Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 735 | 25 de outubro de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: mercado segue com pouca oferta
16 das 17 praças acompanhadas pela consultoria Agrifatto registraram valorização na arroba: SP, AC, AL, BA, ES, GO, MA, MG, MS, MT, PA, PR, RJ, RO, RS e SC. Unidades frigoríficas de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Pará estão cogitando férias coletivas devido à dificuldade em esticar as suas escalas de abate. No Paraná o boi vale R$312,50 por arroba. Vaca a R$285,00. Novilha a R$300,00. Escalas de abate de cinco dias
A oferta restrita de animais terminados, o aumento do consumo com a aproximação do final do ano e as exportações em níveis recordes são fatores que sustentam o mercado, reforçam os analistas da consultoria. Nos últimos tempos, continua a Agrifatto, as margens dos frigoríficos brasileiros diminuíram, apesar de ainda permanecerem positivas. “Isso se deve ao fato de que, nas últimas oito semanas, a valorização da carne, tanto no atacado quanto no varejo, foi inferior ao movimento de alta da arroba”, justificam os analistas da consultoria. Na quinta-feira, 24/10, o valor médio da arroba em São Paulo subiu para R$ 312,50, de acordo com os dados da Agrifatto – o preço indicado é uma média entre o animal “comum” (destinado sobretudo ao mercado doméstico) e o boi padrão-exportação “boi-China”. Nas outras 17 regiões monitoradas pela Agrifatto, o preço médio do boi gordo também avançou, atingindo média de R$ 291,30/@. Apenas uma praça registrou instabilidade na cotação inalterada: Tocantins, acrescenta a consultoria. O mercado paulista do boi gordo segue pouco ofertado e com compradores ativos, apurou a Scot Consultoria Com isso, a cotação do animal “comum” subiu R$ 3/@ nesta quinta-feira (24/10), para R$ 310/@, no prazo, valor bruto. Na mesma praça, diz a Scot, o preço da novilha gorda também avançou sobre quarta-feira (23/10) – alta diária de R$ 2/@, atingindo em R$ 305/@. As cotações da vaca gorda e do “boi-China” ficaram estáveis, em R$ 280/@ e R$ 315/@, respectivamente. “Há relato de negócios a R$ 320/@ para lotes especiais, maiores ou mais próximos à indústria frigorífica”, observa a Scot, ainda referindo-se à praça de São Paulo. Na quarta-feira (23/10), na B3, todos os contratos futuros do boi gordo registraram ajustes positivos pelo terceiro dia consecutivo, informou a Agrifatto.
O contrato de curtíssimo prazo (com vencimento em outubro/24) fechou cotado a R$ 313,90/@, com leve alta de 0,30% em relação ao dia anterior. Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto nesta quinta-feira (24/10): São Paulo — O “boi comum” vale R$310,00 a arroba. O “boi China”, R$315,00. Média de R$312,50. Vaca a R$285,00. Novilha a R$300,00. Escalas de abates de seis dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$295,00 a arroba. O “boi China”, R$305,00. Média de R$300,00. Vaca a R$280,00. Novilha a R$290,00. Escalas de abate de seis dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$310,00 a arroba. O “boi China”, R$315,00. Média de R$312,50. Vaca a R$285,00. Novilha a R$300,00. Escalas de cinco dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$285,00 a arroba. O “boi China”, R$295,00. Média de R$290,00. Vaca a R$275,00. Novilha a R$280,00. Escalas de abate de seis dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$290,00 a arroba. O “boi China”, R$300,00. Média de R$295,00. Vaca a R$270,00. Novilha a R$280,00. Escalas de abate de quatro dias; Pará — O “boi comum” vale R$290,00 a arroba. O “boi China”, R$300,00. Média de R$295,00. Vaca a R$270,00. Novilha a R$280,00. Escalas de abate de quatro dias; Goiás — O “boi comum” vale R$295,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$305,00. Média de R$300,00. Vaca a R$280,00. Novilha a R$290,00. Escalas de abate de seis dias; Rondônia — O boi vale R$285,00 a arroba. Vaca a R$270,00. Novilha a R$280,00. Escalas de abate de seis dias; Maranhão — O boi vale R$280,00 por arroba. Vaca a R$265,00. Novilha a R$270,00. Escalas de abate de seis dias.
Scot consultoria/Portal dbo/S&P Global/Agrifatto
SUÍNOS
Mercado de suínos encerra a quinta-feira estável
Segundo análise do Cepea, após avançar por oito meses consecutivos, o poder de compra de suinocultores paulistas caiu frente ao milho em outubro, conforme apontam levantamentos do Cepea
A mudança de cenário se deve às recentes e intensas valorizações do cereal no mercado doméstico. Na parcial deste mês (até o dia 22), o suíno vivo é negociado à média de R$ 8,97/kg na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), tímido aumento de 0,3% em relação a setembro, indicando um equilíbrio entre oferta e demanda. No mercado de milho, mesmo diante do avanço da semeadura da safra verão e de previsões indicando chuvas na maior parte das regiões produtoras, os preços sobem impulsionados pela retração vendedora e pela necessidade de parte dos compradores recompor os estoques. Conforme a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 172,00, assim como a carcaça especial, fechando em R$ 13,50/kg, em média. Segundo informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quarta-feira (23), houve tímida alta somente no Paraná, na ordem de 0,23%, chegando a R$ 8,88/kg. Os valores ficaram estáveis em Minas Gerais (R$ 8,96/kg), Rio Grande do Sul (R$ 8,46/kg), Santa Catarina (R$ 8,58/kg), e São Paulo (R$ 9,08/kg). As principais praças que comercializam suínos na modalidade independente registraram reajustes positivos na quinta-feira (24).
Cepea/Esalq
Suinocultura independente: preços do animal vivo seguem em alta
Em São Paulo houve aumento, passando de R$ 9,28/kg vivo para R$ 9,60/kg vivo, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS).
"Continua a falta de suínos no mercado brasileiro. Os elementos para isso são a exportação em ritmo muito bom, com perspectiva de que outubro tenha volume recorde, preço da arroba do boi em alta, com uma relação ainda defasada entre o suíno e o boi (normalmente o preço da arroba suína é 75% do preço da arroba bovina, e hoje está em 54,37%). O dólar em alta também demonstra que a agroindústria continuará levando boa parte da carne suína para a exportação", disse o presidente da APCS, Valdomiro Ferreira. No mercado mineiro, após dez semanas com preço estável em R$ 9,00/kg vivo, na quinta-feira houve alta, chegando a R$ 9,30/kg vivo, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal teve pequena alta, passando de R$ 8,81/kg vivo para R$ 8,96/kg vivo.
Agrolink
Suínos/Cepea: Cai poder de compra frente ao milho
Após avançar por oito meses consecutivos, o poder de compra de suinocultores paulistas caiu frente ao milho em outubro, conforme apontam levantamentos do Cepea
Segundo este Centro de Pesquisas, a mudança de cenário se deve às recentes e intensas valorizações do cereal no mercado doméstico. Na parcial deste mês (até o dia 22), o suíno vivo é negociado à média de R$ 8,97/kg na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), tímido aumento de 0,3% em relação a setembro, indicando um equilíbrio entre oferta e demanda. No mercado de milho, segundo explica a Equipe Grãos/Cepea, mesmo diante do avanço da semeadura da safra verão e de previsões indicando chuvas na maior parte das regiões produtoras, os preços sobem impulsionados pela retração vendedora e pela necessidade de parte dos compradores recompor os estoques. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas - SP) registra média de R$ 67,40/saca de 60 kg na parcial de outubro, forte alta de 7,7% frente a setembro.
Cepea
FRANGOS
Quedas pontuais na quinta-feira para o mercado do frango
Segundo a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 5,50/kg, enquanto o frango no atacado caiu 0,74%, fechando, em média, R$ 6,70/kg
Na cotação do animal vivo, o preço não mudou no Paraná, cotado a R$ 4,51/kg, da mesma forma que em Santa Catarina, valendo a R$ 4,43/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à quarta-feira (23), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado cederam 0,40%, cotados, ambos em R$ 7,55/kg.
Cepea/Esalq
Vendas da avicultura atingem R$ 100 bilhões dentro da porteira
Valores consideram quantidade produzida e preços nas negociações neste ano. O setor de aves atingiu, pela primeira vez, um valor de negociação de R$ 100 bilhões dentro da porteira, 7,2% acima do de 2023. Esse valor considera os preços recebidos pelos produtores e a produção obtida.
Os dados são do VBP (Valor Bruto da Produção) do Ministério da Agricultura, referentes a setembro. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o país abate 1,6 bilhão de aves por trimestre, o que rende 3,4 milhões de toneladas de carne equivalente carcaça em cada período. Setembro foi uma fase de recuperação para o setor, com forte crescimento nas exportações. No acumulado do ano, o país colocou 3,92 milhões de toneladas de carne de frango no mercado externo, obtendo receitas de US$ 7,3 bilhões, segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). Esse valor, no entanto, ainda é inferior ao de igual período de 2023, quando os preços externos estavam mais aquecidos. Segundo o Ministério da Agricultura, o frango entra na lista dos produtos que superam os R$ 100 bilhões de renda dentro da porteira. A liderança é da soja, com R$ 285 bilhões, seguida de bovinos (R$ 146 bilhões), milho (R$ 122 bilhões) e cana-de-açúcar (117 bilhões). Do volume financeiro obtido pelo setor de avicultura, 35% ficam entre produtores do Paraná, estado que concentra a maior produção de frango e lidera as exportações. Apenas em setembro, os paranaenses colocaram 196 mil toneladas no exterior. Devido à forte presença paranaense na produção nacional, a região Sul soma receitas de R$ 58 bilhões no ano, bem acima das demais. A Sudeste ocupa o segundo posto com R$ 21 bilhões. Mesmo com a forte presença da avicultura na produção agropecuária do estado, o Paraná perdeu a terceira posição no ranking nacional do VBP para Minas Gerais. A diversificação das culturas mineiras e os preços elevados de alguns produtos do estado, como o café, garantiram essa posição. Minas Gerais está atrás apenas do líder Mato Grosso e de São Paulo. A queda dos preços médios internacionais e nacionais dos produtos agrícolas fará com que o valor bruto da produção brasileira recue para R$ 1,2 trilhão neste ano, 2% abaixo do registrado em 2023. Dois dos produtos de maior peso na agropecuária brasileira, soja e milho, terão quedas de 17% nas receitas dentro da porteira neste ano. Já o arroz, com preços em alta, renderá R$ 25 bilhões, com elevação de 17%. O café, ao atingir R$ 72 bilhões, sobe 41%. O Ministério da Agricultura acompanha 17 produtos no segmento de lavouras e 5 no de pecuária. A agricultura, após uma alta no valor da produção nos anos recentes, deverá registrar queda de 4,2% em 2024, recuando para R$ 809 bilhões. Já a pecuária, que vinha em queda, terá um montante de receitas de R$ 387 bilhões dentro da porteira, 2,3% a mais do que em 2023.
Folha de SP
EVENTOS
Após SIAL Paris, exportadores de aves, suínos e ovos projetam exportações de US$ 880 milhões
Negócios fechados no evento superam US$ 120 milhões
Encerrada ontem, a participação das agroindústrias exportadoras de carne de frango, carne suína e de ovos na SIAL Paris 2024 projeta a consolidação de negócios na casa de centenas de milhões de dólares, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, a ABPA levou para a França 25 agroindústrias exportadoras de proteínas, entre elas a SSA, Ecofrigo, Saudali, Villa Germania, Seara, C.Vale, Bello, Lar, Zanchetta, Rudolph, Coasul, Vossko, GTFoods, Copacol, Netto, Alibem, Frigoestrela, Dália, Jaguafrangos, Somave, Avenorte, Frimesa, Vibra, BMG e Rainha da Paz. Conforme projeções apresentadas pelas empresas, os contatos realizados durante o evento deverão gerar mais US$ 880 milhões em exportações para as agroindústrias brasileiras. Apenas durante os cinco dias da SIAL Paris, foram consolidados US$ 126,7 milhões em contratos de exportação. Dos mais de 3 mil encontros de negócios realizados, quase a metade são de novos potenciais clientes, conforme informaram as empresas de cooperativas participantes do espaço da ABPA & ApexBrasil. “Recebemos em nosso espaço lideranças políticas, nomes importantes do comércio global e clientes dos cinco continentes. Ações como a realizada na SIAL Paris gera ganhos enormes em tempo e custos, ao mesmo tempo em que proporciona oportunidades únicas de avançar, o que é comprovado pelo número de novos clientes registrados nesta edição”, ressalta o presidente da ABPA, Ricardo Santin. Para a ação, a ABPA reservou mais de 550 metros quadrados dentro da SIAL, organizados em áreas com foco comercial - com as empresas associadas gerando negócios para o Brasil - gastronômico - com a realização da degustação de mais de 2 mil pratos à base de produtos brasileiros - e institucional - com realização de uma exposição que destacou a liderança e o empreendedorismo feminino na proteína animal do Brasil.
ABPA
EMPRESAS
TCP ultrapassa movimentação total de 2023 em menos de dez meses
Crescimento na movimentação do TCP é de 34%
A empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) ultrapassou na segunda-feira (21) todo o volume movimentado em 2023 com mais de dois meses restantes para encerrar o ano. Foram 1.253.397 TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) movimentados ao longo dos 294 dias de 2024, um crescimento de aproximadamente 34% em comparação ao registrado no ano anterior. Como comparativo, a medida de 1.253.397 TEUs corresponde a aproximadamente 7.641 quilômetros de contêineres, ou seja, 1,7 vezes a distância em linha reta do Monte Caburaí ao Chuí, pontos mais extremos ao norte e sul do Brasil. Até o último balanço consolidado, referente ao mês de setembro, as exportações haviam alcançado uma alta de 26%, chegando a 480.173 TEUs. O destaque foi para a exportação de carnes e congelados com 166.784 TEUs embarcadas pelo Terminal de Contêineres de Paranaguá, o equivalente a 2,7 milhões de toneladas do produto. “Enquanto a TCP mantém o posto de maior corredor de exportação de carne congelada de frango do mundo, estamos ampliando o nosso share no embarque de carne bovina, graças a conversão de novos clientes que buscam maior confiabilidade e flexibilidade operacional. A expansão do número de tomadas do pátio destinado ao armazenamento de contêineres refrigerados para 5.268 plugs tem impacto direto nesse resultado, além de consolidar o Terminal como detentor da maior área reefer da América do Sul”, afirma Giovanni Guidolim, gerente comercial, de logística e atendimento da TCP. Nas importações, o aumento foi de 22% e atingiu 480.078 TEUs desembarcados, sendo que o maior volume foi de bens de consumo e eletrônicos (64.496 TEUs), seguido pelo segmento automotivo e de veículos (56.310 TEUs), e de químicos e petroquímicos (30.254 TEUs). A gerente comercial de armadores da TCP, Carolina Merkle Brown, destaca que “com a chegada de mais linhas de longo curso e de operações de cabotagem, o Terminal alcança a marca de 25 escalas semanais disponíveis para seus clientes, o que se traduz em maior capacidade para transporte de cargas, assim como em novas oportunidade de negócios para quem exporta e importa por Paranaguá”. Outro fator importante para impulsionar os resultados foi a conclusão do pacote de investimento de R$ 370 milhões, que abrangeu a expansão da área reefer, a conclusão da obra de modernização e ampliação dos portões de acesso ao pátio de operações (gates), a aquisição de 11 novos guindastes RTGs e de 17 novos caminhões de terminal de última geração, entre outros.
Gazeta do Povo
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Deral mantém estimativa de safra de soja do Paraná e reduz a de trigo
A produção de soja do Paraná no ciclo 2024/25 foi estimada na quinta-feira em 22,4 milhões de toneladas, praticamente estável na comparação com a projeção do mês anterior (22,42 milhões), de acordo com relatório do Departamento de Economia Rural (Deral)
Se confirmada a projeção, a safra da soja do Paraná, que está sendo plantada, poderia crescer 21% na comparação com a temporada passada, que foi atingida por problemas climáticos, segundo números do órgão do governo do Paraná. O Deral voltou a reduzir a previsão da safra de trigo, que está sendo colhida. Agora a colheita de 2024 é estimada em 2,35 milhões de toneladas, ante 2,58 milhões de toneladas na previsão divulgada em setembro. O cereal paranaense foi afetado por seca e geadas.
Reuters
Governo fará concessão inédita para dragagem em canais dos maiores portos do país. Paranaguá é o que está mais adiantado
A gestão dos canais de acesso de alguns dos principais portos do país será concedida à iniciativa privada. O governo já trabalha na elaboração de estudos e propostas para que essas rotas dos terminais sejam leiloadas em 2025 e 2026
Com a concessão, serviços como a dragagem, que é a retirada dos sedimentos do leito do mar para manter a profundidade do local, passarão a ser de uma empresa específica, em contratos de longo prazo. A Folha teve acesso a detalhes do plano, que já envolve cinco grandes portos do país. Um dos mais adiantados é o porto de Paranaguá, no Paraná. Em janeiro do ano que vem, a minuta do edital de concessão será enviada ao TCU (Tribunal de Contas da União), com previsão de que o leilão ocorra ainda no primeiro semestre de 2025. O contrato, que tem prazo de 25 anos, prevê que o vencedor da disputa seja responsável pela dragagem e derrocamento (retirada de pedras) do canal de acesso ao porto, além da sinalização náutica, operação de tráfego e gestão ambiental. Os investimentos a serem feitos pela empresa estão estimados em R$ 1,07 bilhão. A concessão do canal de acesso ao porto de Itajaí, em Santa Catarina, também está em fase de estudos. Nesse caso, a ideia é assinar uma concessão de 35 anos, com investimentos que podem chegar a R$ 2,71 bilhões no período. A decisão de segregar a gestão dos canais em relação às empresas que operam os terminais se deve à natureza técnica de cada tipo de operação. Normalmente, os contratos de dragagem acabam sendo contratados pelas companhias docas estaduais, para gestão de poucos anos. A avaliação do Ministério de Portos e Aeroportos é que isso acaba tornando a gestão mais complexa e onerosa para os portos. Os canais de acesso do porto de Santos, em São Paulo, e do porto do Rio Grande, no Rio Grande do Sul, também estão na lista das concessões. A meta do governo é realizar a audiência pública em relação a Santos no primeiro trimestre de 2025. O BNDES contratou consultoria para revisão de modelagem da proposta. Após enviar a minuta do edital ao TCU, o governo prevê esse leilão para o início de 2026. No caso de Rio Grande, os estudos estão em andamento pela Infra S.A., estatal do Ministério dos Transportes que tem tocado os levantamentos técnicos e elaborado os modelos de concessão. A meta é colocar o edital na rua até início de 2026. O quinto porto que está na lista das concessões de dragagem é o de Salvador, administrado pela Codeba (Companhia Docas do Estado da Bahia). O projeto prevê a concessão parcial de acessos terrestres, aquaviários, gestão patrimonial e outros serviços relacionados à administração portuária, mantendo o papel da autoridade portuária pública. Ainda será definido se o porto de Ilhéus entrará ou não na concessão. "Com contratos de longo prazo, serviços que devem ser permanentes, como a dragagem, a derrocagem e a sinalização terão mais previsibilidade, garantindo o cuidado permanente com as condições do porto", disse à Folha o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. "Além disso, os contratos de longo prazo vão substituir ações pontuais, que mudam o tempo todo, conforme o governo local."
Folha de SP
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar cai sob influência do exterior e de falas de Haddad e Campos Neto
O dólar à vista fechou a quinta-feira em baixa ante o real, influenciado pelo recuo da moeda norte-americana no exterior e por declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em defesa do ajuste fiscal
O dólar à vista fechou o dia em baixa de 0,53%, cotado a 5,6635 reais -- a menor cotação do dia. Em outubro, porém, a divisa acumula elevação de 3,93%. Às 17h11, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,35%, a 5,6700 reais na venda. No início do dia o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,54% em outubro, ante alta de 0,13% em setembro. Em 12 meses até outubro, o indicador, considerado uma espécie de prévia para a inflação oficial, subiu 4,47%, acima dos 4,12% do mês anterior e a projeção de 4,43%. Durante a tarde, porém, a divisa norte-americana perdeu força ante o real, com o movimento se intensificando após as 14h, na esteira de declarações de autoridades brasileiras nos Estados Unidos. Em entrevista coletiva às margens das reuniões da trilha de finanças do G20, em Washington, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defenderam a adoção de medidas que reforcem uma trajetória sustentável das contas públicas. Segundo Campos Neto, o anúncio de medidas fiscais a ser feito pelo governo pode minimizar reações observadas no mercado relacionadas à preocupação com as contas públicas. "A gente entende que vamos ter alguns anúncios no curto prazo que vão endereçar em parte essa reação do mercado em relação ao tema fiscal", disse. Já Haddad disse não ver necessidade de reformar o arcabouço fiscal, mas sim de mostrar que ele é crível. “É o fortalecimento de uma decisão que já foi tomada (ao aprovarmos o arcabouço)”, disse o ministro. “Não se trata de reformular, se trata de reforçar.” Em outro evento, também em Washington, o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do BC, Renato Dias Brito Gomes, afirmou que o principal fator que tem impulsionado os prêmios de risco no Brasil é a percepção dos investidores sobre a questão fiscal. Ao mesmo tempo, ele reforçou o compromisso do BC com o centro da meta de inflação, de 3%. As declarações das autoridades abriram espaço para uma forte baixa das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) e para o dólar se firmar em queda, mais em sintonia com recuo que era visto no exterior ante as demais divisas. A divisa dos EUA encerrou a sessão abaixo dos 5,70 reais no Brasil, mas os agentes seguiam cautelosos. Além da expectativa pelo anúncio de medidas fiscais pelo governo nas próximas semanas, o mercado observa com atenção os desdobramentos da eleição presidencial norte-americana.
Reuters
Ibovespa fecha em alta após cinco quedas com alívio nos DIs
O Ibovespa avançou nesta quinta-feira após uma sequência de cinco quedas, fechando perto da máxima da sessão, em movimento puxado pelos blue chips Itaú Unibanco e Petrobras e avalizado pelo recuo nas taxas dos contratos de DI
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,65%, a 130.066,95 pontos, perto da máxima do dia de 130.129,98 pontos, após ter recuado a 128.798,26 pontos na mínima registrada pela manhã. O volume financeiro no pregão, porém, somou apenas 18,26 bilhões de reais, mais uma vez abaixo da média diária do ano. O alívio na curva de juros no Brasil acompanhou o declínio nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, mas declarações do ministro da Fazenda defendendo o fortalecimento do arcabouço fiscal também ajudaram. Falando à imprensa em Washington, ao lado do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, Fernando Haddad disse que, se há necessidade de reforçar parâmetros para que o arcabouço fiscal se sustente, esse é o caminho que será trilhado. Preocupações com a dinâmica fiscal no país têm feito agentes financeiros demandarem prêmios maiores na curva de juros, que também tem sido afetada pela piora no cenário para a inflação. O IPCA-15 mostrou nesta quinta-feira um aumento um pouco acima do esperado em outubro, com a taxa em 12 meses ficando em 4,47%, perto do teto da meta do Banco Central, de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Na visão do economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management, Gino Olivares, o IPCA-15 confirma a dinâmica menos benigna da inflação corrente. "Na atual situação, com inflação rodando mais perto do teto do que do centro do intervalo de tolerância, e com as expectativas de inflação desancoradas, os detalhes importam menos do que o usual", afirmou em nota a clientes. "O relevante aqui é entender que a política econômica -- e não apenas a política monetária -- deveria ter como prioridade fazer o que tiver que ser feito para trazer a inflação, e as expectativas de inflação, de volta para a meta", acrescentou.
Reuters
Alta do IPCA-15 acelera a 0,54% em outubro sob peso de energia elétrica
Os custos de energia pesaram nos bolsos dos consumidores em outubro e o IPCA-15 acelerou com força a 0,54% no mês, levando a taxa de inflação em 12 meses para bem perto do teto da meta do Banco Central
O resultado, divulgado na quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) ficou um pouco acima da expectativa em pesquisa da Reuters de 0,50%, depois de subir 0,13% em setembro.
Nos 12 meses até outubro o IPCA-15 acumulou avanço de 4,47%, de 4,12% no mês anterior, o que a deixa praticamente no teto do objetivo para a inflação --de 3,0%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA. A expectativa para o índice nessa base de comparação era de avanço de 4,43%. O IBGE apontou que a maior variação e o maior impacto positivo vieram do grupo Habitação, com alta de 1,72% em outubro, de 0,50% em setembro. Isso porque os preços da energia elétrica residencial dispararam 5,29% no mês, exercendo o maior impacto individual de alta no IPCA-15 de outubro. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) impôs para o mês a bandeira tarifária vermelha patamar 2, o que implica a mais alta cobrança adicional na conta de luz. Entre outros destaques do mês, os custos de Alimentação e bebidas passaram a subir 0,87%, de um avanço de 0,05% em setembro. A alimentação no domicílio teve aumento de 0,95% em outubro, após três meses consecutivos de redução de preço. Houve altas do contrafilé (5,42%), do café moído (4,58%), e do leite longa vida (2,00%). Os preços de Saúde e cuidados pessoais tiveram alta de 0,49% em outubro, de 0,32% no mês anterior, impactados pelo avanço de 0,53% no subitem plano de saúde após aplicação de reajustes. Por outro lado, o grupo Transportes apresentou queda de 0,33%, de recuo de 0,08% em setembro, uma vez que os preços das passagens aéreas recuaram 11,40%. No esforço para conter a alta de preços e assegurar a ancoragem das expectativas de inflação, o Banco Central deu início no mês passado a um ciclo de alta de juros, com um aumento de 0,25 ponto percentual na Selic, a 10,75%. A autoridade monetária volta a se reunir no início de novembro. Em meio à expectativa de novo aumento na taxa, esse serão os dados de inflação de outubro que o BC terá em mãos já que os números do IPCA fechado de outubro sairão dois dias depois da decisão de política monetária.
Reuters
POWERED BY
EDITORA NORBERTO STAVISKI LTDA
041 3289 7122
041 99697 8868
Kommentare