelada caíram 8,4% em volume ante igual período de 2021, para 458,1 mil toneladas, conforme dados do comércio exterior disponibilizados pelo governo federal. O freio nos embarques foi puxado pela China, que dá sinais de recomposição do rebanho local, castigado nos últimos anos pela peste suína africana. "A China, grande importadora, passa por um período de recomposição do seu rebanho. Ficou menos dependente das compras internacionais", explica o economista Fernando Henrique Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado. "Em 2020, quando os preços da suinocultura atingiram ápice, houve investimentos no setor no Brasil. A questão é que o aumento da capacidade produtiva não contou com a demanda chinesa tão aquecida em 2022", completa. Dados de uma pesquisa do IBGE sobre abates ilustram o contexto de alta no potencial de produção. No primeiro trimestre deste ano, o abate de suínos alcançou 13,64 milhões de cabeças no Brasil, uma alta de 7,2% em relação ao mesmo período de 2021. Trata-se da maior quantidade para o intervalo de janeiro a março desde o início da série histórica do levantamento, em 1997. "O que acontece é que a China dá sinais de estar recompondo o rebanho, e o consumo interno no Brasil não absorveu toda a quantidade de carne", afirma a analista Juliana Ferraz, do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). "A carne suína é uma opção intermediária. É mais barata do que a bovina e um pouco mais cara do que o frango. O que muitas vezes acontece é o brasileiro migrar de forma direta da carne bovina para o frango", acrescenta a pesquisadora. Em 2021, o consumo per capita (por pessoa) de carne suína no país foi estimado em 16,7 quilos pela ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). Diante da queda recente dos preços, a entidade aposta em uma alta em 2022. A projeção é de o consumo alcançar neste ano até 18 quilos, em uma alta próxima a 8%. Mesmo com o possível incremento até o final do ano, a carne suína ainda deve ficar distante da procura por frango. O consumo per capita de frango foi de 45,5 quilos no país em 2021 e, para este ano, a ABPA projeta estabilidade. Dados do IPCA sinalizam que, em 12 meses até junho, o frango em pedaços acumulou inflação de 22,14%. O inteiro subiu 16,18% em igual período.

FOLHA DE SÃO PAULO


Exportação de carne suína fecha julho/22 com resultado acima de junho

No comparativo com o mesmo mês do ano passado, o resultado ainda segue no vermelho


Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, a exportação de carne suína in natura até o final de julho (21 dias úteis) teve desempenho melhor que junho deste ano. A receita obtida, US$ 209,3, representou 90,44% do montante obtido em todo julho de 2021, que foi de US$ 231,4 milhões. No volume embarcado, as 87.911 toneladas, elas são 94,8% do total exportado em julho do ano passado, com 92.734 toneladas. Em comparação ao mês anterior, os US$ 209,3 milhões de julho são 3,1% superiores do que o registrado em junho, US$ 202,9 milhões. No volume, as 87.911 toneladas embarcadas em julho são 5,2% superiores do que o que foi computado em junho, com 83.536 toneladas. A receita por média diária foi de US$ 9.967 valor 5,2% menor do que julho de 2021. No comparativo com a semana anterior, houve queda de 4%. Em toneladas por média diária, 4.186 toneladas, leve recuo de 0,7% no comparativo com o mesmo mês de 2021. Quando comparado a semana anterior, baixa de 4,06%. No preço pago por tonelada, US$ 2. 380 ele é 4,6% inferior ao praticado em julho passado. Frente a semana anterior, leve alta de 0,04%.

AGÊNCIA SAFRAS


FRANGOS


Mercado do frango com cotações estáveis

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 6,10/kg, assim como o frango no atacado, custando R$ 7,55/kg


Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina não houve mudança de preço, custando R$ 4,25/kg; já no Paraná, o valor aumentou 0,55%, atingindo R$ 5,53/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (29), a ave congelada teve queda de 0,38%, chegando em R$ 7,96/kg, enquanto o frango resfriado recuou 0,37%, fechando em R$ 7,99/kg.

Cepea/Esalq


Exportação de frango tem alta de 24% na receita em julho

Houve recuo em relação aos resultados do mês de junho deste ano


Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, a exportação de carne de aves in natura até o final de julho (21 dias úteis) teve receita maior do que a registrada em julho de 2021. A receita, US$ 838.4 milhões, foi 24,6% acima de julho de 2021, com US$ 672,6 milhões. No volume embarcado, 377.103 toneladas, ele é 96,45% do total exportado em julho do ano passado, com 390.982 toneladas. No volume, queda de 5,7% em relação a junho. Na receita por média diária, US$ 39,9 milhões, ela é 30,6% maior que a registrada em julho de 2021. No comparativo com a semana anterior, houve recuo de 3,4%. Em toneladas por média diária, 17.957 toneladas, houve alta de 1,0% no comparativo com o mesmo mês de 2021. Comparada a semana anterior, retração de 2,8%. No preço pago por tonelada, US$ 2.223, ele é 29,2% superior ao praticado em julho passado. O resultado, frente ao valor atingido na semana anterior, representa leve baixa de 0,6%.

AGÊNCIA SAFRAS


CARNES


Produção de carne bovina do Brasil deve cair ao menor nível em mais de 20 anos, diz Conab

A produção de carne bovina do Brasil deverá terminar 2022 com 8,115 milhões de toneladas (equivalente carcaça), o menor patamar em mais de 20 anos, enquanto as exportações devem avançar para novo recorde, de acordo com projeções publicadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na segunda-feira (01/08)


"A produção de carne bovina tende a manter o comportamento de redução na oferta, uma vez que a demanda no mercado interno está desaquecida", disse a Conab. A disponibilidade de carne bovina per capita deve ficar em torno de 25 quilos por habitante/ano, a menor de uma série histórica iniciada em 1996. A oferta per capita já chegou atingir máxima de 42,8 kg/habitante/ano, em 2006. O mercado interno deve abocanhar cerca de 65% da produção de carne bovina do Brasil este ano, enquanto a exportação ficará com o restante, em meio à forte demanda da China, que no primeiro semestre elevou as compras do produto brasileiro em 35%. Conforme dados da Conab, a exportação de carne bovina pelo Brasil deve passar para 2,8 milhões de toneladas (equivalente carcaça), uma máxima histórica, versus quase 2,5 milhões em 2021, o que ajuda explicar por que os preços estão em patamares elevados, apesar da demanda interna mais fraca. Se o processamento de carne bovina está caindo, diante de uma arroba bovina em patamares historicamente elevados, acima de 300 reais --o que também colabora para a elevação de custos aos consumidores--, a produção de carnes de frango e suína, consideradas proteínas substitutas, tem subido nos últimos anos. Para aves, a produção se mantém próxima a 15 milhões de toneladas, o que garante uma disponibilidade per capita de 48,6 quilos por habitante no ano. O índice, que atingiu o maior nível no ano passado chegando a 50,5 kg, deve registrar uma ligeira queda de 3% em 2022, dada a pequena redução da oferta, aumento das exportações e crescimento da população brasileira, disse a Conab. No caso de suínos, é esperada a maior produção para a série histórica, sendo estimada em 4,84 milhões de toneladas, um acréscimo de cerca de 3% na oferta do produto quando comparado com 2021. Esse cenário contribui para a tendência de leve aumento na disponibilidade per capita de carne suína no mercado brasileiro, saindo de 16,9 para 17,5 kg por habitante/ano, o que implica em maior oferta e pressão de baixa para os preços do produto. Considerando as três carnes, a produção está "estável" em torno de 28 milhões de toneladas, disse a Conab. "Mesmo com o aumento nas vendas ao mercado externo de aves e bovinos, a disponibilidade per capita de carnes no país se mantém acima de 90 quilos por ano, volume que garante o abastecimento brasileiro", afirmou a estatal. As exportações de carne de frango do país, também o maior exportador global desse produto, tendem a crescer 6% e podem atingir um novo recorde neste ano, ultrapassando 4,7 milhões de toneladas, segundo dados da estatal.

REUTERS


NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ


Castrolanda tem faturamento de R$ 3,3 bi no primeiro semestre de 2022

No primeiro semestre de 2022, a receita líquida da Cooperativa chegou a R$ 3,353 bilhões, número 26% maior em relação ao mesmo período de 2021. O resultado líquido foi de R$ 145 milhões, um incremento de 33% se comparado ao ano anterior


Os dados foram apresentados aos cooperados na última quarta-feira (27) durante a Pré-Assembleia Semestral de Balanço. O Diretor Executivo da Castrolanda, Seung Lee, avalia que a evolução dos resultados é significativa, principalmente em relação aos períodos anteriores desde o início da pandemia. “Apresentamos uma melhora no resultado, e isso é muito bom, tanto para a Cooperativa como para todos os cooperados. Mas também não podemos descansar, porque, do jeito que está o mercado, isso pode reverter a qualquer momento. Precisamos seguir alertas para o segundo semestre e, caso alguma coisa mude radicalmente, que a gente possa rever nossas ações rapidamente.” Para o Presidente da Castrolanda, Willem Berend Bouwman, os resultados demonstram a preocupação da Cooperativa em garantir o bem-estar dos negócios dos cooperados. “Nossas ações buscam sempre manter o abastecimento de insumos e a sustentabilidade das cadeias produtivas. Mais uma vez, mostramos a importância do modelo cooperativista nos nossos negócios, pois, mesmo em momentos de crise e com as adversidades do mercado, seguimos em crescimento”. Entre os projetos iniciados no primeiro semestre deste ano, está o Modelo de Gestão Castrolanda, que visa melhorar a eficiência operacional e ter equipes cada vez mais alinhadas e preparadas para enfrentar os desafios dos negócios. O aplicativo Ágil Castrolanda ganhou novas funcionalidades na parte de operações de mercado e traz uma forma mais rápida, eficaz e segura no processo de comercialização dos produtos na Cooperativa. Com relação às melhorias na estrutura física, foi finalizada a reforma do prédio da Pecuária, na Matriz, onde trabalham as equipes de Negócios Carnes e Leite. Na intercooperação, estão em avanço as obras na Queijaria e na Maltaria, localizadas em Ponta Grossa. A previsão é de que as indústrias sejam inauguradas em 2023.

Castrolanda


ECONOMIA/INDICADORES


Dólar fecha em ligeira alta em dia fraco no exterior

O dólar acabou fechando em ligeira alta ante o real na segunda-feira, com um pano de fundo externo menos favorável a risco diante de temores de recessão e preocupações geopolíticas


O dólar à vista registrou variação positiva de 0,09%, a 5,1772 reais na venda. O dia foi de bastante instabilidade nas praças financeiras globais, com forte queda do petróleo por temores de recessão, inflados por uma série de dados mais fracos da atividade manufatureira em economias centrais. A demanda por ativos de segurança --movimento que costuma elevar o dólar ante moedas como o real-- se deu ainda em meio a tensões acerca de uma viagem programada da presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan. A China alertou que seus militares nunca "ficariam de braços cruzados" se ela visitasse a ilha, autogovernada e reivindicada por Pequim. No campo doméstico, o mercado começa agosto com as atenções voltadas para o Banco Central, que na quarta-feira deverá anunciar aumento dos juros em 0,50 ponto percentual, para 13,75% ao ano. Há avaliações de que o Bacen pode reforçar sinais de que o ciclo de aperto monetário está próximo do fim, embora analistas também lembrem a piora nas expectativas inflacionárias para 2023. "O BCB pode se tornar o primeiro grande banco central a parar de fornecer impulsos 'hawkish' (na direção de alta de juros) à moeda", disse em nota o banco Goldman Sachs, segundo o qual a alta de juros da próxima quarta será a última deste ciclo. "De forma geral, isso deixa os juros locais de curto prazo atraentes em relação à moeda, especialmente se as visões cíclicas globais forem novamente pressionadas." O banco norte-americano estima que o dólar ficará em 5,50 reais dentro de três meses e em 5,30 reais ao fim de seis meses. Em 12 meses, a cotação cairia para 5,00 reais.

REUTERS


Ibovespa fecha em queda com ações de commodities

O Ibovespa fechou em queda na segunda-feira, com ações de commodities entre as maiores baixas


Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,91%, a 102.225,08 pontos. O volume financeiro nesta somou 23,4 bilhões de reais. Nesta sessão, na visão do diretor de Investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos, o tom foi ditado pela queda de papéis ligados ao setor de commodities, após dados mais fracos sobre atividade na China, Europa e EUA, refletidos em PMIs. Mas se por um lado esses dados pesam nas perspectivas de demanda de matérias-primas, por outro trazem algum alívio quanto ao prognóstico para a inflação e os juros, inclusive no Brasil, acrescentou ele, apoiando ações como as de tecnologia. Wall Street também encerrou com sinais negativos, referendando a fraqueza na bolsa paulista.

REUTERS


Mercado vê pressão inflacionária maior em 2023 e eleva estimativa para Selic a 11%, mostra Focus

O mercado elevou a perspectiva para a inflação em 2023 pela 17ª semana seguida e passou a ver uma política monetária mais apertada no ano que vem, às vésperas de reunião de agosto do Banco Central


A pesquisa Focus publicada na segunda-feira pela autoridade monetária mostrou que a estimativa para a alta do IPCA em 2023 aumentou em 0,03 ponto percentual, a 5,33%, com a previsão para o aumento dos preços administrados subindo a 7,08%, 0,02 ponto a mais do que na semana anterior. Diante desse cenário de inflação pressionada e acima do teto da meta, a estimativa para a Selic ao final de 2023 subiu a 11,00%, de 10,75% antes. Essas atualizações jogam mais pressão sobre o BC dias antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), na quarta-feira. O mercado prevê para esse encontro aumento de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, atualmente em 13,25%. A perspectiva no Focus é que a Selic estacione em 13,75% até o final deste ano. A conta para a inflação em 2022 caiu pela quinta vez seguida, a 7,15%, de 7,30% no levantamento anterior, graças à perspectiva agora de deflação de 0,75% nos preços administrados. O Focus anterior apontava variação positiva de 0,01% para esses custos. No entanto, isso é resultado dos efeitos da lei que estabelece um teto para as alíquotas de ICMS sobre os setores de combustíveis, gás, energia, comunicações e transporte coletivo, que não deverá ter impacto duradouro. O centro da meta oficial para a inflação em 2022 é de 3,5% e para 2023 é de 3,25%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. O levantamento semanal, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 melhorou em 0,04 ponto percentual, a 1,97%. Mas, para 2023, houve redução de 0,09 ponto, a 0,40%.

REUTERS


IPC-S recua 1,19% em julho com declínio de gasolina e passagens aéreas, diz FGV

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) passou a recuar 1,19% em julho, depois de avançar 0,67% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na segunda-feira, com quedas expressivas nos custos da gasolina e das passagens aéreas


Com isso, o índice passou a acumular avanço de 8,00% nos 12 meses até julho, de uma alta de 10,31% em junho. Os dados da FGV mostram que, em julho, o grupo Educação, Leitura e Recreação passou a cair 4,06%, depois de subir 2,06% no mês anterior. Os preços de Transportes também mostraram queda no mês passado, a uma taxa de 4,81%, contra avanço de 0,18% em junho. Esse resultado reflete os efeitos da lei que estabelece um teto para as alíquotas de ICMS sobre os setores de combustíveis, gás, energia, comunicações e transporte coletivo. Em julho, os itens com maiores influências negativas na variação do índice geral foram a gasolina --que teve queda de 14,24% no período-- e as passagens aéreas, cujos preços despencaram 19,81%.

REUTERS


Balança comercial brasileira tem superávit de US$ 5,444 bilhões em julho

Nos primeiros sete meses do ano, a balança acumulou saldo positivo de US$ 39,750 bilhões


A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 5,444 bilhões em julho, queda de 22,7% em relação ao mesmo mês de 2021, variação sempre calculada pela média diária. Os números foram divulgados na segunda-feira pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia. Com isso, nos primeiros sete meses do ano, a balança acumulou saldo positivo de US$ 39,750 bilhões, queda de 10,4% sobre o mesmo período do calendário anterior. As exportações somaram US$ 29,954 bilhões em julho, com alta de 23% sobre o mesmo mês de 2021. Já as importações alcançaram US$ 24,510 bilhões e tiveram alta de 41,6% sobre julho do ano anterior. No acumulado de 2022, as exportações somaram US$ 194,079 bilhões, alta de 20% em relação ao mesmo período do ano antecedente. Já as importações ficaram em US$ 154,328 bilhões, aumento de 31,6%. Por sua vez, a corrente de comércio, soma de exportações e importações e considerada o principal indicador da balança pela Secex, alcançou US$ 348,407 bilhões no período, alta de 24,9%. Para este ano, a Secex calcula superávit de US$ 81,5 bilhões, resultado de US$ 349,4 bilhões em exportações e US$ 268 bilhões em importações. Nesse caso, a corrente de comércio ficaria em US$ 617,4 bilhões. As exportações agropecuárias cresceram 40,18% em julho, sempre calculadas pela média diária, em relação ao mesmo mês do ano anterior. No caso da indústria extrativa, houve queda de 5,55%, enquanto no caso da indústria de transformação houve alta de 33,19%. Pelo lado das importações, houve altas de 8,92% nas compras agropecuárias, 35,23% na indústria extrativa e 43,37% na indústria de transformação. As exportações brasileiras para China, Hong Kong e Macau, principais destinos dos produtos brasileiros, caíram 0,51% em julho, pela média diária, em relação ao mesmo mês do ano anterior. Já as vendas totais para a Ásia subiram 7,15%. Na mesma base de comparação, as vendas para a América do Norte aumentaram 11,27%, enquanto, para a América do Sul, registraram elevação de 64,69% e, para a Europa tiveram alta de 46,49%. Já nos primeiros sete meses do ano, as vendas para a China caíram 1,06% e para toda a Ásia subiram 5,67%. As exportações para a América do Norte avançaram 25,56%. Para a América do Sul, tiveram incremento de 39,53%. Por sua vez, para a Europa, apresentaram alta de 31,90%.

VALOR ECONÔMICO


Preços livres mostram inflação ainda bastante pressionada

Energia e combustível caem, mas alimentos e serviços seguem em alta


Embora os efeitos dos cortes de impostos já tenham sido notados na prévia da inflação de julho, um olhar menos pontual para os indicadores mostra que ainda não há muito o que comemorar. Métricas que buscam retratar a tendência de curto prazo como a média móvel trimestral, anualizada e com ajuste sazonal, indicam que preços mais voláteis, como de combustíveis e energia, alvos das reduções de alíquotas, já passaram o pico e registram deflação. A inflação dos alimentos, porém, com peso maior na cesta de consumo dos mais pobres, demonstra mais dificuldade para ceder, enquanto os preços dos serviços, inclusive, aceleram. A média móvel trimestral é uma forma de suavizar movimentos mensais, mas ainda captar a tendência “na ponta” de modo mais dinâmico do que a variação em 12 meses. “A inflação em 12 meses carrega muita coisa do passado. Com a média móvel trimestral a gente busca antecipar o que vai acontecer com a inflação em 12 meses”, explica Daniel Karp, economista do Santander. O IPCA-15 de julho é um bom exemplo de como o indicador de um mês pode registrar comportamentos pontuais. O índice desacelerou para 0,13%, vindo de 0,69% em junho, basicamente porque os preços administrados (definidos por contrato ou órgão público) passaram de alta de 0,86% para deflação de 1,5%. “Teve uma queda concentrada decorrente das medidas de desoneração”, diz Basiliki Litvac, economista-sênior da MCM Consultores, em referência aos cortes de impostos sobre energia e combustíveis. Esse grupo, no entanto, tem peso menor nos índices de inflação do que, por exemplo, a alimentação no domicílio (5,7% contra 15,7%) e sua participação é mais relevante para famílias de renda mais alta, principalmente no caso da gasolina. Tanto que, em junho, antes do corte de impostos, a inflação das famílias de renda alta (0,98%) superou a de famílias de renda muito baixa (0,61%), segundo o Ipea. De qualquer forma, os efeitos dessas medidas também aparecem nas médias móveis de três meses anualizadas e dessazonalizadas cheias. O IPCA-15 despencou de 15,3% em junho para 8,6% em julho, com os preços administrados indo de alta de 12,4% para deflação de 4,9%, segundo a MCM. Nos cálculos do Santander, a deflação dos monitorados foi de 7%. A prévia de julho está rodando abaixo do dado em 12 meses, o que indica que a inflação no acumulado fez pico e deve continuar a desacelerar, pelo menos nos indicadores cheios, diz Karp, que calcula um IPCA-15 de 8,8% na média trimestral de julho, para um acumulado em 12 meses de 11,4%. O total dos preços livres, no entanto, arrefeceu muito menos, de 15,9% para 15%, segundo a MCM. “A inflação não está dando a trégua que parece”, alerta José Júlio Senna, chefe do Centro de Estudos Monetários do Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre) e consultor associado da MCM. Reflexos dos cortes de impostos podem aparecer nos preços livres sob a forma de reduções de custos relevantes para a produção, mas ainda está cedo para se observar isso, segundo Litvac. “Os preços livres ainda estão pautados em outras dinâmicas.” Uma delas é a dos serviços, cujos preços na média móvel trimestral, na verdade, aceleraram de 12,4% para 13% entre o IPCA-15 de junho e o de julho. “É uma taxa elevada”, afirma Litvac. Os serviços subjacentes, aqueles mais ligados ao ciclo econômico, passaram de 11,2% para 12%. Em ambos os casos, no período de 2014 a 2016, quando a inflação de serviços no Brasil estava bastante pressionada, essas taxas rodavam entre 8% e 10% na média móvel de três meses, observa Karp. Nos seus cálculos, a inflação dos serviços subiu para 14,4% na prévia de julho, enquanto os serviços subjacentes foram a 12,4%. “Está com tendência de alta e nenhum sinal de arrefecimento. A inflação cheia tem alguns sinais de melhora, mas essa parte de serviços ainda está bem complicada”, afirma Karp. Outra dinâmica importante, segundo ele, é a dos preços dos alimentos, que estão muito voláteis. “Na média móvel de três meses, ainda está em 21%, com 12 meses em 17%. Não está bonito”, diz Karp, em referência à alimentação no domicílio.

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