Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 192 |15 de agosto de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Semana terminou com nova rodada de baixas do boi gordo
No mercado físico do boi gordo, a segunda semana de agosto registrou forte especulação baixista sobre os preços da arroba, refletindo sobretudo o baixo interesse das indústrias frigoríficas pela compra da matéria-prima.
A sexta-feira (12/8) foi de novos movimentos de queda da arroba bovina em algumas regiões brasileiras, com destaque para as praças do Mato Grosso, justamente um dos estados onde o frigorífico JBS anunciou férias coletivas, de acordo com informações repassadas pelas consultorias que cobrem diariamente o setor pecuário em todo o País. Além disso, os embarques de carne bovina perderam força na primeira semana de agosto, em comparação o volume registrado em igual período de 2021. Na sexta-feira, nas praças do interior de São Paulo, o mercado do boi gordo permaneceu praticamente parado, com estabilidade nos preços do boi gordo, informou a Scot Consultoria. A cotação do boi gordo destinado ao mercado interno (sem prêmio-exportação) seguiu valendo R$ 300/@, segundo os dados da Scot. Para o boi-China, paga-se ao redor de R$ 310/@ em São Paulo, enquanto vaca e a novilhas gordas são negociadas, respectivamente, por R$ 278/@ e R$ 292/@ (preços brutos e a prazo), de acordo com o levantamento realizado pela Scot. Além da informação envolvendo a JBS, de férias coletivas em seis unidades de abate situadas nos Estados do Pará, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o mercado repercutiu a notícia de suspensão temporária das exportações para China mantidas pelo frigorífico Redentor, que “também impactou a formação dos preços em todo o mercado nacional”, relata a IHS. Na sexta-feira, o Redentor, localizado no município de Guarantã do Norte (MT), emitiu um comunicado confirmando a suspensão chinesa, apesar de não mencionar o motivo do embargo. Na avaliação da consultoria, a pressão negativa sobre os preços do boi gordo deve continuar no curtíssimo prazo, já que as escalas de abate estão abastecidas até o final do mês, com relatos de operações que já avançam a primeira semana de setembro. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 300/@ (à vista) vaca a R$ 280/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 31o/@ (prazo) vaca a R$ 285/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 280/@ (prazo) vaca a R$ 260/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 280/@ (prazo) vaca a R$ 260/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 287/@ (prazo) vaca a R$ 270/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 280/@ (prazo) vaca a R$ 265/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 283/@ (à vista) vaca a R$ 265/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 280/@ (à vista) vaca a R$ 265/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca R$ 275/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 321/@ (à vista) vaca a R$ 297/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 270/@ (prazo) vaca a R$ 262/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 284/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 280/@ (prazo) vaca a R$ 265/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 280/@ (à vista) vaca a R$ 263/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 265/@ (à vista) vaca a R$ 250/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 265/@ (à vista) vaca a R$ 260/@ (à vista).
PORTAL DBO
SUÍNOS
Suínos: mercado estável na sexta-feira
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 135,00/R$ 140,00, assim como a carcaça especial, valendo R$ 10,00/R$ 10,50 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (11), houve alta de 0,52% em Minas Gerais, chegando em R$ 7,70/kg, e de 0,47% em Santa Catarina, atingindo R$ 6,41/kf. Ficaram estáveis os preços no Paraná, custando R$ 6,48/kg, R$ 6,40/kg no Rio Grande do Sul e R$ 7,21/kg em São Paulo.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Frangos: Sexta-feira de cotações com poucas alterações
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 6,10/kg, enquanto o frango no atacado cedeu 0,52%, custando R$ 7,68/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina não houve mudança de preço, custando R$ 4,25/kg no Paraná, houve aumento de 0,18%, chegando em R$ 5,48/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (11), tanto a ave congelada quanto a resfriada não mudaram de preço, valendo, respectivamente, R$ 8,10/kg e R$ 8,12/kg.
Cepea/Esalq
Frango/Cepea: Embarques de carne de frango à China recuam mais de 19%
As vendas de carne de frango à China registraram queda entre junho e julho
Segundo dados da Secex compilados pelo Cepea, 37,6 mil toneladas de carne de frango foram enviadas ao país no mês passado, baixas de 19,2% frente a junho e de expressivos 40,5% na comparação com julho/21. O alto valor do produto nacional tem sido um dos motivos para a diminuição das vendas à China, que busca diversificar suas importações de carne e consegue, devido ao seu poder de barganha por conta do volume que importa, obter preços mais atrativos no mercado internacional. Apesar do forte recuo no volume embarcado, o preço médio das exportações aumentou. Dados da Secex mostram que, em julho, a carne de frango brasileira teve média de R$ 11,81/kg, o maior patamar de preço em moeda nacional da série histórica, iniciada em 1997, sendo 6,2% maior que a cotação de junho e 31,4% acima do preço observado em julho/21.
Cepea
Preço médio de exportações de carne de frango foi recorde em julho
O preço médio das exportações de carne de frango brasileira em julho aumentou para R$ 11,81/kg, maior patamar de preço da série histórica iniciada em 1997, segundo dados compilados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea)
O preço também ficou 31,4% superior ao registrado em julho do ano passado e 6,2% acima do embarcado em junho. O aumento no preço da carne de frango contribuiu para que a China reduzisse as compras do produto brasileiro em 40,5% ante igual mês do ano passado e de 19,2% ante junho. “O alto valor do produto nacional tem sido um dos motivos para a diminuição das vendas à China, que busca diversificar suas importações de carne e consegue, devido ao seu poder de barganha por conta do volume que importa, obter preços mais atrativos no mercado internacional”, disse o Cepea em nota na sexta-feira (12).
Cepea
MEIO AMBIENTE
Desmatamento na Amazônia bate recorde nos primeiros 7 meses do ano
O desmatamento na floresta amazônica brasileira atingiu um recorde nos primeiros sete meses do ano, mostraram dados preliminares do governo na sexta-feira, enquanto o país caminha para o pior período da temporada anual de queimadas
De acordo com dados do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 5.474 quilômetros quadrados foram desmatados na região de janeiro a julho, um aumento de 7,3% em relação ao mesmo período do ano passado, o que significa que uma área sete vezes o tamanho da cidade de Nova York foi destruída no período. Somente em julho, o desmatamento totalizou 1.487 quilômetros quadrados, praticamente igualando os níveis observados no mesmo mês de 2021. A área desmatada no mês passado foi quase a mesma da cidade de São Paulo. Ambientalistas e especialistas culpam Bolsonaro por reverter a proteção ambiental, abrindo espaço para madeireiros e pecuaristas desmatarem áreas na Amazônia. "É mais um número que estarrece, mas não surpreende", disse Marcio Astrini, secretário-executivo do grupo ambiental Observatório do Clima, acrescentando que o desmatamento "fora de controle" na Amazônia veio na onda das estratégias do governo para reduzir a proteção. O Palácio do Planalto encaminhou ao Ministério do Meio Ambiente pedido de comentário. O ministério destacou que "o acumulado dos últimos 12 meses aponta redução de 2,16%" no desmatamento. Os números mais recentes ocorrem no momento em que o Brasil se aproxima do pior período de sua temporada anual de queimadas na Amazônia. Dados do Inpe mostram que os registros de incêndios na região tendem a aumentar em agosto e setembro. Em julho, esses registros aumentaram 8% em relação ao ano anterior, para um total de 5.373, embora permanecendo abaixo da média de 6.213. No mês passado, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu uma licença prévia que permitirá que uma grande rodovia seja asfaltada no centro da floresta amazônica, em um movimento que ameaça aumentar ainda mais o desmatamento.
Reuters
EMPRESAS
Recuperação de preços da carne vendida à China anima Marfrig
Tendência beneficia exportações a partir do Brasil
O preço da carne bovina vendida pela Marfrig do Brasil para a China está começando a subir novamente, após uma queda em julho, afirmou o CEO da companhia para a América do Sul, Miguel Gularte. “A perspectiva é que essa recuperação siga ocorrendo”, disse, em teleconferência com analistas sobre os resultados da empresa do segundo trimestre. O executivo reforçou, ainda, que a diferença entre o preço da tonelada recebido pela empresa pela carne exportada e a média brasileira — com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) — também aumentou. A Marfrig não revela o número da companhia. A operação sul-americana ganhou uma atenção especial dos analistas na sexta-feira. No trimestre passado, o sólido desempenho da empresa na região ajudou a reduzir a queda provocada por um aperto nas margens da controlada americana National Beef. Entre abril e junho, a receita líquida da Marfrig na América do Sul avançou 41,6% em relação a igual período do ano passado, para R$ 7,1 milhões. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado quase quadruplicou, para R$ 678 milhões. Gularte reforçou que a plataforma de vendas da empresa à Ásia deu tração para o resultado. A companhia tem sete plantas no Brasil habilitadas a exportar para a China, além de quatro no Uruguai e duas na Argentina. “Cerca de 74% das nossas exportações foram para a Ásia, mas nós não somos dependentes da China. Também tivemos bom desempenho na Europa e nos Estados Unidos, com ajuda da National Beef para performar”, disse Gularte. O CEO para a América do Sul afirmou que a carne brasileira é adequada para uso em hambúrgueres e outros produtos industrializados, que seguem bastante demandados pelo delivery e e-commerce nos EUA. Para avançar também no mercado brasileiro, a Marfrig continua investindo em produtos de maior valor agregado. Uma nova fábrica de hambúrgueres será inaugurada em Bataguassu (MS) em breve. “Temos nos esforçados para aumentar a venda de produtos com marcas. Isso, frente a uma situação econômica desafiadora, permite um resultado melhor. Com todos esses aspectos, esperamos colher bons frutos na América do Sul nos próximos meses”, afirmou Gularte. No Uruguai, a oferta está um pouco menor devido à entressafra, mas deve se normalizar a partir de setembro. E a possibilidade de vender carne com osso de animais de todas as idades à China colabora para sustentar os embarques, segundo Gularte. Na Argentina, por sua vez, a Marfrig aposta em hambúrgueres e salsichas para vender no mercado doméstico, alimentando as exportações — que foram limitadas pelo governo argentino — com produtos de valor agregado e carne que atenda à cota Hilton na Europa, mais vantajosa. “Juntando os três países, fomos os maiores exportadores de cota Hilton na temporada 2021/22”, mencionou Gularte.
VALOR ECONÔMICO
Demanda asiática por carne bovina deve seguir forte, avalia presidente da JBS
A JBS, maior companhia global de carnes, está otimista com as perspectivas de vendas de cortes bovinos para países asiáticos, principalmente China, já que o consumo per capita do produto na região permanece baixo, disse o presidente-executivo da empresa, Gilberto Tomazoni, na sexta-feira
"O aumento das importações de carne bovina é estrutural na Ásia devido à melhora no poder de compra (dos consumidores)", afirmou Tomazoni, durante uma teleconferência para discutir os resultados do segundo trimestre. A JBS vende carne bovina para clientes asiáticos usando várias plantas exportadoras localizadas em países como Brasil e Estados Unidos.
Reuters
Frigorífico Redentor tenta reverter suspensão temporária de embarques à China
Empresa ainda aguarda informações sobre os motivos que levaram ao embargo
A Ramax Group, responsável pelas operações do Frigorífico Redentor em Guarantã do Norte (MT), informou em nota que a suspensão das exportações de carne bovina da planta para a China é temporária. A empresa aguarda mais detalhes sobre os motivos que levaram ao embargo, mas já adotou um plano para tentar reverter a medida e retomar os embarques. A Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) oficializou a suspensão nesta semana. No fim de julho, o Ministério da Agricultura havia comunicado a planta sobre a proibição para as exportações aos asiáticos. Ontem, foi realizado um abate auditado pelo Ministério da Agricultura no frigorífico para avaliar a possibilidade de retirada da suspensão. "É importante destacar que um plano de ação foi iniciado no mês passado, com o objetivo de reverter uma suspensão anterior, por parte do Ministério da Agricultura. Esse plano continuará sendo aperfeiçoado, também no contexto do GACC, até a há 2 dias Agronegócios empresa obter informações mais específicas sobre a suspensão de exportação para o mercado chinês", informou A Ramax assumiu as operações do Frigorífico Redentor em fevereiro deste ano. Um contrato de prestação de serviços foi firmado no início do ano e viabilizou o retorno das atividades na planta no norte de Mato Grosso.
VALOR ECONÔMICO
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Queda nas safras leva a retração da região sul no primeiro trimestre
A Região Sul sofreu uma retração na atividade econômica no primeiro trimestre do ano, impactada pela forte estiagem e calor intenso, que comprometeram o desenvolvimento e a produtividade das lavouras. A avaliação é do Banco Central (BC) e consta no Boletim Regional, publicação trimestral que apresenta as condições da economia por regiões e por alguns estados do país, divulgada na quinta-feira (11/08)
De acordo com o BC, os principais condicionantes da economia do Sul registraram resultados mistos no primeiro trimestre de 2022. “Enquanto comércio e serviços contribuíram positivamente, a desaceleração da indústria e, principalmente, a redução da produção agrícola levaram à retração da atividade na margem”, diz a publicação. O Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR) do Sul teve um recuo de 2,8% no primeiro trimestre do ano, ante o crescimento de 1% no trimestre anterior. Em 12 meses até março, o indicador expandiu 4,2%, “ainda favorecido pela base deprimida de comparação”. “As quebras nas colheitas de soja, arroz e primeira safra de milho, que são apropriadas no início do ano, consistiram nas causas fundamentais do recuo”, avaliou o BC. “De acordo com os indicadores estaduais, o decréscimo da atividade regional foi liderado pelo RS, em razão, primordialmente, da queda nas safras de verão”, completa. Também houve uma retração, menos intensa, no Norte, e uma desaceleração da economia no Centro-Oeste. O IBCR do Norte variou negativamente 0,2% em relação ao trimestre anterior, quando teve aumento de 0,2%, influenciado pela retração da indústria mineral do Pará, segundo o BC. O indicador paraense recuou 2,2% na mesma base de comparação, enquanto o do Amazonas expandiu 2,1%, impulsionado pelo aumento do consumo de serviços. Em 12 meses, o IBCR do Norte acumulou crescimento de 3,8%. A economia do Centro-Oeste sustentou desempenho positivo no primeiro trimestre de 2022, com o IBCR apresentando alta de 0,7% frente ao trimestre anterior, quando teve crescimento de 1,6%. “Sobressaíram no período a agricultura, a indústria de transformação, o comércio e a administração pública. A agroindústria beneficiou-se da dinâmica sazonal do complexo da soja”, diz o Boletim Regional. No acumulado de 12 meses, o IBCR da região cresceu 4,9%. As regiões Nordeste e Sudeste apresentaram bom desempenho, influenciados pela evolução positiva da indústria e dos serviços. Segundo o BC, a atividade econômica nordestina manteve ritmo de expansão significativo no primeiro trimestre de 2022. O IBCR do Nordeste cresceu 1,8% no período, em patamar superior ao registrado no trimestre anterior, de 1,5%. Os destaques são a indústria de transformação e as atividades de serviços. No Sudeste, a atividade econômica também acelerou no início do ano, refletindo desempenho positivo do comércio e da indústria e crescimento mais intenso dos serviços. O IBCR do Sudeste avançou 1,7% no primeiro trimestre, em relação ao imediatamente anterior, quando teve crescimento de 0,6%. “Dentre os estados, as maiores contribuições vieram de SP (1,9%) e MG (1,8%), sobressaindo também o crescimento da economia capixaba (3,4%), puxado pelo desempenho da indústria”, explicou o BC. No acumulado em 12 meses encerrados em março, a economia do Sudeste registrou expansão de 4,9%, “em grande medida devido à reduzida base de comparação”.
AGÊNCIA BRASIL
Receita Federal oferece desconto de até 70% para renegociação de dívidas
Receita Federal espera a renegociação de até R$ 1,4 trilhão em dívidas tributárias que ainda não estão sob contestação judicial
A Receita Federal publicou na sexta-feira (12), no Diário Oficial, uma portaria regulamentando a transação de créditos tributários, oferecendo descontos de até 70% do saldo remanescente de grandes dívidas com o Fisco. Segundo o texto, com as novas modalidades de transação será possível celebrar acordos para débitos em contencioso administrativo fiscal. De acordo com a Receita, é esperada a renegociação de até R$ 1,4 trilhão em dívidas tributárias que ainda não estão sob contestação judicial. A medida deve começar a valer a partir de 1º de setembro. Por enquanto, somente contribuintes que devam mais de R$ 10 milhões ao Fisco poderão apresentar a proposta individual a partir de setembro. Nas próximas semanas, a Receita deverá publicar um edital para a transação tributária de dívidas de pequeno valor. A ampliação da transação tributária havia sido anunciada na terça-feira (9) pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em evento com empresários do setor de bares e restaurantes. Na ocasião, ele afirmou que setores como o comércio, o serviço e o de eventos teriam as mesmas facilidades para renegociarem débitos como outros segmentos afetados pela pandemia da Covid-19. Para o público geral, o desconto máximo para a renegociação de dívidas aumentou de 50% para 65%, sendo que para empresas (de todos os tamanhos), microempreendedores individuais (MEI), micro e pequenas empresas do Simples Nacional e Santas Casas de Misericórdia, o desconto poderá chega até 70%. O prazo de parcelamento dessas dívidas também ampliado. Para o público geral, passou de 84 meses para 120 meses. Já para empresas, MEI, micro e pequenas empresas do Simples Nacional e Santas Casas de Misericórdia, o prazo poderá chegar até 145 meses. O parcelamento das contribuições sociais foi mantido em 60 meses, pois o prazo é definido pela Constituição. Os devedores de impostos ainda não inscritos em dívida ativa também poderão apresentar proposta individual de transação ao Fisco. Mesmo os que questionam o débito na esfera administrativa ou que tiveram decisão administrativa definitiva desfavorável. A portaria permite ainda a possibilidade de usar precatórios ou direito creditório com sentença de valor transitada em julgado para amortização de dívida tributária principal, multa e juros.
GAZETA DO POVO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar bate mínima em 2 meses com rali global de risco por esperança sobre Fed
O dólar terminou em forte queda o pregão da sexta-feira, indo ao menor patamar em dois meses e engatando a terceira semana consecutiva de perdas, com operadores espelhando a fraqueza da moeda ante divisas emergentes e correlacionadas às commodities em um cenário de esperanças de menor aperto monetário nos EUA
O dólar à vista caiu 1,66% na sexta, a 5,0742 reais, mínima desde 15 de junho (5,0278 reais). O dólar aqui desviou da alta de 0,5% de um índice da moeda norte-americana contra pares de mercados desenvolvidos. Na lista de vencedores no mercado de câmbio nesta sexta estiveram moedas de risco, com juros mais altos atrelados e mais golpeadas pelas perspectivas mais duras para a política monetária dos EUA. As taxas dos títulos do Tesouro dos EUA, uma medida da trajetória dos juros por lá, caíram. "Nosso exercício de correlação simples sugere que um recuo nas taxas dos EUA beneficiaria uniformemente os ativos de risco de mercados emergentes, mas mais significativamente o crédito e as moedas de alto rendimento", disseram estrategistas do Barclays em relatório. "O real tem a maior taxa de juros do mundo civilizado, e isso tende a ajudar a moeda", disse Ronaldo Patah, estrategista-chefe da UBS Consenso, multi-family office do UBS no Brasil. Patah segue vendo o preço "justo" para o dólar em 5,00 reais. No acumulado desta semana o dólar recuou 1,83%. Na parcial de agosto, cai 1,90%, aprofundando a queda em 2022 para 8,96% --boa parte dela construída nos primeiros meses do ano.
REUTERS
Ibovespa avança com balanços e Petrobras
O Ibovespa avançou forte e fechou acima dos 112 mil pontos nesta sexta-feira, embalado por uma bateria de resultados corporativos e pela disparada de Petrobras, enquanto apostas relacionadas aos juros nos Estados Unidos e no Brasil asseguraram o melhor desempenho semanal
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 2,33%, a 112.270,52 pontos, de acordo com dados preliminares, acumulando uma alta de 5,45% na semana - a quarta consecutiva de valorização e maior ganho semanal desde a semana encerrada em 6 de novembro de 2020. O volume financeiro somava 31 bilhões de reais.
REUTERS
Mais da metade dos trabalhadores em 11 Estados estão no setor informal, diz IBGE
Na média brasileira, a parcela do pessoal ocupado que trabalha no setor informal era de 40% no segundo trimestre de 2022
Onze das 27 unidades da federação têm mais da metade de seus trabalhadores ocupados no setor informal, mostram os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) Trimestral, divulgada na sexta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Todos eles estão nas regiões Norte e Nordeste. Na média brasileira, a taxa de informalidade – parcela do pessoal ocupado que trabalha no setor informal – era de 40% no segundo trimestre de 2022. A pior situação do país neste quesito é a do Pará, onde 61,8% do pessoal ocupado estão em vagas informais, seguido por Maranhão (59,4%), Amazonas (57,7%), Piauí há 2 dias Brasil (56,1%), Rondônia (50,4%), Amapá (51,4%), Ceará (52,8%), Paraíba (52,2%), Pernambuco (52,9%), Sergipe (52%) e Bahia (53,1%). Considerando também os Estados com taxa de informalidade acima dos 40%, são 17 das 27 unidades da federação. Por outro lado, Estados do Sul e do Sudeste tem taxas mais próximas dos 30%, como Santa Catarina (27,2%), São Paulo (31,1%), Paraná (32,2%) e Rio Grande do Sul (32,8%). “A gente sabe que a informalidade tem algumas características relacionadas às atividades econômicas, sabe que está principalmente no comércio, em alguns serviços e na construção e menos na indústria e nos serviços prestados às empresas. E é justamente nos Estados do Norte e Nordeste do país que há uma incidência maior de pessoas ocupadas nessas atividades de mais informalidade”, afirmou a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy. Em Estados como São Paulo e Rio de Janeiro, disse ela, há uma diversidade econômica maior. Com isso, embora exista a informalidade, sua incidência é menor que em outros locais. “Não é que não vai ter comércio ambulante ou serviços informais, mas é que há um peso maior de outras atividades, então essa taxa de informalidade é menor. A dinâmica econômica e setorial das diversas regiões acaba proporcionando uma maior ou menor incidência do trabalho informal”, explicou.
VALOR ECONÔMICO
Brasil tem 2,985 milhões de desempregados há dois anos ou mais, diz IBGE
Outros 1,227 milhão buscavam emprego havia pelo menos um ano, porém menos de dois anos, segundo dados da Pnad Contínua
No segundo trimestre de 2022, o País tinha 2,985 milhões de pessoas em situação de desemprego de mais longo prazo, ou seja, em busca de um trabalho há pelo menos dois anos. Se considerados todos que procuram emprego há pelo menos um ano, esse contingente em situação de desemprego de longa duração sobe a 4,212 milhões. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo IBGE. O contingente que tentava uma oportunidade de trabalho há dois anos ou mais respondia por 29,6% do total de 10,080 milhões de desempregados existentes no segundo trimestre deste ano. Houve melhora em relação ao primeiro trimestre, quando essa população totalizava 3,463 milhões de pessoas, ou seja, 478 mil pessoas a menos nessa situação. Outros 1,227 milhão buscavam emprego havia pelo menos um ano, porém menos de dois anos, 12,2% do total de desocupados. Esse contingente diminuiu em 319 mil pessoas ante o primeiro trimestre do ano. Mais 4,287 milhões de brasileiros procuravam trabalho há mais de um mês, mas menos de um ano, 42,5% do total de desempregados, 592 mil pessoas a menos que no trimestre anterior. Um total de 1,581 milhão de brasileiros tentavam uma vaga há menos de um mês, 15,7% dos desempregados, 479 mil pessoas a menos nessa situação ante o trimestre anterior.
O ESTADO DE SÃO PAULO
Desemprego cai em 22 estados no segundo trimestre
Taxa no Brasil foi de 9,3% no mesmo período, diz IBGE. No Brasil, a renda foi estimada em R$ 2.652 no segundo trimestre, conforme os dados divulgados já no final de julho. É o menor valor para o período na série histórica, iniciada em 2012. Desempregados são 10,1 milhões
Em um contexto de retomada de atividades econômicas, a taxa de desemprego teve queda em 22 estados no segundo trimestre, frente aos três meses anteriores, informou na sexta-feira (12) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Houve estabilidade nas outras cinco unidades da federação, de acordo com a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). As reduções mais intensas, de mais de 3 pontos percentuais, ocorreram no Tocantins (de 9,3% para 5,5%), em Pernambuco (de 17% para 13,6%) e em Alagoas (de 14,2% para 11,1%). Em São Paulo, estado mais populoso do país, a taxa de desemprego recuou de 10,8% para 9,2%. Segundo os critérios da pesquisa, Distrito Federal (11,5%), Amapá (11,4%), Ceará (10,4%), Rondônia (5,8%) e mato Grosso (4,4%) mostraram relativa estabilidade frente ao primeiro trimestre, sem variações estatísticas tão relevantes. Entre abril e junho, as maiores taxas de desemprego foram registradas na Bahia (15,5%), em Pernambuco (13,6%) e em Sergipe (12,7%), na região Nordeste. As menores ficaram localizadas em Santa Catarina (3,9%), Mato Grosso (4,4%) e Mato Grosso do Sul (5,2%), nas regiões Sul e Centro-Oeste. A Pnad considera tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal. Ou seja, são avaliados desde empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos. No Brasil, a taxa de desemprego recuou para 9,3% no segundo trimestre, conforme dados divulgados pelo IBGE no último dia 29. É o menor patamar para esse período desde 2015. À época, o indicador estava em 8,4%, e a economia atravessava recessão. O número de desempregados no país, por sua vez, diminuiu para 10,1 milhões de abril a junho deste ano, em um contexto de menores restrições a atividades econômicas. Adriana Beringuy, coordenadora de trabalho e rendimento do IBGE, avaliou na sexta que o aumento da ocupação contribuiu para a queda do desemprego em diferentes recortes, incluindo o geográfico. Porém, a pesquisadora frisou que a renda do trabalho não vem acompanhando essa expansão na mesma velocidade. Vagas com salários menores e o impacto da inflação podem explicar o rendimento fragilizado na média, segundo ela. No Brasil, a renda foi estimada em R$ 2.652 no segundo trimestre, conforme os dados divulgados já no final de julho. É o menor valor para o período na série histórica, iniciada em 2012. "O rendimento não vem apresentando uma expansão em termos reais", disse Beringuy. A Pnad também sinalizou que, enquanto as taxas de desemprego dos homens (7,5%) e das pessoas brancas (7,3%) ficaram abaixo da média nacional (9,3%), os índices das mulheres (11,6%) e das pessoas pretas (11,3%) e pardas (10,8%) continuaram mais altos no segundo trimestre deste ano.
FOLHA DE SÃO PAULO
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