Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 776 | 08 de janeiro de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Boi gordo: mercado paulista registra poucos negócios neste começo da semana
Boi gordo segue valendo R$ 320/@ em São Paulo, o “boi-China” é vendido por R$ 325/@, e a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 292 e R$ 310/@, respectivamente
O mercado paulista do boi gordo registrou poucos negócios na terça-feira (7/1), algo normal para este período de ano, marcado pelas férias escolares. “São poucos os agentes em atividade e a expectativa é de que continue assim ao longo do dia”, informou o boletim da Scot Consultoria divulgado no começo da tarde da terça-feira. “O escoamento da carne ainda não retomou o ritmo normal”, reforçam os analistas. Segundo a consultoria, a oferta de boiadas está reduzida e boa parte dela é composta por gado menos acabado. Com isso, diz a Scot, o cenário é de estabilidade para as cotações dos animais terminados. Dessa forma, segundo apurou a consultoria, a cotação do boi gordo segue valendo R$ 320/@ em São Paulo, o “boi-China” é vendido por R$ 325/@, e a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 292 e R$ 310/@ (tudo no prazo, valores brutos). Entre as indústrias paulistas, as escalas de abate estão curtas, em média, para seis dias, acrescentou a Scot.
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/Agrifatto
Arroba de boi gordo: preços voltam a avançar pelo Brasil
Indústrias ainda encontram dificuldade na composição das suas escalas de abate, de acordo com analista. O mercado físico do boi gordo voltou a apresentar preços mais altos no Brasil na terça-feira (7)
Segundo o consultor de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, as indústrias ainda encontram dificuldade na composição das suas escalas de abate. Com maior urgência na compra de gado, há natural propensão a reajustes. As exportações devem se manter em bom ritmo na atual temporada e são um elemento importante para sustentação dos preços. “O pecuarista se depara com boas condições do pasto neste início de temporada, permitindo uma melhor cadência das negociações”, comenta. Preços médios da arroba de boi gordo ontem: São Paulo: R$ 325,25. Minas Gerais: R$ 311,47. Goiás: R$ 311,43. Mato Grosso do Sul: R$ 318,30. Mato Grosso: R$ 304,80. O mercado atacadista se depara com preços firmes. O ambiente de negócios ainda sugere por dificuldades em relação a preço durante o primeiro bimestre, considerando a descapitalização da população, considerando aquelas despesas tradicionais inerentes a esse período (IPTU, IPVA, compra de material escolar). “A predileção da população recai sobre proteínas de menor valor agregado, a exemplo da carne de frango, embutidos e do ovo”, aponta o consultor Fernando Henrique Iglesias. O quarto dianteiro ainda é precificado a R$ 17 o quilo. O quarto traseiro permanece cotado a R$ 26,80 o quilo. Já a ponta de agulha segue a R$ 18 o quilo.
Agência Safras
SUÍNOS
Cotações em queda para o mercado de suínos
As cotações no mercado de suínos nesta terça-feira (7) fecharam com predominância de queda.
Conforme a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo cedeu 0,66%, com preço médio de R$ 151,00, enquanto a carcaça especial teve queda de 0,82%, fechando em R$ 12,05/kg, em média. Segundo informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à segunda-feira (6), houve alta somente em São Paulo, na ordem de 0,25%, chegando a R$ 8,03/kg, e estabilidade em Minas gerais, com valor de R$ 7,96/kg. Houve queda de 0,40% no Paraná, atingindo R$ 7,55/kg, baixa de 1,48% no Rio Grande do Sul, caindo para R$ 8,00/kg, e de 0,77% em Santa Catarina, fechando em R$ 7,70/kg.
Cepea/Esalq
Exportações de carne suína crescem 10% e registram recorde em 2024, diz Abpa
Receita aumenta 7,6% e supera US$ 3 bilhões pela primeira vez
Levantamentos da Associação Brasileira de Proteína Animal (Abpa) mostram que as exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 1,352 milhão de toneladas entre janeiro e dezembro de 2024, estabelecendo novo recorde para o setor. O número supera em 10% o total exportado em 2023, com 1,229 milhão de toneladas. A receita das exportações anuais do setor superou, pela primeira vez, o patamar de US$ 3 bilhões. Ao todo, foram obtidos US$ 3,033 bilhões com as exportações de 2024, saldo 7,6% superior ao alcançado no ano anterior, com US$ 2,818 bilhões. No fechamento de 2024, os embarques de carne suína totalizaram 109,5 mil toneladas, número 1,3% menor em relação ao mesmo período do ano anterior, com 110,9 mil toneladas. Já em receita, houve forte alta de 11,6%, com US$ 258,3 bilhões no último mês de 2024, contra US$ 231,5 bilhões no mesmo período do ano anterior. Entre os destinos de exportação, as Filipinas encerraram o ano assumindo o primeiro lugar, com 254,3 mil toneladas entre janeiro e dezembro de 2024, número 101,8% superior ao alcançado em 2023. Em seguida estão China, com 241 mil toneladas (-38%), Chile, com 113 mil toneladas (+29,1%), Hong Kong, com 106,9 mil toneladas (-15,5%), Japão, com 93,4 mil toneladas (+131,6%), Singapura, com 79,1 mil toneladas (+23%), Vietnã, com 52,5 mil toneladas (+9,7%), Uruguai, com 46,6 mil toneladas (-5,2%), e México, com 42,8 mil toneladas (+49,9%). "O setor fechou o ano de 2024 aumentando expressivamente a capilaridade de suas exportações, incrementando significativamente a receita dos embarques e elevando a média mensal de embarques em mais de 10 mil toneladas. Os indicativos seguem positivos em 2025, com tendência de manutenção de fluxo para os países asiático e das Américas", analisa o presidente da Abpa, Ricardo Santin. Santa Catarina fechou o ano de 2024 como maior exportador de carne suína do Brasil, com 730,7 mil toneladas (+10,1%), seguida pelo Rio Grande do Sul, com 289,9 mil toneladas (+3,2%), Paraná, com 185,5 mil toneladas (+9,1%), Mato Grosso, com 37,9 mil toneladas (+22%) e Mato Grosso do Sul, com 29,2 mil toneladas (+17,97%).
ABPA
FRANGOS
Frango com cotações estáveis na terça-feira (7)
A terça-feira (7) foi de cotações estáveis para o mercado do frango. Informações do Cepea são de que a busca por parte dos frigoríficos por lotes para abate se intensificou devido às festividades de final de ano.
Segundo a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 5,60/kg, enquanto o frango no atacado subiu 0,36%, custando, em média, R$ 8,27/kg. No caso do animal vivo, o preço não mudou no Paraná, cotado a R$ 4,60/kg, assim como em Santa Catarina, com valor de R$ 4,56/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à segunda-feira (6), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado ficaram com preços estáveis, custando, respectivamente, R$ 8,42/kg e R$ 8,34/kg.
Cepea/Esalq
Exportações de carne de frango crescem 3% e alcançam novo recorde
Receita com embarques aumenta 1,3%, e se aproxima de US$ 10 bilhões, aponta ABPA
As exportações de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) encerraram o ano de 2024 com alta de 3%, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram embarcadas 5,294 milhões de toneladas nos doze meses do ano passado, contra 5,138 milhões de toneladas em 2023. É o maior volume de exportação já registrado pelo setor. Também foi registrado recorde com as receitas de exportação entre janeiro e dezembro de 2024, chegando a US$ 9,928 bilhões, saldo 1,3% superior ao total obtido em 2023, com US$ 9,796 bilhões. No último mês de 2024, o setor exportou 448,7 mil toneladas, número 4% menor em relação ao saldo de dezembro de 2023, com 467,2 mil toneladas. Já em receita, houve elevação de 4,6%, chegando a US$ 856,9 milhões em dezembro do ano passado, contra US$ 818,9 milhões no mesmo período do ano anterior. “O saldo do ano confirma as expectativas da ABPA e aponta, também, novos patamares estabelecidos em médias de embarques, superando 440 mil toneladas mensais. Os indicativos seguem positivos para 2025, com possibilidades de novas altas mensais e projeções de números relativamente superiores aos alcançados no ano encerrado, indicando a manutenção da rentabilidade das agroindústrias do setor”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin. No ranking dos principais importadores de carne de frango do Brasil em 2024 (janeiro a dezembro), a China encerrou o ano no primeiro lugar com 562,2 mil toneladas (-17,6% em relação ao ano anterior), seguida por Emirados Árabes Unidos, com 455,1 mil toneladas (+3,3%), Japão, com 443,2 mil toneladas (+2,2%), Arábia Saudita, com 370,8 mil toneladas (-1,6%), África do Sul, com 325,4 mil toneladas (-4,4%), Filipinas, com 234,8 mil toneladas (+7%), União Europeia, com 231,9 mil toneladas (+6,9%), México, com 212,5 mil toneladas (+22,6%), Iraque, com 179,8 mil toneladas (+18,1%) e Coreia do Sul, com 155,8 mil toneladas (-22,8%). Entre os estados exportadores, o Paraná segue na liderança, com 2,174 milhões de toneladas (+4,1%), seguido por Santa Catarina, com 1,167 milhão de toneladas (+5,7%), Rio Grande do Sul, com 692 mil toneladas (-6,32%), São Paulo, com 297,2 mil toneladas (+1,6%) e Goiás, com 243,9 mil toneladas (+3%).
ABPA
CARNES
Após 2024 com carne bovina ganhando espaço, 2025 deve ser de retomada da carne de frango e suína
Competitividade da proteína avícola e suinícola deve ser maior em função da menor produção da carne bovina e expectativa de demanda aquecida
O ano de 2024 ficou marcado com preços em alta para a arroba do boi gordo, principalmente a partir do mês de setembro. Até então, a competitividade da carne bovina no atacado estava interessante perante as concorrentes. Mas este ano, de acordo com analistas, o cenário deve mudar, já que os patamares de preços para a arroba bovina devem ficar mais elevados, com o início da mudança do ciclo pecuário, afetando diretamente o preço da proteína. Segundo o analista de mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri, no ano passado, “até meados de setembro a quantidade de carne de frango e de suíno comprada com o preço de um quilo de carne de dianteiro bovino foi menor, ou seja, para a indústria que desossa e vende os cortes sem osso ao varejo, o preço da carne bovina esteve atrativo”. Fabbri destaca que, em 2024, o preço do dianteiro esteve abaixo ou muito próximo à sua referência em 2023, enquanto os preços do frango e do suíno subiram. “Com isso, a relação de troca, ou seja, a quantidade de frango e suíno comprado com um quilo de dianteiro bovino, ficou menos atrativa do que em 2023, na maior parte dos meses, compensando ao atacadista comprar a carne bovina em relação à suína e a de frango”. César de Castro Alves, que é gerente da Consultoria Agro do Itaú BBA, corrobora a informação, explicando que a relação de troca no início de 2024 era de 1,7 kg de frango e comprava 1 kg de dianteiro bovino. A média histórica, segundo César, era 2,5, e isso seguiu até agosto. “Em setembro começou a subir a arroba do boi e a carne, chegando a 2,6 kg de frango para comprar 1 kg de dianteiro. Em dezembro foi 2,38 kg de frango para 1 kg de carne bovina, e aí começamos janeiro com uma relação de 2,26 kg frango e 1 kg de dianteiro bovino”, disse. Fabbri adiciona a este cenário o contexto econômico no país, como o aumento da renda per capita e redução do desemprego no Brasil diminuiu, o que aumentou a possibilidade de o brasileiro comprar mais carne bovina, bem como outras proteínas também. Com o início da inversão do ciclo pecuário, Allan Maia, analista da Safras & Mercado, destaca que, como houve muito abate de matrizes nos últimos dois anos, a tendência é de preços firmes para 2025 para a arroba do boi gordo e para os cortes no atacado e, consequentemente, no varejo também. “Para o ano que vem, com a possibilidade de preços maiores para a carne bovina e incertezas quanto ao dinamismo da economia brasileira, acredito que essa relação vai pressionar o mercado de carne bovina e levar a um êxodo de consumo para frango e suíno”, disse. “Para a carne de frango, ela veio bastante competitiva ao longo de 2024 e deve seguir competitiva ao longo de 2025 frente às demais proteínas. A carne suína deve ter mais um ano de recorde na produção, com disponibilidade interna crescendo, mas nada exagerado. No caso da demanda para a carne suína, o ritmo mais forte começa em maio, já que o início do ano, com a população com menor poder aquisitivo e com as temperaturas mais elevadas, acabam deixando a demanda mais arrefecida”, pontuou. Sobre a carne bovina, César de Castro Alves afirma que “a tendência para o ano de 2025 é de que a relação de troca com as demais proteínas tenha mais chances de ficar acima da média histórica mais do que para baixo. É razoável supor que a carne bovina não volte aos patamares de agosto de 2024”, disse. Felipe Fabbri enxerga o ano de 2025 como sendo mais desafiador para a carne bovina. Ele aponta que, do lado da oferta de boiadas, espera redução nos abates, e consequentemente na produção de carne bovina também. “Há a expectativa de aumento na demanda externa - ou seja, novo recorde de exportação - com uma produção de carne bovina menor e, provavelmente, preços maiores ao consumidor brasileiro”. Por outro lado, conforme explica Fabbri, frango e suínos possuem um cenário de expectativas de aumento das suas produções para o ano que começa, ou seja, deve aumentar a oferta dessas proteínas e, consequentemente, pouco espaço para altas expressivas em seus preços ao longo do ano.
Notícias Agrícolas
GOVERNO
Brasil negocia abertura de mercado da Turquia à carne bovina
Plano é aceitar, em um primeiro momento, uma cota reduzida, entre 4 mil e 5 mil toneladas, com tarifa zero e a exigência de apresentação de testes sanitários nas cargas. Preço da carne bovina na Turquia subiu 200% em 2023 e levou o consumidor local a diminuir em 30% a compra do produto
O Brasil está em negociações finais com autoridades da Turquia para efetivar a abertura daquele mercado à carne bovina brasileira. Em um primeiro momento, Brasília deve aceitar o estabelecimento de uma cota reduzida, entre 4 mil e 5 mil toneladas, com tarifa zero e a exigência de apresentação de testes sanitários nas cargas, segundo fontes a par do assunto. A estratégia é abrir as portas para depois ampliar a inserção em território turco, onde os preços do produto dispararam. O preço da carne bovina na Turquia subiu 200% em 2023 e levou o consumidor local a diminuir em 30% a compra do produto, migrando para o frango. Nas negociações mais recentes, foram acertados os termos técnicos e sanitários para viabilizar a exportação. A exigência é que a carne resfriada ou congelada passe por testagem de BSE, a “doença da vaca louca”, apesar de o Brasil ser considerado um país com “risco insignificante” para a doença pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). As autoridades brasileiras resolveram aceitar o pedido como estratégia para concretizar a abertura de mercado e, posteriormente, buscar a expansão. O primeiro pedido havia sido por cota de 10 mil toneladas, que acabou reduzida pela metade. O setor privado brasileiro estima potencial de embarque de até 300 mil toneladas anuais à Turquia num mercado consolidado. Se concretizado, o país se tornaria o segundo principal destino da carne brasileira, atrás da China, que importa mais de 1 milhão de toneladas por ano. A Turquia é um dos poucos mercados importantes ainda fechados ao produto brasileiro, ao lado de Japão, Vietnã e Coreia do Sul. O cenário de inflação tem elevado a expectativa de abertura do mercado à carne do Brasil. Historicamente, os turcos importam volumes pequenos do produto. “O primeiro passo é entrar no mercado, o segundo é tirar a exigência do teste, porque eles vão ter comprovado que é um produto seguro. E temos que aumentar a cota e negociar a tarifa”, disse uma fonte ao Valor. Uma das preocupações é a taxação do produto na entrada da Turquia. Hoje, o país impõe uma tarifa de 225% à carne importada, taxa considerada impeditiva para as exportações brasileiras. A cota inicial deve ser isenta, mas uma eventual ampliação deve exigir a aplicação de alguma alíquota. Fontes do setor exportador dizem que uma taxa de até 20% seria aceitável para as negociações. A análise é que, com o atual preço da carne no mercado turco, essa alíquota ainda deixaria o produto brasileiro competitivo nas gôndolas do país. Há negociações para a taxa ficar em torno de 12%. O governo brasileiro espera conquistar na Turquia o mesmo sucesso que teve no Marrocos. O governo marroquino autorizou uma cota de 20 mil toneladas de carnes bovina, ovina, caprina e camelídea do Brasil isentas do Imposto sobre o Valor Agregado (IVA). No país africano, a taxação chega a 200% para a carne bovina congelada, por exemplo. Em troca, o Brasil abriu seu mercado para as tangerinas marroquinas. Após as tratativas, o governo marroquino incluiu na lei orçamentária de 2025 valores suficientes para isentar o dobro da cota, ou seja, até 40 mil toneladas. A Turquia já importa gado vivo do Brasil e é o principal parceiro comercial nesse item. Os turcos compraram 368 mil cabeças de bovinos brasileiros em 2023, com negócios de quase US$ 300 milhões.
Globo Rural
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Colheita do milho verão está prestes a começar no Paraná
Deral indica que maior parte das regiões apresenta bom desenvolvimento das lavouras
Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná, para a safra de milho verão, as áreas se dividem entre 3% ainda em desenvolvimento vegetativo, 14% em floração, 62% em frutificação e 21% já em maturação. Os técnicos do Deral ainda classificaram 94% das áreas como em boas condições e 6% como em médias. Já para a segunda safra paranaense, as atividades de plantio foram iniciadas, mas ainda não somam 1% do total previsto. A maior parte do milho verão está em enchimento de grãos, e as primeiras lavouras devem ser colhidas em breve. O clima se mostrou quase perfeito até a fase de enchimento de grão, com chuvas regulares, calor durante o dia e noites com temperaturas mais baixas do que a média histórica, bem como a pressão de pragas foi baixa. Apenas algumas áreas sofreram com o excesso de chuvas e as altas temperaturas, apresentando espigas com falhas”, destacam os técnicos do Deral.
SEAB-PR/DERAL
LEGISLAÇÃO
STF SUSPENDE AÇÕES DO FUNRURAL EM NÍVEL NACIONAL
Acolhendo em parte pedido da autora ABRAFRIGO – Associação Brasileira de Frigoríficos e da amicus curiae ABIEC – Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 4395, o Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal – STF, concedeu medida cautelar determinando a suspensão nacional dos processos que tratam da sub-rogação, que é o dever do adquirente da produção rural de pagar a contribuição em substituição ao produtor rural.
A decisão, de caráter liminar, tem eficácia imediata e seus efeitos se estendem não só às partes do processo, mas a todo contribuinte do País (adquirente) que esteve e ainda está sendo chamado a recolher este tributo em face de processo nas instâncias administrativa ou judicial. O Ministro Gilmar Mendes excluiu da decisão, no entanto, os processos em que já houve o trânsito em julgado (decisão da qual não caibam mais recursos), sendo que, para estes, a rigor, não haveria a suspensão. A ADI nº 4395 tramita no Supremo Tribunal Federal há quase 15 (quinze) anos, tendo a votação se encerrado em ambiente virtual no mês de dezembro de 2022, aguardando desde então a proclamação do resultado. Para Paulo Mustefaga, presidente executivo da ABRAFRIGO, “a decisão do Ministro Gilmar Mendes, ainda que de caráter provisório, traz segurança jurídica e representa um alento a seus associados e demais empresas que enfrentam dificuldades em processos em fase de execução fiscal, uma vez que ainda não encontram respaldo em entendimento final da corte máxima do País”. O advogado que defende a Associação, Fabriccio Petreli Tarosso, do escritório Tarosso Advogados, relembra que “com a decisão, o STF, além de proporcionar segurança jurídica aos contribuintes, evita o prosseguimento de execuções ou cobranças administrativas antes de uma definição do Supremo acerca da matéria”. A medida ainda deverá ser analisada pelo Plenário do STF, podendo ser ratificada ou alterada. Não há prazo para o Plenário do STF se manifestar a respeito da decisão exarada pelo Ministro Gilmar Mendes.
Valor Econômico
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar fecha em leve baixa em dia de movimentos técnicos e fala de Haddad
Após oscilar abaixo dos 6,10 reais em vários momentos da sessão, com investidores reduzindo excessos nos preços e reagindo a falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o dólar praticamente zerou as perdas na reta final da terça-feira e fechou perto da estabilidade
O dólar à vista fechou em leve baixa de 0,14%, aos 6,1056 reais. Às 17h10 na B3 o dólar para fevereiro -- atualmente o mais líquido -- cedia 0,11%, aos 6,1345 reais. O fechamento de 2024 acabou pressionando mais a moeda, porque tem muita empresa fechando balanço, fechando hedge (proteção) para 2025”, comentou Harrison Gonçalves, sócio da CMS Invest, ao avaliar o avanço firme do dólar nas últimas semanas do ano passado. “Mas 2025 é um novo ano, e somado a isso temos uma mudança de posicionamento do governo sobre o fiscal.” Na avaliação de Gonçalves, desde o fim de 2024 o governo Lula tem procurado reforçar o compromisso com a redução de gastos. Durante a tarde da terça-feira, em entrevista à GloboNews, Haddad disse que o governo encerrou 2024 com um déficit primário de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), acrescentando que novas iniciativas para sanear as contas públicas seguem sendo estudadas. Haddad afirmou ainda que houve uma reação exagerada do mercado com a alta recente do dólar, acrescentando que espera uma acomodação do câmbio. “Hoje o dólar está valorizado no mundo inteiro, e nós vamos sentir os efeitos disso aqui no Brasil, embora eu considere que tenha havido um exagero (do mercado) em relação à perspectiva da economia brasileira, para pior”, disse o ministro. Para Gonçalves, da CMS Invest, não houve qualquer mudança conjuntural neste início de 2025, “mas a perspectiva começa a ficar um pouco mais positiva”. “Não à toa a curva de juros tem caído e a bolsa tem apresentado crescimento”, pontuou, ao justificar o recuo do dólar ante o real até o meio da tarde.
Reuters
Arrecadação federal cresceu 11,21% em novembro e marcou o segundo melhor resultado para o mês
A arrecadação do governo federal teve alta real de 11,21% em novembro de 2024 sobre o mesmo mês do ano anterior, somando 209,218 bilhões de reais, informou a Receita Federal na terça-feira, no segundo melhor resultado para o mês da série histórica iniciada em 1995, atrás apenas de novembro de 2013.
No acumulado de janeiro a novembro, a arrecadação foi de 2,391 trilhões de reais, 9,82% acima do registrado nos primeiros onze meses de 2023, já descontada a correção pela inflação. O resultado é recorde para o período em toda a série da Receita. Os dados da arrecadação de novembro usualmente são apresentados no final de dezembro, mas a apresentação foi adiada para esta terça pela Receita Federal. Em novembro, os recursos administrados pela Receita, que englobam a coleta de impostos de competência da União, avançaram 12,26% em valor ajustado pela inflação frente a um ano antes, a 203,093 bilhões de reais. No período de janeiro a novembro de 2024, o ganho foi de 9,92%, totalizando 2,270 trilhões de reais. As receitas administradas por outros órgãos, com peso grande dos royalties sobre a exploração de petróleo, caíram 15,23% em novembro frente ao mesmo período de 2023, a 6,125 bilhões de reais. No acumulado de janeiro a novembro, esses recursos tiveram alta real de 8,01%, totalizando 121,268 bilhões de reais. Segundo a Receita, o desempenho positivo de novembro foi influenciado pelo comportamento de indicadores macroeconômicos, o retorno da tributação do PIS/Cofins sobre combustíveis e o desempenho dos tributos do comércio exterior em função do aumento do volume das importações, das alíquotas médias e da taxa de câmbio. Entre os destaques de novembro, no recorte por tributo, a arrecadação de PIS/Pasep e Cofins registrou crescimento real de 17,66%, a 46,093 bilhões de reais. Também houve alta real de 58,52% em Imposto de Importação e IPI vinculado, a 10,642 bilhões de reais. A Receita ainda computou ganhos de 12,41% em Imposto de Renda de empresas e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), a 32,690 bilhões de reais, e de 28,66% em Imposto de Renda retido na fonte por conta de rendimentos de capital. Na divisão por setores, a arrecadação de entidades financeiras teve alta real de 14,27% em novembro ante o mesmo mês de 2023. Também foram registrados ganhos nos setores de comércio atacadista, combustíveis e fabricação de veículos. Os dados positivos da arrecadação ajudam na busca pelo déficit zero pela equipe econômica no ano, mas o foco do mercado tem sido direcionado para a sustentação do arcabouço fiscal no longo prazo, após a apresentação de um pacote de medidas de contenção de gastos públicos ter decepcionado analistas e impulsionado uma volatilidade de ativos no fim do ano. Em entrevista à imprensa, o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita, Claudemir Malaquias, afirmou que a expectativa para arrecadação registrada em dezembro do ano passado "é bem positiva e não deve haver surpresas", considerando dados preliminares. Ele acrescentou que é preciso aguardar a aprovação do Orçamento de 2025 para fazer avaliações sobre as perspectivas de arrecadação para este ano.
Reuters
Haddad diz que governo fechou 2024 com déficit fiscal de 0,1% do PIB e segue avaliando novas medidas
O governo federal encerrou 2024 com um déficit primário de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), disse na terça-feira o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acrescentando que o governo segue estudando novas iniciativas para sanear as contas públicas embora não goste do selo "pacote fiscal".
Em entrevista à GloboNews, Haddad afirmou que o déficit de 2024 deve alcançar 0,37% do PIB se considerados os gastos do governo com a calamidade provocada pelas chuvas no Rio Grande do Sul, mas essas despesas não são computadas para efeito de cumprimento da meta. Caso o dado seja confirmado, o governo terá cumprido a meta fiscal de 2024, que prevê déficit zero, com tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB para mais ou para menos. O dado oficial do resultado primário do ano ainda não foi divulgado. "Depois de dez anos de desajuste, estamos fazendo um ajuste estrutural", disse. Na entrevista, Haddad afirmou que não pode antecipar medidas em avaliação pelo governo. Ele disse que "só o que se faz" na Fazenda é estudar novas iniciativas, argumentando que não gostaria de passar a ideia de que o governo prepara um novo pacote. O ministro disse que sua equipe trabalha neste momento para adequar o Orçamento de 2025, ainda em tramitação no Congresso, às medidas fiscais aprovadas no encerramento do ano, defendendo também que as contas sejam desengessadas para que o governo tenha maior grau de liberdade. Após pregar uma harmonização entre poderes em torno da necessidade de se alcançar o superávit fiscal, ele disse que o governo tem a função de sensibilizar para a necessidade de adotar medidas que parecem antipáticas, mas são benéficas para o país. "Nós não fazemos pouco caso quando o Banco Central e o Tesouro alertam a administração sobre os riscos que estamos correndo... O governo tem agido e vai continuar agindo", afirmou. De acordo com o ministro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reconheceu o esforço fiscal feito pelo Brasil como um dos maiores do mundo.
Reuters
Alimentos pressionam e preços ao produtor no Brasil aceleram alta a 1,23% em novembro
Os preços ao produtor no Brasil passaram a subir 1,23% em novembro diante da pressão dos preços dos alimentos, informou Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira
O resultado levou o índice acumulado em 12 meses a uma alta de 7,59%, resultado mais alto desde setembro de 2022 nessa base de comparação (9,84%). Em outubro, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) havia subido 0,97%. Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que 18 apresentaram variações positivas de preço na comparação com o mês anterior. Alimentos foi o setor industrial de maior destaque no resultado geral em novembro, responsável por 0,53 ponto percentual com uma alta de 2,09%, avançando pelo oitavo mês seguido. "O aumento dos preços de alimentos tem muitos fatores. A desvalorização do real... é um deles. Mas existem ainda questões climáticas, tanto internas quanto externas, como é o caso da produção de café no Vietnã, prejudicada ao longo do ano. Há também um aquecimento da demanda, em decorrência da melhora no mercado de trabalho", explicou Alexandre Brandão, gerente do IPP. Entre as outras maiores influências no resultado de novembro do índice estão metalurgia (0,24 p.p.), indústrias extrativas (0,09 p.p.) e refino de petróleo e biocombustíveis (0,09 p.p.). Em termos de variação, metalurgia (3,62%), outros equipamentos de transporte (2,74%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (2,56%) e fumo (2,41%) foram os destaques no penúltimo mês de 2024. O IPP mede a variação dos preços de produtos na "porta da fábrica", isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação.
Reuters
IGP-DI desacelera alta a 0,87% em dezembro e encerra 2024 com avanço de 6,86%, diz FGV
O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) desacelerou sua alta em dezembro, mas ficou acima do esperado ao registrar avanço de 0,87%, depois de subir 1,18% no mês anterior, encerrando 2024 com um ganho de 6,86%, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na terça-feira
A expectativa em pesquisa da Reuters com economistas era de uma alta de 0,78% no mês. "A inflação entre os Produtos Agropecuários do IPA apresentou alta de 0,63% (em dezembro), uma desaceleração significativa em relação aos 3,50% registrados em novembro. Essa alta menos intensa foi impulsionada pela redução nos preços de commodities importantes no índice, como soja e bovinos", explicou André Braz, economista da FGV IBRE. "No entanto, o recuo do IGP-DI não foi mais expressivo devido às pressões inflacionárias captadas pelo IPC, principalmente por conta da alta nos preços dos alimentos, e no setor de construção civil, influenciado pelo aumento nos custos dos materiais", completou. No período, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que responde por 60% do indicador geral, desacelerou e passou a subir 1,08% em dezembro, de alta de 1,66% no mês anterior, fechando o ano com avanço acumulado de 7,72%. No IPA, a alta nas Matérias-Primas Brutas foi o maior destaque para o movimento de dezembro, avançando 1,52% no mês, uma desaceleração significativa em relação ao ganho de 3,38% em novembro. As principais contribuições para o movimento das matérias-primas brutas vieram dos itens bovinos (10,53% para -2,04%), soja em grão (3,34% para -3,63%) e milho em grão (7,88% para 0,25%). Por outro lado, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) -- que responde por 30% do IGP-DI -- voltou a subir, moderando a desaceleração do índice geral, com alta de 0,31% em dezembro, ante uma queda de 0,13% no mês anterior. Em 2024 o IPC subiu 3,99%. Houve acréscimo em dezembro em seis das oito classes que formam o índice: Habitação (-1,99% para -0,46%), Transportes (0,12% para 0,33%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,11% para 0,34%), Educação, Leitura e Recreação (0,02% para 0,17%), Alimentação (1,09% para 1,14%) e Vestuário (0,08% para 0,33%). Já o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) registrou alta de 0,50% em dezembro, de 0,40% antes, o que também foi um fator de contenção para a desaceleração do IGP-DI. No ano passado a alta acumulada do INCC chegou a 6,54%.
Reuters
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