Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 229 |06 de outubro de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: Em SP, cotação do macho terminado registra valorização, mas no geral o mercado segue com estabilidade
O fluxo de comercialização de boiada gorda no mercado brasileiro seguiu em ritmo lento na quarta-feira, 5 de outubro, informaram as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário.
Segundo a IHS Markit, a boa cobertura de oferta de boi a termo negociado com indústrias frigoríficas limita a dinâmica de negócios, com algumas oscilações nas cotações da arroba dependendo de particularidades locais. Para a IHS, prevalece a posição de cautela entre as unidades de abate, sobretudo entre os frigoríficos de grande porte, colaborando para a estabilidade nos preços do boi gordo na maioria das regiões brasileiras. Entre as principais praças pecuárias do País, o destaque da quarta-feira ficou para o interior paulista. Segundo a IHS, os preços do animal com padrão exportação subiram, com negócios efetivados para o boi-China a R$ 300/@, no prazo, para descontar FUNRURAL. No mercado interno, a arroba do boi “comum”, saiu de R$ 292 para R$ 298, valor a prazo e bruto. A Scot Consultoria detectou valorização de R$ 2/@ na cotação do boi gordo paulista “comum”, que agora é negociado por R$ 282/@ (no prazo, valor bruto). O preço da novilha gorda na praça paulista caiu R$ 1/@ para R$ 277/@, preços brutos e a prazo, enquanto o valor da vaca gorda ficou estável, em R$ 267/@ (preços brutos e a prazo), segundo os dados da Scot. Na maioria das demais praças pecuárias prevaleceu a morosidade de negócios, mantendo os preços da arroba lateralizados nesta quarta-feira. Embora a oferta de animais terminados seja enxuta neste momento de entressafra, os poucos lotes disponíveis ao mercado são suficientes para atender às necessidades mais urgentes das indústrias, observa a IHS. Na B3, os preços futuros do boi gordo continuam operando em torno de R$ 300/@, um pouco distante dos valores que estão sendo praticado no mercado spot. No mercado atacadista de SP, os preços dos principais cortes bovinos se mantiveram estáveis na quarta-feira. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 280/@ (à vista) vaca a R$ 260/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 298/@ (prazo) vaca a R$ 272/@ prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 270/@ (prazo) vaca a R$ 251/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 270/@ (prazo) vaca a R$ 250/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 256/@ (prazo) vaca a R$ 245/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 255/@ (prazo) vaca a R$ 245/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 255/@ (à vista) vaca a R$ 243/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 254/@ (à vista) vaca a R$ 243/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 263/@ (prazo) vaca R$ 250/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 300/@ (à vista) vaca a R$ 267/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 258/@ (prazo) vaca a R$ 248/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 267/@ (prazo) vaca a R$ 2561/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 266/@ (prazo) vaca a R$ 255/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 265/@ (à vista) vaca a R$ 255/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 255/@ (à vista) vaca a R$ 235/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 265/@ (à vista) vaca a R$ 243/@ (à vista).
PORTAL DBO
Exportação de carne bovina foi recorde em setembro, diz Abrafrigo
Volume dos embarques cresceu 6% e chegou a 231,45 mil toneladas
Em setembro, as exportações brasileiras de carne bovina atingiram um novo recorde, somando 231,45 mil toneladas, informou ontem a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), que analisou dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Até então, o maior volume de embarques em um só mês havia sido registrado em agosto deste ano, quando 230,2 mil toneladas da proteína deixaram o país. O desempenho no mês passado foi 6% superior ao de setembro de 2021. Já a receita cresceu 10,5% na mesma base de comparação, para US$ 1,32 bilhão. Como de praxe, a China exerceu papel central no aumento das vendas ao exterior. O país comprou 137,7 mil toneladas em setembro, quase 6 mil toneladas a mais que em agosto. Com isso, a participação chinesa nas exportações brasileiras subiu de 47,5% para 52,8%. A China aumentou as importações para garantir suprimentos para as comemorações do aniversário da fundação da República Popular da China, que começou no último sábado e vai até a próxima sexta-feira, e também para formar estoques para o Ano Novo Lunar, no começo de 2023. Segundo a Abrafrigo, volume e receita dos embarques de carne bovina caminham para um novo recorde anual. No acumulado de 2022 até setembro, o país exportou 1,75 milhão de toneladas, ou 17% a mais que no mesmo intervalo do ano passado. Já o faturamento cresceu 36%, para US$ 10,1 bilhões. A associação diz, em nota, que 108 países aumentaram suas compras de carne bovina brasileira neste ano e que 52 reduziram suas importações. A China continua sendo a maior compradora, com 924,4 mil toneladas em 2022 - nos nove primeiros meses de 2021, o país importou 713,8 mil toneladas. A receita das vendas aos chineses passou de US$ 3,8 bilhões para US$ 6,2 bilhões no mesmo comparativo. Os Estados Unidos, que são o segundo maior importador da proteína brasileira, compraram 128,9 mil toneladas entre janeiro e setembro, um volume 56,5% maior que o do ano passado. As importações do Egito, o terceiro do ranking, por sua vez, aumentaram 84,4%, para 87,5 mil toneladas.
VALOR ECONÔMICO
SUÍNOS
Cotação do suíno vivo sobe 2,73% no Paraná
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 122,00/R$ 128,00, assim como a carcaça especial, custando R$ 9,20/kg/R$ 9,60/kg
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (4), o preço ficou estável apenas no Rio Grande do Sul, fixado em R$ 6,42/kg, e houve queda em São Paulo, na ordem de 0,60%, baixando para R$ 6,61/kg. Foi registrada alta de 2,73% no Paraná, alcançando R$ 6,39/kg, avanço de 1,81% em Minas Gerais, atingindo R$ 6,76/kg, e de 0,48% em Santa Catarina, fechando em R$ 6,24/kg.
Cepea/Esalq
Exportações de carne suína alcançam 102,7 mil tons em setembro, aponta ABPA
Média mensal se mantém acima de 100 mil toneladas no terceiro trimestre
As exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 102,7 mil toneladas em setembro, informou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número é 8,5% menor que o registrado no mesmo período de 2021, quando foram embarcadas 112,2 mil toneladas. No mesmo período comparativo, as vendas de carne suína alcançaram receita de US$ 244,3 milhões, resultado 4,5% menor que o registrado em setembro do ano passado, com US$ 255,8 milhões. “O preço médio das vendas internacionais de carne suína vem se recuperando significativamente desde junho deste ano. Em setembro registrou os preços médios em patamares próximos ao visto no ápice da crise internacional de Peste Suína Africana, quando houve maior pressão do mercado global por proteína animal. É uma sinalização positiva para o comportamento das exportações neste segundo semestre e para a minimização das perdas da suinocultura brasileira no primeiro semestre. Vale destacar também a diversificação de mercados ao longo de 2022, com o Brasil aumentando as exportações para países de todas as regiões do mundo”, analisa o diretor de mercados da ABPA, Luís Rua. No acumulado do ano, as vendas de carne suína alcançaram 825 mil toneladas, dado 5% menor em relação ao embarcado entre janeiro e setembro de 2021, com 868,8 mil toneladas. O total da receita acumulada nos nove primeiros meses de 2022 chega a US$ 1,851 bilhão, número 10,2% menor que o realizado no mesmo período de 2021, com US$ 2,061 bilhões. “Os embarques de carne suína vem recuperando gradativamente os níveis das exportações ao longo do ano. No primeiro trimestre, a média mensal ficou abaixo de 80 mil toneladas. Nos três meses seguintes, o Brasil alcançou média mensal superior a 90 mil toneladas. No terceiro trimestre, superamos a média mensal de 100 mil toneladas, o que sinaliza para um fechamento de ano acima do esperado, em relação às projeções traçadas no início de 2022, em patamares próximos ao realizado em 2021”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin. Principal destino das exportações brasileiras de carne suína, a China importou em setembro 46,9 mil toneladas (-12,1%), seguida por Hong Kong, com 8,1 mil toneladas (-48,5%), Chile, com 7,1 mil toneladas (+46,2%), Filipinas, com 6,4 mil toneladas (+53,2%), Vietnã, com 5,5 mil toneladas (+26,3%) e Angola, com 4,5 mil toneladas (+92,4%).
ABPA
FRANGOS
Frango com cotações estáveis
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,50/kg, enquanto o frango no atacado subiu 0,68%, cotado em R$ 7,40/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina não houve mudança de preço, custando R$ 4,23/kg, da mesma forma que no Paraná, valendo R$ 5,31/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (4), tanto a ave congelada quanto a resfriada ficara estáveis, fechando, respectivamente, em R$ 8,08/kg e R$ 8,02/kg
Cepea/Esalq
INTERNACIONAL
União Europeia vê menor produção de carne e laticínios à medida que o clima e doenças pesam
A produção de carne e laticínios na União Europeia deve cair este ano e no próximo, à medida que as fazendas de gado sentem os efeitos da seca, surtos de doenças e aumento dos custos, disse o executivo da UE na quarta-feira
Uma seca histórica na Europa neste verão reduziu a disponibilidade de grama e milho para alimentar os rebanhos, aumentando os custos para as fazendas que também enfrentam altos preços de energia e fertilizantes. Sinais de diminuição da produção de gado levaram grupos agrícolas a alertar para a escassez de suprimentos que podem exacerbar a alta inflação de alimentos. A produção de leite da UE deve cair 0,5% este ano, com a redução da oferta de forragem incentivando alguns agricultores a reduzir o tamanho dos rebanhos e o clima quente e seco reduzindo a produção de leite de vaca, disse a Comissão Europeia em uma perspectiva agrícola de curto prazo. O clima rigoroso do verão também reduziu o teor de gordura e proteína no leite para produtos lácteos processados, disse. Como outros observadores, a Comissão disse que o início de 2023 pode ser difícil, pois os produtores de leite enfrentam altos custos de alimentação durante o inverno, enquanto a demanda do consumidor pode enfraquecer devido à inflação. Para a carne bovina, espera-se que os custos de alimentação reforcem um declínio de longo prazo no número de rebanhos e contribuam para uma queda de 0,6% na produção este ano, antes de uma queda menor de 0,2% em 2023. Além do aumento dos custos de alimentação, os setores de suínos e aves foram enfraquecidos por surtos de peste suína africana (PSA) e gripe aviária. A produção de carne suína deve cair 5% este ano, principalmente devido a uma queda acentuada na Alemanha, que foi gravemente afetada pela PSA, e depois de 0,7% em 2023. O setor avícola, perturbado por uma crise de gripe aviária que ameaça ressurgir, deveria ver um declínio na produção de 0,9% em 2022 e 0,4% em 2023.
Reuters
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Micro e pequenas empresas puxam retomada de empregos no Paraná
As micro e pequenas empresas (MPE) seguem impulsionando a geração de empregos no Paraná. Das 15,1 mil novas contratações no estado em agosto, 92,5% foram criados por MPE, totalizando 13,9 mil empregos
No acumulado do ano, de janeiro a agosto, os empregos gerados pelas micro e pequenas empresas representaram 72,1% de todo o Paraná. No total, foram 123,1 mil novas contratações, sendo 88,8 mil de PME. Os dados são do último mês de levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Sebrae-PR) nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Serviços é o setor que mais gerou contratações até aqui em 2022, com 45,3 mil empregos. Na sequência, vêm os segmentos de Indústria e Transformação (17 mil), Comércio (12,8 mil) e Construção (11,2 mil). A previsão do Sebrae-PR é de que os dados positivos no emprego se mantenham com a retomada da economia, sustentada principalmente pelos pequenos negócios. Já a geração de emprego no país em agosto teve o terceiro melhor índice de 2022. As 278,6 mil novas contratações só ficaram atrás de fevereiro (341,6 mil) e praticamente empatou com (280,8 mil). Ainda em relação a agosto, as MPEs também tiveram o maior impacto na geração de empregos, com 199,6 mil vagas. Novamente, as pequenas e micros responderam por mais de 70% do total de empregos criados no país. O quantitativo de agosto ficou atrás apenas dos 227,6 mil postos gerados em fevereiro. No acumulado do ano, o Brasil supera a marca de 1,8 milhão de empregos gerados. As micro e pequenas empresas são responsáveis por 1,3 milhão (71,7%). Por sua vez, as médias e grandes criaram 400 mil (21,5%) postos de trabalho.
Gazeta do Povo
Industrial paranaense segue otimista em setembro
A pesquisa mensal feita pela Fiep, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria mostrou que os empresários estavam mais otimistas em relação à economia e aos negócios em setembro
O índice de confiança avançou três pontos se comparado ao mês anterior, chegando a 62 virgula 4 pontos, em uma escala que vai de zero a 100. É o maior patamar desde agosto de 2021. De acordo com o economista da Fiep, Marcelo Alves, o avanço se deve pela percepção mais positiva do industrial sobre a economia brasileira nos próximos meses. Para ele, o resultado está atrelado a fatores como a estabilidade da inflação e possibilidade de queda até o final do ano, desonerações em itens como energia e combustíveis, melhora no nível de emprego e a retomada de programas de auxílio e renda, que resultam no aumento do consumo.
FIEP
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar avança ante real com temores globais de aperto monetário
O dólar subiu frente ao real nesta quarta-feira, sustentado por uma disparada da moeda norte-americana no exterior em meio a temores de aperto monetário agressivo nas principais economias
A moeda norte-americana à vista fechou em alta de 0,39%. Alguns investidores atribuíram esse arrefecimento à notícia de que a Opep+ concordou na quarta-feira em promover o corte mais profundo na produção de petróleo desde o início da pandemia de Covid, de 2 milhões de barris por dia, restringindo a oferta em um mercado apertado apesar da pressão dos Estados Unidos e de outros por mais produção. "Essa notícia fez com que o preço do petróleo subisse de maneira mais forte, e, consequentemente, ativos atrelados ao petróleo subiram; no nosso caso, a Petrobras", explicou Marco Noernberg, responsável pela área de renda variável da Manchester Investimentos, sobre o enfraquecimento da moeda norte-americana frente aos picos do pregão. "Com a Petrobras subindo, nosso mercado ganha um pouco mais de fôlego, isso leva nosso índice para cima e o dólar tende a ficar mais fraco, é uma relação muito comum." No entanto, o ambiente global mais amplo ainda se mostrava difícil para ativos considerados arriscados e ajudou o dólar a fechar em terreno positivo, depois que dados desta quarta-feira mostraram resiliência na criação de empregos no setor privado dos EUA, o que pode ajudar a justificar a manutenção de postura agressiva de política monetária por parte do Federal Reserve. "A aversão a risco global e o aperto monetário em curso nos EUA podem gerar volatilidade e alimentar uma desvalorização do real" à frente, avaliou a Santander Asset em carta mensal divulgada na quarta-feira. Enquanto isso, participantes do mercado local continuavam monitorando o cenário eleitoral, depois que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começou a consolidar apoios para o segundo turno contra o atual presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Além do apoio anunciado pelo PDT na véspera, o ex-presidente recebeu o anúncio formal do apoio da candidata do MDB, Simone Tebet, que terminou em terceiro lugar na votação de domingo. Na B3, às 17:09 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,12%, a 5,2135 reais.
REUTERS
Ibovespa fecha em alta com impulso de Petrobras após corte de produção pela Opep+
O Ibovespa fechou em alta na quarta-feira, tendo Petrobras entre os maiores ganhos após a Opep+ aprovar um corte profundo na produção de petróleo, enquanto o segundo turno da eleição presidencial no Brasil permanece no radar
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,83%, a 117.197,82 pontos. O volume financeiro somou 28,4 bilhões de reais. Na visão de Marco Ribeiro Noernberg, sócio e chefe de renda variável na Manchester Investimentos, a principal notícia do dia foi a decisão da Opep+, em razão do seu efeito nos preços do petróleo, com reflexos para Petrobras. Em reunião em Viena, o grupo decidiu cortar a produção de petróleo de 2 milhões de barris por dia, segundo fontes disseram à Reuters. Ele também chamou a atenção para o dado do setor de serviços dos Estados Unidos em setembro, que ficou acima do esperado, mas mostrou desaceleração ante agosto. "É uma notícia boa para empresas do setor de serviços, mas talvez um crescimento que não afeta a perspectiva de inflação de forma considerável", avaliou. O setor de serviços responde por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA. Da cena política, tanto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) receberam apoios para o segundo turno, enquanto o mercado segue atento a sinalizações, principalmente de Lula, sobre políticas econômicas. Para economistas do Goldman Sachs, a direção do mercado provavelmente refletirá sinais relacionados ao segundo turno, se Lula deslocar sua campanha e plataforma política mais para o centro, conforme relatório enviado a clientes. O mercado, acrescentaram, também busca sinais, em particular do petista, para cargos relevantes como o de ministro da Fazenda, além de um contorno mais preciso para propostas como reforma tributária e a âncora fiscal para substituir o teto dos gastos. Nem a campanha de Lula nem a equipe de Bolsonaro divulgaram formalmente a proposta fiscal que será levada adiante em caso de vitória nas urnas, apenas linhas gerais dos planos. Noernberg avalia que os próximos pregões devem ser marcados por volatilidade, embora os resultados de eleições estaduais e no Congresso Nacional mostrando vitória de partidos de centro-direita tenham animado o mercado.
REUTERS
Crescimento de serviços do Brasil tem ritmo mais lento em 16 meses, mostra PMI
A fraqueza da demanda pressionou o setor de serviços brasileiro em setembro e o crescimento da atividade voltou a perder força, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), mesmo com taxas de inflação mais baixas
Os dados divulgados na quarta-feira pela S&P Global mostram que o PMI de serviços do Brasil caiu a 51,9 em setembro, contra 53,9 no mês anterior. O índice permaneceu acima da marca de 50 que separa crescimento de contração, mas a leitura foi a mais fraca na atual sequência de 16 meses de expansão. "Com aumentos mais fracos na atividade empresarial vistos durante o terceiro trimestre, a leitura média para (o período, 53,8) caiu para o nível mais fraco desde o segundo trimestre de 2021", avaliou a diretora associada de Economia da S&P Global, Pollyanna De Lima. Segundo o levantamento, a desaceleração derivou de cancelamentos de contratos, perdas de eficiência e poder de compra reduzido das famílias. O aumento da demanda em setembro foi o menor desde o início do ano, com empresas indicando que as vendas foram afetadas ainda pela incerteza em relação à eleição presidencial. Três dos quatro segmentos do setor de serviços monitorados pelo PMI registraram aumento da atividade empresarial e das vendas, porém a ritmo mais fraco. A única exceção foi Serviços ao Consumidor, onde foram registradas reduções. A moderação se deu a despeito de aumentos mais suaves nos custos de insumo e nos preços cobrados, respectivamente com as taxas mais fracas em 25 e 20 meses, diante de cortes de impostos e do recuo dos preços de combustíveis. A pressão menor sobre os gastos aliada à entrada de novos projetos de trabalho levou os fornecedores de serviços do Brasil a contratarem mais funcionários em setembro, ainda que a taxa de criação de vagas tenha sido a mais fraca em oito meses, com a instabilidade das vendas contendo o emprego. A confiança empresarial, por sua vez, permaneceu em território positivo, no terceiro nível mais elevado desde julho de 2019. Os fornecedores de serviços esperam em geral condições mais estáveis após a eleição presidencial, com alguns esperando melhora do consumo doméstico. Em setembro, a demanda também esfriou na indústria, cujo crescimento perdeu força. Assim, o PMI Composto do Brasil caiu a 51,9 no mês, de 53,2 em agosto, marcando o menor crescimento da atividade empresarial desde o início do ano.
REUTERS
Produção industrial do Brasil volta a cair em agosto e segue abaixo do nível pré-pandemia
A indústria brasileira voltou a registrar queda em agosto, com destaque para as perdas em produtos derivados de petróleo, ainda com dificuldades de deslanchar e retomar o patamar pré-pandemia em um ambiente de juros altos no país.
A produção industrial teve em agosto recuo de 0,6%, de acordo com os dados divulgados na quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters, e apagou o ganho de 0,6% visto em julho. Com isso, o setor está 1,5% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 17,9% aquém do nível recorde alcançado em maio de 2011. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção industrial teve aumento de 2,8%, um pouco melhor que a expectativa de alta de 2,3% na base anual. O setor industrial vem mostrando um comportamento errático ao longo do ano, com avanço em cinco meses e queda em três até agosto. O segundo semestre deve continuar sendo de dificuldades, uma vez que o setor industrial enfrenta, além das condições de crédito mais apertadas, desaceleração da economia global. "(Agosto) volta a marcar queda na produção, mas com a característica de ser um recuo concentrado em poucas atividades, uma vez que somente oito das 26 apontaram taxas negativas.”, destacou o gerente da pesquisa no IBGE, André Macedo. Entre as atividades, a maior influência negativa para o resultado do mês foi dada pelo setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com recuo de 4,2%, depois de crescimento de 1,8% em julho. Também se destacaram negativamente os desempenhos das indústrias de produtos alimentícios (-2,6%), interrompendo três meses seguidos de alta, e das indústrias extrativas (-3,6%), que eliminaram parte do avanço de 4,6% acumulado em junho e julho. “Esses três segmentos – derivados de petróleo, alimentos e extrativo – são os que mais pressionam a indústria como um todo. Juntos, eles respondem por cerca de 36% do setor industrial”, disse Macedo. Entre as categorias econômicas, bens de consumo semi e não duráveis e bens intermediários apresentaram cada uma contração de 1,4% da produção. Por outro lado, a fabricação de bens de consumo duráveis aumentou 6,1%, enquanto a de bens de capital, medida de investimento, cresceu 5,2%. “(...) Apesar da melhora no fluxo de insumos, matérias-primas e dos estoques, a situação permanece ainda distante da normalidade, o que afeta diretamente o custo de produção”, explicou Macedo. Ele lembrou anda que, apesar das medidas de incremento de renda, as famílias continuam sendo afetadas negativamente por juros e inflação em patamares elevados, o que aumenta o custo do crédito e reduz a renda disponível.
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