Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 9 | nº 1964 |24 de abril de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Frigoríficos continuam ausentes das compras de gado
Na semana encurtada pelo feriado nacional da sexta-feira (21/4), o volume de negócios no mercado físico do boi gordo continuou esparso, informou a S&P Global. “Com escalas de abate minimamente preenchidas até o começo de maio, boa parte das indústrias frigoríficas optou por ficar fora das compras de animais terminados”, afirmou a consultoria
“O consumo interno fraco e o baixo fluxo de embarque de carne bovina elevaram a cautela dos compradores”. Ao mesmo tempo, continua a S&P Global, a oferta de animais gordos continua avançando nas regiões pecuárias, impulsionada pelo aumento do descarte de vacas. “Normalmente, neste período do ano, há um movimento de descarte de fêmeas, devido ao final da estação de monta. Porém, os baixos preços dos bezerros pressionaram as margens da atividade de cria, estimulando ainda mais a venda de vacas aos frigoríficos”, observa a S&P Global. Segundo a consultoria, provavelmente, muitos pecuaristas estão reduzindo o contingente de animais nas propriedades, antecipando um movimento que seria iniciado com maior ênfase a partir de maio, quando a oferta de massa verde nas fazendas tende a cair, em razão da redução dos índices pluviométricos nas regiões Norte e Centro-Oeste do País. De acordo com apurações da Scot Consultoria, na véspera de feriado de Tiradentes (21/4), o mercado do boi gordo apresentou poucos negócios, com boa parte dos compradores fora das compras. Dessa forma, no mercado paulista, o boi gordo segue valendo R$ 272/@, enquanto a vaca e a novilha gorda são negociadas por R$ 252/@ e R$ 267/@, respectivamente (preços brutos e a prazo), segundo a Scot. A cotação do “boi-China” permaneceu em R$ 275/@ em São Paulo, com ofertas de compra abaixo da referência e praticamente sem ágio em relação ao valor da arroba do boi “comum” (direcionado ao mercado interno), acrescentou a consultoria. Região de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul – A semana terminou com queda da cotação do boi gordo em R$ 5,00/@, acumulando uma queda de R$15,00/@ ao longo da semana. A cotação para boi, vaca e novilha está em R$ 260/@, R$ 245/@ e R$ 250/@, respectivamente, preços brutos e a prazo. Para o “boi China”, queda acumulada de R$ 10/@, com ofertas sem ágio em relação ao mercado interno, estando apregoada em R$ 260/@, preço bruto e a prazo. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 271/@ (à vista) vaca a R$ 236/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 276/@ (prazo) vaca a R$ 248/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 261/@ (prazo) vaca a R$ 243/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 248/@ (prazo) vaca a R$ 231/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 246/@ (à vista) vaca a R$ 225/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 244/@ (à vista) vaca a R$ 219/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 248/@ (prazo) vaca R$ 229/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 279/@ (à vista); vaca a R$ 246/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 236/@ (prazo) vaca a R$ 222/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 247/@ (prazo) vaca a R$ 234/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 236/@ (prazo) vaca a R$ 217/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 231/@ (à vista) vaca a R$ 210/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 241/@ (à vista) vaca a R$ 212/@ (à vista).
S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO
SUÍNOS
Mercado de suínos fecha estável
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 120,00/R$ 125,00, assim como a carcaça especial, valendo R$ 9,50/R$ 9,80 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (19), houve leve alta apenas em São Paulo, na ordem de 0,30%, chegando a R$ 6,60/kg. Ficaram estáveis os preços em Minas Gerais (R$ 6,47/kg), Paraná (R$ 6,35/kg), Rio Grande do Sul (R$ 6,40/kg), e Santa Catarina (R$ 6,28/kg). Na quinta-feira (20) os preços nas principais praças que comercializam os suínos no mercado independente tiveram queda ou estabilidade. Possível melhora nas próximas semanas e um impacto menos profundo dos custos de produção devido à queda nos preços dos grãos que compõem as rações.
Cepea/Esalq
Suinocultura independente: preços estáveis ou com quedas
Em São Paulo o mercado teve acordo de R$ 7,22/kg vivo, mantendo o mesmo preço pela quinta semana consecutiva, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS). A entidade aponta ainda que as vendas nesta semana, em termos de volume, foram melhores que na semana anterior.
No mercado mineiro, houve queda, saindo de R$ 6,80/kg vivo para R$ 6,50/kg vivo, com acordo entre suinocultores e frigoríficos, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Apesar da queda mostrada nos números divulgados, o consultor de mercado da entidade, Alvimar Jalles, destaca que "esse era o preço praticado na prática fazia 3 semanas". Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal teve recuo, saindo de R$ 6,51/kg vivo para R$ 6,42/kg vivo nesta semana. No Rio Grande do Sul, a pesquisa sobre o preço do suíno no mercado independente acontece tradicionalmente às sextas-feiras, mas devido ao feriado nesta sexta (21, Dia de Tiradentes), o resultado foi divulgado nesta quinta-feira. Segundo a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), houve queda, saindo de R$ 6,75/kg vivo para R$ 6,66/kg vivo.
AGROLINK
Suínos/Cepea: Vivo se desvaloriza, e poder de compra do suinocultor cai
Apesar das fortes desvalorizações dos principais insumos consumidos na atividade suinícola (milho e farelo de soja), o preço do suíno vivo negociado no mercado independente tem recuado de forma ainda mais expressiva, cenário que vem reduzindo o poder de compra do suinocultor neste mês
Segundo colaboradores do Cepea, a queda no preço do animal está atrelada à baixa liquidez das vendas da carne nos atacados, que, por sua vez, leva frigoríficos a diminuírem o ritmo de aquisições de novos lotes. Além disso, o feriado de Tiradentes nesta sexta-feira, 21, reforça a menor demanda por animais, tendo em vista que frigoríficos trabalham com menos dias de abate.
Cepea
FRANGOS
Mercado estável para o frango
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,80/kg, enquanto o frango no atacado subiu 0,79%, custando R$ 6,35/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. No Paraná, o valor ficou inalterado em R$ 4,86/kg, enquanto a referência em Santa Catarina foi de R$ 4,90/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (19), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado ficaram estáveis, custando, respectivamente, R$ 6,66/kg e R$ 6,60/kg.
Cepea/Esalq
Reino Unido aumenta cotas para importação de carne de aves do Brasil
Incremento de volume de cotas deve adicionar mais de US$ 60 milhões nas exportações brasileiras
O Reino Unido publicou esta semana os volumes atualizados das cotas de carne de aves do Brasil, que possibilitará um incremento nas vendas do produto avícola para o destino europeu. Com o BREXIT, a União Europeia e o Reino Unido estabeleceram um acordo inicial de distribuição das cotas tarifárias (com tarifas diferenciadas) existentes para vendas de carne de aves, que indicava à ilha britânica uma cota total de 79,9 toneladas anuais de carne de frango. Após longa e detalhada negociação conduzida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, com o apoio do Ministério da Agricultura e da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o volume das cotas tarifárias foi expandido para 96,5 mil toneladas anuais - um incremento de 16,6 mil toneladas anuais. “A divisão inicial não condizia com a realidade de mercado. Agora, as cotas para o Reino Unido foram expandidas em praticamente todas as linhas tarifária. Os destaques foram frango cozido e frango salgado. Deveremos já ver resultados positivos em nossas exportações a partir de julho, quando a cota entrará em vigor”, analisa o Diretor de mercados da ABPA, Luís Rua. Segundo o Presidente da ABPA, Ricardo Santin, estas alterações deverão gerar uma receita adicional de mais de US$ 60 milhões nas vendas dos produtos avícolas para o Reino Unido. “Foi importante conquista do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Agricultura, que deverá gerar impactos positivos relevantes no saldo geral dos embarques avícolas do país ainda este ano, além de consolidar o Brasil como grande parceiro no fornecimento de produtos avícolas para o mercado britânico”, avalia Santin.
ABPA
Frango/Cepea: Carne de frango ganha competitividade frente à bovina
Os preços da carne de frango se enfraqueceram na parcial de abril frente aos de março, enquanto os da proteína suína caíram com um pouco mais de força, e os da bovina registraram leve avanço
No mercado atacadista da Grande São Paulo, o frango inteiro resfriado se desvalorizou, influenciado pelas vendas enfraquecidas neste início de segunda quinzena. Para a carne suína, a queda no preço está atrelada à baixa liquidez nos atacados, o que leva frigoríficos a diminuírem o ritmo de aquisições de novos lotes. Além disso, o feriado de Tiradentes nesta sexta-feira, 21, reforça a menor demanda por animais, tendo em vista que frigoríficos trabalham com menos dias de abate. No caso da carne bovina, as cotações da carcaça casada seguem firmes. Nesse cenário, a competitividade da carne de frango tem caído frente à suína, mas aumentado em relação à bovina, visto que seu preço se aproximou do da proteína suinícola, mas se distanciou do da bovina.
Cepea
CARNES
Aumento da oferta interfere no preço do boi gordo no Paraná
Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária produzido pelo Deral registra queda de 1,5% no preço do boi gordo
Uma maior oferta de bovinos em algumas regiões do Brasil vem interferindo no preço do boi gordo. No Paraná, a queda foi de 1,5% nos últimos sete dias. Na Bolsa Brasileira (B3), a redução foi maior, chegando a 2,5%. Este é um dos assuntos tratados pelos técnicos do Deral (SEAB-PR) no Boletim de Conjuntura Agropecuária, referente à semana de 14 a 21 de abril. Além da maior disponibilidade de animais para terminação, a proximidade com o inverno pode estar estimulando pecuaristas a venderem os rebanhos, preparando-se para o costumeiro aumento no custo de nutrição nesse período. O levantamento feito pelos técnicos do Deral aponta que, no atacado, os cortes dianteiro e traseiro são comercializados, em média, a R$ 15,43 e R$ 23,40, respectivamente. O boletim registra ainda o aumento em 16,8% no volume de carne de frango exportada pelo Brasil no primeiro trimestre de 2023, com pouco mais de 1,2 milhão de toneladas, e de 27,1% em faturamento, que chegou a US$ 1,9 bilhão. Os dados do Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio (Agrostat Brasil), do Ministério da Agricultura e Pecuária, apontam que o Paraná, maior produtor e exportador nacional, teve participação de 42,1% no volume enviado ao Exterior e de 38,5% na receita cambial.
CANAL RURAL
EMPRESAS
Mesmo com suinocultura em crise, Alegra prevê crescer 12%
Companhia, braço frigorífico das cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal, projeta faturar R$ 1,2 bilhão neste ano
Mesmo com a suinocultura brasileira em crise, a Alegra, braço frigorífico da Unium, formada pelas cooperativas paranaenses Frísia, Castrolanda e Capal, prevê faturar R$ 1,2 bilhão em 2023, o que representará um aumento de 12% em relação ao ano passado, quando a receita foi de R$ 1,07 bilhão. De acordo com Luiz Morelli, Superintendente da empresa, escoar por bons preços a produção dos cooperados das três centrais é até mais importante do que elevar o faturamento. “Queremos dar segurança ao produtor. O modelo de venda do suíno vivo é extremamente volátil. É só ver o desequilíbrio que a China causou”, afirma. No começo do ano passado, a redução drástica das compras chinesas gerou uma crise na suinocultura mundial. “Acreditamos que o nosso modelo é mais justo. Ele garante que todos os elos da cadeia tenham saúde financeira”. Hoje, mercado interno representa 75% dos negócios da Alegra. Juntas, Frísia, Castrolanda e Capal ofertaram mais de 880 mil suínos para o abate neste ano, ou 1,5% do mercado brasileiro. A demanda da indústria deve absorver toda a produção. Atualmente, o mercado interno representa 75% dos negócios da Alegra, e as exportações, para mais de 30 países, a fatia restante. Cerca de 40% da produção sai em forma de produtos industrializados, proporção que deve subir para 54% neste ano. “Abrimos um centro de distribuição em São Paulo, para aumentar a nossa capilaridade”, explica Morelli. Segundo ele, a empresa não tem a intenção de abrir plantas de abate fora do Paraná. A empresa quer continuar a investir nas linhas de presuntos, salames e mortadelas. O centro logístico em São Paulo é estratégico nesse plano, já que permitirá à Alegra entregar os produtos às padarias, empórios e restaurantes da capital paulista, o maior mercado consumidor do país. “Também apostamos em produtos com porções menores para churrasco”, diz Morelli.
VALOR ECONÔMICO
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Paraná prevê expansão do mercado de suínos e quer aproximação com SC
Setor investe em frigoríficos, mas ainda reivindica novos mercados para exportação quase 2 anos após selo sanitário. Com a ampliação de frigoríficos, e agarrado a uma expectativa de abertura de novos mercados para exportação, o Paraná tenta brigar por mais espaço na suinocultura, setor que no Brasil é liderado hoje por Santa Catarina
Paraná fica no topo do ranking nacional quando se trata de frangos, mas, a produção de suínos no estado vizinho representa quase 30% do mercado brasileiro, de acordo com os números mais recentes do IBGE. O Paraná está em segundo lugar, com uma fatia de 20% aproximadamente. A maior aposta do Paraná agora tem relação com a instalação de uma nova unidade da Frimesa na cidade de Assis Chateaubriand, no Oeste do estado - o frigorífico inaugurado está entre os maiores da América Latina e começou a operar nas últimas semanas. O investimento ficou em torno de R$ 1,4 bilhão. Outras marcas paranaenses, como Alegra e Coopavel, também fizeram investimentos recentes - no cálculo do governo do Paraná, a produção de suínos deve ter um crescimento de 8% a 10% neste ano de 2023. O Paraná recebeu da OIE (Organização Mundial da Saúde Animal) o reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação há 2 anos. Sem o selo sanitário, o Paraná ficava impedido de tentar entrar em quase dois terços do mercado mundial de suínos. Para Santa Catarina, o certificado internacional chegou em 2007. A chancela internacional é considerada um marco para os produtores do Paraná, mas, a abertura do mercado, reconhece Norberto Ortigara, secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, não é um processo veloz. Paraná já exporta carne suína para mais de 30 países, mas a disputa agora são pelos chamados "grandes mercados", como Japão, Coreia do Sul e México, que, de acordo com o setor, pagam um valor melhor pelo produto. "O comércio mundial é jogo bruto. Esses países têm acordos comerciais com inúmeros países que nós, o Brasil, infelizmente não temos. Mas queremos quebrar esta lógica", diz Ortigara, ao acrescentar que, com a guerra na Ucrânia, e a desarticulação da cadeia produtiva, houve uma procura por "locais que sejam potencialmente estáveis, confiáveis a longo prazo". Empresários do Paraná avaliam que o momento é especialmente favorável ao consumo da carne do porco, com o aumento do preço da carne bovina e uma redução no custo de produção da carne suína – os grãos começaram a baixar após dois anos de elevação e a alimentação dos animais costuma representar até 80% do custo total. Por outro lado, também há queixas sobre falta de pessoal para fazer as inspeções nos frigoríficos e uma avaliação geral de que há uma lentidão nos acordos bilaterais. O Presidente-Executivo da Frimesa, Elias José Zydek, aponta que a falta de fiscais federais habilitados para realizar a inspeção nas unidades de produção tem sido um obstáculo para o crescimento do setor e critica os governos federal e estadual. "Do que adianta fazer missões internacionais, para China, Ásia, levando empresários, se o Ministério não tem gente para fazer inspeções? É um despropósito que os políticos andem mundo afora tentando estimular a exportação se não tem a mínima condição de ter um fiscal trabalhando. É um verdadeiro atraso", afirma ele. Com sede em Medianeira (PR), a Frimesa é formada por cinco cooperativas (Copagril, Lar, C. Vale, Copacol e Primato) e tem seis unidades industriais. A nova planta, em Assis Chateaubriand, está programada para chegar a 15 mil abates de suínos por dia até 2028. Até o final de 2023, o objetivo é atingir uma média de 7.500 animais/dia. "Nós visualizamos um cenário positivo para a carne suína no mundo, baseados na competitividade que nós temos em relação ao custo de produção. Temos grãos, tecnologia, genética, indústria. E há oportunidades no mundo: Europa está reduzindo sua produção, há um avanço de abertura de mercados. Mas tem uma burocracia do Ministério e do governo estadual junto aos protocolos internacionais. E isso não depende de nós, da iniciativa privada. Precisamos de ações mais objetivas e rápidas", cobra Zydek. Outros empresários do setor fazem uma avaliação semelhante. "Ainda não colhemos os frutos deste status sanitário [de dois anos atrás]. Porque isso passa por dois momentos. Um é a OIE declarar o Paraná como área livre. O segundo passo é os mercados que exigem este status fazendo o reconhecimento do estado como tal", diz Luiz Otavio Morelli, gerente-executivo da Alegra, empresa paranaense que atua no ramo da carne suína. Em 2023, a Alegra já tem programada a exportação para 32 países, mas os principais destinos ainda são Hong Kong, Uruguai, Cingapura, Argentina e Vietnã. "E a gente não vai ter dificuldade para fornecer produtos de qualidade para os grandes mercados, como México, Coreia do Sul e Japão. Nosso pátio industrial é bastante moderno. O Paraná tem tudo para chegar no nível que SC tem hoje, mas precisamos acelerar", afirma Morelli. A Alegra tem hoje uma unidade frigorífica, que fica em Castro (PR), com abate de 3,5 mil suínos/dia. Também tem dois centros de distribuição, um em São José dos Pinhais, na região de Curitiba, e outro em Barueri, na grande São Paulo, inaugurado no começo deste ano. De acordo com Morelli, a Alegra prevê expandir em 15% o volume de abate ainda em 2023. A empresa também pretende aumentar a fatia de industrializados a partir do processamento do abate. "Queremos crescer nas linhas de maior valor agregado, com cozidos, defumados, presuntaria, charcutaria de modo geral, e os itens in natura premium", antecipa ele.
FOLHA DE SÃO PAULO
Paraná vai investir R$ 5,7 milhões no desenvolvimento de carne cultivada
A Fundação Araucária, agência paranaense de fomento à pesquisa científica, tecnológica e inovação, anunciou na semana passada investimento de R$ 5,7 milhões em carne cultivada
O projeto, intitulado "Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação em Proteínas Alternativas" (NAPI-PA), será executado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). A verba destinada pela Fundação Araucária vem do governo estadual do Paraná. A maior parte do recurso será destinada à UFPR, para a instalação do Laboratório de Zootecnia Celular (Zoocel), que já é uma unidade permanente da universidade, para o Laboratório de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, para a aquisição dos equipamentos necessários, como por exemplo dois biorreatores, um para produção de cultivo celular de bancada e outro para escalonamento, e para o fortalecimento de outras equipes e laboratórios parceiros da PUC-PR e da UEM. A outra parte da verba irá para bolsas de pesquisa destinadas às equipes participantes da proposta, que abrirão editais de processos seletivos. Qualquer pesquisador do Brasil que atenda aos requisitos dos editais poderá concorrer às bolsas, que são de mestrado, doutorado e pós-doutorado. Os NAPIs (Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação) da Fundação Araucária são grupos multidisciplinares de pesquisa sobre diferentes tecnologias e inovações, que vão desde nanotecnologia, genômica e biogás até inteligência artificial no agro. A estrutura de financiamento de P&D desses arranjos se dá pela visão estratégica do estado: com o NAPI de proteínas alternativas, o foco é o fortalecimento da agropecuária do Paraná para que, com uma maior diversidade de produtos, a competitividade do estado aumente e ele se posicione bem no espaço dos novos alimentos, disse a fundação em nota. Os pesquisadores do Zoocel vão trabalhar com células primárias de raças bovinas e suínas paranaenses, contribuindo para as novas cadeias produtivas e para a geração de novos empregos no Paraná.
CARNETEC
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar à vista cai ante real com realização de lucros e influência do exterior
Após a alta da véspera, o dólar fechou em baixa na quinta-feira, com a sessão conduzida por realização de lucros e pelo viés negativo da moeda norte-americana durante a tarde no exterior
O dólar recuou durante praticamente todo o dia, com alguns investidores vendendo moeda no mercado futuro para realizar parte dos lucros após a alta de 2,20% na quarta-feira. No exterior, a divisa norte-americana também se mantinha à tarde em queda ante moedas como o peso mexicano, o peso chileno e o dólar australiano. O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0598 reais na venda, em baixa de 0,52%. Na semana, a moeda norte-americana ainda acumulou alta de 2,92%. Na B3, às 17:21 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,34%, a 5,0655 reais. O avanço do dólar na quarta-feira deixou espaço para que, na quinta de véspera de feriado, parte dos investidores realizasse lucros e se reposicionasse, avaliaram profissionais ouvidos pela Reuters. Ao avaliar o cenário geral, Luiz Felipe Bazzo, Presidente do Transferbank, plataforma de transferências internacionais, avaliou que o “mais provável” é que o dólar se mantenha em abril próximo do patamar de 5 reais, podendo registrar período abaixo deste valor. “Praticamente todas as moedas de países emergentes, de países exportadores de petróleo vêm se valorizando. Há um novo ciclo de commodities que deve se reforçar com a reabertura chinesa”, avaliou Bazzo. Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de junho.
REUTERS
Ibovespa tem leve alta em sessão de ajuste, mas registra queda semanal
O Ibovespa fechou em leve alta na quinta-feira, antes de feriado de Tiradentes no Brasil, destoando de Wall Street, com certa correção após queda de mais de 2% na véspera
Apesar do desempenho positivo na sessão, o Ibovespa encerrou a semana no vermelho, diante, em especial, de preocupações quanto à viabilidade do arcabouço fiscal e, no exterior, temor de elevação dos juros nos Estados Unidos. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,44%, a 104.366,82 pontos, mas acumulou queda de 1,8% na semana. O volume financeiro da sessão somou 23,6 bilhões de reais, em dia de vencimento de opções sobre ações. "A pressão negativa forte abre um espaço para correção no dia seguinte", disse Gabriela Joubert, analista-chefe do Inter, sobre o movimento na sessão. O Ibovespa caiu 2,12% na véspera, maior tombo em cerca de um mês. O cenário externo e a pressão da Vale também contribuíram para a queda acentuada. Mário Mariante, analista-chefe da Planner Corretora, afirmou que o mercado na quinta-feira operou "devagar" e "sem muito viés". Ele destacou que a semana deve ser movimentada, com indicadores macroeconômicos de fim de mês e mais balanços corporativos no país, incluindo de Santander Brasil, que abre a temporada de resultados para grandes bancos brasileiros. Em Wall Street, os principais índices acionários caíram na sessão --o S&P 500 marcou queda de 0,60%-- após balanços corporativos, incluindo da Tesla, desapontarem, enquanto investidores seguiram atrás de mais pistas sobre os próximos movimentos do Federal Reserve (Fed) quanto à política monetária.
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