Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 350 |10 de abril de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: 1ª semana de abril fecha estável
Preços da arroba ficaram estáveis na véspera do feriado de Páscoa, mas os avanços nas escalas de abate reforçam tendência de baixa
Nas praças paulistas, após as recentes quedas nos preços para o mercado interno (“boi comum”) e para o mercado exportador (“boi-China”), a semana terminou com as cotações lateralizadas, relata a Scot Consultoria. “A semana curta, devido ao feriado de Páscoa (7/4), permitiu o alongamento das escalas e as ofertas de compra menores nas praças pecuárias em São Paulo”, reforçaram os analistas da Scot. A cotação referência para o boi gordo “comum” está em R$ 285/@, enquanto a vaca e a novilhas gordas são negociadas no mercado paulista por R$ 257/@ e R$ 275/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). O preço do “boi-China” está em R$ 290/@ em SP, valor bruto e a prazo, segundo a Scot. De acordo com os analistas da S&P Global Commodity Insight, depois dos avanços na arroba registrados nos últimos dias, muitas unidades de abate conseguiram formar escalas de abate confortáveis, o que afastou boa parte das indústrias brasileiras das compras de gado terminado. Nos Estados de MS, MG, GO, SP e PR, a oferta de animais se mantém enxuta, sobretudo ao que se refere aos bovinos com características para exportação. Enquanto isso, relata a S&P Global, o Centro-Norte registra volumes mais confortáveis de ofertas de boiada gorda. Observa-se que as programações de abate no Sudeste e parte do Centro-Oeste se encontram reduzidas, com operações escaladas até 7 dias. Segundo a S&P Global, pode contribuir para uma certa sustentação da arroba do boi gordo nessas duas regiões, apesar de movimentos de compras também serem cadenciados. Por sua vez, no Norte-Nordeste do País, a maior oferta de bovinos terminados, sobretudo de fêmeas, permitiu alongamento de escalas das indústrias locais, que apontam operações contratadas para a semana do dia 17. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 281/@ (à vista) vaca a R$ 246/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 296/@ (prazo) vaca a R$ 258/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 276/@ (prazo) vaca a R$ 251/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 256/@ (prazo) vaca a R$ 231/@ (prazo; MT-Cuiabá: boi a R$ 261/@ (à vista) vaca a R$ 229/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 246/@ (à vista) vaca a R$ 221/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 261/@ (prazo) vaca R$ 236/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 273/@ (à vista) vaca a R$ 243/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 240/@ (prazo) vaca a R$ 231/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 251/@ (prazo) vaca a R$ 236/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 246/@ (prazo) vaca a R$ 217/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 236/@ (à vista) vaca a R$ 217/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 256/@ (à vista) vaca a R$ 212/@ (à vista).
S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO
Governo anuncia fim de restrições da Rússia à carne bovina brasileira
Russos impuseram embargo à proteína de animais com mais de 30 meses de idade que fossem abatidos no Pará após caso de "vaca louca" no Estado
O governo federal anunciou na sexta-feira fim do embargo russo à carne bovina brasileira exportada a partir do Pará. A Rússia impôs as restrições em março, após a confirmação de um caso atípico de "vaca louca” em Marabá, no sul do Estado, no dia 22 de fevereiro. Em comunicado, o governo destacou que o fim das restrições russas se soma à reabertura do mercado das Filipinas, em 28 de março, e representa a plena normalização do comércio do produto com a Rússia. No dia 1º de março, o país impôs o embargo à carne de animais com mais de 30 meses de idade que fossem abatidos no Pará. O governo federal explicou que, diferentemente da forma clássica da chamada “vaca louca”, a forma atípica é decorrência natural no rebanho e não apresenta risco à saúde pública. Em 2022, as exportações de carne bovina para Rússia somaram cerca de US$ 165 milhões. Foram exportadas o equivalente a 24 mil toneladas do produto. As Filipinas são o sexto destino das exportações da carne bovina no Brasil, somando 275 milhões de dólares em 2022. O governo brasileiro comunicou também que o Ministério das Relações Exteriores (MRE) segue atuando desde a ocorrência no Pará para evitar fechamentos indevidos de mercados.
VALOR ECONÔMICO
SUÍNOS
Suínos: cotações estáveis
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 117,00/R$ 123,00, assim como a carcaça especial, valendo R$ 9,50/R$ 9,80 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (5), houve alta somente em Santa Catarina, na ordem de 0,32%, chegando em R$ 6,24/kg. Os preços ficaram inalterados em Minas Gerais (R$ 6,46/kg), Paraná (R$ 6,41/kg), Rio Grande do Sul (R$ 6,49/kg), e em São Paulo (R$ 6,57/kg). Na quinta-feira (6), véspera do feriado de Sexta-Feira Santa, emendando com a Páscoa, as principais praças comercializadoras de suínos no mercado independente registraram queda ou estabilidade nos preços.
Cepea/Esalq
Suinocultura independente: Queda no PR
No Paraná, considerando a média semanal (entre os dias 30/03/2023 a 05/04/2023), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 1,78%, fechando a semana em R$ 6,32/kg vivo. "Espera-se que nesta semana o preço do suíno vivo apresente queda, podendo ser cotado a R$ 6,26/kg vivo", informou o Lapesui
Em São Paulo o mercado teve acordo de R$ 7,22/kg vivo, mantendo o mesmo preço pela terceira semana consecutiva, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS). No mercado mineiro, não houve acordo entre suinocultores e frigoríficos, ficando sugerido o preço de comercialização em R$ 6,80/kg vivo, com acordo entre suinocultores e frigoríficos, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal teve queda, saindo de R$ 6,63/kg vivo para R$ 6,51/kg vivo nesta semana. Na quinta-feira, o Rio Grande do Sul divulgou o resultado da pesquisa de preços da suinocultura, que tradicionalmente é realizada no Estado às sextas-feiras. Segundo dados da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), o preço ficou estável em R$ 6,83/kg.
AGROLINK
Suínos/Cepea: Março tem recuo nas cotações, mas Indicador mostra avanço no comparativo anual
Ao longo de março, os preços do suíno vivo e da carne foram pressionados pelo enfraquecimento da demanda e pela oferta elevada – cenário observado na maioria das praças acompanhadas pelo Cepea
Apesar da retração mensal, os valores do animal e da proteína ficaram acima dos registrados em março de 2022. No atacado da Grande São Paulo, a carcaça especial suína foi comercializada à média de R$ 10,60/kg em março, queda de 5,7% em relação à do mês anterior, mas 16,3% acima da de março/22, em termos reais (série deflacionada pelo IPCA de fevereiro/22).
Cepea
FRANGOS
Preços do frango em alta ou estabilidade
Segundo análise do Cepea, a maior demanda por carne de frango registrada nas duas primeiras semanas de março somada às exportações em alta sustentaram o preço médio mensal da proteína no mercado interno no último mês
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,80/kg, enquanto o frango no atacado subiu 2,85%, custando R$ 6,50/kg. Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, o valor ficou inalterado em R$ 4,30/kg, da mesma maneira que no Paraná, custando R$ 4,93/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (5), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado subiram 0,28%, custando, respectivamente, R$ 7,07/kg e R$ 7,08/kg.
Cepea/Esalq
Frango/Cepea: Aumento nos embarques garante novo recorde e sustenta preço interno da carne
A maior demanda por carne de frango registrada nas duas primeiras semanas de março somada às exportações em alta sustentaram o preço médio mensal da proteína no mercado interno no último mês
De acordo com dados do Cepea, o preço do frango inteiro congelado comercializado no atacado da Grande São Paulo teve média de R$ 6,75/kg em março, alta de 1,5% frente ao verificado em fevereiro. Quanto às exportações, conforme relatório da Secex, a média diária de embarques de carne de frango in natura foi de 21,1 mil toneladas em março, 7,2% acima da observada em fevereiro, 20% maior que a de março/22 e um recorde, considerando-se toda a série histórica da Secex, iniciada em 1997.
Cepea
INTERNACIONAL
Preços mundiais dos alimentos registram queda de 20,5% em março, diz FAO
Os preços mundiais dos alimentos registraram queda de 20,5% em março na comparação com o nível recorde registrado há 12 meses, uma consequência da Guerra da Ucrânia, mas continuam "muito elevados", informou na sexta-feira (7) a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura)
Na comparação com o mês anterior, o índice da FAO, que mede uma cesta de produtos básicos, caiu 2,1% em março. "A oferta abundante, a frágil demanda de importações e a prorrogação da Iniciativa de Grãos do Mar Negro (o corredor marítimo que permite as exportações a partir da Ucrânia) contribuíram para a queda", destacou a FAO. "Apesar da redução dos preços globalmente, estes continuam muito elevados e seguem aumentando nos mercados internos, o que representa problemas adicionais em termos de segurança alimentar", declarou Máximo Torero, economista-chefe da FAO. A queda dos preços dos cereais, de 5,6% na comparação com o mês anterior, e dos óleos vegetais (-3%) compensaram o aumento do açúcar (+1,5%), que registra o "nível mais elevado desde outubro de 2016, devido aos temores vinculados a uma queda das projeções de produção na Índia, Tailândia e China", destacou a organização. O preço do trigo caiu 7%, "estimulado por uma produção forte na Austrália, condições melhores na União Europeia, o abastecimento da Rússia e as exportações contínuas da Ucrânia". Por sua vez, os preços mundiais do milho caíram 4,6%, em parte devido às "expectativas de uma safra recorde no Brasil", e os preços do arroz caíram 3,2% devido a "safras em curso ou que são iminentes nos principais exportadores, como Índia, Vietnã e Tailândia".
Agencia France Presse(AFP)
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Indústria é segunda atividade que mais abriu vagas de emprego no PR em fevereiro
A indústria paranaense abriu 2.543 novas vagas de emprego formal (com carteira assinada) em fevereiro. Foi a segunda atividade econômica que mais criou oportunidades no estado, atrás do setor de serviços (16.997)
O comércio admitiu 2.141 pessoas, seguido pelo agropecuário (1.222) e pela construção civil (1.178). No total, o estado abriu 24.081 postos de trabalho no mês. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Governo Federal (Novo Caged). O resultado da indústria é melhor do que o de janeiro, com alta de 33%. Mas mostra que há uma desaceleração na comparação com fevereiro de 2022, com redução de 21% no quadro de contratações. No acumulado do primeiro bimestre deste ano, o saldo do setor (admissões menos demissões) é positivo e chega a 4.454 empregos criados. Apesar disso, o saldo está 52% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. “A boa notícia é que a indústria continua abrindo oportunidades, embora em um ritmo mais lento. No geral, o estoque de trabalhadores vem crescendo mês a mês. Era de 740 mil trabalhadores em janeiro e, no mês seguinte, foi para 742 mil”, ressalta a analista da assessoria econômica e de crédito da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Mari dos Santos. Das 24 atividades avaliadas no Paraná, 15 criaram empregos e uma ficou estável (bebidas). Setor de confecções e artigos do vestuário liderou as contratações em fevereiro (484), seguido por alimentos (395), automotivo (339), fabricação de produtos de metal (278) e borracha e material plástico (214). Quem mais dispensou do que contratou, no mês, foi o segmento de máquinas e equipamentos e outros equipamentos de transporte, ambos com o fechamento de 65 vagas. Depois vêm petróleo (-25), minerais não-metálicos (-23) e celulose e papel (-20). No ano, o movimento é parecido. Confecções e artigos do vestuário lidera a abertura de vagas no estado, com 1.317 novos contratados. Alimentos está na sequência (1.232), seguido por produtos de metal (522), automotivo (426) e borracha e material plástico (401). Entre os segmentos que mais dispensaram trabalhadores estão fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-526), produtos de madeira (-368), fabricação de máquinas e equipamentos (-251), metalurgia (-200) e produtos de minerais não-metálicos (-163). “O desempenho da indústria aponta para um comportamento natural quando há troca de governo. Normalmente, o empresário aguarda as definições da nova gestão do país com relação aos rumos da economia”, destaca. “Normalmente, os empresários aguardam as definições para a tomada de decisão com relação a novos investimentos e contratações, impactando também no mercado de trabalho formal”, reforça Mari dos Santos. Segundo ela, também há questões externas que influenciam a decisão dos industriais com relação à geração de novos empregos, como a continuidade do conflito entre Rússia e Ucrânia e a questão de a China estar importando produtos em menor valor do Paraná. Há ainda a alta de 15%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no preço de insumos nos setores de sabões e cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal, fabricação de bebidas e impressão e reprodução de gravações, no Brasil.
FIEP
Oferta de ações da Copel deve sair em outubro e pode ser a maior do ano na B3
Processo tem como referência a privatização da Eletrobras e deve transformar a companhia numa empresa ‘sem dono’
A Copel, empresa de energia elétrica do Paraná, deve fazer a maior oferta de ações da Bolsa este ano, superando nomes com o Assaí, que captou R$ 4 bilhões em março. Prevista para ocorrer em outubro, a intenção é fazer a venda apenas de ações ordinárias (ON, com direito a voto), conforme adiantou o governador do Paraná, Ratinho Junior. A Copel tem três tipos de ações no mercado hoje - ordinária (ON), preferencial (PN) e a Unit, uma combinação das duas. As PN são as que concentram o movimento em bolsa, porque 70% das ON estão nas mãos do governo paranaense, que ao colocar os papéis no mercado trará aumento de liquidez para a ação. O objetivo é transformar a empresa em uma “corporation”, como são chamadas as companhias com o capital pulverizado, sem controle definido. No modelo que está sendo discutido com o sindicato dos bancos, que inclui o Bradesco BBI, o governo do Paraná sai do controle da empresa, ao reduzir sua participação de 31% do capital total para algo entre 15% a 17%. A operação é semelhante à privatização da Eletrobras em 2022, que movimentou R$ 34 bilhões. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem 24% do capital. Na gestão anterior, havia a sinalização de que venderia parte dos papéis. Com a mudança de comando do banco, o governo do Paraná está conversando sobre se a intenção de vender os papéis prossegue. Não há decisão anunciada, mas recente declaração do atual presidente do banco, Aloizio Mercadante, de que não haveria motivos para a instituição manter as participações em “empresas maduras” gerou uma expectativa de que o banco pode participar da operação. Ainda que não participe, o BNDES ficaria com direito de voto limitado a 10%, por conta das regras da “corporation” - nenhum acionista pode ter direito societário acima de 10% para não comprometer a gestão e o modelo de negócios. A Copel tem três usinas em fase final de concessão - Foz de Areia, Segredo e Salto Caxias. Juntas, somam quase 4,2 megawatts (MW) de potência instalada, o equivalente a 60% da capacidade de geração da empresa do Paraná. No processo de saída do governo paranaense do controle da empresa, a concessão poderá automaticamente ser renovada por mais 30 anos, por conta de um dispositivo legal já usado na privatização da Cesp e que recebeu ajustes de texto nos últimos dias do governo Bolsonaro para melhor acomodar o plano desenhado para a Copel. Em troca dos novos contratos, a empresa deverá pagar uma outorga, pelas três usinas, estimada em cerca de R$ 4 bilhões. As conversas estão sendo feitas de forma conjunta com o Ministério de Minas e Energia e o da Fazenda. “A expectativa é que para as próximas semanas isso possa avançar”, disse o governador. Já a parte técnica está praticamente pronta.
O ESTADO DE SÃO PAULO
Privatização da Compagas é postergada e deve ficar para final do ano
Venda da concessionária de distribuição de gás natural paranaense ficou em segundo plano por oferta de ações da Copel
Inicialmente prevista para acontecer no início deste ano, a privatização da Compagás, concessionária de distribuição de gás natural paranaense, ficou em segundo plano após o governador do Paraná iniciar um plano de tornar a Copel uma corporação nos moldes do que foi realizado na Eletrobras em 2022. Com isso, a nova previsão é que a empresa vá a leilão entre o final de 2023 e o início de 2024. “Hoje a prioridade do governo é a privatização da Copel, a venda da Compagás está nos planos, mas não é a maior prioridade”, disse uma fonte que aceitou falar sem ter o nome identificado. O desinvestimento na concessionária de gás é um desejo do governo estadual e já vinha sendo encaminhado pela direção da Copel, principal acionista da concessionária de gás natural, com 51% das ações. O Broadcast Energia apurou que outras duas sócias, a Commit, do Grupo Cosan, e a japonesa Mitsui têm posição favorável ao processo. Após a venda da ES Gás para a Energisa na última sexta-feira, os holofotes se voltam para a Compagás e para a Gasmig, duas privatizações de distribuidoras de gás natural que são consideradas como certas pelo mercado.
O ESTADO DE SÃO PAULO
ECONOMIA/INDICADORES
Em uma sessão marcada pela baixa liquidez, o dólar à vista fechou em leve alta ante o real na quinta-feira, com investidores protegendo posições no Brasil antes do feriado de sexta-feira e em sintonia com o movimento da divisa ante outras moedas emergentes
O movimento de busca pelo dólar antes do feriado de Sexta-Feira Santa foi perceptível em especial durante a manhã, quando a divisa dos EUA atingiu as cotações máximas da sessão. Por trás disso estava a intenção de alguns participantes do mercado de se protegerem antes da divulgação dos dados de emprego nos EUA na sexta-feira. Economistas consultados pela Reuters esperam que a criação de vagas de trabalho em março nos EUA tenha sido de 239 mil, após aumento de 311 mil em fevereiro. À tarde, com as mesas de operação já esvaziadas no Brasil, as cotações da moeda norte-americana desaceleraram, mas ainda assim a divisa encerrou no terreno positivo. O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0582 reais na venda, em alta de 0,16%. Na B3, às 17:23 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,10%, a 5,0750 reais. No exterior, a moeda norte-americana sustentava no fim da tarde ganhos ante o dólar australiano e o peso chileno, entre outras divisas, e tinha leve alta ante uma cesta de moedas. Às 17:23 (de Brasília), o índice do dólar --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- subia 0,03%, a 101,900. Na manhã de quinta-feira, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de maio.
REUTERS
Ibovespa tem queda marginal antes de feriado
O Ibovespa fechou com recuo marginal na quinta-feira, tendo operado próximo da estabilidade em grande parte do pregão
Localmente, investidores permaneceram na expectativa pelo início da tramitação da nova proposta de arcabouço fiscal no Congresso, assim como no aguardo de anúncios das medidas do Ministério da Fazenda para elevar a arrecadação. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou com variação negativa de 0,15%, a 100.821,73 pontos, acumulando queda de 1,04% na semana. O volume financeiro somou 15,2 bilhões de reais, contra média diária neste ano --até 5 de abril-- de 16,8 bilhões de reais. O número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos na semana passada veio maior do que o mercado esperava, conforme divulgado, o que pesou em Wall Street na abertura, ainda que o dado da semana anterior tenha sido revisto em 48 mil pedidos para cima. O S&P 500 fechou em alta de 0,36% e o Dow Jones ficou praticamente estável. No Brasil, enquanto o mercado aguarda novidades sobre como o governo pretende elevar a arrecadação para sustentar sua proposta de arcabouço fiscal, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a queda da taxa de juros será consequência da nova regra anunciada na semana passada e da reforma tributária que o governo quer aprovar no Congresso. "O principal foco do mercado (na cena local) agora é ver como é que o projeto vai caminhar no Senado e Câmara dos Deputados", disse Mário Mariante, analista-chefe da Planner Corretora. Ele disse não acreditar que as declarações de Haddad tenham feito preço na sessão. Além disso, Lula disse nesta quinta-feira que se a atual meta de inflação está errada, ela deve ser alterada, e voltou a criticar o atual patamar da taxa de juros, que classificou de "incompreensível". As falas, no entanto, não geraram grandes movimentações no Ibovespa.
REUTERS
Liberação do crédito rural alcança R$ 267 bilhões em nove meses
De janeiro a março deste ano, foram liberados R$ 55,4 bilhões de crédito rural, que representa 10% a mais do aplicado no mesmo período do ano passado
O desembolso do crédito rural totalizou R$ 267,5 bilhões no Plano Safra 2022/23, no período de julho/2022 até março/2023. Os financiamentos de custeio tiveram aplicação de R$ 160 bilhões. Já as contratações das linhas de investimentos totalizaram mais de R$ 72,7 bilhões. As operações de comercialização atingiram R$ 21,7 bilhões e as de industrialização, R$ 13 bilhões. De acordo com a análise da Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), foram realizados 1.473.837 contratos no período de nove meses, sendo 1.069.286 no Pronaf e 167.745 no Pronamp. Os valores contratados pelos pequenos e pelos médios produtores foram, respectivamente, de R$ 43 bilhões no Pronaf e de R$ 40 bilhões no Pronamp, em todas as finalidades (custeio, investimento, comercialização e industrialização). Os demais produtores formalizaram 236.806 contratos, correspondendo a R$ 185 bilhões de financiamentos contraídos nas instituições financeiras. Entre os programas prioritários de financiamento agropecuário, o Programa ABC+, conhecido como Programa para a Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária, se destaca, com a aplicação de R$ 3,5 bilhões, seguido dos programas de construção de armazém, de inovação e de apoio aos médios produtores rurais, cujas contratações foram, respectivamente, da ordem de R$ 2 bilhões. Em relação às fontes de recursos do crédito rural, a participação dos recursos obrigatórios, no total das contratações, foi de R$ 63 bilhões, e a de recursos da poupança rural controlada atingiu R$ 53 bilhões. As duas fontes somam 43% do total do crédito rural. A demanda por recursos não controlados somou R$ 107,9 bilhões, com destaque para os recursos da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) com R$ 64,1 bilhões, o equivalente a 24% de todos os financiamentos. A região Sul continua com o destaque nos financiamentos do Plano Safra com R$ 89 bilhões. O estado do Rio Grande do Sul lidera o ranking das contratações na região, com 44% das contratações da região, seguido pelo Paraná, com 41%. O Centro-Oeste está em segundo lugar no desempenho do crédito, com R$ 71 bilhões. Nas contratações desta região, Mato Grosso detém a maior parte das contratações (39%). Goiás soma 37% das aplicações da região. No atual governo, de janeiro a março, foram liberados R$ 55,4 bilhões de crédito rural, que representa 10% a mais do aplicado no mesmo período do ano passado, em todas as finalidades do crédito rural (custeio, investimento, comercialização e industrialização). Nos três primeiros meses do ano, o custeio totalizou quase R$ 31,5 bilhões, o financiamento em investimentos alcançou R$ 13,3 bilhões, a comercialização somou R$ 7,9 bilhões e a industrialização, R$ 2,8 bilhões.
MAPA
Poupança sofre resgate líquido de R$6 bi em março
Depois de registrar um saque líquido recorde para o mês em fevereiro, a caderneta de poupança fechou março com um volume ainda expressivo de resgates, mas distante do maior valor já verificado no período, mostraram dados do Banco Central divulgados na quinta-feira
A aplicação financeira mais procurada por brasileiros sofreu um saque líquido de 6,087 bilhões de reais no mês passado, após uma perda de 11,515 bilhões de reais em fevereiro. O maior saque líquido já registrado para março foi de 15,356 bilhões de reais em 2022, ano que terminou com um resgate total recorde de 103,237 bilhões de reais. No mês passado, os saques superaram os depósitos no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) em 5,665 bilhões de reais. Já na poupança rural, as saídas líquidas foram de 422,4 milhões de reais. No ano, a poupança acumula uma perda de 51,233 bilhões de reais. O movimento de saques ocorre em meio a um cenário de juros elevados, que reduz a competitividade da poupança frente a outros investimentos.
REUTERS
Produção industrial recua em oito dos 15 locais pesquisados em janeiro
Na passagem de dezembro para janeiro, quando a produção industrial do país recuou -0,3%, houve retração em oito dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional. As maiores quedas no período foram registradas por Rio Grande do Sul (-3,4%), São Paulo (-3,1%) e Mato Grosso (-2,0%). No acumulado em 12 meses, a indústria variou -0,2%, com resultados negativos em sete locais. Os dados foram divulgados na quinta-feira (06/04) pelo IBGE
A queda da produção industrial em São Paulo veio após um recuo de 0,8% no mês anterior. Com isso, a indústria do estado acumula retração de 3,9% nesses dois meses. “Esse resultado da indústria paulista, na comparação com dezembro, foi o de maior influência sobre o resultado nacional e foi impactado pelos setores de derivados de petróleo e de veículos. No Rio Grande do Sul, a retração de janeiro eliminou o ganho de 1,9% que havia sido registrado em dezembro. O resultado também é ligado ao setor de derivados do petróleo. Em Mato Grosso, a retração interrompeu dois meses seguidos de expansão, quando havia ganho acumulado de 9,3%. “Nesse estado, houve queda na produção de alimentos e, secundariamente, também houve o impacto negativo o setor de bebidas”, diz o IBGE. Outros resultados negativos vieram do Rio de Janeiro (-1,0%), Santa Catarina (-1,0%), Pará (-0,4%), Paraná (-0,3%) e Bahia (-0,2%). Já Espírito Santo (18,6%) e Pernambuco (17,3%) foram os locais em que houve maior expansão. A alta da produção capixaba foi antecedida por um recuo de 5,2% em dezembro, enquanto a indústria pernambucana eliminou, com o avanço de janeiro, parte da perda de 26,2% acumulada nos últimos quatro meses do ano passado. Os demais resultados positivos, ainda na comparação com o mês anterior, vieram dos seguintes locais: Região Nordeste (6,1%), Goiás (2,5%), Amazonas (2,4%), Ceará (1,5%) e Minas Gerais (0,6%). Também foram incluídos três novos locais entre os pesquisados: Rio Grande do Norte, Maranhão e Mato Grosso do Sul – por atingirem 0,5% do valor de transformação industrial (VTI), de acordo com a Pesquisa Industrial Anual (PIA) Empresa. Com a variação de 0,3% da indústria nacional, na comparação com janeiro do ano passado, sete dos 18 locais pesquisados também tiveram resultados positivos. As maiores expansões vieram do Amazonas (13,0%), Maranhão (11,5%) e Minas Gerais (9,8%). “Minas Gerais foi a principal influência sobre o resultado de 0,3% da indústria nacional. O setor que mais impulsionou a indústria no estado foi o extrativo, em decorrência do aumento da produção de minério de ferro. Também há o destaque para os derivados do petróleo, com aumento da produção de óleo diesel, gasolina automotiva, asfalto de petróleo e óleos combustíveis”, afirma. A segunda maior influência no resultado da indústria veio do Rio de Janeiro (3,2%). “Na indústria fluminense, também houve a influência do setor de derivados de petróleo, que foi impulsionado pelo aumento da produção de gasolina automotiva, gás liquefeito de petróleo e querosene de avião. Outro setor de destaque é o extrativo, com a expansão de óleos brutos de petróleo”. As outras expansões vieram de Mato Grosso do Sul (4,5%), Goiás (3,5%) e Ceará (0,2%). Do lado das quedas, Mato Grosso (-14,6%), Rio Grande do Norte (-10,5%) e Bahia (-10,3%) tiveram os resultados mais expressivos. Rio Grande do Sul (-7,7%), Espírito Santo (-6,5%), Região Nordeste (-5,3%), Santa Catarina (-4,9%), Pará (-4,6%), Pernambuco (-2,8%), São Paulo (-2,1%) e Paraná (-0,4%) também recuaram frente a janeiro de 2022.
Agência IBGE de Notícias
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