Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 184 |03 de agosto de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Preço do boi gordo paulista recua para R$ 306/@, aponta Scot Consultoria
Neste início de agosto, a pressão baixista registrada nas últimas semanas de julho se manteve
Com as escalas atendendo, em média, a primeira quinzena de agosto, as cotações para o boi gordo e novilha gorda recuaram R$ 2/@ nas praças do interior de São Paulo, informou na terça-feira, 2 de agosto, a Scot Consultoria. O boi gordo paulista, destinado ao mercado interno (sem prêmio-exportação) passou a valer R$ 306/@, preço bruto, no prazo. A cotação da vaca gorda no mercado paulista caiu para R$ 280/@, nas mesmas condições de pagamento. O valor da novilha gorda ficou estável em São Paulo, em R$ 298/@ (preço bruto e a prazo), disse a Scot. Bovinos com destino ao mercado da China também perderam força na terça-feira. Dados da Scot indicam queda diária de R$ 5/@, para R$ 315/@. Segundo apurou a IHS Markit, no âmbito nacional, a queda de braço entre frigoríficos e pecuaristas limitou o volume de negociações envolvendo animais terminados. De acordo com a consultoria, grande parte das indústrias frigoríficas ainda opta por ficar fora das compras de gado, já que dispõe de lotes comprados nas operações de boi a termo provindas de parcerias com os pecuaristas. Nas últimas semanas, a composição das escalas de abate das indústrias inclui uma maior parcela de animais de confinamento próprio e/ou parceria com grandes invernistas. De toda forma, reforça a IHS, embora os preços do boi gordo continuem estagnados na maioria das praças pecuárias, há uma forte especulação baixista. “Essa disputa deve se arrastar até o término da primeira quinzena de agosto”, prevê a IHS. No mercado físico, o ambiente sugere preços mais firmes a partir da segunda quinzena de agosto, projeta a IHS. “A oferta de animais provindos do primeiro giro de confinamento é limitada”, dizem os analistas da IHS, completando: a oferta de animais terminados deve ficar comprometida “até a entrada de animais oriundos do segundo giro de confinamento, o que deverá ocorrer a partir da virada de setembro para outubro”. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 300/@ (à vista) vaca a R$ 275/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 315/@ (prazo) vaca a R$ 285/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 287/@ (prazo) vaca a R$ 270/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 265/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 287/@ (prazo) vaca a R$ 272/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 270/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 290/@ (à vista) vaca a R$ 270/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 285/@ (à vista) vaca a R$ 270/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca R$ 275/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 324/@ (à vista) vaca a R$ 272/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 280/@ (prazo) vaca a R$ 282/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 284/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 280/@ (prazo) vaca a R$ 265/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 280/@ (à vista) vaca a R$ 263/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 270/@ (à vista) vaca a R$ 255/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 275/@ (à vista) vaca a R$ 260/@ (à vista).
PORTAL DBO
Custo de produção da pecuária de corte de MT sobe mais de 6% no 2º tri
O custo de produção da pecuária de corte de Mato Grosso, estado com o maior rebanho bovino brasileiro, subiu mais de 6% no segundo trimestre do ano em relação ao trimestre anterior, impulsionados pelos preços de suplementação animal, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea)
O custo operacional total (COT) para o sistema de cria teve alta de 6,22% para R$ 177,81/arroba. Já o COT para ciclo completo subiu 6,3% para R$ 149,50/arroba, segundo relatório divulgado pelo Imea na segunda-feira (01). Os preços da suplementação animal subiram 10,67% e 8,74%, respectivamente, para esses dois sistemas de produção, devido à valorização dos concentrados como o milho e farelo de soja. Já o COT do sistema de recria e engorda caiu 2,45% no segundo trimestre para R$ 265,19/arroba, influenciado pela queda de 10,38% no custo com aquisição de animais. “Esse recuo nos preços da reposição foi reflexo da elevada oferta que começou a surgir e impactou nas cotações”, disse o Imea.
IMEA
SUÍNOS
Carcaça especial e a arroba suína sobem em São Paulo
A arroba e a carcaça suína subiram em São Paulo na terça-feira (2), enquanto os preços do animal vivo seguem em queda em outras praças
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF subiu 0,81%/3,82%, atingindo R$ 124,00/136,00, enquanto a carcaça especial aumentou 2,17%/2,11%, alcançando R$ 9,40/R$ 9,70 o quilo. No caso do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (1), houve aumento apenas em Minas Gerais, na ordem de 1,33%, chegando em R$ 6,85/kg. O preço caiu 1,61% no Paraná, custando R$ 6,11/kg, baixa de 0,72% em São Paulo, descendo para R$ 6,94/kg, recuo de 0,32% no Rio Grande do Sul, com preço de R$ 6,25/kg, e de 0,16% em Santa Catarina, fechando em R$ 6,35/kg.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Frango sobe 1,59% no atacado paulista
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 6,10/kg, enquanto o frango no atacado subiu 1,59%, chegando em R$ 7,67/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina não houve mudança de preço, custando R$ 4,25/kg, nem no Paraná, valendo R$ 5,53/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (1), tanto a ave congelada quanto a resfriada ficaram com preços estáveis, custando, respectivamente, R$ 7,98/kg e R$ 8,00/kg.
Cepea/Esalq
USDA anuncia ação para declarar a Salmonella um adulterante em produtos de frango
O Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar (FSIS) do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) está anunciando que declarará a Salmonella como adulterante em produtos de frango cru empanado e recheado
“A segurança alimentar está no centro de tudo o que o FSIS faz”, disse o secretário de Agricultura, Tom Vilsack. “Essa missão nos guiará, pois, este importante primeiro passo lança uma iniciativa mais ampla para reduzir as doenças de Salmonella associadas às aves nos EUA”. “O anúncio de hoje é um momento importante na segurança alimentar dos EUA porque estamos declarando a Salmonella um adulterante em um produto cru de aves”, disse Sandra Eskin, subsecretária adjunta de segurança alimentar do USDA. “Este é apenas o começo de nossos esforços para melhorar a saúde pública”. Ao declarar a Salmonella como adulterante nesses produtos, o FSIS poderá garantir que produtos altamente contaminados que possam deixar as pessoas doentes não sejam vendidos aos consumidores. Desde 1998, produtos de frango cru empanados e recheados foram associados a até 14 surtos e aproximadamente 200 doenças. Os produtos desta categoria são encontrados na seção de freezer e incluem alguns produtos de frango cordon bleu ou frango à Kiev. Esses produtos parecem cozidos, mas são tratados termicamente apenas para firmar a massa ou empanar e o produto contém aves cruas. Esforços contínuos para melhorar a rotulagem dos produtos não têm sido eficazes na redução de doenças do consumidor. Produtos de frango cru empanados e recheados serão considerados adulterados quando excederem um nível muito baixo de contaminação por Salmonella e estiverem sujeitos a ação regulatória. O FSIS proporá estabelecer o limite de 1 unidade formadora de colônia (UFC) de Salmonella por grama para esses produtos, um nível que a agência acredita que reduzirá significativamente o risco de doenças ao consumir esses produtos. A agência também buscará comentários sobre se um padrão diferente para adulteração – como tolerância zero ou um baseado em sorotipos específicos – seria mais apropriado. Espera-se que o aviso seja publicado no Federal Register no outono e o FSIS buscará comentários públicos que abordem qual deve ser o padrão, bem como para informar um plano de implementação final, incluindo um programa de testes de verificação. Uma vez publicado, o aviso será publicado na página Federal Register & Rulemaking do FSIS para revisão e comentários. Quando a proposta for finalizada, o FSIS anunciará seus planos finais de implementação e a data em que iniciará os testes de rotina para Salmonella nesses produtos.
USDA
África do Sul suspende tarifas de frango para aliviar pressões de preços
A África do Sul suspendeu as tarifas sobre aves por 12 meses como parte de medidas para aliviar a inflação de alimentos
O governo suspendeu as tarifas sobre as importações da proteína do Brasil, Dinamarca, Irlanda, Polônia e Espanha por causa do impacto que podem ter no preço, segundo um diário publicado segunda-feira. O frango é uma das fontes de proteína mais acessíveis na África do Sul. A taxa de inflação anual atingiu 7,4% em junho, o nível mais alto desde a crise financeira global, com os preços dos alimentos subindo 9%. O preço de 10 quilos de pedaços de frango congelado aumentou quase 14% em junho em relação ao ano anterior, para 383,53 rands (US$ 23,31), de acordo com o Índice de Acessibilidade Doméstica compilado pelo Pietermaritzburg Economic Justice & Dignity Group, um proeminente anti- organização da pobreza. A Associação Sul-Africana de Importadores e Exportadores de Carne, que pediu ao governo em abril que considerasse uma moratória nas tarifas de frango importado para ajudar a conter a inflação, disse que a decisão ajudaria os consumidores. “O frango é a fonte de proteína mais acessível e, portanto, vital para os consumidores sul-africanos, especialmente aqueles que vivem abaixo da linha da pobreza”, disse Paul Matthew, CEO da AMIE, em comunicado por e-mail. O México e a Coreia do Sul também removeram as tarifas de importação de aves para conter a inflação nos últimos meses. Os EUA também estão considerando suspender tarifas sobre vários produtos e no mês passado disseram que não imporiam nenhuma às importações russas e trinitárias de nitrato de uréia e amônio, que é usado em fertilizantes líquidos.
Bloomberg
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Paraná já colheu 57% do milho e Deral indica quedas de produtividade em diversas regiões
Geadas e enfezamentos foram responsáveis por diminuição dos rendimentos
A Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná divulgou, por meio do Departamento de Economia Rural (Deral), seu o relatório de plantio e colheita das principais safras do estado. O relatório semanal apontou que 57% das lavouras de segunda safra já foram colhidas no estado. Enquanto isso, 93% da área está em maturação e os 7% restantes seguem em frutificação. As localidades mais adiantadas na colheita são Irati (100%), Pato Branco (95%), Guarapuava e União da Vitória (90%), Francisco Beltrão e Ponta Grossa (85%). Já as mais atrasadas são Jacarezinho (15%), Cornélio Procópio (16%), Londrina (24%) e Umuarama (26%). Do lado da qualidade dessas áreas, os técnicos do Departamento classificaram 67% das lavouras como em boas condições, 25% em médias e 8% em ruins. As regionais com maiores índices de lavouras avaliadas como ruins são Laranjeiras do Sul e Pato Branco (40%), Francisco Beltrão (25%), Umuarama (20%) e Cascavel (16%). Detalhando as regiões paranaenses, os técnicos do Deral destacam que a maioria das áreas de milho está em maturação na região Norte, com a colheita avançando onde a umidade dos grãos possibilitou as atividades. “Há uma pequena queda no rendimento, pois além da cigarrinha, que dificultou o desenvolvimento vegetativo do cereal, as doenças de fim de ciclo e o pulgão do milho vêm afetando o milho mais recentemente”. Nas regionais Oeste e Centro-Oeste observa-se perdas na produção nas áreas de milho acometidas por geada, enfezamento e outras doenças. A porcentagem da área colhida aumenta na região de Noroeste com expectativa de produção diminuindo, principalmente em função do enfezamento. Na região Sul, a colheita se encaminha para a reta final com bons rendimentos em Pitanga, mas produtividades menores em Laranjeiras do Sul. A região Sudoeste aproveitou o clima seco dos últimos dias para avançar com a colheita que deve se encerrar nos próximos dias. “A produtividade foi diminuindo nas lavouras mais tardias e a produção ficará abaixo das estimativas iniciais”.
SEAB-PR
Frísia prevê aumento da área agrícola e do número de cooperados no Tocantins
Para a safra 22/23, estimativa é de 50 mil hectares de soja e milho, novos investimentos e a construção da sua primeira loja agropecuária no Estado
Há seis anos no Tocantins, a Frísia apresenta um crescimento em números de cooperados, áreas de atuação e unidades no Estado. Esse trabalho se deve à aplicação do “Planejamento Estratégico Rumo aos 100 anos”, que conduz as ações da cooperativa visando gerar maior rentabilidade aos cooperados. Na safra 22/23, a cooperativa estima uma área total de 50 mil hectares, sendo 35 mil de soja e 15 mil da safrinha de milho - em 2016, ano da chegada, eram menos de 4 mil hectares de área total. Erica Lima é coordenadora Comercial da Frísia no Tocantins e acompanhou a instalação do primeiro entreposto da cooperativa no Estado, em Paraíso do Tocantins. O município está distante cerca de 60 km de Palmas e conta com uma ampla estrutura de recebimento de grãos, além de um campo demonstrativo experimental - com o apoio da Fundação ABC. Somado ao entreposto, que tem capacidade atual de 42 mil toneladas de armazenamento, haverá até o fim de setembro a inauguração da primeira loja agropecuária da Frísia no Estado. “Vamos inaugurar uma loja agropecuária, o que dará tranquilidade ao cooperado para o atendimento das suas necessidades, e promoverá todo o suporte técnico e comercial para auxiliá-lo a crescer e continuar se consolidando”, destaca Lima. A Frísia conta atualmente com 134 cooperados (em 2016 eram somente 5) localizados em 22 municípios da região central do Tocantins. O objetivo, explica Lima, é expandir nos municípios onde a cooperativa está presente. “Já iniciamos estudos para futuros entrepostos em outros municípios de atuação”. A recepção de grãos da Frísia no Estado apresentou um aumento de 51% em 2021 em relação ao ano anterior. Para elevar ainda mais esse número, a cooperativa aumentará o número de entrepostos, sendo o próximo em Dois Irmãos do Tocantins. Com capacidade de armazenamento de 21 mil toneladas de grãos, a unidade deverá atender uma região que conta com aproximadamente 45 mil hectares de área plantada, que envolve os municípios de Dois Irmãos do Tocantins, Araguacema, Abreulândia e Goianorte.
Frísia
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar fecha em forte alta e encosta em R$ 5,28 com comentários de membros do Fed
Moeda americana subiu 1,96%, a R$ 5,2792, no mercado à vista
Em um dia de aversão a risco global, o dólar fechou em alta de 1,96%, sendo negociado a R$ 5,2792 no mercado à vista. A disparada refletiu, incialmente, os temores dos possíveis desdobramentos da viagem de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Estados Unidos, a Taiwan, que elevou os ganhos da divisa americana contra moedas desenvolvidas e emergentes no exterior. Porém, o movimento foi intensificado pelos comentários de integrantes do Federal Reserve (Fed) no início da tarde, os quais foram lidos como mais duros por integrantes do mercado. Na máxima do dia, o dólar comercial foi a R$ 5,2799. O dólar futuro para setembro subia 1,65%, a R$ 5,3245, por volta das 17h10. Já no exterior, o índice DXY, que mede a força do dólar ante uma cesta de seis divisas principais, subia 0,77%, negociado a 106,26 pontos.
VALOR ECONÔMICO
Ibovespa se descola de Nova York e sobe mais de 1%, liderado por Vale e bancos
Sessão foi de forte volatilidade nos mercados globais
Em sessão de forte volatilidade ao redor do globo, enquanto investidores monitoravam a tensão geopolítica entre Estados Unidos e China e a saúde da economia mundial, o Ibovespa conseguiu se descolar de pares internacionais liderado por mineradoras, siderúrgicas e bancos. Ao final do dia, o índice avançou 1,11%, aos 103.362 pontos, com mínima intradiária em 101.694 pontos e máxima de 103.660 pontos. Em Nova York, o índice S&P 500 recuou 0,67%, aos 4.091 pontos, o Dow Jones perdeu 1,23%, aos 32.396 pontos, e o Nasdaq teve queda de 0,16%, aos 12.348 pontos.
VALOR ECONÔMICO
IPC-Fipe desacelera alta a 0,16% em julho com queda em custos de transportes
Por outro lado, o grupo que exerceu o maior peso no índice do mês foi Alimentação, com alta de 0,95%, ante avanço de 0,93% em junho
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de São Paulo desacelerou a alta a 0,16% em julho, depois de avançar 0,28% em junho, com queda nos custos de transportes. Os dados divulgados na terça-feira pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostram que os preços de Transportes recuaram 2,7% no mês, depois de uma queda de 0,25% no mês anterior. O resultado se dá na esteira de medidas do governo para reduzir a inflação elevada este ano, como a lei que estabelece um teto para as alíquotas de ICMS sobre os setores de combustíveis, gás, energia, comunicações e transporte coletivo. Os custos de Habitação ainda deixaram para trás a queda de 0,57% registrada em junho e passaram a subir 0,37% em julho.
REUTERS
Produção industrial do Brasil tem queda em junho e interrompe 4 meses de ganhos
A indústria brasileira chegou ao final do segundo trimestre com queda acima do esperado em junho, interrompendo quatro meses seguidos de ganhos, em meio a dificuldades para superar o aumento nos custos de produção e os problemas de oferta
A produção industrial brasileira teve queda de 0,4% em junho na comparação com maio, contra uma contração esperada em pesquisa da Reuters de 0,2%. O último resultado negativo havia sido em janeiro, de 1,9%, perda que o setor ainda não conseguiu recuperar, já que nos quatro meses no azul a indústria acumulou alta de 1,8%. O setor ainda está 1,5% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020. Os dados foram divulgados na terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Você tem uma indústria que não consegue ter uma trajetória sustentável de crescimento", afirmou o gerente da pesquisa, André Macedo. Em relação a junho do ano passado, houve recuo de 0,5% da produção do país, contra expectativa de queda de 0,2%. A indústria brasileira se favoreceu na primeira metade do ano das medidas do governo para incentivar o consumo, bem como da redução na taxa de desemprego. Entretanto, o crescimento permaneceu baixo e o setor teve dificuldades para aumentar a marcha em um cenário de inflação e juros elevados no país. Problemas de oferta em meio à guerra na Ucrânia também pesaram. "Nesse sentido, o comportamento da atividade industrial tem sido marcado por paralisações das plantas industriais, reduções de jornada de trabalho e concessão de férias coletivas", explicou Macedo. "Também permanecem os fatores que restringem a demanda doméstica, como a inflação mais elevada, os juros mais elevados que encarecem o crédito e o mercado de trabalho, que, mesmo com recuperação na taxa de desocupação, ainda tem 10 milhões de pessoas fora dele", completou. Em junho, os resultados negativos foram disseminados entre as atividades econômicas, com a maior influência vindo da queda de 14,1% na produção do setor de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, que havia acumulado alta de 5,3% nos dois meses anteriores. Por outro lado, a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias teve expansão de 6,1%, mas a atividade ainda está 8,5% abaixo do patamar pré-pandemia. Entre as quatro categorias econômicas, três recuaram na comparação com maio. A maior queda foi do setor produtor de bens de capital, de 1,5%. O setor de bens intermediários teve contração de 0,8%, enquanto os bens de consumo semi e não duráveis apresentaram queda de 0,7%. O único avanço em junho foi do segmento de bens de consumo duráveis, de 6,4%. Economistas temem que os dados da indústria possam sinalizar uma tendência econômica de baixa. "Junto com pesquisas mais fracas no mês passado, (o resultado) fornece mais evidências de que a economia está perdendo ímpeto", disse William Jackson, economista-chefe de mercados emergentes da Capital Economics. "O crescimento do PIB na segunda metade do ano deve ser bem mais fraco do que no primeiro semestre."
REUTERS
Índice de Confiança do Agronegócio, calculado pela Fiesp, teve queda no 2º trimestre
Preocupação com a economia brasileira aumentou no campo
O aumento da preocupação com a economia brasileira, alimentado por inflação, reflexos da alta de juros sobre o crédito e aumento de custos, provocou, no segundo trimestre deste ano, uma pequena queda no Índice de Confiança do Agronegócio (ICAgro), calculado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) a partir de pesquisa de campo da Agroconsult. O indicador fechou o período em 110,3 pontos, 1,2 ponto a menos que no primeiro trimestre. O resultado é dimensionado a partir de 1,5 mil entrevistas (645 válidas) com agricultores e pecuaristas do país. Cerca de 50 indústrias também são ouvidas. O índice que mede especificamente a confiança dos produtores agropecuários passou de 107,2 pontos, entre janeiro e março, para 106,3 pontos. A retração foi determinada pelo menor otimismo dos agricultores (baixa de 109,1 para 107,2 pontos), enquanto entre os pecuaristas houve alta de 101,4 para 103,8 pontos. A Fiesp realça que nos dois grupos, porém, cresceu o pessimismo sobre o crédito. Entre os agricultores, também pesou para a queda o recuo dos preços de commodities como milho e algodão. Mas o temor de que fosse faltar fertilizantes para a próxima safra de verão, que no primeiro trimestre era palpável, se dissipou, o que evitou uma erosão maior no índice de confiança. Já o melhor humor dos pecuaristas pode ser atribuído, em boa medida, ao bom ritmo das exportações de carnes. Entre as indústrias, houve alta da confiança entre aquelas que atuam “antes da porteira” — de 107,7 pontos, no primeiro trimestre, para 109,8 no segundo — e baixa de 117,4 para 114,5 pontos entre as que concentram os negócios “depois da porteira”. “Antes da porteira”, realça Roberto Betancourt, diretor titular do Departamento de Agronegócio da Fiesp, o “alívio” na oferta de insumos fez a diferença, enquanto “depois da porteira” o aumento de custos (especialmente da energia) e a escalada da inflação tornaram o cenário mais nebuloso.
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