Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 433 |08 de agosto de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: mercado físico abre a semana com preços acomodados
Seguindo a característica típica de começo de semana, o volume de negócios no mercado físico do boi gordo foi praticamente nulo nesta segunda-feira (7/8), informou a S&P Global
Segundo os analistas, a oferta de animais terminados se mostra cada vez mais enxuta, refletindo o avanço do período de entressafra do boi no Brasil. Muitos frigoríficos relatam que a atual dificuldade no escoamento da produção de carne bovina limita o ritmo de aquisição de animais terminados. “Neste momento, a disponibilidade de lotes nas escalas de abate se mostra suficiente para atender às necessidades mais urgentes, o que também colabora para a morosidade de negócios”, ressalta a S&P Global. A lentidão das compras de boiada gorda resulta em um quadro de estabilidade nos preços da arroba na maioria absoluta das praças brasileiras, relata a S&P Global. Na B3, as cotações dos contratos futuros do boi gordo seguem fragilizadas. “Os fundos estão mais cautelosos e liquidando posições diante da falta de expectativas mais positivas em relação ao consumo e as exportações”, justificam os analistas. No atacado, as vendas dos principais cortes bovinos registraram tímida melhora no último fim de semana, suficientes apenas para sustentar os preços. Em São Paulo, a semana teve início com estabilidade nas cotações de todas as categorias de bovinos para abate, relata a Scot Consultoria. “Boa parte das indústrias frigoríficas segue fora das compras e as escalas de abate estão confortáveis”, afirmam os analistas da Scot. Com isso, o boi gordo paulista está sendo negociado em R$ 230/@, a vaca gorda em R$ 205/@ e a novilha gorda em R$ 220/@, preços brutos e a prazo. O “boi-China” vale R$ 235/@, bruto, no prazo, base SP. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 231/@ (à vista) vaca a R$ 202/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 233/@ (prazo); vaca a R$ 212/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 232/@ (à vista); vaca a R$ 207/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 227/@ (prazo) vaca a R$ 209/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 202/@ (prazo) vaca a R$ 177/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 202/@ (à vista) vaca a R$ 177/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 197/@ (à vista) vaca a R$ 172/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 214/@ (prazo) vaca R$ 197/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 255/@ (à vista) vaca a R$ 228/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 199/@ (prazo) vaca a R$ 182/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 207/@ (prazo) vaca a R$ 194/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 202/@ (prazo) vaca a R$ 182/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 195/@ (à vista) vaca a R$ 175/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 192/@ (à vista) vaca a R$ 175/@ (à vista).
S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO
Exportações de carne bovina surpreendem na 1ª semana de agosto, mas preço médio segue em queda
O volume exportado de carne bovina alcançou 41,2 mil toneladas nos primeiros quatro dias úteis de agosto/23. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o volume total exportado em agosto do ano anterior foi de 203,1 mil toneladas
A média diária exportada ficou em 10,3 mil toneladas, avanço de 16,8%, frente a agosto do ano anterior, com 8,83 mil toneladas. O analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, apontou, porém, que os preços médios tiveram um expressivo recuo. “Obviamente que isso traz impacto negativo na formação de receita por parte da indústria. A partir de agora, é preciso ter muita atenção com as flutuações cambiais, em especial na China”, comentou. O preço médio do produto na primeira semana de agosto/23 ficou em US$ 4.531 por tonelada, queda de 26,1% frente a agosto de 2022, com US$ 6.132 por tonelada. O valor negociado para o produto na primeira semana de agosto/23 ficou em US $ 187.018 milhões. A média diária ficou em US $ 46.754 milhões, queda de 13,74%, frente a agosto do ano passado, que ficou em US$ 54.172 milhões.
AGÊNCIA SAFRAS
SUÍNOS
Suínos: cotações em alta
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF teve alta de 2,63%/1,71%, chegando a R$ 117,00/R$ 119,00, enquanto a carcaça especial se elevou em, pelo menos, 1,11%, valendo R$ 9,10/kg/R$ 9,40/kg
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à sexta-feira (4), o preço ficou estável somente no Paraná, fixado em R$ 5,99/kg. Houve alta de 2,42% em Minas Gerais, chegando a R$ 6,36/kg, avanço de 0,52% no Rio Grande do Sul, atingindo R$ 5,85/kg, incremento de 0,35% em Santa Catarina, valendo R$ 5,72/kg, e de 1,32% em São Paulo, fechando em R$ 6,14/kg
Cepea/Esalq
Exportações de carne suína iniciam lentas o mês de agosto
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDCIC), as exportações de carne suína in natura nos quatro dias úteis de agosto mostraram números tímidos após crescimento registrado em julho
A receita, US$ 40 milhões, representa 15,80% do total de agosto de 2022, com US$ 253,6 milhões. No volume, as 16.697 toneladas são 15,70% do total registrado em agosto do ano passado, quantidade de 106,3 mil toneladas. A receita por média diária foi de US$ 10 milhões, valor 9,1% menor do que o de agosto de 2022. No comparativo com a semana anterior, houve recuo de 9,81%. Em toneladas por média diária, 4.174 toneladas, houve recuo de 9,7% no comparativo com o mesmo mês de 2022. Em relação à semana anterior, baixa de 6,91%. No preço pago por tonelada, US$ 2.401, ele é 0,6% superior ao praticado em agosto passado. Frente ao valor da semana anterior, representa retração de 3,11%.
AGÊNCIA SAFRAS
Exportações de carne suína crescem 9,3% em julho, diz ABPA
Receita dos embarques cresceu 12,1% no mês
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), informou que as exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) alcançaram 105,3 mil toneladas em julho, superando em 9,3% o total exportado no mesmo período de 2022, com 96,3 mil toneladas. A receita gerada com os embarques do mês de julho totalizou US$ 249,9 milhões, saldo 12,1% superior ao registrado no mesmo período de 2022, com US$ 222,4 milhões. No acumulado de 2023 (janeiro a julho), as vendas internacionais de carne suína mantêm alta de 14,6%, com 695,1 mil toneladas exportadas, contra 606,5 mil toneladas em 2022. No mesmo período, a receita gerada pelas vendas chegou a US$ 1,663 bilhão, saldo 24,3% maior que o total registrado no ano passado, com US$ 1,337 bilhão. “Pelo quinto mês seguido as exportações de carne suína superam o volume total de 100 mil toneladas. Há boas expectativas quanto ao desempenho dos embarques do setor para o ano, com indicativos de potencial recorde”, avalia Ricardo Santin, presidente da ABPA. A China segue como maior importadora da carne suína do Brasil, com 38,3 mil toneladas importadas apenas no mês de julho, mantendo praticamente estabilidade (-0,1%) em relação ao mesmo mês de 2022. Também foram destaques as vendas para Filipinas, com 11,4 mil toneladas (+38%), Hong Kong, com 7,8 mil toneladas (+8%) e o Chile, com 6,9 mil toneladas (+107%). "As projeções positivas para o ano se respaldam, especialmente pela influência das vendas para destinos recentemente abertos, como Canadá, México, Peru, além de outros como a recente ampliação de autorizações, como é o caso de Singapura, com produtos processados de carne suína", avalia o diretor de mercados da ABPA, Luís Rua. Maior exportador de carne suína do País, Santa Catarina embarcou 54,3 mil toneladas em julho, volume 5,8% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Em segundo, Rio Grande do Sul exportou 28,7 mil toneladas (+34,1%). No terceiro posto, Paraná exportou 13 mil toneladas (-3,1%).
ABPA
FRANGOS
Pequenas altas para o mercado do frango
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,90/kg, enquanto o frango no atacado teve alta de 0,84%, valendo R$ 6,00/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, o preço ficou estável em R$ 4,19/kg, enquanto no Paraná houve elevação de 0,46%, valendo R$ 4,38/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (4), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado tiveram tímida alta de 0,16%, valendo, ambos, R$ 6,11/kg.
Cepea/Esalq
Preço da carne de frango exportada neste início de agosto permanece baixo
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações de carne de aves in natura nos quatro dias úteis de agosto mostraram que o faturamento por média diária e as toneladas embarcadas por média diária foram melhores que agosto de 2022 e que a última semana de julho
Entretanto, o preço pago pela tonelada da proteína avícola segue baixo. A receita, US$ 198,8 milhões, representa 23,99% do total arrecadado em todo o mês de agosto de 2022, com US$ 828,9 milhões. No volume, as 117.625 toneladas equivalem a 29,54% do total registrado em agosto do ano passado, com 398.074 toneladas. A receita por média diária foi de US$ 49,7 milhões, valor 38% maior do que o registrado em agosto de 2022. No comparativo com a semana anterior, houve aumento de 32,63%, com seus US$ 37,4 milhões vistos na semana passada. Em toneladas por média diária, 29.406 toneladas, houve incremento de 69,9% no comparativo com o mesmo mês de 2022. Em relação à semana anterior, elevação de 52,62%. No preço pago por tonelada, US$ 1.690, ele é 18,8% inferior ao praticado em agosto do ano passado. O resultado, frente ao valor da semana anterior, representa diminuição de 13,09% no comparativo ao valor de US$ 1.945 visto na semana passada.
AGÊNCIA SAFRAS
GOVERNO
Brasil rejeita imposição de regra ambiental pela UE, diz ministro da Agricultura
O Brasil acredita que as novas regras da União Europeia que proíbem produtos provenientes de áreas de desmatamento são "uma afronta" às regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), disse o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, na segunda-feira
As regras da UE entraram em vigor em junho e estabelecem proibição a produtos a partir de dezembro de 2024, dando ao Brasil e a outros exportadores tempo para se adaptarem. O Brasil, um importante fornecedor de commodities, exportou quase 12 bilhões de dólares em farelo de soja, soja, milho e carne bovina para a UE em 2022, segundo dados comerciais. Fávaro disse que os registros mostram que "apenas 2% dos agricultores brasileiros cometem crimes ambientais", enquanto o restante cumpre as regras e deve ser reconhecido. Ele disse que se a UE continuar sem reconhecer os esforços do Brasil para proteger o meio ambiente, o país terá que trabalhar para fortalecer as relações comerciais com outros parceiros comerciais. Uma possibilidade seria fortalecer blocos econômicos como o Brics, que compreende grandes economias em desenvolvimento como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. "É por isso que estamos criando um novo bloco, fortalecendo os Brics, porque temos oportunidades comerciais e há pessoas que reconhecem o que o Brasil faz." Em declaração recente à Reuters, a Comissão Europeia (CE) contestou as alegações de protecionismo dos lobbies agrícolas brasileiros. A CE disse que as regras de desmatamento se aplicarão a todos os parceiros comerciais "de maneira imparcial e não discriminatória". Os lobbies brasileiros da soja e da carne bovina expressaram preocupação sobre se a CE tinha ferramentas eficazes para determinar se um produto veio de uma área de desmatamento e sobre as disposições para classificar os países por "risco de desmatamento". Com relação ao uso de sistemas de rastreabilidade para medir o desmatamento, a CE disse que isso é possível "desde que eles ajudem os operadores a fornecer a geolocalização de onde as commodities foram produzidas". A CE também disse que "produtos, mesmo de países com alto nível de risco, podem continuar a ser colocados no mercado da UE, desde que a empresa passe pelo processo de devida diligência exigido, provando que não há desmatamento".
REUTERS
INTERNACIONAL
Vendas da Tyson Foods são afetadas por desaceleração da demanda
A Tyson Foods frustrou expectativas de Wall Street para a receita e lucro do terceiro trimestre na segunda-feira, prejudicados pela queda nos preços do frango e da carne suína, e pela desaceleração da demanda por seus produtos bovinos
A empresa também disse que está fechando mais quatro fábricas de processamento de frango nos Estados Unidos na mais recente tentativa de reduzir custos. As ações registravam queda acentuada na segunda-feira. A Tyson aumentou os preços no ano passado para compensar os custos crescentes com ração para as criações e mão de obra, mas foi atingida em 2023 por preços mais baixos nos principais segmentos de proteínas. A empresa disse anteriormente que a redução da demanda por carne bovina dificultou o repasse de custos mais altos aos consumidores. As vendas trimestrais líquidas caíram 3%, para 13,14 bilhões de dólares, abaixo das expectativas dos analistas de 13,59 bilhões, segundo dados da Refinitiv. Os preços médios de venda da empresa caíram 16,4% para a carne suína e 5,5% para a carne de frango, enquanto subiram 5,2% para a carne bovina. A Tyson prevê que as unidades de frango que vão ser fechadas fiquem sem produzir nos dois primeiros trimestres do ano fiscal de 2024 da empresa. A companhia estima encargos totais de 300 milhões a 400 milhões de dólares com os fechamentos. A Tyson previu erroneamente no ano passado que a demanda por frango seria forte nos supermercados em novembro e dezembro, disse o presidente-executivo Donnie King em fevereiro. Em janeiro, a empresa substituiu o diretor do negócio de aves. No negócio de carne bovina, a Tyson enfrenta margens de lucro reduzidas, já que a diminuição do rebanho bovino nos Estados Unidos obriga os frigoríficos a pagar mais pelo gado. As condições prolongadas de seca limitam a quantidade de pasto disponível para pastagem. O prejuízo líquido atribuível à Tyson foi de 417 milhões de dólares, ou 1,18 por ação, no trimestre relatado, em comparação com um lucro líquido de 750 milhões, ou 2,07 por ação, um ano antes. Em uma base ajustada, a empresa ganhou 15 centavos por ação no trimestre encerrado em 1º de julho.
REUTERS
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Paraná é o estado com maior número de empresas e de empregados no comércio entre os estados do sul
O Paraná é o estado do Sul que mais tem empresas e pessoas trabalhando em atividades comerciais, mostra a Pesquisa Anual de Comércio, divulgada na sexta-feira (04/08) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Até 31 de dezembro de 2021, ano de referência do estudo, o setor empregava 751.428 no Estado, quase 200 mil a mais que Santa Catarina (556.407) e à frente também do Rio Grande do Sul (677.270). O Estado contava, no período, com 128.114 unidades comerciais, concentrando 36,7% de todas as empresas do setor na região, que somava 348.925 unidades. O Rio Grande do Sul tinha 126.268 empresas e Santa Catarina 94.543. Segundo o IBGE, o Brasil fechou aquele ano com 1.565.802 empreendimentos comerciais, que empregavam 10.079.858 pessoas. O Paraná foi o terceiro estado em número de empresas, atrás de São Paulo (419.504) e Minas Gerais (178.122), e o quarto em número de trabalhadores do comércio. São Paulo contava com 2.912.419 pessoas ocupadas, Minas Gerais, 1.124.183, e o Rio de Janeiro, 850.347. As mais de 128 mil unidades comerciais paranaenses tiveram uma receita bruta de R$ 478,4 bilhões em 2021. A margem de comercialização, que é a diferença entre a receita líquida de revenda e o custo das mercadorias vendidas, somou R$ 80,3 bilhões. A remuneração dos empregados do comércio chegou, ao todo, a R$ 20,6 bilhões. Mais de um terço dos trabalhadores estavam empregados no comércio varejista, que concentrou 516.660 dos postos de trabalho no setor no Estado em 2021. Dentro desse segmento, que contava com 92.407 empresas, os maiores empregadores são o comércio não especializado (que oferecem uma série de mercadorias), com 147.266 empregados, e os supermercados e hipermercados, com 106.133 pessoas ocupadas. Com 23.497 empreendimentos, o comércio por atacado empregava 164.917 trabalhadores, principalmente dentro do comércio especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, que tinha 40.361 empregados. Já o comércio de veículos, peças e autopeças contava com 69.851 pessoas ocupadas em 12.210 empresas. Mesmo com um número menor de empresas, o comércio atacadista teve a maior receita bruta do período, movimentando R$ 265,3 bilhões no período e margem de comercialização de R$ 80,3 bilhões. O comércio varejista teve receita bruta de R$ 168,6 bilhões, com margem de R$ 38 bilhões, e a venda de veículos, peças e motocicletas somou R$ 44,5 bilhões de receita bruta e R$ 7,2 bilhões de margem de comercialização.
Agência Estadual de Notícias
Com hegemonia do agro, Paraná responde por um terço do faturamento das cooperativas do país
Cooperativas do Paraná respondem por 45% de toda produção de proteína animal, principalmente carnes, do estado. O Brasil tem seguido numa escalada para a consolidação do cooperativismo e que agora resulta em um faturamento de R$ 600 bilhões ao ano. Em cinco anos, a previsão é que as cooperativas brasileiras alcancem o primeiro trilhão, no período de 12 meses
O raio-x do setor, evidenciado no World Cooperative Monitor (WCM) (na tradução literal, Monitor Cooperativo Mundial), mostra o Brasil como o segundo país das Américas com as nove maiores cooperativas do planeta em faturamento. Estados Unidos tem 22. Em faturamento do PIB per capita, o Brasil tem 22 cooperativas listadas, atrás dos Estados Unidos, com 38. No contexto global, o Brasil aparece como o quarto país no ranking, empatado com o Japão. A primeira é a França, com 42 sociedades cooperativas entre as top 300. O sistema cooperativista nacional vem ocupando espaços relevantes na prestação de serviços, no atendimento à saúde, no cultivo, no processamento, na industrialização e no ramo crédito. O gigante Sistema Unimed, que nasceu em 1967 no município de Santos (SP), aparece na liderança mundial da categoria saúde, educação e trabalho social. Paraná tem 11 cooperativas entre as maiores do mundo. Ligadas ao agronegócio, são 11 as empresas paranaenses que se tornaram referência mundial, por uma série de motivos: seja por faturamento, pelo número de cooperados ou pela movimentação em comparação à renda per capita. A gigante Coamo aparece em sétimo lugar entre as mais bem colocadas no setor agricultura em faturamento per capita. Já a C. Vale está listada como 183º no indicador maiores organizações cooperativas e mutualistas do mundo em termos de faturamento (receita total) expresso em dólares. A cooperativa também ocupa o 41º lugar mundial quando o assunto é o faturamento per capita. A Cooperativa Lar está na posição 199ª das maiores organizações cooperativas e mutualistas do mundo em faturamento. A Cocamar está na 73ª em faturamento per capita, a Copacol aparece em 83ª colocação no mesmo ranking e a Agrária na posição de número 108, seguida pela Integrada em 114, Castrolanda em 115, Frimesa em 119, Frísia em 139 e Coopavel em 147. O planejamento estratégico da Ocepar tinha por meta atingir R$ 200 bilhões em faturamento, que deve ser concretizada neste ano, considerando um crescimento médio anual na casa dos 20%. “Já estamos com o nosso novo planejamento estratégico sendo debatido e, até o fim do ano, será finalizado. Não sabemos ainda se a nossa nova meta será de R$ 300 bi, de R$ 400 bi, mas o objetivo é dobrar o faturamento a cada quatro ou cinco anos”, prospecta Turra. Apesar de as perspectivas de movimentação econômica, neste ano, estarem um pouco abaixo do esperado, em decorrência da queda nos preços das commodities e da valorização do real frente ao dólar - que interfere nas exportações, os resultados devem ser comemorados. A cada quatro paranaenses, um está ligado às cooperativas. Proporcionalmente, o Paraná figura como um dos estados com números mais expressivos de cooperados no país. Um em cada quatro moradores das 399 cidades paranaenses está ligado a um sistema associativista. Dados do Sistema Ocepar apontam para 3,1 milhões de pessoas inseridas em cooperativas (a população total do estado é de 11,4 milhões, segundo o censo do IBGE de 2022).
GAZETA DO POVO
Às vésperas da oferta de ações, TCE-PR determina suspensão da privatização da Copel
O Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) determinou, na segunda-feira (7), a suspensão do processo de privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel)
A decisão liminar, assinada pelo conselheiro Maurício Requião, foi tomada às vésperas da oferta de ações da companhia na Bolsa de Valores de São Paulo, esperada para o próximo dia 10, e dá um prazo de 15 dias para que o Governo do Paraná e a própria Copel apresentem esclarecimentos sobre supostas irregularidades encontradas no processo de privatização. De acordo com o documento, ao qual a Gazeta do Povo teve acesso, o processo de alienação do controle acionário da Copel “foi impulsionado sem licitação e sem dispensa formal de licitação”. Além da falta de licitação, Requião também aponta que a Copel estaria tomando para si a competência de avaliação do controle acionário, algo que segundo o conselheiro seria privativo ao Governo do Estado. “O Estado do Paraná aprovará o Preço por Ação no âmbito da Oferta Secundária por meio de ato do Governador, no dia 8 de agosto, ato este que fixará o preço mínimo para a alienação do controle acionário. Ocorre que no mesmo dia em que for fixado o preço mínimo por ação, a oferta pública estará registrada para iniciar as negociações no dia 10 de agosto, revelando a ausência de publicidade e formalidade”, aponta o conselheiro. Para Requião, a falta de um edital publicado em Diário Oficial, com uma prévia avaliação e uma exposição detalhada das normas para participação dos interessados no processo de privatização é sinal desta falta de publicidade no processo de desestatização da Copel. “A escolha da modalidade de licitação da oferta pública para a alienação do controle acionário da companhia deve ser executada em conformidade com as normas gerais de licitação. A falta de prévia avaliação é impropriedade que ameaça o erário”, avaliou o conselheiro, para quem “há relevante dúvida acerca da legalidade e da formalidade do procedimento em curso, caso a alienação do controle acionário da COPEL seja realizada por preço inferior ao da competente avaliação”, algo considerado irreversível.
GAZETA DO POVO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar sobe sob influência do exterior e à espera de ata do Copom e dados de inflação
No setor de proteínas, JBS ON recuou 2,16%, a 19,45 reais, tendo como pano de fundo resultado pior do que as expectativas da norte-americana Tyson Foods. MINERVA ON encerrou com queda de 0,75% e MARFRIG ON subiu 0,75%. BRF ON perdeu 1,85% em meio a ajustes após saltar cerca de 6% na última sexta-feira
O dólar à vista voltou a subir ante o real na segunda-feira, na esteira do avanço da moeda norte-americana no exterior, em dia de recuo das commodities no mercado internacional, com investidores à espera da ata do último encontro do Copom na terça-feira e de novos dados de inflação na China, nos EUA e no Brasil durante a semana. O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8961 reais na venda, com alta de 0,44%. Na B3, às 17:12 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,41%, a 4,9190 reais. Após ter cedido 0,51% na sexta-feira, a moeda norte-americana à vista oscilou em alta durante praticamente toda a sessão desta segunda. As cotações seguiam a direção dada pelo mercado internacional, onde o dólar mantinha ganhos ante a maioria das divisas de países exportadores de commodities ou emergentes. “As commodities estão em baixa, principalmente o petróleo, o que está puxando um pouco essa valorização do dólar frente as moedas emergentes. Também há um pouco de reflexo da Europa, com os dados da Alemanha”, comentou Fernando Bergallo, diretor da assessoria de câmbio FB Capital. A produção industrial da Alemanha caiu 1,5% em junho, em comparação com o mês anterior, conforme o escritório federal de estatísticas. Analistas consultados pela Reuters previam queda de 0,5%. Os negócios com moedas no Brasil também eram conduzidos pela expectativa em torno da divulgação da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na terça-feira. Além disso, investidores aguardam novos números de inflação. Na quarta-feira, serão informados os dados da China, enquanto na quinta-feira sai o índice de preços ao consumidor dos EUA. Na sexta-feira será a vez de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho.
REUTERS
Ibovespa fecha com declínio discreto e volume reduzido
O Ibovespa fechou com um declínio discreto na segunda-feira, em sessão com volume reduzido antes de divulgações relevantes na semana, como a ata da última decisão do Copom e números de inflação no Brasil e Estados Unidos
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,11 %, a 119.379,50 pontos. O volume financeiro somou 19,7 bilhões de reais, bem abaixo da média diária do ano de 25,8 bilhões de reais. A manutenção da fraqueza do Ibovespa nesses primeiros pregões de agosto, após subir quase 16% no segundo trimestre, acompanha o movimento do capital externo na bolsa paulista, que até o dia 3 mostrava saldo negativo de 2,775 bilhões de reais, após dois meses de entradas líquidas, em dado que não inclui IPOs e follow-ons. Até o momento, o Ibovespa acumula queda de em torno de 2% no mês. A agenda prevista para semana também endossou o tom mais comedido na sessão, uma vez que na terça-feira serão conhecidos detalhes sobre a decisão do Banco Central de reduzir a Selic a 13,25% ao ano na última quarta-feira, assim como são esperados dados de preços ao consumidor no Brasil, na sexta, e Estados Unidos, na quinta. Na visão do superintendente da Necton/BTG Pactual, Marco Tulli, este começo de mês também está refletindo algumas dúvidas relacionadas a movimentações em Brasília, particularmente a reforma tributária, no que diz respeito por exemplo à tributação de fundos exclusivos. A proposta relacionada aos fundos exclusivos de investimento prevê que os seus rendimentos sejam tributados todo ano, e não apenas no momento do resgate, e faz parte das medidas para ampliar os recursos para o Orçamento de 2024, que serão enviadas para apreciação do Congresso no final do mês. Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicou que pretende mandar ao Congresso o texto para mudar a tributação em um projeto de lei, e não como medida provisória. Nem o desempenho positivo em Wall Street, com o S&P 500 avançando 0,9% e o Dow Jones subindo mais de 1%, animou o Ibovespa. Em Nova York, o começo da semana foi de ajustes após perdas nos últimos pregões, enquanto agentes financeiros aguardam dados de inflação nos EUA.
REUTERS
Pesquisa focus do BC vê afrouxamento monetário mais intenso, com Selic a 11,75% este ano
Analistas consultados pelo Banco Central passaram a ver um afrouxamento monetário mais intenso neste ano e no próximo depois de o BC ter cortado a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual e sinalizado novos cortes da mesma magnitude
A pesquisa Focus divulgada pelo BC na segunda-feira mostrou que a expectativa agora é a de que a Selic encerre 2023 a 11,75%, contra 12,00% no levantamento anterior. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a Selic a 13,25% ao ano, de 13,75%, na primeira flexibilização na taxa básica de juros em três anos. Em comunicado, a autoridade monetária sinalizou novos cortes equivalentes nas próximas reuniões, e a ata do encontro a ser divulgada na terça-feira deve dar mais indicações sobre a trajetória da política monetária. Diante disso, os especialistas consultados pelo BC no Focus passaram a ver corte da Selic a 12,75% na reunião de setembro do Copom, contra taxa de 13,0% esperada antes. Também reduziram a projeção para os juros básicos ao final de 2024 e 2025 a 9,00% e 8,50% respectivamente, de 9,25% e 8,75% na semana anterior. O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA permanece sendo de 4,84% em 2023, mas para 2024 foi ajustada para baixo em 0,01 ponto percentual, a 3,88%. Para os dois anos seguintes segue em 3,50%. O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento na pesquisa semanal com uma centena de economistas este ano subiu a 2,26%, de 2,24% antes, e permaneceu em 1,30% para 2024.
REUTERS
Poupança volta a registrar saques líquidos em julho, de R$3,581 bi
A caderneta de poupança voltou a registrar saques líquidos em julho depois de ter fechado junho com depósitos, de acordo com dados do Banco Central divulgados na segunda-feira
A aplicação financeira mais procurada pelos brasileiros registrou retirada líquida de 3,581 bilhões de reais no mês passado, após depósito líquido de 2,595 bilhões de reais em junho, quando interrompeu cinco meses seguidos de saques. Em julho do ano passado, houve saques líquidos de 12,663 bilhões de reais. No mês passado, os saques superaram os depósitos no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) em 3,702 bilhões de reais. Já na poupança rural, os depósitos líquidos foram de 120,916 milhões de reais. O movimento de saques visto neste ano ocorre em meio a um cenário de juros elevados, que reduz a competitividade da poupança frente a outros investimentos. Na semana passada, o Banco Central deu início a um ciclo de afrouxamento monetário ao cortar a taxa básica Selic em 0,5 ponto percentual, a 13,25%, indicando novas reduções similares à frente.
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Deflação do IGP-DI perde força em julho, mas taxa em 12 meses continua recorde
A deflação do Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) perdeu força em julho diante da alta dos preços de commodities importantes, mas ainda assim a taxa em 12 meses renovou o recorde da série histórica
A Fundação Getulio Vargas (FGV) informou na segunda-feira que o IGP-DI teve em julho queda de 0,40%, depois de ter recuado 1,45% no mês anterior, praticamente em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters de recuo de 0,37%. Ainda assim, o resultado levou o índice a acumular em 12 meses queda de 7,47%, marcando novo recorde depois de uma deflação de 7,44% em junho nessa base de comparação. No mês, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que responde por 60% do indicador geral, caiu 0,61%, de queda de 2,13% no mês anterior. “Nesta apuração, commodities de peso, que por inúmeros meses registraram queda em seus preços, apresentaram reversão desse processo e registraram aumentos, reduzindo o ritmo de queda do IPA e sua influência sobre o IGP", explicou André Braz, coordenador dos índices de preços. Entre essas commodities, ele destacou como as maiores influências positivas do índice ao produtor, soja (de -3,61% para 3,82%), minério de ferro (de -2,19% para 1,95%) e bovinos (de -5,70% para 1,71%). Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) -- que responde por 30% do IGP-DI -- mostrou que a pressão aos consumidores aumentou com uma elevação de 0,07% no período, de recuo de 0,10% em junho. O Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), por sua vez, registrou desaceleração da alta a 0,10% em julho, de 0,71% antes. O IGP-DI calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o 1º e o último dia do mês de referência.
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