Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 759|02 de dezembro de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Frigoríficos pisam no freio
Cotações futuras do boi gordo têm forte queda na B3, enquanto mercado físico patina, com preço da arroba estável em todas as 17 praças monitoradas diariamente pela Agrifatto. No Paraná, o boi vale R$340,00 por arroba. Vaca a R$320,00. Novilha a R$330,00. Escalas de abate de seis dias.
O mercado brasileiro do boi gordo atravessou nove semanas consecutivas de valorização da arroba, impulsionando aumentos constantes nos preços da carne, tanto com ossos quanto sem ossos, recorda a Agrifatto. No entanto, diz a consultoria, esse ciclo de alta da arroba do boi gordo inevitavelmente exigia um “freio de arrumação”. “Este momento chegou”, constatam os analistas. “O consumidor médio, com seu orçamento já esgotado, não conseguiu sustentar a escalada contínua dos preços da carne no varejo”, observam os especialistas da consultoria. Diante disso, no mercado físico, a maior pressão por parte dos compradores gerou um aumento na oferta de animais terminados a preços um pouco mais baixos. Ainda assim, diz a Agrifatto, os frigoríficos, relutantes em fechar novos negócios, recusam as ofertas de boiadas gordas e, em muitos casos, planejam conceder férias coletivas aos funcionários, o que deverá pressionar ainda mais os preços do boi terminado. Apesar do baixo volume de negociações, na quinta-feira (28/11) e sexta-feira (29/11), os preços do boi gordo permaneceram inalterados nas 17 regiões monitoradas pela Agrifatto, enquanto as escalas de abate continuaram atendendo, em média, oito dias, na média nacional. Na sexta-feira, o preço nominal médio do boi gordo em São Paulo seguiu em R$ 355/@ (valor que vale tanto para o animal “comum” quanto o boi-China). Nas demais regiões monitoradas pela Agrifatto a arroba continua em R$ 320,90. Corroborando com o enfraquecimento dos negócios no mercado físico, a B3 apresentou uma forte queda nos contratos futuros do boi gordo ao longo da sessão de quinta-feira (28/11). O destaque ficou para o contrato com vencimento em dezembro/24, que encerrou o dia cotado a R$ 317,75/@, uma expressiva desvalorização de 5,74% em relação ao dia anterior. cotações do boi gordo desta sexta-feira (29/11), conforme levantamento diário da Agrifatto: São Paulo — O “boi comum” vale R$355,00 a arroba. O “boi China”, R$355,00. Média de R$355,00. Vaca a R$325,00. Novilha a R$340,00. Escalas de abates de sete dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$340,00 a arroba. O “boi China”, R$350,00. Média de R$345,00. Vaca a R$320,00. Novilha a R$330,00. Escalas de abate de seis dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$340,00 a arroba. O “boi China”, R$340,00. Média de R$340,00. Vaca a R$320,00. Novilha a R$330,00. Escalas de seis dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$320,00 a arroba. O “boi China”, R$330,00. Média de R$325,00. Vaca a R$305,00. Novilha a R$315,00. Escalas de abate de seis dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$310,00 a arroba. O “boi China”, R$320,00. Média de R$315,00. Vaca a R$305,00. Novilha a R$310,00. Escalas de abate de dez dias; Pará — O “boi comum” vale R$305,00 a arroba. O “boi China”, R$315,00. Média de R$310,00. Vaca a R$300,00. Novilha a R$305,00. Escalas de abate de catorze dias; Goiás — O “boi comum” vale R$340,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$350,00. Média de R$345,00. Vaca a R$320,00. Novilha a R$330,00. Escalas de abate de seis dias; Rondônia — O boi vale R$305,00 a arroba. Vaca a R$285,00. Novilha a R$290,00. Escalas de abate de dez dias; Maranhão — O boi vale R$305,00 por arroba. Vaca a R$285,00. Novilha a R$290,00. Escalas de abate de oito dias.
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/Agrifatto
Exportação de carne bovina in natura em novembro foi de 179.991 toneladas
As exportações de carne bovina in natura do Brasil renderam US$ 875,473 milhões em novembro (14 dias úteis), com média diária de US$ 62,533 milhões, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex)
A quantidade total exportada pelo país chegou a 179.991 mil toneladas, com média diária de 12.856 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.864. De acordo com a Secex, em relação a novembro de 2023, houve alta de 44,9% no valor médio diário da exportação, ganho de 36,8% na quantidade média diária exportada e avanço de 5,9% no preço médio.
Agência Safras
Escalas de abate sobem e se estabelecem em 7 dias úteis, em média, aponta Agrifatto
As programações atingiram o maior patamar desde 04/10/24, de acordo com dados da consultoria paulista
As escalas de abate subiram ao longo desta semana, reforçando o sentimento de que indústrias conseguiram efetividade nas estratégias adotadas, relatou a Agrifatto. “Os frigoríficos alegaram dificuldade no escoamento da carne bovina no varejo para desacelerar as compras de bovinos”, ressalta a consultoria. Diante deste cenário, as programações dos frigoríficos se estabeleceram em 7 dias úteis na sexta-feira (29/11), considerando a média nacional – atingiu maior patamar desde 04/10/24, de acordo com dados da Agrifatto. quadro atual das escalas de abate em alguns dos principais Estados, conforme apuração semanal da Agrifatto: Tocantins – Foi o destaque da semana, apontando acréscimo de 3 dias úteis nas programações de abate, em relação ao fechamento da semana anterior, atingindo 9 dias úteis de escala nesta sexta-feira (29/11) – o maior patamar desde 20/09/2024. Rondônia – Indicou avanço de 1 dia útil na escala de abate, que encerrou a semana em 10 dias úteis. Pará – Demonstrou aumento de 1 útil sobre a sexta-feira anterior (22/11), com programações de abate fechando em 11 dias úteis. Minas Gerais – Apresentou elevação semanal de 1 dia útil em suas escalas de abate, que ficaram em 6 dias úteis. Goiás – Também apontou avanço de 1 dia útil sobre a semana anterior, fechando o período em 6 dias úteis. MT/MS – Ambos os Estados registraram acréscimo de 1 dia útil na comparação com a semana anterior, encerrando a sexta-feira em 6 dias úteis de escalas programadas. PR/SP – Os Estados do Paraná e de São Paulo demonstraram estabilidade nas escalas de abate, encerrando o período semanal com programações de 6 e 7 dias úteis, respectivamente.
Portal DBO
Preços futuros do boi gordo acumulam queda de até 10% na B3
Lentidão no fluxo do atacado motivada pelas altas da arroba impactaram diretamente o futuro
As negociações futuras da arroba fecharam a semana com recuo de mais de 10,00% nos principais contratos da Bolsa Brasileira (B3). As referências futuras para o boi gordo operaram pela quarta sessão consecutiva com desvalorizações diante de uma realização de lucros, mudança de posições e dificuldade no escoamento da carne bovina no mercado interno. De acordo com o levantamento da Scot Consultoria, no início desta semana o contrato futuro de dezembro bateu a máxima de R$355,40/@. “Assim como o mercado físico registrou altas elevadas, os contratos futuros também. E o que tem elevado os preços são pessoas físicas. Sim, produtores, investidores, especuladores e uma junção de CPFs”, comentou a Scot Consultoria em seu relatório semanal. O contrato dezembro/24 está cotado em R$ 319,80/@ e teve uma desvalorização de 9,71% se comparado ao observado no início desta semana, que fechou sendo negociado em R$ 354,20/@. O janeiro/25 encerrou a semana negociado em R$ 313,65 @ e teve uma queda de 10,39% frente ao encerramento desta segunda-feira (25), em que o contrato estava R$ 350,00/@. Já o contrato fevereiro/25 registrou uma baixa na semana de 9,48%, em que passou de R$ 343,00/@ na segunda-feira para R$ 310,50/@ no fechamento da sexta-feira (29). Segundo as informações da consultora da Agrifatto, Laura Rezende, as quedas nos preços da arroba no mercado futuro já começam a refletir nas cotações da arroba no mercado físico. “O mercado estava com altas sucessivas ao longo dos últimos três meses, porém nesta semana passou a registrar baixas na B3. Após os contratos futuros chegarem a mais de R$ 350,00/@, os vencimentos começaram literalmente a desabar”, relatou Rezende.
Scot Consultoria/Agrifatto
SUÍNOS
Suínos: estabilidade nas cotações na sexta-feira (29)
Conforme a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 191,00, assim como a carcaça especial, fechando em R$ 15,20/kg, em média
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quinta-feira (28), houve ligeira queda somente em Santa Catarina, na ordem de 0,10%, chegando a R$ 9,72/kg. Os valores ficaram estáveis em Minas Gerais (R$ 10,26/kg), Paraná (R$ 9,84/kg), Rio Grande do Sul (R$ 9,49/kg), e São Paulo (R$ 10,14/kg).
Cepea
FRANGOS
Mercado do frango 'estável' na sexta-feira (29)
De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 5,50/kg, assim como o frango no atacado, custando, em média, R$ 7,45/kg
Na cotação do animal vivo, o preço ficou estável no Paraná, cotado a R$ 4,65/kg, e em Santa Catarina, não houve referência de preços. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à quinta-feira (28), a ave congelada ficou estável, custando R$ 8,14/kg, enquanto o frango resfriado caiu 0,97%, fechando em R$ 8,16/kg.
Cepea
Frango/Cepea: Médias da carne são as maiores em dois anos
Levantamentos do Cepea mostram que os preços da carne de frango seguem firmes no mercado doméstico, operando nos maiores patamares reais desde novembro de 2022
Nem mesmo o período de final de mês, quando geralmente a demanda final se desaquece – por conta do menor poder de compra da população –, impediu novos aumentos. Pesquisadores do Cepea explicam que esse cenário está atrelado à elevada competitividade da proteína avícola frente às principais concorrentes (bovina e suína). Reforçam, ainda, que os valores das carnes de boi e suínos vêm registrando altas intensas nas últimas semanas.
Cepea
GOVERNO
Mapa mantém zonificação no pleito internacional para livre de aftosa sem vacinação
Medida está sendo criticada por alguns Estados, pois exigirá manutenção de barreiras sanitárias para controle de trânsito animal entre as diferentes zonas.
Ministério da Agricultura e Pecuária decidiu adotar uma estratégia mais cautelosa para pleitear reconhecimento internacional como livre de febre aftosa sem vacinação, junto à Comissão Científica da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Ao invés de solicitar este status sanitário para o País como um todo, preferiu manter uma estratégia de zonificação adotada até hoje no programa de erradicação da doença. A medida desagradou alguns Estados, pois tem implicações práticas importantes. O reconhecimento internacional de livre de aftosa sem vacinação por zonas ou por País possuem o mesmo status sanitário, porém apresentam vantagens e ônus diferentes. “A zonificação possibilita isolar uma área atingida por eventuais focos de febre aftosa das demais zonas, que continuam mantendo seu status internacional, sem interromper exportações. Já no reconhecimento por País, todo o território nacional é atingido em caso de ressurgimento da doença”, explica Geraldo Marcos de Moraes, coordenador-geral de Qualidade em Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA). A desvantagem desta alternativa é seu maior custo e complexidade. Os Estados, por exemplo, terão de manter estruturas fixas (barreiras sanitárias) nas fronteiras entre as diferentes zonas, para controle de trânsito animal, uma exigência considerada desnecessária pelos órgãos de defesa estaduais. Durante a etapa mato-grossense do VII Fórum do Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa (PNEFA), realizada no dia 27 de novembro, em Cuiabá, Emanuele de Almeida, presidente do Instituto de Defesa Agropecuária do Mato Grosso (Indea), questionou veementemente a decisão. “Tecnicamente, não vemos viabilidade na manutenção dessas barreiras sanitárias. A posição do Indea já foi repassada ao Mapa. Como teremos o mesmo status sanitário em todas as zonas, não faz sentido manter essas estruturas, que são caras”, disse ela. Além do custo com manutenção de pessoal por 24 horas nos dois postos ainda ativos dividindo o próprio Estado (nos municípios de Aripuanã e Colniza, que pertenciam ao bloco I), eles registram pouco fluxo de animais e, segundo Emanuele, já não teriam objetivo. “Que cobranças técnicas deveríamos fazer? Quando essas barreiras foram criadas, há cinco anos, faziam sentido, pois as regiões tinham status diferentes. Caso o Brasil conquiste a condição de livre de aftosa sem vacinação, nossa intenção é desativá-las, desde que o Mapa concorde”, afirmou. Questionado sobre essa possibilidade, Geraldo Moraes respondeu que a manutenção das barreiras consta do pleito atual enviado à ONSA, mas nada impede que isso seja alterado em solicitações futuras. “Estamos em diálogo com a OMSA para discutir tecnicamente essa questão”, disse ele. O Brasil, inclusive, pode pleitear, posteriormente, o status de livre de aftosa sem vacinação como país.
Portal DBO
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Desemprego recua para 6,2% e atinge menor nível desde 2012, aponta IBGE
Antes dos dados divulgados na sexta (29) pelo IBGE, a taxa mínima foi registrada em dezembro de 2013, com 6,3%.
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,2% no trimestre encerrado em outubro, o menor patamar da série histórica da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), iniciada em 2012, segundo dados divulgados na sexta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esse índice supera o recorde anterior, registrado no trimestre até dezembro de 2013, quando o desemprego ficou em 6,3%. Em contraste, o maior nível da série ocorreu nos períodos encerrados em março de 2021 e setembro de 2020, durante a pandemia, quando a taxa chegou a 14,9%. O número de pessoas desempregadas no trimestre até outubro foi de 6,8 milhões, uma queda em relação aos 7,4 milhões registrados até julho deste ano. Esse é o menor contingente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014, quando o total foi de 6,6 milhões. A população desocupada inclui pessoas com 14 anos ou mais que estão sem trabalho, mas ativamente buscando emprego. Aqueles que não estão procurando vagas, mesmo estando sem ocupação, não são contabilizados neste grupo. A renda média mensal dos trabalhadores ocupados foi de R$ 3.255 no trimestre até outubro. Houve uma variação positiva de 0,8% em relação ao trimestre encerrado em julho (R$ 3.230), mas o IBGE classifica o dado como estável. Na comparação com o mesmo período de 2022 (R$ 3.133), o aumento foi de 3,9%. O número de empregados com carteira assinada chegou a 39 milhões, um recorde histórico. Entre os trabalhadores sem carteira, o total foi de 14,4 milhões, também o maior da série. A população em vagas informais alcançou 40,3 milhões, outra máxima. A taxa de informalidade, que mede o percentual de trabalhadores sem registro formal, ficou em 38,9% no trimestre até outubro. Embora menor do que o pico de 41% registrado em agosto de 2019, a proporção continua alta. O mercado financeiro já projetava a queda no desemprego, com expectativa de uma taxa entre 6% e 6,4%, segundo analistas consultados pela Bloomberg. O resultado de 6,2% reflete a recuperação do mercado de trabalho, mas ainda com desafios ligados à alta informalidade e ao equilíbrio no crescimento da renda.
Gazeta do Povo
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar renova recorde de fechamento após superar R$ 6 na sessão em meio à decepção com pacote fiscal
Mesmo sem o peso de Wall Street, a liquidez no mercado de câmbio seguiu alta, se comparada ao mesmo feriado em anos anteriores, indicando a relevância da questão fiscal para os operadores
O dólar à vista exibiu forte alta na quinta-feira (28), dando continuidade ao movimento observado ontem, em meio à decepção com as medidas fiscais apresentadas pelo governo. A divisa americana encerrou o pregão em alta de 1,30%, cotada a R$ 5,9891 — novo recorde de fechamento — depois de ter encostado na máxima intradiária de todos os tempos, de R$ 6,0029. A maior percepção de risco em relação à seara fiscal aumentou o prêmio cobrado pelos investidores para estarem posicionados nos ativos brasileiros nesta sessão, em dia com menor participação de estrangeiros nas negociações por conta do feriado de Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos. Diante da piora na percepção de risco, o dólar chegou a bater a máxima intradiária nominal da história, superando a barreira técnica e psicológica de R$ 6, mas encerrando abaixo desse patamar. Perto das 17h35, no mercado futuro, o dólar para dezembro exibia valorização de 0,67%, a R$ 5,9995. Até esse horário foram negociados US$ 12,7 bilhões em contratos no primeiro vencimento do dólar futuro (o mercado tem negociações até 18h30), enquanto nos últimos cinco anos o montante negociado no Dia de Ação de Graças em todo o pregão foi de US$ 8,15 bilhões. Na sessão, o real apresentou o pior desempenho frente ao dólar, da relação das 33 moedas mais líquidas acompanhadas pelo Valor. Hoje, desde o começo da sessão, o dólar mostrou força contra a moeda brasileira. Nem mesmo o detalhamento das medidas do governo pela equipe econômica deu espaço para que o câmbio se recuperasse. A perspectiva, segundo economistas e gestores, é que os planos apenas aprofundam a percepção de que não há sustentabilidade na evolução da dívida pública. Para o sócio e economista do Opportunity Total, Gustavo Vieira, o pacote apresentado não é suficiente para recuperar a credibilidade do arcabouço fiscal desenhado pelo governo e que já vinha gerando dúvidas. A piora na percepção de risco fiscal no Brasil fez o dólar valorizar consistentemente ontem e hoje, avançando nesses dois dias 3,10% contra o real. Uma melhora da moeda brasileira agora requer uma acomodação, redução nos prêmios de risco e/ou “um choque de política monetária”, ainda segundo Vieira. “Quando há uma piora na percepção de risco, aumentando os prêmios dos ativos, como estamos vendo agora, o Banco Central pode elevar os juros para tentar ajustar o diferencial das taxas em relação ao prêmio de risco”, diz Vieira. A leitura é que, se há mais risco no país, os títulos públicos precisam pagar mais ao investidor e por isso se amplia o diferencial das taxas. “Mas se depois de elevar as taxas você tem uma piora adicional na percepção de risco, que eleve novamente os prêmios, o BC, em tese, tem que subir mais as taxas para recalibrar o diferencial”, afirma. “Em um cenário de dominância fiscal, o aumento de juros deixa de ter efeito para o câmbio, já que há mais pressão na trajetória fiscal. Acho que isso ainda não é o caso.” Vieira também usa a leitura sobre a perspectiva dos juros e do prêmio de risco para avaliar o recente movimento do câmbio brasileiro, que vinha se destacando globalmente no mês de novembro até a sessão de ontem. “Antes de conhecermos as medidas fiscais, tivemos relatos de cortes mais estruturais do governo, que podem ter ajudado a reduzir o prêmio de risco na margem. Também tivemos dados mais fortes de inflação e surpresas com a força da economia, levando o mercado a precificar uma política monetária mais agressiva pelo BC, com taxas mais elevadas”, diz. “O prêmio de risco ligeiramente mais baixo ou mais contido e a perspectiva de juros mais elevados podem ter ajudado o real, além do fato de o Brasil não ser impactado diretamente pelas medidas de Donald Trump.” O economista do Opportunity Total avalia que, se houver uma atuação mais proativa da autoridade monetária, o real pode voltar a se beneficiar, principalmente contra moedas emergentes e de países vizinhos.
Valor Econômico
Ibovespa perde os 125 mil pontos e fecha no nível mais baixo desde julho
Decepção dos agentes com pacote fiscal gerou mais um dia de desmonte de posições e reprecificação dos ativos domésticos
O anúncio da elevação da faixa de isenção do Imposto de Renda, acompanhado pelo pacote de corte de gastos, afastou dos agentes a visão de que o governo busca a estabilidade da dívida pública, o que gerou mais um dia de desmonte de posições e reprecificação dos ativos domésticos. O Ibovespa encerrou a sessão com queda de 2,40%, aos 124.610 pontos, perto da mínima do dia, que foi a 124.390 pontos. A última vez que o índice foi negociado abaixo dos 125 mil pontos tinha sido em 2 de julho, quando chegou aos 124.787 pontos. Já na máxima, o índice tocou os 127.668 pontos. A subida mais expressiva dos juros futuros, que ultrapassaram os 14% em alguns vencimentos, gerou uma intensa correção nos preços de ações mais domésticas. Ações da MRV chegaram a entrar em leilão durante o pregão e fecharam o dia em queda de 14,10%, a R$ 5,30. Por outro lado, papéis de companhias com boa parte da receita em dólar como a JBS responderam pelas maiores altas ao subir 3,35% a R$ 36,38. Entre as blue chips, o maior recuo foi registrado pelos papéis do Bradesco PN, que caíram 4,20% a R$ 12,76. Ações da Ecorodovias passaram por leilão ao longo da sessão e terminaram o dia com queda de 19,79% a R$ 5,35. O papel foi afetado porque a companhia venceu a licitação da Nova Raposo com uma oferta que ficou cerca de R$ 1 bilhão acima do segundo lugar. Mesmo com o mercado americano fechado devido ao feriado de Ação de Graças, o volume financeiro no índice foi de R$ 20,4 bilhões, o que ficou acima dos R$ 19.5 bilhões da sessão anterior. Já na B3 o volume financeiro bateu R$ 27,5 bilhões.
Valor Econômico
Alta do IGP-M desacelera a 1,30% em novembro, mas fica acima do esperado
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) passou a subir 1,30% em novembro, depois de ter registrado alta de 1,52% no mês anterior, mas ainda avançou mais do que o esperado, mostraram dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) na quinta-feira
A expectativa em pesquisa da Reuters era de alta de 1,18%, e com o resultado do mês o índice passou a subir em 12 meses 6,33%. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, subiu 1,74% em novembro, depois de ter avançado 1,94% no mês anterior. "Semelhante ao mês de outubro, a alta do IGP foi influenciada por commodities agropecuárias. No IPA, os principais destaques foram a carne bovina, o milho e a soja", destacou Matheus Dias, economista da FGV IBRE. Entre os preços ao produtor, a alta de bovinos acelerou a 13,57% no período, de 11,33% em outubro, mas o aumento da carne bovina recuou a 8,72%, de 12,33%. Os preços da soja subiram 4,80%, de 4,63%, enquanto o avanço do milho acelerou a 8,85% em novembro, de 6,87% no mês anterior. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, teve variação positiva de 0,07% em novembro, de uma alta de 0,42% em outubro. Os custos de Habitação (1,35% para -0,93%), Despesas Diversas (1,08% para 0,49%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,35% para 0,16%), Educação, Leitura e Recreação (-0,02% para -0,16%), Vestuário (0,23% para 0,04%) e Comunicação (0,14% para 0,03%) apresentaram recuo na sua taxa de variação. Na contramão ficaram Alimentação (0,13% para 1,01%) e Transportes (-0,12% para 0,14%). O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) passou a subir em novembro 0,44%, de uma alta de 0,67% em outubro.
Reuters
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