Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 782 |21 de janeiro de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Boi gordo segue firme
Preços da arroba abrem a semana estáveis nas principais praças pecuárias do País. No Paraná, o boi vale R$320,00 por arroba. Vaca a R$290,00. Novilha a R$300,00. Escalas de abate de seis dias.
Com a oferta restrita e a demanda em alta, o mercado brasileiro do boi gordo tem se mantido comprador, resultando em sucessivos aumentos no valor da arroba desde o início de janeiro, informou a Agrifatto. Na segunda-feira as negociações entre frigoríficos e pecuaristas seguiram travadas, o que resultou em estabilidade no preço dos animais terminados nas principais praças monitoradas pelas consultorias do setor. Outro ponto positivo ao produto é a continuidade, neste início de ano, do ritmo acelerado das exportações brasileiras de carne bovina, mantendo aquecida a procura das indústrias pelas boiadas gordas. Na segunda-feira, segundo os preços apurados pela Agrifatto, o preço do boi gordo em São Paulo se manteve em R$ 335/@. Nas 16 outras regiões monitoradas pela consultoria, o valor médio seguiu em R$ 304,40/@. “Pelo segundo dia seguido, as 17 praças analisadas seguiram com os preços inalterados”, ressalta a Agrifatto. Conforme apuração da Scot Consultoria, no mercado paulista, apenas a vaca gorda subiu de preço de preço neste começo da semana – é negociada por R$ 305/@, acréscimo de R$ 5/@ sobre o valor da sexta-feira. O boi gordo “comum” segue cotado em R$ 327/@ em São Paulo, enquanto a novilha vale R$ 317/@ e o “boi-China” é vendido por R$ 332/@. “As ofertas estão escassas e as escalas curtas, em média, entre quatro e seis dias”, afirmou a Scot, referindo-se ao mercado paulista. De forma similar, a distribuição de carne bovina com ossos no atacado entre sexta-feira, sábado e hoje também foi insatisfatória. cotações do boi gordo desta quinta-feira (16/1), conforme levantamento diário da Agrifatto: São Paulo — O “boi comum” vale R$335,00 a arroba. O “boi China”, R$335,00. Média de R$335,00. Vaca a R$305,00. Novilha a R$320,00. Escalas de abates de sete dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$315,00 a arroba. O “boi China”, R$325,00. Média de R$320,00. Vaca a R$295,00. Novilha a R$305,00. Escalas de abate de seis dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$315,00 a arroba. O “boi China”, R$ 325,00. Média de R$320,00. Vaca a R$295,00. Novilha R$305,00. Escalas de sete dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$315,00 a arroba. O “boi China”, R$325,00. Média de R$320,00. Vaca a R$295,00. Novilha a R$305,00. Escalas de abate de seis dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$295,00 a arroba. O “boi China”, R$305,00. Média de R$300,00. Vaca a R$280,00. Novilha a R$290,00. Escalas de abate de nove dias; Pará — O “boi comum” vale R$295,00 a arroba. O “boi China”, R$305,00. Média de R$300,00. Vaca a R$280,00. Novilha a R$290,00. Escalas de abate de dez dias; Goiás — O “boi comum” vale R$315,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$325,00. Média de R$320,00. Vaca a R$295,00. Novilha a R$305,00. Escalas de abate de seis dias; Rondônia — O boi vale R$280,00 a arroba. Vaca a R$265,00. Novilha a R$270,00. Escalas de abate de dez dias; Maranhão — O boi vale R$280,00 por arroba. Vaca a R$265,00. Novilha a R$270,00. Escalas de abate de oito dias.
Agrifatto/Scot Consultoria/Portal DBO
Volume exportado de Carne bovina chega em 112,7 mil toneladas até a terceira semana de janeiro/25
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Mdic, os embarques de carne bovina in natura alcançaram 112,7 mil toneladas até a terceira semana de janeiro/25
No ano anterior, o mês de janeiro exportou 181,6 mil toneladas em 20 dias úteis. Já a média diária exportada até a terceira semana de janeiro/25 ficou em 9,3 mil toneladas e registrou um avanço de 13,8%, quando se compara com a média observada em janeiro de 2024, que estava em 8,2 mil toneladas. Os preços médios ficaram em US$ 5.040 por tonelada até a terceira semana de janeiro/25, e isso representa um ganho anual de 11,40%, quando se compara com os valores observados em dezembro de 2024, em que estavam precificados em US$ 4.523 por tonelada. O valor negociado para a carne bovina em dezembro. A média diária do faturamento ficou em US$ 47,3 milhões e registrou um ganho de 26,8%, frente ao observado no mês de janeiro do ano passado, que ficou em US$ 37,3 milhões.
SECEX/MDIC
SUÍNOS
Preços do suíno vivo caem no PR e RS
Conforme a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 151,00, assim como a carcaça especial, fechando em R$ 11,60/kg, em média.
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à sexta-feira (17), houve alta somente em São Paulo, na ordem de 0,25%, chegando a R$ 7,93/kg. Houve queda de 0,39% no Paraná, atingindo R$ 7,57/kg, e de 0,13% no Rio Grande do Sul, com preço de R$ 7,93/kg. Os preços ficaram estáveis em Minas Gerais (R$ 7,96/kg) e Santa Catarina (R$ 7,69/kg).
Cepea/Esalq
Exportações de carne suína em 12 dias úteis atingem 60% da receita e volume de janeiro/24
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Mdic, as exportações de carne suína in natura, até a terceira semana de janeiro (12 dias úteis) seguem superiores aos dados de janeiro de 2024.
A receita obtida, US$ 122,8 milhões representa 67,17% a do total arrecadado em todo o mês de janeiro de 2024, que foi de US$ 182,8 milhões. No volume embarcado, as 50.693 toneladas representam 60,51% do total registrado em janeiro do ano passado, quantidade de 83.771 toneladas. O faturamento por média diária até o momento no mês de janeiro foi de US$ 10,2 milhões, quantia 23,2% maior do que a de janeiro de 2024. No comparativo com a semana anterior, houve queda de 9,03% observando os US$ 11.2 milhões, vistos na semana passada.
Em toneladas por média diária, foram 4.224 toneladas, incremento de 10,9% no comparativo com o mesmo mês de 2024. Quando comparado ao resultado da semana anterior, recuo de 8,45%, comparado às 4.614 toneladas da semana passada. Já no preço pago por tonelada, US$ 2.422, ele é 11,0% superior ao praticado em janeiro passado. O resultado, frente ao valor atingido na semana anterior, representa queda de 0,63% em relação aos US$ 2.437 anteriores.
SECEX/MDIC
FRANGOS
Mercado do frango oscila para baixo
De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 5,50/kg, enquanto o frango no atacado teve desvalorização de 0,25%, custando, em média, R$ 7,83/kg
Na cotação do animal vivo, o preço ficou estável no Paraná, cotado a R$ 4,67/kg, da mesma maneira que em Santa Catarina, com valor de R$ 4,56/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq,Vivo, referentes à sexta-feira (17), a ave congelada teve queda de 0,36%, chegando a R$ 8,39/kg, enquanto o frango resfriado cedeu 0,48%, fechando em R$ 8,33/kg.
Cepea/Esalq
Média diária da receita com exportação de carne de frango
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Mdic, as exportações de carne de aves in natura até a terceira semana de janeiro (12 dias úteis), tiveram um aumento expressivo de 40% no faturamento por média diária.
A receita obtida, US$ 472,3 milhões, representa 76,41% do total arrecadado em todo o mês de janeiro de 2024, que foi de US$ 618.1 milhões. No volume embarcado, as 263.486 toneladas representam 70,13% em relação ao volume registrado em janeiro de 2024, com 375.689 toneladas. O faturamento por média diária até este momento do mês foi de US$ 39,3 milhões quantia 40,1% maior do que a registrada em janeiro de 2024. No comparativo com a semana anterior, houve baixa de 6,88% quando comparado aos US$ 42.2 milhões vistos na semana passada. Em toneladas por média diária, foram 21.957 toneladas, houve elevação de 28,6% no comparativo com o mesmo mês de 2024. Quando comparado ao resultado da semana anterior, retração de 6,57% em relação às 23.501 toneladas da semana anterior. No preço pago por tonelada, US$ 1.792, ele é 9,0% superior ao praticado em janeiro do ano passado. O resultado, frente ao valor atingido na semana anterior, representa baixa de 0,34% no comparativo ao valor de US$ 1.798 visto na semana passada.
SECEX/MDIC
Rabobank vê cenário positivo para carne de frango em 2025
A indústria global de carne de frango deverá continuar crescendo em 2025, impulsionada pela competitividade em relação às outras carnes e apelo de sustentabilidade da proteína avícola, segundo recente análise divulgada pelo Rabobank.
A indústria avícola deverá registrar um crescimento entre 2,5% e 3% em 2025, segundo estimativa do banco. Além da maior competitividade da carne de frango, a demanda global pela proteína tem sido sustentada por ações de marketing e desenvolvimento de produtos da indústria e recuperação no consumo após anos de crescimento lento ou negativo em várias regiões devido à pandemia de covid-19. O apelo da sustentabilidade tem favorecido a carne de frango entre consumidores em países mais ricos, já que a proteína tem pegada de carbono relativamente menor em relação às concorrentes. O Rabobank estima que a maior parte do crescimento na demanda por carne de frango será em mercados emergentes no Sudeste Asiático, América Latina, Oriente Médio e África. Os mercados desenvolvidos também verão um crescimento contínuo, com a Europa superando a taxa de crescimento do mercado global.
“A perspectiva para 2025 parece positiva, mas manter o equilíbrio de mercado será essencial para manter o bom momento para a indústria”, escreveram analistas do Rabobank em relatório divulgado no início de janeiro. O banco disse que as recentes quedas de preços da carne de frango na União Europeia, África do Sul e Tailândia são alertas para as estimativas de crescimento que talvez sejam “otimistas demais”. O banco também disse que, na perspectiva dos investidores, este momento de crescimento do mercado deverá levar a mais investimentos em projetos greenfield, modernização, consolidação e internacionalização do setor. O banco estima que os desafios do setor continuarão sendo os casos de gripe aviária, que poderão restringir a oferta, e crescentes tensões geopolíticas. Já os custos operacionais da indústria de carne de frango deverão permanecer estáveis devido à oferta substancial de milho e soja da América do Norte e do Brasil.
Carnetec
INTERNACIONAL
Consumo per capita de carne bovina na Argentina cai para 2º menor registro
O consumo de carne bovina por habitante na Argentina caiu 9% em 2024 para 47,7 quilos (kg) por ano, o segundo volume mais baixo já registrado desde o início da contabilização dos dados em 1914, segundo a Câmara da Indústria e Comércio de Carnes e Derivados do país (CICCRA).
A informação foi divulgada no boletim informativo de dezembro da CICCRA. O consumo per capita de carne bovina registrado na Argentina em 2024 só não foi menor que o verificado em 1920, quando ficou em 46,9 kg por habitante no ano, segundo a entidade. A produção de carne bovina argentina caiu 3,4% em 2024 para 3,177 milhões de toneladas. Em 2024, foram abatidas 13,92 milhões de cabeças bovinas no país, queda de 4,1% em relação a 2023. O Departamento da Agricultura dos Estados Unidos (USDA)estimou em setembro do ano passado que a Argentina produziria 3,175 milhões de toneladas de carne bovina em 2024 e abateria 13,8 milhões de cabeças. A Bolsa de Comércio de Rosário divulgou análise na sexta-feira (17), com informações do USDA e da Organização Mundial da Saúde (OMS), estimando que o consumo de carne bovina argentina ficou em 48,5 kg/habitante em 2024. “Vale ressaltar que, embora a Argentina continue liderando o pódio mundial em consumo de carne bovina, o consumo médio per capita vem apresentando tendência de queda desde meados do século passado, à medida que o consumo de carne bovina foi sendo substituído pelo de frango e porco”, escreveram os analistas da Bolsa de Comércio de Rosário.
Carnetec
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Paraná terá maior crescimento da produção agrícola entre estados do Sul e Sudeste em 2025
A estimativa mais recente do IBGE aponta para uma colheita de 45,2 milhões de toneladas no Paraná em 2025. Esse volume poderá representar acréscimo de 20,5% em relação às 37,5 milhões de toneladas produzidas em 2024. O Paraná também deve chegar a 14% da fatia nacional de produção.
A estimativa mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas, aponta para uma colheita de 45,2 milhões de toneladas no Paraná em 2025. Esse volume poderá representar acréscimo de 20,5% em relação às 37,5 milhões de toneladas produzidas em 2024, sendo o maior aumento relativo entre os estados das regiões Sul e Sudeste. O Paraná também deve chegar a 14% da fatia nacional de produção. De acordo com o IBGE, São Paulo aparece em segundo lugar entre estados do Sul e Sudeste, com expansão projetada de 17,9% em 2025, seguido por Rio Grande do Sul (16,2%), Minas Gerais (7,0%), Santa Catarina (4,6%) e Rio de Janeiro (2,1%). De acordo com o prognóstico, o Espírito Santo deverá ser o único estado da região a contabilizar queda da oferta de cereais, leguminosas e oleaginosas, com variação de -1,6% neste ano. O Paraná só deve perder para o Mato Grosso, com 28,9% de participação nacional e projeção de colher 93,5 milhões de toneladas. Todas as Unidades da Federação devem produzir 322 milhões de toneladas neste ano. A soja, principal item da pauta agrícola estadual, deverá registrar incremento de 20% na produção, saltando de 18,6 milhões de toneladas em 2024 para 22,4 milhões em 2025. Igualmente relevante, a oferta de milho deverá subir de 15,1 milhões para 18,2 milhões de toneladas, o que corresponderá, caso a estimativa seja confirmada, a um crescimento de 20,6%, acima do salto nacional de 4% ou do Mato Grosso, principal produtor nacional, que deve reduzir a produção. Completam a pauta de produção paranaense o trigo (3 milhões de toneladas e 26,9% de aumento de produção), feijão (1 milhão de toneladas e 24% de expansão), cevada (287 mil toneladas), aveia (167 mil toneladas) e arroz (141 mil toneladas). Outro destaque do relatório do IBGE é que o Paraná tem o segundo principal crescimento do País na projeção de safra de 2025 em relação ao mês anterior, atrás apenas do Tocantins. No Paraná o salto foi de 53 mil toneladas, enquanto no estado da região Norte foi de 71 mil toneladas. Na sequência aparecem Roraima, Rondônia, Minas Gerais e Amazonas. Variações negativas ocorreram em vários estados produtores de grãos, como Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás. O Paraná assiste anos seguidos de crescimento na produção de grãos. O principal destaque em 2024 foi na soja, com produção de 18,6 milhões de toneladas, atrás apenas do Mato Grosso (39,1 milhões de toneladas). Em 2024 o agronegócio do Paraná representou 12,8% da fatia nacional de produção. O estado só ficou atrás do Mato Grosso, com 31,4% de participação e 91 milhões de toneladas. O Brasil produziu 292 milhões de toneladas. Os números da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento são diferentes em relação ao IBGE em razão de metodologias distintas. De acordo com o Deral, a expectativa com a soja é de produção de 22,2 milhões de toneladas. Atualmente 83% da área está com bom desenvolvimento e 15% se encontram em condições medianas. O boletim mais recente retrata o início da colheita da soja, com pouco mais de 2% dos cerca de 5,8 milhões de hectares cultivados neste ciclo no Paraná já retirados do campo.
Agência Estadual de Notícias
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar cai em dia de posse de Trump e intervenção do BC de Galípolo no câmbio
O dólar fechou a segunda-feira em baixa ante o real, acompanhando o recuo firme da moeda norte-americana no exterior, após notícias de que Donald Trump não imporá novas tarifas de importação em seu primeiro dia na Presidência dos Estados Unidos
Dois leilões de dólares realizados pelo Banco Central pela manhã também contribuíram para a queda das cotações no Brasil, com agentes do mercado especulando que a política de intervenções pode ter mudado com Gabriel Galípolo agora no comando do BC. O dólar à vista fechou em queda de 0,38%, aos 6,0420 reais. Em janeiro, a moeda acumula baixa de 2,22%. Às 17h32 na B3 o dólar para fevereiro -- atualmente o mais líquido -- cedia 0,52%, aos 6,0555 reais. O principal evento do dia -- a posse de Trump na Presidência dos EUA – coincidiu com o feriado do Dia de Martin Luther King, que manteve a bolsa de Nova York fechada, reduzindo a liquidez nos mercados de moeda em todo o mundo. Parte da pressão antes da posse foi retirada após uma matéria do Wall Street Jornal informar que Trump divulgará um memorando nesta segunda-feira instruindo as agências a investigarem os déficits comerciais e as práticas comerciais injustas, mas não adotará novas tarifas em seu primeiro dia no cargo. Com isso, o dólar passou a ceder ante as divisas fortes e em relação a quase todas as moedas de países emergentes. No Brasil, o movimento ainda encontrou suporte nos dois leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra no futuro) do Banco Central, nos quais foram injetados no sistema 2 bilhões de dólares. Campos Neto defendia que era função do BC entrar no mercado apenas nos momentos de disfuncionalidade -- um "discurso de manual" adotado ao longo dos anos pela autarquia, mas que sempre deixou margem para a questão: quando o mercado está disfuncional? Alguns agentes do mercado argumentavam que a disparada do dólar nos últimos meses de 2024, causada em grande parte pelos receios em torno da política fiscal do governo Lula, trazia certo exagero de precificação e justificava atuações do BC, ainda que apenas para amenizar o movimento. Outra parcela do mercado, no entanto, se mantinha alinhado ao discurso de Campos Neto, de que não havia disfuncionalidades. Agora a postura pode ter mudado. Os dados mais recentes do fluxo cambial brasileiro, no entanto, sugerem que pode haver algum “resquício” de envio de moeda ao exterior em janeiro. Neste mês até o dia 10, o fluxo brasileiro estava negativo em 4,610 bilhões de dólares. Ainda assim, outros três profissionais do mercado de câmbio ouvidos pela Reuters disseram que os leilões de linha do BC surpreenderam e que, aparentemente, não havia necessidade de liquidez.
Reuters
Ibovespa fecha em alta em dia com liquidez reduzida e Trump em foco
O Ibovespa fechou em alta na segunda-feira, em pregão de liquidez reduzida devido ao feriado nos Estados Unidos e com as atenções voltadas para a posse de Donald Trump para um segundo mandato como presidente da maior economia do mundo
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,59%, a 123.068,69 pontos, de acordo com dados preliminares, tendo marcado 123.171,63 pontos na máxima e 121.511,13 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somava apenas 10,4 bilhões de reais antes dos ajustes finais.
Reuters
Mercado passa a ver Selic em 12,25% no próximo ano, com inflação mais alta em 2025 e 2026
Analistas consultados pelo Banco Central passaram a ver uma taxa Selic mais alta ao fim do próximo ano, elevando também suas projeções para a inflação em 2025 e 2026, de acordo com a pesquisa Focus divulgada na segunda-feira
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a expectativa para a taxa básica de juros agora é de 12,25% ao fim do próximo ano, de 12,00% na semana anterior. Em 2025, a projeção de 15,00% foi mantida. A Selic está atualmente em 12,25% ao ano, após o BC acelerar o aperto no mês passado ao elevar a taxa de juros em 1 ponto percentual. A autarquia também sinalizou que realizará mais dois aumentos da mesma magnitude nas duas primeiras reuniões do ano. A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda um aumento na projeção para a inflação neste ano e no próximo. A mediana das expectativas para o IPCA em 2025 agora é de alta de 5,08%, de 5,00% na semana anterior, no que foi a 14ª semana consecutiva de aumento na previsão.
Para o fim de 2026, a projeção para a inflação é de 4,10%, de 4,05% há uma semana. O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. As mudanças nas projeções ocorrem na esteira da contínua piora da percepção dos indicadores econômicos por parte do mercado, impulsionada pelo aumento dos receios com o cenário fiscal brasileiro após o anúncio de um projeto de reforma do Imposto de Renda no fim de novembro que ofuscou a apresentação de medidas de contenção de gastos.
Os investidores também têm demonstrado preocupações com o início do governo de Donald Trump nos EUA, com sua posse ocorrendo nesta segunda. A expectativa é de que as medidas do presidente eleito, que incluem tarifas de importação, fortaleçam o dólar e prejudiquem ativos e as economias de países emergentes. Em uma das únicas divulgações econômicas importantes da semana passada no Brasil, o BC informou que seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), registrou avanço de 0,1% em relação ao mês anterior, em dado dessazonalizado. A leitura ficou praticamente estável ante o ganho de 0,09% de outubro, mas foi melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters de estagnação no mês. No Focus desta segunda, houve ainda manutenção na expectativa para o preço do dólar em 2025 e 2026, com as projeções indicando que a moeda norte-americana encerrará este ano e o próximo em 6,00 reais.
Sobre o PIB brasileiro, a previsão é de que a economia do país cresça 2,04% neste ano, ligeiramente acima da projeção de 2,02% da semana anterior. Em 2026, a expectativa é de que a expansão seja de 1,77%, uma queda em relação aos 1,80% previstos na pesquisa anterior.
Reuters
Crédito deve fechar 2024 com alta de 10,8%, aponta Febraban
Avanço da carteira será novamente liderado pelo crédito às pessoas físicas, que deverá registrar expansão de 11,9%, segundo pesquisa
A carteira de crédito do sistema financeiro nacional deverá registrar alta de 1,7% em dezembro ante novembro e, com isso, o resultado do saldo total no ano passado deve subir 10,8%. Como ocorreu nos últimos anos, em 2024, o avanço da carteira será novamente liderado pelo crédito às pessoas físicas, que deverá registrar expansão de 11,9%. Os dados são da Pesquisa Especial de Crédito da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A carteira para pessoas jurídicas deve mostrar resultado mais modesto, mas ainda significativo, com alta de 9,1% em 2024, impulsionada pelos programas públicos criados ao longo do ano e pela sólida recuperação da carteira com recursos livres, após o estresse enfrentado no ano anterior. “Nossa pesquisa mostra que, em 2024, tivemos o sétimo ano de crescimento no estoque de crédito, retornando às altas de dois dígitos verificadas entre 2020 e 2022. Consolidamos um mercado de crédito com dimensão e profundidade importantes, além de já bastante sofisticado e desenvolvido", avalia em nota Isaac Sidney, presidente da Febraban. Para 2025, a entidade estima um crescimento um pouco menor do crédito, em torno de 9,0%. Como o Valor mostrou em dezembro, diante do aumento da Selic e de um cenário macroeconômico mais difícil, é esperado que bancos mantenham uma postura cautelosa na oferta de crédito este ano, postergando uma retomada mais robusta do apetite em linhas de maior risco - movimento que vinha sendo ensaiado nos últimos trimestres. Em relação às concessões, o ano de 2024 deve apresentar volume 14,9% superior ao concedido no ano anterior. A concessão de crédito às empresas deve fechar o ano com elevação de 16,9%, impulsionada pela retomada das operações com recursos livres. Já as concessões para as famílias devem ter crescido 13,3% em 2024, em linha com a forte expansão do consumo no ano.
Valor Econômico
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