Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 779|13 de janeiro de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Boi gordo: preços acima dos registrados em dezembro/24
Os preços da arroba do boi gordo subiram Brasil afora nas primeiras duas semanas de janeiro/25, com destaque para os últimos dias. No Paraná, o boi vale R$320,00 por arroba. Vaca a R$290,00. Novilha a R$300,00. Escalas de abate de seis dias
“O escoamento da produção durante o fim do ano foi acima da expectativa da indústria, e a necessidade por boiadas para composição das escalas aumentou desde o início do ano”, justificou o zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria. Em relação às fêmeas, que participam dos abates de modo mais consistente no primeiro semestre do ano, há estímulo por parte do mercado de reposição para o repasse de vacas que não emprenharam ao longo da estação de monta, observou o zootecnista. Segundo os dados da Scot, apurados na sexta-feira (10/1), os negócios envolvendo o boi gordo estão apregoados no mercado de São Paulo em R$ 327/@, enquanto o “boi-China” vale R$ 322/@, valores brutos e a prazo. Segundo os analistas da Agrifatto “as primeiras semanas de 2025 parecem ter afastado, temporariamente, a tendência de queda, trazendo novamente estabilidade ao mercado”, afirmou a consultoria. Segundo a Agrifatto, isso sugere que, inicialmente, a virada de ciclo está contribuindo para a manutenção dos preços, já que os valores dos animais de reposição continuam robustos e mostram tendência de contínuas elevações. Nesta sexta-feira, pelos dados da Agrifatto, no mercado paulista, tanto o boi “comum” quanto o animal com padrão-exportação (“boi-China) valem R$ 330/@ – ou seja, não há ágio para o animal enviado ao exterior na comparação com o preço do boi destinado ao mercado doméstico. Nas demais 16 regiões monitoradas pela Agrifatto, a média de preço do boi gordo segue estável. em R$ 300,30/@. “Pelo segundo dia consecutivo, as 17 praças acompanhadas mantiveram suas cotações estáveis”, reforça a Agrifatto. Passadas as duas primeiras semanas de janeiro/25, as atenções agora se voltam para o comportamento do varejo da carne bovina no restante do mês, que promete ser “desafiador”, avaliam os analistas da Agrifatto e da Scot. Na visão da Agrifatto, a situação financeira dos consumidores está apertada. “O salário já foi gasto, o vale mensal ainda não chegou, os impostos e despesas como IPTU, IPVA, material escolar e faturas de cartão de crédito estão para vencer”, ressaltou a consultoria. cotações do boi gordo na sexta-feira (10/1), conforme levantamento diário da Agrifatto: São Paulo — O “boi comum” vale R$330,00 a arroba. O “boi China”, R$330,00. Média de R$330,00. Vaca a R$295,00. Novilha a R$310,00. Escalas de abates de sete dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$305,00 a arroba. O “boi China”, R$315,00. Média de R$310,00. Vaca a R$285,00. Novilha a R$295,00. Escalas de abate de sete dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$305,00 a arroba. O “boi China”, R$ 315,00. Média de R$310,00. Vaca a R$285,00. Novilha R$295,00. Escalas de seis dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$305,00 a arroba. O “boi China”, R$315,00. Média de R$310,00. Vaca a R$290,00. Novilha a R$295,00. Escalas de abate de seis dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$290,00 a arroba. O “boi China”, R$300,00. Média de R$295,00. Vaca a R$275,00. Novilha a R$285,00. Escalas de abate de sete dias; Pará — O “boi comum” vale R$285,00 a arroba. O “boi China”, R$295,00. Média de R$290,00. Vaca a R$270,00. Novilha a R$280,00. Escalas de abate de sete dias; Goiás — O “boi comum” vale R$305,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$315,00. Média de R$310,00. Vaca a R$285,00. Novilha a R$295,00. Escalas de abate de seis dias; Rondônia — O boi vale R$275,00 a arroba. Vaca a R$265,00. Novilha a R$265,00. Escalas de abate de oito dias; Maranhão — O boi vale R$280,00 por arroba. Vaca a R$265,00. Novilha a R$270,00. Escalas de abate de sete dias;
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/Agrifatto
Abrafrigo: Exportações totais de carne bovina em 2024 superaram as 3 milhões de toneladas e a receita foi a US$ 13,135 bilhões
Em novo recorde histórico, as exportações totais de carne bovina (somadas carnes in natura frescas ou refrigeradas, congeladas, industrializadas e miudezas comestíveis, entre outros) atingiram 3.193.071 toneladas em 2024 (+26%), alcançando uma receita de US$ 13,135 bilhões (+21%), informou a Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), a partir da compilação e consolidação dos dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços (MDIC).
Os preços médios do produto, no entanto, foram um pouco inferiores aos de 2023: naquele ano foram de US$ 4.277 por tonelada e em 2024 de US$ 4.113 por tonelada, alcançados com alguma melhora mais ao final do período. Em dezembro, as exportações movimentaram 245.343 toneladas, queda de 13% em relação às 281.870 toneladas de dezembro de 2023. Com preços melhores, a receita subiu de US$ 1,090 bilhão em 2023 para US$ 1,114 bilhão (+ 2,26%) em 2024. O preço médio em dezembro de 2023 foi de US$ 3.867 por tonelada e de US$ 4.543 por tonelada em dezembro de 2024. A China, principal cliente, comprou mais em 2024, mas diminuiu sua participação relativa no total movimentado, considerando a diversificação e ampliação das vendas da carne brasileira em outros mercados. Em 2023, importou 1.208.507 toneladas com receita de US$ 5,754 bilhões. Em 2024 adquiriu 1.326.679 toneladas (+9,8%) com receita de US$ 5,986 (+4%). Em 2023, a participação no volume exportado pelo Brasil foi de 47,7% e isso caiu para 41,5% em 2024. Em receitas, a participação nas vendas para o gigante asiático passou de 53,1% (2023) para 45,6% (2024). O segundo maior cliente, os Estados Unidos, aumentou sua participação no volume exportado pelo país: em 2023 era de 14,1% e em 2024 foi a 16,7%. Em 2023 os Estados Unidos compraram 357.155 toneladas com receita de US$ 1,115 bilhão. Em 2024 importaram 532.653 toneladas (+49,1%), com receita de US$ 1,637 bilhão (+46,8%). Os Emirados Árabes foram o terceiro maior comprador da carne bovina brasileira. Em 2023 adquiriram 77.387 toneladas com receita de US$ 338,3 milhões. Em 2024 importaram 133.342 toneladas (+72,3%), com receita de US$ 605,5 milhões (+79%). O preço médio em 2023 foi de US$ 4.372 e de US$ 4.541 em 2024. O Chile foi o quarto maior cliente. Em 2023 movimentou 100.4678 toneladas, com receita de US$ 487,7 milhões e em 2024 importou 109.911 toneladas (+9,4%), com receita de US$ 532,6 milhões (+ 9,2%). No total, em 2024, 112 países aumentaram suas importações enquanto 61 outras nações diminuíram.
Valor Econômico
SUÍNOS
Preços do suíno vivo encerraram a sexta-feira em alta no PR
Segundo análise do Cepea, os preços do suíno vivo iniciaram 2025 em queda na maioria das regiões acompanhadas pelo órgão
Conforme a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 151,00, assim como a carcaça especial, fechando em R$ 12,00/kg, em média. Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quinta-feira (9), houve alta de 0,53% no Paraná, chegando a R$ 7,54/kg, e queda de 0,39% em Santa Catarina, caindo para R$ 7,64/kg. Os preços ficaram estáveis em Minas Gerais (R$ 7,96/kg), Rio Grande do Sul (R$ 7,99/kg) e São Paulo (R$ 7,89/kg).
Cepea/Esalq
Suínos/Cepea: relatório traz informações do desempenho do setor em dezembro
O movimento de alta nos preços do setor suinícola nacional, que vinha sendo observado desde maio e que levou os valores a atingirem, em novembro, os maiores patamares nominais das séries históricas do Cepea, foi interrompido em dezembro.
Embora as exportações brasileiras de carne suína tenham recuado com certa força em dezembro, o setor exportador nacional fechou 2024 registrando volume e receita recordes, levando-se em consideração a série histórica da Secex (Secretaria de Comercio e Exterior), iniciada em 1997. O poder de compra de suinocultores paulistas caiu em dezembro de 2024, refletindo as quedas nos preços do suíno vivo mais intensas que as verificadas para os principais insumos utilizados na atividade (milho e farelo de soja). Enquanto os preços médios da carne suína caíram com força em dezembro/24, os valores da de frango e da bovina subiram – todas no atacado da Grande São Paulo. Diante desse cenário, a competitividade da carcaça especial suína aumentou, em relação a novembro, frente às principais substitutas.
Cepea
FRANGOS
Frango vivo subiu 1,52% no Paraná na sexta-feira (10)
De acordo com o Cepea, o fluxo de vendas tem apresentado bom ritmo, possibilitando ligeiros reajustes nos valores
Segundo a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 5,60/kg, enquanto o frango no atacado caiu 0,97%, custando, em média, R$ 8,17/kg. Na cotação do animal vivo, alta de 1,52% no Paraná, cotado a R$ 4,67/kg, enquanto em Santa Catarina, o preço não mudou, mantendo valor de R$ 4,56/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à quinta-feira (9), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado ficaram estáveis, custando, respectivamente, R$ 8,55/kg e R$ 8,47/kg.
Cepea/Esalq
Frango/Cepea: Boas vendas sustentam preços neste início de ano; exportação é recorde em 2024
Levantamentos do Cepea mostram que as cotações da carne de frango avançam a primeira quinzena de janeiro firmes, ao contrário do que geralmente ocorre nesta época do ano – quando a renda restrita limita o consumo da proteína e os preços caem
De acordo com agentes consultados pelo Cepea, o fluxo de vendas tem apresentado bom ritmo, possibilitando ligeiros reajustes nos valores. Quanto às exportações brasileiras de carne de frango, 2024 encerrou com recordes tanto em volume como em receita. Dados da Secex compilados e analisados pelo Cepea mostram que foram embarcadas 5,29 milhões de toneladas (considerando-se o produto in natura e industrializado) de janeiro a dezembro de 2024, superando em 2,8% a marca histórica de 2023 (de 5,1 milhões de toneladas). A maior quantidade exportada e a forte valorização do dólar em 2024 fizeram com que a receita também fosse recorde no ano. O setor arrecadou R$ 53,7 bilhões, 9,8% acima do montante obtido em 2023, ainda segundo dados da Secex analisados pelo Cepea.
Cepea
INTERNACIONAL
Alemanha registra surto de febre aftosa após quase 40 anos
Rebanho de búfalos nos arredores de Berlim é afetado; autoridades intensificam medidas de contenção
A Alemanha confirmou na sexta-feira (10) o primeiro surto de febre aftosa em quase 40 anos, detectado em um rebanho de búfalos nos arredores de Berlim. De acordo com o site Deustche Welle, três animais morreram em função da doença em Hönow, no estado de Brandemburgo, no leste do país. A febre aftosa, que afeta bovinos, suínos, ovelhas e cabras, provoca febre e bolhas na boca dos animais infectados. As autoridades informaram que medidas de contenção foram implementadas, incluindo o sacrifício dos animais afetados. Além disso, foram estabelecidas uma zona de exclusão de 3 quilômetros e uma zona de monitoramento de 10 quilômetros ao redor do local. De acordo com o Instituto Federal de Saúde Animal da Alemanha (FLI, na sigla em inglês), os últimos casos de febre aftosa no país haviam sido registrados em 1988. Atualmente, todos os países da União Europeia são considerados livres da doença. O Ministério da Agricultura da Alemanha está investigando a origem da infecção. Durante coletiva de imprensa, um porta-voz do FLI afirmou que a doença é recorrente no Oriente Médio, na África, em muitos países asiáticos e em partes da América do Sul. Produtos de origem animal importados ilegalmente dessas regiões são apontados como uma ameaça à agricultura europeia. Embora altamente contagiosa, a febre aftosa não representa risco para os seres humanos, que, no entanto, podem atuar como vetores de transmissão. Até o momento, não há planos para a adoção de medidas em nível federal ou internacional, informou o porta-voz.
Canal Rural
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Com impulso em carne bovina, Paraná mantém liderança em exportação de proteínas animais
Nas três principais carnes exportadas – bovina, suína e de frango –, o Paraná contribui com 25,5% em volume e com 17,9% em recursos arrecadados pelo País. Mesmo diante de um ano desafiador, por razões climáticas, as carnes tiveram o poder comercial valorizado, exportando 4,8% a mais em 2024 em relação a 2023.
Impulsionado pelo aumento percentual expressivo na exportação de carne bovina, que alcançou 56,8%, entre 2023 e 2024, o Paraná continua a liderar o segmento brasileiro de vendas internacionais de proteínas animais. No ano passado, o Estado contribuiu com 25,5% em volume das três principais carnes – bovina, suína e de frango – e com 17,9% em recursos arrecadados pelo País nas vendas externas. Mesmo diante de um ano que se mostrou desafiador para os agropecuaristas paranaenses, em razão principalmente das condições climáticas adversas, as carnes de frango, suína e bovina tiveram o poder comercial valorizado, exportando 4,8% a mais em 2024, comparativamente com o ano anterior. Enquanto em 2023 tinham sido enviados para o Exterior cerca de 2,276 milhões de toneladas, no ano passado foram 2,387 milhões. Com a valorização das carnes no mercado internacional, o valor recebido teve crescimento mais expressivo, de 8,4%. Dos mais de US$ 4,2 bilhões recebidos em 2023 subiu para US$ 4,6 bilhões em 2024. De acordo com os números divulgados pelo Agrostat, plataforma do Ministério da Agricultura e Pecuária que acompanha as exportações e importações do agronegócio brasileiro, o destaque em termos de crescimento ficou com a carne bovina. Em 2023, o Paraná embarcou aproximadamente 20,8 mil toneladas de carne bovina. Em 2024 foram 32,6 mil toneladas. Em recursos financeiros o aumento foi de um pouco mais de US$ 90 milhões para US$ 137,4 milhões nesse segmento. No ano passado, alguns novos mercados se interessaram pela carne paranaense, como Alemanha, Angola, Camboja, Espanha, Gana, Líbia e México. Outros tiveram aumento expressivo nas compras, entre eles Albânia, China, Cingapura, Egito, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Filipinas, Paraguai, Serra Leoa, Turquia, Ucrânia e Uruguai. Em volume total de exportação, a carne de frango, da qual o Paraná é o maior produtor e maior exportador, continua no topo. Foram enviados pouco mais de 2,171 milhões de toneladas aos países parceiros comerciais, resultado 4% superior às 2,087 milhões de toneladas de 2023. Em arrecadação passou de cerca de US$ 3,7 bilhões para US$ 4 bilhões (7% a mais). Nessa proteína, a entrada mais expressiva como parceira paranaense foi da República da Lituânia, com compra de 476 toneladas por US$ 555,6 mil. A carne suína do Estado trouxe 12,7% a mais de riqueza monetária, com a entrada de mais de US$ 423,6 milhões, ante US$ 375,6 milhões em 2023. No ano passado o Paraná colocou 183,6 mil toneladas de suínos nos mercados mundiais, volume 9,3% superior às 168 mil toneladas do período anterior. O aumento foi proporcionado pelos mercados tradicionais, com alguns países se destacando, como as Filipinas, que tinham comprado apenas 2,8 toneladas em 2023 a um custo de US$ 907. No ano passado adquiriram 10,2 mil toneladas pagando US$ 27,9 milhões. A Argentina também teve aumento expressivo, passando de 8 mil toneladas ao preço de US$ 33,8 milhões para 12,8 mil toneladas.
Agência Estadual de Notícias
Carne fecha 2024 como vilã da inflação dos alimentos
Segundo o IBGE, o item carnes respondeu por 0,52 ponto percentual da taxa de 4,83% de alta do IPCA em 2024, ou 10,76% do índice geral. Preços de carnes subiram 20,84% no ano passado
Após uma redução de 9,37% em 2023, os preços de carnes subiram 20,84% em 2024, fazendo com que o item fosse o vilão da inflação no grupo de alimentos do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado em 10/1. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o item carnes respondeu por 0,52 ponto percentual da taxa de 4,83% de alta do IPCA em 2024, ou 10,76% do índice geral. Foi o item com maior influência no resultado do IPCA. O aumento de 20,84% das carnes foi o mais intenso desde 2019, quando foi de 32,40%.
Foram registrados recuos em seis dos 12 meses de 2024 na inflação das carnes. Durante o primeiro semestre, o Brasil teve recordes nos volumes de abates trimestrais de gado, devido à ampla oferta de animais e preços baixos da arroba bovina. Isso permitiu que o mercado doméstico ampliasse a demanda por carne bovina, enquanto as exportações também mantinham um ritmo aquecido. No segundo semestre de 2024, a oferta de gado para abate foi se tornando mais escassa, com auxílio da estiagem e incêndios que prejudicaram as condições das pastagens. A demanda interna e externa, porém, se manteve firme também na segunda metade do ano - as exportações bateram recorde em 2024. O resultado foi uma forte reação nos preços do boi gordo e, como consequência, nos valores da carne, trazendo o impacto para a inflação que foi mensurado no IPCA. Dados do indicador do boi Datagro, que passará a ser a métrica oficial para os contratos de boi gordo na B3 a partir de 2025, mostram que o preço do gado fechou a R$ 317,11 por arroba na segunda-feira (30/12) em São Paulo. Um ano antes, o índice marcava R$ 249,13 por arroba, o que significa um avanço de 27,3% no acumulado de 2024. No caso das aves e ovos, o IPCA indica alta de 6,51% acumulada no ano passado. As exportações de frango também bateram recorde. No mercado interno, o consumo cresceu em um movimento de substituição da carne bovina para proteínas mais baratas, principalmente nos meses de novembro e dezembro. O setor de alimentos e bebidas, que é o de maior peso no cálculo da inflação oficial do Brasil, foi o grande destaque de 2024 pela alta de preços. Carnes, café, leite e frutas foram os itens que mais subiram neste grupo, ajudando a impulsionar o resultado do IPCA. Ao encerrar 2024 com alta de 4,83%, resultado geral do índice ficou acima do teto da meta da inflação para o ano. A meta era de 3%, com tolerância até 4,5%. O grupo de alimentação e bebidas foi o que teve a maior alta entre os componentes do índice em 2024, ao avançar 7,69% no acumulado do ano. Em 2023, o crescimento deste grupo havia sido de apenas 1,03% em 2023. A elevação desta categoria foi influenciada pela alta nos preços da alimentação no domicílio (8,23%). A inflação da alimentação fora do domicílio aumentou 6,29%. Entre os 16 subgrupos de alimentos e bebidas consumidos nas casas dos brasileiros, houve queda em somente um, o de tubérculos, raízes e legumes, com redução de 21,17%. Farinhas, féculas e massas ficaram estáveis e todos os demais itens tiveram altas.
Valor Econômico
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar sobe quase 1% após dados de emprego nos EUA e termina semana acima de R$6,10
Após relativa acomodação nas primeiras sessões do ano, o dólar fechou a sexta-feira em alta firme no Brasil, novamente acima dos 6,10 reais, acompanhando o avanço da moeda norte-americana no exterior, após dados fortes do mercado de trabalho dos EUA sugerirem que o Federal Reserve terá menos espaço para cortar juros
O dólar à vista fechou em alta de 0,99%, aos 6,1031 reais. Apesar do avanço da sexta-feira, a divisa acumulou baixa de 1,29% na semana -- marcada pela liquidez reduzida e pela ausência de notícias de impacto sobre a área fiscal brasileira. Às 17h03 na B3 o dólar para fevereiro -- atualmente o mais líquido -- subia 1,06%, aos 6,1220 reais. O dia começou com a divulgação pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que subiu 0,52% em dezembro e fechou 2024 com alta acumulada de 4,83%. Profissionais ouvidos pela Reuters esperavam por alta de 0,57% no mês e de 4,88% no ano. O resultado anual ficou acima do teto da meta contínua de inflação perseguida pelo Banco Central, de 4,5% (3,0% para o centro da meta, com tolerância de 1,5 ponto percentual), mas ainda assim esteve em segundo plano na sexta-feira, já que o descumprimento do objetivo era largamente esperado. Já o relatório de empregos payroll, divulgado às 10h30 nos EUA, deu força ao dólar ao redor do mundo, incluindo o Brasil. O Departamento do Trabalho norte-americano informou que foram abertos 256.000 postos de trabalho fora do setor agrícola em dezembro, após 212.000 em novembro, em dado revisado para baixo. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 160.000 vagas, depois de 227.000 relatadas anteriormente em novembro. As estimativas para dezembro variaram de 120.000 a 200.000. “O dado de emprego nos EUA veio muito acima do esperado. E todo mundo estava de olho nisso para planejar como seriam os próximos cortes de juros lá fora”, comentou durante a tarde Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos. “Com o dado vindo forte, o mercado corta a expectativa de redução de juros lá fora, o que dá força ao dólar”, acrescentou.
Reuters
Ibovespa fecha em queda com forte declínio de índices em NY
O Ibovespa fechou em queda na sexta-feira, acompanhando o viés negativo dos índices acionários em Nova York, em meio a receios de pressões inflacionárias nos Estados Unidos após dados fortes de emprego sinalizarem uma economia ainda aquecida
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,69%, a 118.952,73 pontos, segundo dados preliminares, tendo marcado 118.732,40 na mínima e 120.052,48 na máxima da sessão. Apesar da performance, o Ibovespa conseguiu evitar novo desempenho negativo no acumulado da semana, no que seria o quinto consecutivo, encerrando o dia com ganho semanal de 0,35%. O volume financeiro somava 18,03 bilhões de reais antes dos ajustes finais.
Reuters
IPCA fecha 2024 com alta de 4,83% e volta a estourar teto da meta sob peso de alimentos e gasolina
A inflação no Brasil voltou a estourar o teto da meta em 2024 depois de ter ficado dentro da faixa alvo no ano anterior, pressionada principalmente por alimentos e gasolina
É com o atual cenário de inflação elevada e expectativas desancoradas que Gabriel Galípolo inicia sua gestão como novo presidente do Banco Central, com a autoridade monetária já em compasso de aperto monetário. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve em dezembro alta de 0,52%, depois de ter subido 0,39% em novembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira. Com isso o índice utilizado para a meta oficial de inflação encerrou 2024 com alta acumulada de 4,83%, acima do teto do objetivo de 4,5% -- meta central de 3,0% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. As expectativas em pesquisa da Reuters eram de alta de 0,57% no mês, acumulando em 12 meses avanço de 4,88%. Desde que o regime de metas de inflação foi adotado no Brasil em 1999, essa é a oitava vez que o objetivo foi descumprido, depois de 2022, 2021, 2017, 2015, 2003, 2002 e 2001. Assim, o Banco Central terá que explicar ao governo os motivos de o objetivo não ter sido cumprido, e já prevê a chance de repetir a investida em julho diante das suas atuais projeções para os preços ao consumidor. Isso porque a partir de 2025 será adotada uma meta contínua de inflação, prevendo que o BC deverá se explicar ao governo se o alvo for descumprido por seis meses consecutivos. Além das causas e medidas necessárias para assegurar a convergência da inflação para dentro dos limites da meta, o BC terá que estipular também o prazo esperado para que essas ações produzam efeito. O BC intensificou o ritmo de aperto nos juros no final do ano passado ao elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano. E ainda previu mais duas altas da mesma magnitude à frente, após citar risco de piora da dinâmica inflacionária a partir do anúncio de medidas fiscais do governo. A autoridade monetária volta a se reunir em 28 e 29 de janeiro, em um cenário não apenas de crescimento forte da atividade e mercado de trabalho aquecido que marcaram 2024, mas também de forte depreciação cambial, com as expectativas de inflação desancoradas. No ano passado, o grupo com maior impacto na inflação foi o de Alimentação e Bebidas, com alta de 7,69% no período depois de subir 1,18% em dezembro. Também tiveram impactos significativos as altas de 6,09% de Saúde e cuidados pessoais, após avanço de 0,38% em dezembro, e de 3,30% de Transportes, que subiram 0,67% no último mês do ano. Esses três grupos responderam por cerca de 65% da inflação de 2024, segundo o IBGE. Já entre os impactos individuais, o maior peso coube à gasolina, que acumulou alta de 9,71% após os preços avançarem 0,54% em dezembro. Na sequência pesaram mais plano de saúde, que subiu 7,87% em 12 meses, e refeição fora do domicílio, com alta de 5,70% no ano. Por outro lado, subitens com preços mais voláteis ajudaram a segurar a alta do IPCA, como as passagens aéreas, que acumularam queda de 22,2% no ano passado. Em dezembro, a alta dos preços desse item desacelerou a 4,54%, de 22,65% em novembro. A inflação de serviços foi fonte de preocupação ao longo de 2024, em meio não só ao aquecimento do mercado de trabalho como também da elevação da renda. No ano, houve alta de 4,78%, com os serviços avançando 0,66% em dezembro. O índice de difusão, que mostra o espalhamento das variações de preços, disparou em dezembro a 69%, de 58% no mês anterior.
Reuters
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